10 de novembro de 2011

 

Deputado Emiliano (PT-BA) faz homenagem à memória de Yolanda Pires

Generosidade, determinação, mas, sobretudo, amor. Para o deputado federal Emiliano José (PT-BA) estas são algumas palavras que tentam descrever a militante, combatente da anistia e companheira do ex-governador Waldir Pires – Yolanda Pires. Em pronunciamento na Câmara, o parlamentar lembrou da missa, que aconteceu quarta-feira (09), às 19h, na Igreja de São Bento, em Salvador, em homenagem à memória daquela que, segundo ele, “soube ser uma extraordinária companheira de toda a vida de um homem especial da vida política brasileira”.

Para Emiliano, "Dona Yolanda", como era chamada por todos, "foi uma mulher que soube encarar os desafios de seu tempo [...] E que soube ser extremamente responsável com sua família, com seus filhos, e com seu amor de toda a vida, Waldir Pires". Ao chamar atenção para as dificuldades enfrentadas pelo casal durante o período da ditadura militar, o deputado remonta uma história marcada por superações. "Ela e Waldir constituíram família muito cedo, no alvorecer dos anos 50, tiveram cinco filhos, enfrentaram as belezas e as dificuldades da vida política juntos". Secretário de Estado aos 24 anos e, em seguida, deputado estadual e federal, o ex-governador Waldir Pires foi Consultor Geral da República. Com o golpe de 64, veio o exílio para a família. "No exílio, dona Yolanda sofre muito. Sente saudades profundas de sua terra. Sente que lhe roubam as raízes, lhe roubam o Brasil, lhe roubam sua gente, seus irmãos, seus familiares, seu povo", lembrou o parlamentar.

Vivendo no exílio até a década de 70, a família não se deixou abater pela distância ou pelas saudades. Correndo todos os riscos, dona Yolanda e Waldir decidem voltar ao Brasil. Sabiam que o país vivia um período decididamente difícil, sob o regime do ditador Emílio Garrastazu Médici. Passam momentos duros, mas reorganizam a vida. Com o regresso ao seu país, evitam que os filhos adotassem outra pátria, assumissem outra cultura, retomam as raízes. "Sei que o fizeram pelo amor que tinham ao Brasil, mas, também, e quem sabe principalmente, porque não queriam, de modo nenhum, que os filhos deixassem de ser brasileiros, como o deixariam se ficassem mais algum tempo na França", destaca o deputado.

Já no Brasil, dona Yolanda assume um papel de destaque entre os militantes que lutam pela anistia no país. Nunca se esqueceu, por exemplo, do desaparecimento forçado de Rubens Paiva. Ao participar das campanhas políticas ao lado do marido, a combatente da anistia conhece, de perto, a realidade baiana. É eleita, inclusive, vereadora de Salvador na década de 90, fazendo do seu mandato um instrumento do amor ao próximo. Amor de mãe, de companheira, de militante.

"É difícil falar de coisas intangíveis, de amores. Mas, ouso e falo. O amor de dona Yolanda por Waldir, e, sei, o de Waldir por ela, é um desses casos raros. De uma beleza rara. Sei que Vivian, Ana Cristina, Lídia e Francisco, os filhos queridos, estarão hoje ao lado de Waldir, na missa, e se lembrarão de cada passo, de cada gesto da mãe tão querida, do seu amor grandioso que, naturalmente, foi um sentimento todo especial", finalizou Emiliano José.

Dona Yolanda Pires faleceu em novembro de 2005.


 

Monopólio na mídia aumenta reeleição de prefeitos

O prefeito João Henrique (então no PMDB, hoje no PP), quando disputou a reeleição tinha menos de 30% nas pesquisas. Como explicar que um prefeito impopular ganhe uma eleição? O cientista político Antônio Lavareda lança hoje, em São Paulo, um livro que lança luzes sobre essa mágica eleitoral. O título é: “Como o eleitor escolhe seu prefeito”. A principal razão das reeleições é o monopólio dos prefeitos em relação aos spots, aqueles comerciais curtos veiculados na programação normal da TV. Os prefeitos não dividem a propaganda com os candidatos a vereador. “É um latifúndio de tempo de TV” diz Lavareda, que defende os spots como a propaganda mais eficiente que o tradicional horário eleitoral gratuito.


9 de novembro de 2011

 

Emiliano (PT-BA) defende Wagner de ataques da revista Veja

O deputado federal Emiliano José (PT-BA), em Brasília, criticou a postura do colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, conhecido por suas posições afinadas com o Tea Party. O jornalista agrediu o governador Jaques Wagner na revista Veja. Aquilo que para Emiliano, nada mais é do que, "um ataque que não segue, sequer, as regras da boa educação, e que pretende desqualificar o oponente. Já que é como oponente que a revista Veja e seus colunistas consideram quaisquer políticos do PT".

A motivação do ataque surgiu a partir de entrevista concedida pelo governador Wagner ao jornal O Estado de S. Paulo. Em uma matéria sobre corrupção, o político baiano afirmou que, sendo o Brasil e a Bahia territórios muito grandes, torna-se muito difícil a um gestor saber, se lá na ponta, o gestor, um ministro, ou um secretário estão trabalhando corretamente. Algo que, aos leitores mais sensatos, parece óbvio.

Durante a entrevista, o governador defendeu que os governos incentivem a transparência, e que a população e a imprensa controlem o destino das verbas públicas, o que na Bahia é feito com rigor. Em nenhum momento, Jaques Wagner disse que ao governo não cabe o controle das ações, programas e administração da coisa pública como um todo.

Segundo o parlamentar, ao chamar o governador baiano de cínico, "o, vá lá, jornalista, em nome, naturalmente, da liberdade de expressão se julga no direito de falar desta maneira [...] disse que o governador queria terceirizar a administração ao propor que a sociedade fiscalize a aplicação do dinheiro público. No fundo, no fundo, o, vá lá, jornalista, pretende que a sociedade não fiscalize, que só o governante solitariamente, ele nem fala em instituições públicas, faça a fiscalização de cada obra".

Para Emiliano, o que o governador defendeu corretamente, é que os recursos públicos estejam sempre submetidos ao controle social. Que o governante nunca deixe de expor tudo o que o governo está fazendo e que a população tenha sempre os dados à mão. A defesa, aqui, é para que não se vete o acesso a ninguém como, aliás, era comum na Bahia anterior ao governador Wagner. Deste modo, todos têm a chance de verificar se a obra exposta pelo governo está sendo feita e de que modo está sendo realizada. Uma opinião muito vinculada à democracia contemporânea, que reclama cada vez mais a intervenção direta das maiorias.

O contrário - ou seja, o segredo e a não divulgação dos convênios e do dinheiro destinado às obras, seriam, portanto, chances dadas aos corruptos. Os órgãos de controle interno e externo, sozinhos, não são suficientes para o combate à corrupção. "Nada como o sol da transparência para evitar a corrupção. É esta a lição que o governador deu com sua declaração ao jornal O Estado de S. Paulo", afirmou o deputado.




6 de novembro de 2011

 

Zé Dirceu em tempos de planície


Cheguei às 15h na Livraria Saraiva do Shopping Salvador, neste sábado, 5. O lançamento do livro “Tempos de Planície” do ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, estava marcado para 19h30. Comprei o livro antecipadamente, por lá fiz um lanche e praticamente li toda a obra. São textos incrivelmente lúcidos e atuais, publicados na imprensa, datados de 2006 a 2010. Vale a leitura porque nos remete ao debate político atual. Concordo com Zé Dirceu: no final de 2005 ele foi jogado no epicentro da maior campanha política e midiática já construída contra o Partido dos Trabalhadores, visando em última instância o impeachment do presidente Lula.

Um Congresso Nacional desmoralizado, refém do denuncismo de uma mídia conservadora, cassou um mandato de 550 mil votos. Zé Dirceu recusou-se a seguir o velho truque de renunciar para depois poder concorrer a outro mandato. Os vícios históricos do sistema político eleitoral se transformaram na artilharia da oposição partidária e midiática, jogando no esgoto o debate do que realmente importa: um novo paradigma de desenvolvimento, o embate entre o projeto neoliberal e um projeto alternativo de um Brasil independente, com distribuição da renda e geração de um mercado interno. A construção de um projeto para o país.

O mesmo está ocorrendo agora. No lugar do debate sobre os caminhos de desenvolvimento do Brasil, as forças conservadoras, a mídia, e os inocentes úteis da classe média, travestidos de internautas, "indignados", centram as denúncias na corrupção, coisa que os dois governos Lula e agora no governo Dilma vem sendo combatida como nenhum outro governo anterior ousou. É o conservadorismo dos que recusam o progresso do Brasil em nome das denúncias de corrupção em todos os níveis institucionais, menos na mídia e nas grandes empresas que corrompem funcionários. É fundamental reler os textos de Zé Dirceu, que repõe o debate sobre os rumos do Brasil.

Enquanto a CGU, a Polícia Federal e dezenas de órgãos governamentais desmontam as máfias montadas nas instituições, o Partido dos Trabalhadores, o PCdoB, o PSB lideram um debate sobre a construção de um Brasil mais justo, o passo seguinte para articular desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Avançamos muito, e grande parte da responsabilidade dessa articulação que levou Lula ao poder, coube a Zé Dirceu. Isso, o tiroteio denuncista de corrupção atrás de corrupção, umas inventadas outras não, não vai nunca apagar da história. E melhor ainda: Zé Dirceu está aí, mais do que nunca atuando em tempos de planície.


This page is powered by Blogger. Isn't yours?