12 de abril de 2008

 

Revista PERSEU: História, Memória e Política

Enfraquecido pelas disputas intestinas, o PT da Bahia deixou passar ao largo o lançamento da revista Perseu, editada pelo Centro Sérgio Buarque de Holanda, órgão da Fundação Perseu Abramo. A revista Perseu retoma o fio da História pela ótica dos trabalhadores. A proposta é fazer História, Memória e Política. O primeiro número da revista PERSEU resgata a memória do PT e dos movimentos sociais. O desafio é ser o canal de difusão de pesquisas e de análises sobre a esquerda contemporânea do Brasil e do mundo, tratada de forma que vai além do seu caráter político-partidário.

Neste primeiro número, encontram-se temas como as Ligas Camponesas antes do golpe de 64; a formação do movimento negro contemporâneo no Brasil; o teatro de resistência solidária; o cinema engajado de João Batista de Andrade; o teatro de Plínio Marcos; a Era Vargas e o mundo rural; e as trabalhadoras da indústria de calçados nos anos 1980.

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Revista Teoria e Debate discute o Brasil

A nova edição (março/abril) da revista Teoria e Debate, da Fundação Perseu Abramo, está circulando. A revista aborda a questão do desmatamento e a necessidade do país incorporar a cultura da sustentabilidade socioambiental, sob pena de um retrocesso. O cientista político Juarez Guimarães analisa as táticas da oposição ao governo Lula, num cenário em que a economia vai bem e os programas sociais se ampliam. O ministro Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, fala sobre os Territórios da Cidadania, o programa que leva promoção social para o interior do Brasil, a lugares aonde políticas públicas nunca chegaram. Em fevereiro, o Brasil passou a credor internacional e o economista Paul Singer, secretário da Economia Solidária explica o que isso significa. A revista também aborda a questão da reforma tributária.

Você pode comprar a Teoria e Debate pela Internet AQUI

11 de abril de 2008

 

Raul Reyes, o herói assassinado pelo fascismo colombiano

O governo de Álvaro Uribe assassinou, em território do Equador, o comandante Raul Reyes, das FARC, numa operação concebida e executada com o apoio dos EUA.

A notícia foi inicialmente divulgada pelo ministro da Defesa de Uribe, num comunicado triunfalista que deturpa grosseiramente os acontecimentos, ocultando o caráter criminoso da ação terrorista.

Segundo Juan Manuel Santos, Raul Reyes teria sido abatido num acampamento situado no Equador, a 1.800 metros da fronteira, durante um bombardeamento realizado pela Força Aérea do seu país a partir de território colombiano, para não violar a soberania dos países vizinhos. Mas logo esclarece que, posteriormente, tropas do exército atravessaram a fronteira para recolher o corpo de Raul Reyes e trazê-lo para Bogotá, a fim de evitar que os guerrilheiros das FARC o sepultassem.

A nota do ministro apresenta assim, pelo absurdo, um toque surrealista. É inimaginável que qualquer avião possa despejar bombas sobre um acampamento, encontrando-se a quase dois quilômetros de distância. É grotesco que essa mentira seja seguida da confissão de que, afinal, forças do exército colombiano violaram pouco depois a soberania equatoriana.

As coisas passaram-se de outra maneira

Através de satélites norte-americanos, Uribe teve conhecimento da presença de um grupo de guerrilheiros das FARC do lado equatoriano do departamento colombiano amazônico de Puntomayo.

Bogotá soube através de delação que Raul Reyes se encontrava no local. O dirigente revolucionário tinha a cabeça a prêmio, vivo ou morto, por 2,7 milhões de dólares. A denúncia foi paga e aviões Super Tucan da Força Aérea colombiana – a mais poderosa e bem equipada da América Latina – despejaram uma chuva de bombas sobre o acampamento.

No criminoso ataque de pirataria aérea morreram, além de Reyes, o cantor revolucionário Julian Conrado (o grande artista da Rádio clandestina Voz de la Resistencia) e 16 guerrilheiros. Foram massacrados enquanto dormiam, em condições ainda mal conhecidas.

Uribe, ao receber a notícia, felicitou a Força Aérea e o corpo de Reyes, mutilado pela metralha, foi levado para Bogotá. Logo fotografias do cadáver ensangüentado do herói apareceram em televisões e jornais de dezenas de países. Quase o mesmo ritual macabro que envolveu o assassínio de Che em 1967.

Os bastidores do crime

O atentado terrorista ocorre num momento em que a campanha para a libertação da franco-colombiana Ingrid Bettancourt inspira as manchetes da chamada grande imprensa internacional. Nunca se mentiu tanto sobre a realidade colombiana como nestes dias em que, a pretexto do sofrimento da ex–candidata à presidência, as FARC são alvo de uma montanha de calúnias.

Um dia ficará evidente que, no debate em torno do intercâmbio humanitário, as FARC atuaram sempre com transparência e autenticidade revolucionárias, movidas por um objetivo humanista, e Uribe com hipocrisia e intenções inconfessáveis.

Correspondendo a insistentes apelos de Hugo Chavéz e da senadora Piedad Córdoba, as FARC decidiram numa primeira fase libertar unilateralmente Clara Rojas e a ex-deputada Consuelo Perdomo. A operação foi, aliás, adiada por alguns dias porque Uribe intensificou a concentração de tropas na área onde presumivelmente ambas deveriam ser entregues à Cruz Vermelha Internacional e transportadas para Caracas em helicópteros venezuelanos.

As FARC estavam conscientes dos enormes riscos que a operação envolvia. Só quem conhece a geografia da Colômbia - um país com 1.140.000 quilômetros quadrados e 45 milhões de habitantes, sulcado por três cordilheiras, rios gigantescos e em grande parte coberto pela densa floresta amazônica - pode avaliar o que significou conduzir as duas mulheres do desconhecido acampamento em que se encontravam até o departamento do Guaviare, perto da fronteira venezuelana. É útil, aliás, recordar que o exército colombiano violou o compromisso de cessar fogo e começou a bombardear o local uma hora após os helicópteros terem levantado vôo.

Os satélites americanos transmitiram obviamente a Bogotá minuciosas informações sobre o percurso seguido pelo comando guerrilheiro incumbido de entregar Clara e Consuelo à Cruz Vermelha.

Insistiram posteriormente as FARC pela desmilitarização dos municípios de Pradera e Florida como condição indispensável ao intercâmbio humanitário, exigido pelo povo colombiano, operação que previa a troca de 40 reféns em poder das FARC, entre os quais Ingrid Bettancourt, por 500 guerrilheiros encarcerados em presídios do governo.

Uribe negou-se a atender a todas as propostas internacionais recebidas com o objetivo de se chegar a um acordo que permitisse a troca. Não obstante essa atitude intransigente do presidente neofascista da Colômbia, as FARC, correspondendo a um novo apelo de Hugo Chávez, tomaram a decisão de libertar, também em gesto unilateral, quatro deputados em seu poder.

Mais uma vez a operação foi adiada porque o Exército, nas vésperas da data prevista, mobilizou poderosas forças, concentrando-as nos departamentos do Caquetá, do Meta e do Guaviare, onde as FARC estão bem implantadas e por onde, presumivelmente, os parlamentares poderiam passar. Era duplo o objetivo dessa iniciativa.
Se houvesse um choque direto, Uribe responsabilizaria as FARC pela morte dos deputados. Simultaneamente, os aviões espias, equipados com uma tecnologia que Washington somente proporciona a Israel, estiveram ativíssimos.

Os satélites americanos transmitiram informações valiosas a Bogotá, mas as FARC cumpriram mais uma vez, o que não impediu uma intensificação da campanha pró-libertação imediata de Ingrid Bettancourt. Essa exigência era, nas condições existentes, de impossível concretização. Uma mulher fragilizada, doente, não podia em hipótese alguma caminhar durante dias através de regiões selváticas, onde as tropas colombianas poderiam interceptar o comando por ela responsável.
Renovaram, portanto, as FARC, sua proposta para desmilitarização de Pradera e Florida, sem a qual o intercâmbio humanitário é inviável.

O herói caído em combate

O comandante Raul Reyes era, depois de Manuel Marulanda, o membro mais destacado do Secretariado e do Estado-Maior Central das FARC. Revolucionário desde a juventude – tinha atualmente 60 anos -, travou as primeiras lutas políticas como sindicalista. Elas foram uma iniciação para outras batalhas. Há mais de trinta anos, Luís Edgar Devia embrenhou-se nas montanhas, aderiu às FARC, tornou-se Raul Reyes.

Conheci-o em maio de 2001. Recebi um convite para passar algumas semanas no seu acampamento, próximo de San Vicente del Caguan, capital da então Zona Desmilitarizada. Aceitei com prazer.

Raul Reyes não impressionava pela aparência física. Baixo, levemente grisalho, tinha um timbre de voz suave. Mas logo na primeira noite, após o jantar, quando conversamos no seu posto de comando – um austero escritório, com uma mesa e duas cadeiras, instalado sob uma tenda oculta pelas altas copas da mata amazônica –, percebi que aquele guerrilheiro frágil era uma personalidade excepcional. Falamos do mundo em crise, antes de me oferecer livros e documentação como prólogo indispensável à abordagem da luta das FARC.

Era o responsável pelas conversações de paz que transcorriam naquelas semanas, no vilarejo de Los Pozos, com os representantes do governo do presidente Pastrana.

Corriam então os tempos em que Pastrana saudava Manuel Marulanda com abraços de Judas, dias em que vi embaixadores de países da União Européia a disputar as palavras e o sorriso do legendário Tirofijo, comandante supremo das FARC.

Viajei com Reyes para La Macarena, onde as FARC libertaram unilateralmente 304 soldados, policiais, prisioneiros de guerra, e tive o privilégio de manter com ele, nas madrugadas mornas da floresta, longos diálogos sobre a sua organização revolucionária, a América Latina e a estratégia do imperialismo estadunidense, o grande inimigo da humanidade. E também sobre a vida.

Escrevi no próprio acampamento artigos para o "Avante!", sobre os combatentes das FARC e uma entrevista também publicada pelo órgão do PCP.

A atmosfera tinha algo de irreal, porque os próprios textos eram transmitidos pela secretária de Raul para um destinatário, que depois os encaminhava ao jornal. A Internet, paradoxalmente, podia funcionar como instrumento ao serviço de uma guerrilha revolucionária. Para honra e proveito meu, Raul Reyes manteve o contato comigo. Com freqüência, recebia mensagens suas, por intermédio de comandantes amigos, por vezes agradecendo artigos que publicara sobre a luta das FARC.

Recordo que pouco antes do seqüestro no Equador do comandante Simon Trinidad – depois entregue por Uribe aos EUA –, sugeriu que voltasse à selva colombiana. O projeto foi então a pique porque a fronteira equatoriana se havia tornado muito insegura.

Até o seu último dia, Reyes foi a voz das FARC no diálogo com o mundo. Mas o comandante guerrilheiro, incumbido de incontáveis tarefas, encontrava ainda tempo para escrever artigos, alguns sobre complexas questões ideológicas, para a revista Resistência, órgão internacional das FARC, e para dar entrevistas a jornais da Europa, da América Latina, dos EUA. Nelas, o saber e a firmeza do comunista de têmpera tinham como complemento harmonioso a cultura do intelectual humanista.

Uribe festeja agora a morte do combatente que, nas palavras de homenagem de Jaime Caicedo, o secretário-geral do Partido Comunista Colombiano, foi um revolucionário exemplar que "entregou a vida pela causa em que acreditava".

O triunfalismo do presidente neofascista da Colômbia, que financiou o paramilitarismo quando governador de Antioquia e tem o seu nome na lista dos narcotraficantes elaborada pela Drug Enforcement Agency, dos EUA, mas é hoje o melhor aliado de Bush no continente, não tem o poder de fazer história.

A passagem pela presidência dos seus países de Uribe e de Bush deixará apenas memória de atos sombrios e de crimes contra a humanidade. A Marcha contra o Paramilitarismo e pela Paz na Colômbia, a realizar-se no dia 6 de Março, na Colômbia e em diferentes capitais da Europa e da América Latina, assume também agora o significado de uma homenagem póstuma a Raul Reyes. A solidariedade com aqueles que se batem e morrem por uma Colômbia democrática e progressista é, mais do que nunca, necessária.

Raul Reyes entra, ao desaparecer assassinado, no panteão dos heróis da América Latina. Como Sucre, como Bolívar, como Artigas, o Che, Raul Reyes ultrapassa a fronteira da única forma de eternidade possível, a dos homens que viveram para servir a humanidade e contribuir para que ela continue.

Miguel Urbano Rodrigues é jornalista português.

 

Imprensa baiana consagra Zé Dirceu

Morri de rir. De repente, não mais que de repente, o "maldito", o "mensaleiro", o "estalinista do PT, ex-ministro da Casa Civil José Dirceu passou a ser consagrado pela imprensa baiana. Manchete principal do jornal A Tarde, chamada de primeira página na Tribuna da Bahia. É que um simples comentário em seu blog intitulado "PT pode cometer grave erro em Salvador" passou a interessar aos políticos e à crônica política. Este blog BAHIA DE FATO pode falar sem receio de hipocrisia. Sempre defendeu José Dirceu do massacre midiático desde 2005 e do "efeito manada" na imprensa provocado pelas agências de notícias das corporações.

Discordo de Zé Dirceu. Antes de se perguntar se uma candidatura do PT fortalece algum partido, deve-se perguntar se a administração de João Henrique Carneiro está satisfazendo as aspirações do PT. Quer dizer que, mesmo se o PT avaliar negativamente a administração ele deve apoiar João Henrique Carneiro por conta de uma política genérica de aliança eleitoral? Tadinho do povo de Salvador.

Eu vejo diferente. O PT contribuiu enormemente para levar a administração de João henrique Carneiro para a frente. Não deu. Não importam os resultados nas pesquisas de opinião. Se pesquisa fosse voto Wagner não seria governador. Todos os partidos têm o direito de lançar seus candidatos. É democrático. E assim será. A eleição se faz em dois turnos. Não há traição. O jogo de palavras do PMDB não convence ninguém.

João Henrique Carneiro sequer foi eleito pelo PMDB. O PT seguirá fazendo alianças, como fez com João Henrique Carneiro em Salvador. Mas alianças eleitorais não são eternas. Aliás, como a mídia vive de palpite vou também dar o meu. Com certeza João Henrique Carneiro vai para o segundo turno. Vai precisar novamente do apoio do PT no segundo turno. O PT vai dar apoio a ele no segundo turno.Não há a menor chance do carlismo levar seu candidato ao segundo turno, como avalia Zé Dirceu, pois o campo eleitoral do carlismo em Salvador, historicamente com 30% dos votos, está rachado entre ACM Neto e Antônio Imbassahy.

A decisão do PT de lançar candidato próprio é legítima. E depois, vamos considerar uma verdade, o PT não tem dono. Geddel é dono do PMDB, ACM Neto é dono do DEM, Imbassahy é candidato a dono do PSDB, o PRB pertence à Igreja Universal e por aí vai. Mas o PT não tem cacique. Vou dar outro palpite: Nelson Pelegrino será novamente o candidato do PT à prefeitura de Salvador. O governador Jaques Wagner tem habilidade política suficiente para administrar disputas eleitorais na base de seu governo. Não é uma tragédia. O fato é que para existir na capital baiana, o PT precisa lançar candidato, eleger bancada de vereadores, e até sonhar em ganhar a eleição. Por que não?

10 de abril de 2008

 

Jornalismo tem que mexer com a cabeça do brasileiro

A última entrevista de Sérgio de Souza, Serjão, como era mais conhecido, foi concedida à mestranda Luciana Chagas, do Rio de Janeiro, em fevereiro de 2008. Ela estava preparando sua tese de Mestrado sobre a revista Caros Amigos. Ela começa a entrevista perguntando pela trajetória profissional de Sérgio de Souza.

Ele passou pelas melhores veículos em todo o Brasil, inclusive foi editor-chefe do Jornal da Bahia, aqui em Salvador. Tive a honra de integrar a equipe. Era um tempo em que os jornalistas não viviam apenas para ganhar dinheiro, queriam mexer com a cabeça dos brasileiros que, para Sérgio de Souza é o objetivo maior do jornalismo. Ou deveria ser.

Na entrevista ele conta a história da criação da revista Caros Amigos e da Editora Casa Amarela. Também fala do “Anticurso Caros Amigos de Jornalismo – Como não enriquecer na profissão”, sua última invenção, cuja irreverência dispensa maiores explicações. A revista Caros Amigos promete uma edição especial sobre a trajetória de Sérgio de Souza e sua importância para o jornalismo brasileiro. Estamos esperando.

A ÚLTIMA ENTREVISTA DE SERJÃO ESTÁ EM CAROS AMIGOS DE ABRIL

 

Ministro da Venezuela fala a verdade sobre os EUA

Nicolas Maduro, ministro das Relações Exteriores da Venezuela, em entrevista à revista Caros Amigos (edição de abril), declarou: “estivemos a ponto de uma guerra” com a Colômbia e era o que o Pentágono queria:

“Em defesa da soberania e da paz da Venezuela e da região estávamos dispostos a chegar até as últimas conseqüências, mas sempre com a precaução de saber a quem estávamos enfrentando. Nós, a revolução bolivariana, e a América Latina como um todo, enfrentamos o império norte-americano, o governo mais tenebroso, criminoso e perigoso já conhecido.

Invadiram o Iraque com mentiras e mais de 1 milhão de iraquianos já foram mortos. Estamos enfrentando um governo que faz cárceres clandestinos, realiza seqüestros em todas as partes do mundo sem outorgar o direito à defesa. Os Estados Unidos colocaram como objetivo uma loucura: destruir o presidente Chávez e a revolução ainda este ano, declarar nosso país como terrorista, para provocar algum tipo de intervenção de algum organismo multilateral.

A última tentativa foi a de iniciar uma guerra contra nós na fronteira com a Colômbia. O que os move é a vingança e o desprezo que têm para com nossos povos. Eles não podem entender como nós, latino-americanos, mestiços, podemos dar início a um processo de autonomia, de novas democracias, de novos modelos sociais, anti-neoliberais e independentes do poder dos Estados Unidos.”

A ENTREVISTA ESTÁ NA REVISTA CAROS AMIGOS DE ABRIL

9 de abril de 2008

 

Juízes, advogados, procuradores, prefeitos e funcionários públicos envolvidos em fraude contra o FPM vão parar na cadeia. Lula combate a corrupção.

A Polícia Federal prendeu 48 pessoas suspeitas de envolvimento com o esquema de liberação irregular de recursos do Fundo de Participação dos Municípios – FPM. É a Operação Pasárgada. Entre os presos estão 16 prefeitos, dois deles da Bahia, o de Itabela e o de Sobradinho.

Também foram presos um juiz federal, nove advogados, quatro procuradores municipais, quatro funcionários do Judiciário, um gerente da Caixa Econômica Federal e um lobista. A PF informou que o nome dos presos não será divulgado por determinação da Justiça.

Além de Minas e Bahia, a operação também foi deflagrada no Distrito Federal. Cerca de 500 policiais foram mobilizados para cumprir 150 mandados - 100 de busca e apreensão e 50 de prisão, portanto, ainda faltam 2 prisões.

A investigação, iniciada há oito meses, revelou a envolvimento de ilustres magistrados, prefeitos, advogados, procuradores municipais, assessores e lobistas no esquema. O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 200 milhões.

O esquema consistia na negociação de decisões judiciais para repassar verbas do FPM para municípios em débito com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Os prefeitos contratavam, sem licitação, um escritório de advocacia que oferecia indevidas vantagens a juízes e servidores da Justiça para obter decisões favoráveis. O escritório pertenceria a um lobista, que repartiria seus honorários com os prefeitos envolvidos no esquema.

Os investigados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, exploração de prestígio, fraude a licitação, quebra de sigilo de dados e lavagem de dinheiro. As penas previstas para esses crimes, somadas, chegam a 20 anos de prisão. A Receita Federal também irá investigar os suspeitos por sonegação fiscal.

 

População de Sobradinho aplaude prisão de prefeito pela Polícia Federal

O prefeito do município de Sobradinho (a 556Km de Salvador), Antônio Gilberto de Souza (PP, ex-DEM, ex-PFL), mais conhecido como Gilberto de Balbino foi preso (9), pela Polícia Federal de Juazeiro, em cumprimento a mandados de prisão, busca e apreensão dentro da Operação Pasárgada realizada na Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.

Havia dois mandados de prisão expedidos para Sobradinho, o segundo foi para o secretário de Obras, Carlito Nunes, que foi preso em Salvador. A notícia movimentou a cidade e levou a população de Sobradinho às ruas desta vez para acompanhar a ação da polícia. Diversas manifestações têm sido realizadas ao longo do último ano contra irregularidades cometidas pelo prefeito Gilberto de Balbino, a última no mês passado quando os servidores municipais paralisaram as atividades por falta de pagamento dos salários.

Deu no jornal A Tarde On Line: “A prisão demorou, mas aconteceu. Todo sabia que algum dia algo assim acabaria acontecendo de alguma forma. Temos vários processos contra o prefeito de todos os setores, incluindo os repasses dos empréstimos tomados pelos servidores ao Banco Rural que não estavam sendo feitos”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Sobradinho, Geraldo Pereira.

O Sindicato denuncia o prefeito de desvio de recursos da Saúde e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) para quitar débitos de construção de casa populares. Pereira diz que, a ausência de repasses pela prefeitura fez com que a maioria dos servidores entrasse na lista do Serasa ou SPC.

O prefeito Antônio Gilberto de Souza e o vice José Fernandes Neto (PP) já tiveram os diplomas cassados em maio de 2006 através da sentença dada pelo juiz Ednaldo da Fonseca Rodrigues, com processo na Justiça Eleitoral desde 12/2004 em decorrência de representação eleitoral sob acusação de captação ilegal de votos ou compra e negociação de bens.

 

PF prende dois prefeitos da Bahia

Além do prefeito de Sobradinho, Gilberto Balbino (PR, ex-DEM, ex-PFL), e de seu Secretário de Obras, Carlito Nunes, a Operação Pasárgada, da Polícia Federal prendeu o prefeito de Itabela, sul da Bahia, Paulo Ernesto Peçanha da Silva, mais conhecido como Júnior Dapé (DEM), filho do ex-prefeito de Eunápolis, Paulo Dapé.

O ex-deputado estadual e prefeito Júnior Dapé foi levado para a sede da Polícia Federal em Porto Seguro. Em setembro de 2007 ele foi afastado do cargo, por decisão da Justiça Federal, acusado de corrupção, mas conseguiu retornar ao cargo no dia 11 de fevereiro.

Ao todo, a Operação Pasárgada da Polícia Federal já prendeu 14 prefeitos. São 12 de Minas Gerais e dois da Bahia. O objetivo da operação é pôr fim a um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O prejuízo aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 200 milhões.

A operação também prendeu um juiz federal, nove advogados, quatro procuradores municipais, quatro funcionários do Judiciário, um gerente da Caixa Econômica Federal e um lobista.

O nome de sete prefeitos já foi divulgado:Carlos Alberto Bejani (PTB), de Juiz de Fora-MG; Demetrius Arantes Pereira (PTB), de Divinópolis-MG; Júlio Cesar de Almeida Barros (PT), de Conselheiro Lafaiete-MG;José Eustáquio Ribeiro Pinto (DEM), de Cachoeira da Prata; Geraldo Nascimento (PT), de Timóteo-MG; Ademar José da Silva (PSDB), de Vespasiano-MG; Júnior Dapé (DEM), de Itabela (BA); Gilberto Balbino (PR), de Sobradinho (BA).

 

Dilma Roussef recebe solidariedade da Bancada Feminina do Congresso Nacional

O debilóide e preconceituoso senador Mão Santa (PMDB-PI), ao agredir a ministra Dilma Roussef com a difamante expressão “galinha cacarejadora”, provocou a ira e a solidariedade da bancada feminina no Congresso Nacional.

Um grupo de 23 deputadas e duas senadoras de partidos da base aliada entregou hoje (9) moção de desagravo à ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil da Presidência da República. As parlamentares rejeitaram a expressão que afronta a dignidade das mulheres de todo o Brasil.

Do Partido dos Trabalhadores participaram as deputadas Fátima Bezerra (RN), Ângela Portela (RR), Cida Diogo (RJ), Maria do Carmo Lara (MG) e Janete Pietá (SP), e as senadoras Serys Slhessarenko (MT), Ideli Salvati (SC) e Fátima Cleide (RO).

Expressões como essas só fazem ampliar a cultura da desvalorização e do preconceito contra aquelas que dão a sua vida para gerar uma nova sociedade desenvolvida e justa a ser legada a seus filhos.", diz o texto do manifesto.

Dilma Roussef, ao receber a bancada feminina, destacou que as mulheres são diferentes dos homens, porém, não são desiguais. E que as agressões à pessoa dela acontecem por preconceito. "Esse tipo de tratamento demonstra o preconceito existente contra todas as mulheres. Nunca falam que um homem é duro, mas uma mulher é dura, numa tentativa de desqualificá-la".

Segundo a deputada Fátima, a ministra Dilma Rousseff "foi atacada por sua competência e pelo seu empenho em defender o Plano de Aceleração do Crescimento, exigência de todos os brasileiros conscientes. Mas, foi atacada sobretudo por ser mulher. E, por isso, conta com toda a nossa solidariedade".

Definitivamente, este senador Mão Santa é um idiota político.

 

Revista Istoé adultera foto para proteger José Serra

A revista Istoé (publicação da Editora Três controlada pelo banco Opportunity de Daniel Dantas) desta semana mostra que a campanha eleitoral já começou e de que lado está. Para proteger o PSDB e o governador de São Paulo, José Serra, a publicação, contrariando todas as regras do jornalismo, apagou a inscrição ''Fora Serra'' de uma foto feita durante um protesto do MST e do MAB contra a privatização da Cesp.

O resultado visual inverteu o significado da imagem que traz uma placa de trânsito ''Pare'', como se quem devessem parar fossem os movimentos, e não as privatizações.

A adulteração de uma foto - passível de processo pelo detentor de seus direitos autorais, no caso a Folha de S. Paulo - é plenamente possível com o uso de programa para tratamento de imagens, como o Photoshop, por exemplo, mas é prática condenada no meio jornalístico. O fato escancara o poder de influência camuflada que os meios de comunicação de massa têm para atuar como o que vem sendo chamado de ''Partido da Mídia'' (PM).

A foto adulterada, de autoria do fotógrafo Cristiano Machado, ilustra a matéria '' O MST contra o desenvolvimento'' e mostra integrantes de movimentos sociais bloqueando a rodovia Arlindo Bétio, que liga São Paulo a Mato Grosso do Sul e Paraná, em protesto contra a privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), no dia 24de março.

A reportagem assinada por Octávio Costa e Sérgio Pardellas criminaliza os movimentos sociais sustentando que ''os sem-terra ameaçam empresas e investimentos que geram empregos e qualidade de vida'', sem mencionar que a Aracruz Celulose, a Monsanto, a Cargill, a Bunge e a Vale - citadas pela matéria como exemplos de empresas prejudicadas - respondem a acusações de destruição do meio ambiente, desrespeito aos direitos de povos tradicionais, como quilombolas e indígenas, e exploração de trabalhadores.

A matéria tenta desautorizar o MST como um ator político que vá além da luta pela reforma agrária. Diz que ''desde 2006, o MST lidera ataques à globalização, ao neoliberalismo e às privatizações - algo que nada tem a ver com a sua luta original''.

NADA É POR ACASO

A editora Três, que publica a revista IstoÉ, é controlada pelo acionista majoritário do banco Opportunity, Daniel Dantas. O banqueiro tem ligações com fundos de pensões, além de uma participação ativa no processo de privatizações de estatais, sobretudo durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 2007, Dantas superou a concorrência da Rede Record e comprou 51% das ações da Editora Três, que estava à beira da falência.

O banqueiro tem uma trajetória de proximidade com outros partidos de direita como o DEM, sobretudo com o falecido político baiano Antonio Carlos Magalhães. Também foi sócio do publicitário tucano Nizan Guanaes.

Por diversas vezes, foi alvo de investigações e respondeu a crimes como espionagem e formação de quadrilha. Quando estava à frente da Brasil Telecom, foi acusado de contratar a empresa Kroll para espionar a Telecom Itália.

Compare as duas fotos no site do PT

 

O rabo preso da Folha

Houve um jornal que já se jactou de dizer que “só tinha o rabo preso com o leitor”. Era importante essa afirmação, para se livrar de um passado em que a empresa teve vínculos com a Operação Bandeirantes – conforme denuncias contidas no livro “Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988” (Editora Boitempo) -, além de ter participado ativamente no coro que pregou o golpe militar para interromper o processo democrático brasileiro e o mandato de um presidente que exercia legitimamente seu cargo, apoio que se estendeu – conforme os editoriais e a atitude tomada diante da repressão – à ditadura militar.

Durante a transição democrática, o jornal tentou se fazer passar como “representante da sociedade civil”, chegando a fotografar a supostos representantes dela em cima do prédio do jornal, querendo fazer passar a imagem de que até fisicamente o jornal era o suporte da oposição democrática à ditadura que ela tinha pregado –tudo isso sem fazer a mínima autocrítica de suas atitudes passadas.

Mais recentemente, o jornal apoiou abertamente o governo de FHC, estabelecendo estreitos vínculos com os tucanos, particularmente os de São Paulo, tendo reiteradamente ao atual governador não apenas como um colaborador usual do jornal, assim como alguém que tem laços estreitos com a direção do jornal, chegando – segundo declarações de uma fonte segura do próprio jornal – a indicar o editor político do jornal em Brasília, entre outras expressões desses laços.

O jornal é dirigido há décadas por membros de uma mesma família, em que o filho herda – como numa monarquia – a direção do pai, constituindo um Comitê Editorial que – ao que se saiba – não decide quem dirige o jornal ou então é composto por membros admiradores da perpetuação da mesma direção – problema que apontam em regimes com os quais o jornal não simpatia, como os de Cuba e da Venezuela, entre outros. Trata-se portanto de uma dinastia familiar que, no entanto, se acha no direito de dizer e tentar influenciar a opinião pública sobre quem é democrático e quem não o é, em São Paulo, no Brasil e no mundo.

Colunistas, editorialistas, redatores pretendem ser impávidos defensores das liberdades – de mercado, dos indivíduos, das empresas, etc. No entanto, suas preferências seletivas ficam claras quando colocam as ênfases diárias, reiteradas, nos casos que afetam ao governo – do qual é feroz e obscurantista opositor -, omitindo os casos que afetam a oposição e o próprio jornal.

Dois casos recentes confirmam inquestionavelmente isso: quando Paulo Henrique Amorim foi mandado embora do IG, por um jornalista com evidentes preferências tucanas, o primeiro ombudsman desse jornal, com tentativa – frustrada pela ação da Justiça –de se apropriar de todo o material publicado por PHA quando trabalhava nesse portal. Nenhum colunista – esses impávidos defensores das suas liberdades, mas não das alheias – se pronunciou denunciando a arbitrariedade. O silêncio cúmplice soou ruidosamente.

Poucos dias depois, não foi renovado o mandato do melhor ombudsman que o jornal havia tido, Mario Magalhães, que sistematicamente denunciava a opção claramente tucana do jornal, privilegiando ao governador de São Paulo – candidato da preferência clara do jornal para tentar recuperar para os tucanos a presidência da República -, assim como o tratamento dado ao governo Lula em comparação com a complacência dada ao governo de FHC. Este, protagonista dos maiores escândalos da história brasileira, entre eles a privatização acelerada do patrimônio púbico através do processo de privatizações e a compra de votos para modificar a constituição e conseguir a reeleição durante o seu mandato (denunciando enfaticamente eventual possibilidade de Lula apelar para mecanismo similar como totalitário, inadmissível, etc., quando antes havia sido conivente com mecanismo similar de FHC).

O ombudsman não teve seu mandato renovado, porque o jornal queria retirar da internet as criticas diárias que ele fazia ao jornal, com o que ele não concordou. Claramente incomodada, a direção do jornal – que tem no filho do antigo proprietário sua autoridade máxima, portanto pode-se supor que seja ele o responsável pela decisão ou seria o Comitê Editorial, nenhum esclarecimento foi dado a respeito aos leitores, com os quais o jornal se orgulhava de ter o rabo preso) – optou por não renovar seu mandato, por ele não concordar com essa censura que queriam impor aos leitores do jornal. Estes – cada vez mais escassos, a metade do que foram há uma década, seguindo em acentuado declínio, rumo à intranscendência – protestaram com cartas, sem que nenhuma apoiasse a direção do jornal, mas em vão. O rabo está preso em outro lugar, não com os leitores.

Inútil olhar as colunas dos impávidos defensores das liberdades – supostamente colocadas em risco pelo governo Lula – para ver alguma linha de solidariedade com o colega, que teve sua excelente atuação como ombudsman cerceada pela direção do jornal. Nem é preciso mencionar nomes, todos caíram na vala comum da complacência com a repressão a Paulo Henrique Amorim e depois ao próprio colega da redação. Nem uma palavra, ainda que fosse para justificar sua posição, nada. Vários deles aparecem como membros do Comitê Editorial. Aprovaram a medida? Ou estas foram tomadas sem sequer consulta a eles? Em qualquer dos casos, saem eticamente manchados definitivamente na sua trajetória como jornalistas.

Covardia? Medo de perder o emprego? De cair em desgraça com o dono do jornal? Cada um julgue como queira. Mas é evidente que o jornal e seus colunistas, editores e redatores, confirmaram sua opção de rabo preso com os proprietários e, através destes, com os tucanos e com tudo o que eles representam – a mais rançosa direita brasileira, aquela que produziu o país mais desigual do mundo e que agora resiste ferozmente a um governo que, pela primeira vez – depois de tantos governos apoiados pelo jornal terem reproduzido essa situação – melhorar significativamente a situação do pobres, contra os interesses daqueles com quem o jornal tem seu rabo preso.

Emir Sader in Agência Carta Maior - 08/04/2008

 

Polícia Federal inicia operação contra fraudes que envolvem prefeitos e juízes da Bahia

Deu na Agência Brasil. A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (9) a Operação Pasárgada para pôr fim a um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Cerca de 500 agentes participam da ação e devem cumprir 150 mandados de prisão e de busca e apreensão na Bahia, Minas Gerais e e no Distrito Federal. O prefeito de Sobradinho, Gilberto Balbino, foi preso.

O prejuízo aos cofres públicos pode passar de R$ 200 milhões. De acordo com a Polícia Federal, as investigações foram iniciadas há oito meses. As fraudes teriam a participação de prefeitos, procuradores, magistrados e lobistas. Os levantamentos dos agentes mostram que decisões judiciais eram negociadas para repassar verbas a municípios devedores do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

A PF constatou ainda que um escritório de advocacia era contratado, sem licitação, para oferecer vantagens a juízes e servidores do Judiciário. Os honorários recebidos pelos advogados eram repartidos com os prefeitos que solicitavam os serviços ilegais.

Denominada de Pasárgada, a operação tem o apoio de 23 analistas de finanças e controle da Controladoria-Geral da União (CGU). Ainda hoje a Polícia Federal deve conceder entrevista coletiva à imprensa em Minas Gerais para detalhar as ações.

O Governo Lula move verdadeira Operação Mãos Limpas no Brasil.

8 de abril de 2008

 

Nassif aperta os formadores de opinião

Com o título “Direto ao ponto”, Luis Nassif em seu blog escreveu:

Já não entendo mais nada. Jogo a toalha nesse exercício insano de entender que o jornalismo é a busca objetiva da notícia.
Em sua coluna de hoje na "Folha", a Eliane Cantanhêde diz o seguinte:

“BRASÍLIA - Quanto mais a imprensa mexe, remexe e junta os "ossinhos de galinha", mais vai surgindo um "dinossauro" dentro da Casa Civil. A estratégia de comunicação do governo tem enorme responsabilidade nisso. Quando surgiu a história do dossiê, Dilma Rousseff e Franklin Martins deveriam ter ido direto ao ponto: existe, está sendo coletado a partir do dia tal, pela equipe tal, abrangendo o período tal. Não é por nada. Só para a necessidade de a CPI pedir os dados ao Planalto.

A gritaria continuaria um pouco, com a imprensa cobrando e condenando o uso da máquina do Estado para constranger adversários políticos. Mas a novela do dossiê, sem novos capítulos, tenderia a perder audiência até porque o governo tem maioria na CPI da Tapioca, e a oposição late, mas não morde.”

Ou seja, assim como a Dora Kramer, ontem, admite que o levantamento nada tem de irregular, e pode ser plenamente justificável. "A gritaria continuaria um pouco" etc. etc.

Ou seja, admite que há um jogo, um embate político e a culpa é da maneira como o governo tratou a questão da informação. Foi um desastre mesmo!

Mas o papel da imprensa, qual é? Valer-se de eventuais problemas de comunicação para transformar um episódio banal em escândalo? No fundo, é como se Eliane dissesse: vocês permitiram que nós batêssemos, problema de vocês.

Não, não. Problema da notícia.

A Veja cria um factóide. O governo não sabe o que a revista tem na mão e tenta responder atirando no escuro. Depois vem a Folha. Quando mostram as cartas, tinham par de dois. Tudo bem, o blefe pegou mais do que o esperado.

Agora, a derrota não foi do governo, foi do jornalismo. Mas quem se importa com essas “antigüidades”, de levantar objetivamente a informação?

Na coluna ao lado, o colunista Marcos Nobre decreta que, em função do "escândalo" acabou a Dilma Rousseff, sem a Dilma acabou o Lula.

Não sei em que mundo esse pessoal vive. Ou que eu vivo, vá se saber.

 

Municípios têm até 14 de maio para informar freqüência escolar do Bolsa Família

Sem desculpas. Os municípios de todo o Brasil têm até 14 de maio para registrar, no sistema do Ministério da Educação (MEC), as informações sobre a freqüência escolar dos alunos beneficiados pelo Bolsa Família, referentes ao bimestre de fevereiro e março. Portanto, está em andamento o processo de acompanhamento. A presença em 2007 foi superior a 84%. Isso representa 13,1 milhões do total de 15,5 milhões de crianças e adolescentes beneficiados.

O desafio agora é superar esse percentual e melhorar ainda mais o acompanhamento da condicionalidade de educação do programa de transferência de renda que atende cerca de 11 milhões de famílias em todo o Brasil. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o MEC monitoram a presença, na escola, dos alunos de 6 a 15 anos, ininterruptamente, desde o bimestre outubro/novembro de 2004, em parceria com os municípios.

Crianças e adolescentes de 6 a 15 anos precisam comparecer a pelo menos 85% das aulas para garantir o pagamento do Bolsa Família. O descumprimento consecutivo por cinco períodos leva ao cancelamento do benefício. A freqüência escolar é um importante mecanismo para interromper a pobreza entre gerações.

O monitoramento cala a boca das críticas de direita ao Bolsa Família.

 

Propaganda para as massas, com slogans e noções de amor

“Esta (ação da propaganda) deveria ser antes de tudo popular, não devia dirigir-se às pessoas instruídas, mas “unicamente e sempre às massas”, e seu nível intelectual devia ser fixado tomando-se por base o indivíduo de menor capacidade de assimilação entre aqueles que a propaganda buscava atingir. Para ser eficiente, seria necessário além disso que se concentrasse sobre alguns objetivos plausíveis que deviam ser repetidos sempre e sob a forma de slogans. Devia apelar sempre para os sentimentos, jamais à razão, e renunciar expressamente a toda objetividade. Não devia deixar no ar nenhuma dúvida acerca de sua justeza de propósitos. E também não podia admitir senão “noções de amor ou de ódio, de direito ou de injustiça, nunca sentimentos vagos”.”

Assim pensava Hitler. O trecho acima está na página 82 da 2ª edição do livro “Hitler” de Joachim C. Fest, lançado na Alemanha em 1973 e no Brasil pela Editora Nova Fronteira, 1977.

 

Leituras esdrúxulas

Depois que abandonei o mau hábito de ler a revista Veja, venho obtendo ganhos incríveis com a procura de novas leituras. "Discutindo Língua Portuguesa", da Editora Escala Educacional, é um exemplo. A seção "Última Palavra", do número 10, publica um poema de Fernando Pessoa que encerra um trocadilho perceptível apenas para iniciados nos segredos do idioma.

LEIA O POEMA E DEPOIS O COMENTÁRIO

Poética Esdrúxula

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.


Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.


As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.


Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.


Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.


A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.


(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Em "Fernando Pessoa: Poesia Completa" (Nova Aguilar,1992).

VAMOS AO COMENTÁRIO

O adjetivo "esdrúxulo" significa "extravagante", "extraordinário", "fora do comum". Mas, quando usado no feminino (esdrúxula) ganha o sentido de palavra proparoxítona. Na gramática, esdrúxula é a palavra que tem o acento na antepenúltima sílaba, ou seja, é sinônimo de proparoxítona. A palavra ridícula, que aparece em todas as estrofes do poema Cartas de Amor é uma proparoxítona. No final do poema ele diz: todas as palavras esdrúxulas (proparoxítonas), como os sentimentos esdrúxulos (extravagantes), são naturalmente ridículas. É um poema esdrúxulo esse de Fernando Pessoa, que foi assinado pelo seu heterônimo Álvaro Campos..

7 de abril de 2008

 

Cai a máscara da Folha de S. Paulo ao demitir seu próprio ombusdman

A demissão do ombusdman Mauro Magalhães, eleito pela redação da Folha de S. Paulo, desmoraliza de vez o jornalão. O fato demonstra que o jornal é parcial e partidário. A demissão do jornalista, após um ano, reforça as críticas contra o jornal, que não tem muito compromisso com a verdade dos fatos. A direção da Folha condicionou a renovação do contrato de Mauro Magalhães ao fim das críticas diárias na Internet.

Mauro Magalhães vinha criticando a cobertura do jornalão sobre o suposto dossiê dos gastos do governo FHC. Segundo o ombudsman, “o jornal deveria pisar no freio e ser mais cético” na cobertura do assunto. "É a prova concreta da parcialidade da Folha e da posição política do jornal", afirma o deputado Dr. Rosinha (PT-PR).

Há pelo menos quatro anos, petistas e não petistas alertam a população sobre os exageros de parte da grande imprensa. A demissão do ombusdman evidencia a interferência da direção do jornal na divulgação das notícias. O fato é que Mauro Magalhães vinha implantando uma linha de transparência no jornal. A não-renovação do contrato representa um retrocesso e uma grande perda para os leitores da Folha.

A Folha de S. Paulo cobra transparência de todos os setores do governo e da sociedade, mas não conseguiu imprimir transparência na sua própria redação. A demissão do jornalista coloca todos os profissionais sob suspeita. Quer dizer que quem ficou com o emprego aceita as pressões dos patrões? Aceita formatar a notícia? Aceita assinar seu nome em notícias unilaterais?

O ombudsman criticou ainda o fato de a Folha não ter dado espaço para que representantes do governo federal apresentassem defesa das acusações do jornal. “O Estado (de S. Paulo) deu entrevista com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. O Globo saiu com declarações do ministro José Múcio. Não sei se o que eles dizem é verdadeiro ou falso, mas é direito dos leitores conhecer pontos de vista divergentes”, afirmou Mauro Magalhães.

POR IRONIA, OU DEBOCHE, A FOLHA DE S. PAULO ESTAMPA HOJE (7) MANCHETE NA PÁGINA A5 SOBRE SAÍDA DE LUIS LOBO DA TV BRASIL. COMO ACREDITAR NA VERSÃO DA FOLHA DE S. PAULO?

6 de abril de 2008

 

Tucanos ficarão sem os pés

Nos últimos meses, Demos e Tucanos,em tamanho desespero para combater a popularidade em alta do presidente Lula, especializaram-se em atirar em seus próprios pés. Ficarão aleijado assim, coitados. Até entendemos, visto que a agonia se acelera com a aproximação das eleições municipais e o medo é a "febre vermelha" varrer o país e tomar-lhes os últimos redutos.

Na onda de "má sorte", tem o senador Arthur Virgílio fazendo papel de bufão numa falsa denúncia de vendas de armas para a Venezuela. Um tiro de Taurus varou-lhe o pé. Depois vieram com a CPI DOS CARTÕES, que só conseguiu até agora demostrar que o Governo Federal, através do CGU, tornou transparente os gastos públicos com os cartões corporativos. Revelou-se que o Governo de São Paulo, sozinho, gastou o dobro do Governo Federal, e que, ao contrário do que quiseram fazer crer, o atual governo reduziu em mais da metade as despesas nessa modalidade. A CPI foi instalada e a oposição pede a Deus que chegue um cristão com coragem para encerrá-la de vez.

Aí veio o vazamento de dados sigilosos dos gastos com os cartões durante o governo FHC. Outro rombo do pé, desta vez do senador paranaense Alvaro Dias, responsável pelo "dossiê" divulgado na Veja. Queimou-se de tal forma que teve de admitir publicamente como o responsável pela inconfidência e ainda nos brindou com a notícia de Dona Ruth comprando ingressos para teatro chique na Europa com o nosso suado dinheirinho.

Agora, o tiro que aleijou de vez a oposição foi o desejo de queimar a ministra Dilma Rousseff com a acusação de que foi ela a mentora do 'dossiê'. Ela é apontada como candidata a candidata a presidente apoiada por Lula. Não conseguiram derrubar o prestígio da chefe da Casa Civil, que por sinal nem se apresenta como candidata a nada.

O efeito prático de mais essa pixotada da oposição foi o de levantar uma questão que começa a rondar a cabeça dos brasileiros: Lula precisa mesmo fazer um sucessor ou é melhor deixá-lo aí por mais tempo? A tese do 3º mandato tomou a ruas. Bendita seja a revista que "vazou" o dossiê.

 

Eu voto SIM ao terceiro mandato para o presidente Lula

Pena que o presidente Lula não quer nem falar em terceiro mandato. Mas, a cada dia, aumenta o número de defensores de um terceiro mandato presidencial. Agora, o prefeito de Recife, João Paulo Lima e Silva, membro do Diretório Nacional do PT, acaba de afirmar que o terceiro mandato é o seu Plano A. Isso depois que o insuspeito vice-presidente José Alencar (PRB) reintroduziu na pauta da mídia o debate legítimo sobre o tema, sempre defendido pelo deputado federal Devanir Ribeiro (PT-SP).

O tema do terceiro mandato para o presidente Lula obteve novo impulso com a intenção anunciada pelo senador Renato Casagrande (PSB) de apresentar um requerimento pela instalação de uma comissão mista para analisar a proposta de uma reforma política, instância em que poderia ser debatida a proposta do terceiro mandato de maneira aprofundada e sem o ranço reacionário que assume o assunto nas páginas da grande imprensa e no discurso nervoso da oposição.

O time dos que defendem o terceiro mandato para o presidente Lula aumenta com a intenção do deputado Devanir Ribeiro (PT) de apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permita o terceiro mandato. O deputado Francisco Praciano (PT), por exemplo, acredita que seu partido, hoje com ampla maioria contrária à idéia, teria que debater o assunto com possibilidade de mudança de posição. Por que não?

Seguramente, a proposta do terceiro mandato passa por um plebiscito, ferramenta prevista na Constituição Federal. A direita, os conservadores, os inocentes úteis, o DEM, o PSDB e seus partidos satélites como o PPS e outros, certamente vão chamar a proposta de “golpista”. Mas, como sustentar o vocábulo se a proposta passar pelo Congresso Nacional e por um plebiscito?

Ao argumento oportunista contrário ao terceiro mandato de suposto “golpismo” contrapõe-se o dado da realidade: em pleno exercício do governo de FHC, o DEM e o PSDB mudaram o mandato presidencial de cinco para quatro anos e aprovaram o segundo mandato, a reeleição de FHC. Ou seja, isso não é golpismo, mas o terceiro mandato seria? Assim fica insustentável.

Em certos assuntos não há representação parlamentar, o povo deve decidir diretamente. Acredito que o terceiro mandato seja um desses assuntos. Assim, nada mais conseqüente que a convocação de um plebiscito, com regras claras para a atuação da grande mídia brasileira, visivelmente anti-petista, anti-lulista e anti-qualquer-coisa-que-melhore-a-vida-do-povo-brasileiro.

Como bom brasileiro, eu sou a favor do terceiro mandato para o presidente Lula. Eu voto SIM.

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