19 de abril de 2008

 

PT de Salvador começa a se entender

Enfim uma luz no túnel. Ao blog Política Livre, do jornalista Raul Monteiro, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, afirma que não tem aliados dele trabalhando pelo nome de Walter Pinheiro para candidato a prefeito de Salvador e garante que dificilmente haverá disputa interna na legenda.

Em conversas com os quatro pré-candidatos petistas - Nelson Pelegrino, Walter Pinheiro, Luis Alberto e J. Carlos - Jonas Paulo tem buscado pactuar um acordo pelo qual a candidatura saia a partir de critérios técnicos e equânimes.

Elenca, entre eles, análise de pesquisas, de cenários, do perfil mais adequado e da capacidade de aglutinação de potenciais aliados. “Vamos nos preparar não para a guerra, mas para ganhar a eleição”, afirma o presidente petista.

Jonas revela que, além de estar discutindo uma saída para a disputa interna com os pré-candidatos, já conversou pessoalmente com o governador Jaques Wagner e já iniciou um diálogo franco e proveitoso com os partidos aliados.

Assim, o PT de Salvador retoma a sensatez.

 

Lula, um filho do povo

Quando li os resultados fantásticos da última pesquisa CNI/Ibope sobre a avaliação do governo Lula, não pude deixar de lembrar de uma frase que ouvi em 2006 em plena campanha de reeleição, enquanto aguardava na fila do banco.

Vinha de uma senhora bem idosa e lúcida, que me calou fundo e me fez pensar.
"Ah, se eu ainda estiver viva, vou dar de novo meu voto para reeleger o Presidente Lula. Ele é o único presidente até hoje que eu senti vontade de convidar para comer um feijãozinho na minha casa".

O sentimento que aquela senhora carregava na voz era de alguém que perdeu a vergonha de ser povo. Alguém que, na verdade, mesmo com toda a sua simplicidade, não se sentia inferior porque sabia que o presidente de seu país cabia à sua mesa.

Além dos excelentes resultados econômicos do país e dos ganhos sociais que a população vem conquistando, a enorme aprovação e popularidade do presidente deve-se também a essa razão: ele mora na alma do povo. Mesmo assim, nunca foi considerado como "pai dos pobres" e nem como "mãe indulgente" como a crítica oposicionista tenta, incansavelmente, rotulá-lo. Lula não é pai e nem mãe, é filho, um filho do povo. Um filho de todos nós, que fizemos muito sacrifício para colocar em suas mãos seu "primeiro diploma" e continuamos, como pais zelosos, a ampará-lo e apoiá-lo nas crises e golpes.

A fala e a percepção desta velha senhora me mostraram que novos valores estão surgindo na forma de avaliar um governante - seu voto não era para o feijão do Bolsa Família e nem tão pouco pelo preço do grão no mercado, mas porque gostaria de partilhá-lo à mesa, em empatia com seu filho presidente. Muito além de números, nosso governo vem transformando padrões humanos e conseguindo resgatar a auto estima da população mais carente, não só através de suas políticas sociais, mas, principalmente, porque o Presidente Lula, diferentemente de FHC, nunca enxergou o Brasil como um país pobre, no sentido estreito da visão de certos economistas e analistas econômicos, que definem a riqueza de um país somente pelas suas reservas internacionais.

Lula sempre valorizou nosso bem maior - o povo brasileiro. Atrás dos números de Lula está o surgimento de um caminho mais humano para o crescimento do país, que não se baseia exclusivamente na busca de metas tradicionais, mas também em valores como justiça social, solidariedade e respeito pelas pessoas e pelo meio ambiente. Afinal de contas, se o crescimento econômico de um país não for para melhorar a vida e a auto estima das pessoas, é para que então?

Quando abro os jornais e vejo lá 73% de aprovação ao Presidente Lula em todas as faixas pesquisadas (e num segundo mandato!) fica muito claro para mim que o povo brasileiro não deseja alteração no rumo que as coisas tomaram. É uma confirmação óbvia de que o atual governo tem acertado mais do que errado no conceito de uma esmagadora maioria e um recado explícito da população para outro mandato.

Todas as críticas ácidas que leio sobre a possibilidade de um terceiro mandato para Lula me fazem pensar no significado e na definição do que é democracia. Se é um governo do povo, um sistema político em que cada cidadão participa do governo, fundamentado no princípio de que a autoridade emana do povo e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres, qual é então o risco para a democracia?

No meu entender, não é a democracia que seria ameaçada com um terceiro mandato, mas a oposição. O risco maior, na verdade, é o que Lula representa e defende - a força do povo no poder e não a força de um ditador no poder.

Para o PSDB e o DEM (ex PFL) que não têm nenhuma identificação e nenhum diálogo com o povo e com os movimentos sociais é até compreensível que tenham mesmo muito medo de Lula e do PT no governo. Aliás, espalhar um medo infundado na sociedade contra o PT e suas propostas sempre foi o expediente preferido dessa oposição. Quem não se lembra do depoimento de Regina Duarte na campanha do Serra para presidente em 2002? Sentindo a derrota cada vez mais perto, decidiram resumir a campanha eleitoral em um único argumento: os riscos do PT no poder. Mas esqueceram que o medo tem um lado complementar, o de provocar mudanças positivas. E os resultados estão aí.

Para um partido como o PT que fala a linguagem do povo e tem suas raízes solidamente plantadas na intimidade dos movimentos sociais, exercer mais quatro anos de um governo democrático e de esquerda cujo projeto tem sido vitorioso, acaba empoderando mais ainda a sociedade, desestabilizando feudos há muito tempo constituídos e contrariando interesses nada republicanos. Esse é o maior risco para a oposição - o terceiro mandato ampliaria mais ainda a democracia e não o contrário.

Achar que um terceiro mandato para Lula é abrir espaço para o presidencialismo tornar-se uma ditadura é, no mínimo, ofender e subestimar muito a capacidade e a inteligência eleitoral do povo brasileiro e fazer pouco caso das histórias de luta pela democracia nesse país, inclusive a história do próprio presidente Lula e do PT. Muito incoerente essa preocupação vir justamente dos partidos que recriaram a reeleição para FHC (hoje sabemos a que "preço" para o país) e que agora falam em defesa da alternância de poder! Eu pergunto para os tucanos e demos: o povo teria aprovado um terceiro mandato para FHC?

O Brasil amadureceu e nossa democracia tem sido um exemplo a ser copiado pelo mundo nos processos eleitorais, colocando esse risco de retrocesso num plano tão remoto, que chega a ser ridícula essa justificativa. Confundem a excelente avaliação de um governo verdadeiramente realizado pelo povo e para o povo, com ingenuidade eleitoral.

Não há crise de confiança neste governo, como havia no de FHC. Hoje, o maior temor da sociedade brasileira não é a volta da ditadura, mas o risco de se perder esse ciclo virtuoso de crescimento; é o medo das descontinuidades e desconstruções que, infelizmente, sempre ocorrem com a troca de governos. 8 anos ainda é muito pouco para se estabilizar os patamares atuais de forma sustentável e responsável.

No meu ponto de vista, a democracia corre risco quando aceitamos, passivamente, que a oposição ocupe as tribunas do Congresso Nacional para despejar, sistematicamente, acusações sem provas e ofensas às instituições republicanas, com palavras de baixo calão. Ou quando ouvimos, sem reação, os numerosos discursos ali proferidos que caracterizam uma evidente desmoralização à Constituição. Até mesmo quando assistimos, consternados e paralisados, a rotineira troca de insultos pessoais, jogos de poder e vaidade, mentiras deslavadas, desculpas esfarrapadas e acusações inverídicas, caracterizando não só uma inadequação séria para ocupar um cargo de tanta relevância pública, como também a comprovação de um desrespeito enorme ao povo brasileiro, que paga R$ 11.545,04 por minuto para sustentar esses parlamentares como seus porta-vozes naquelas Casas.

Nossa democracia corre risco quando consentimos que permaneçam ocupando as Casas Legislativas e as Prefeituras deste país, todos aqueles políticos envolvidos com processos na Justiça e ainda por cima sendo acobertados e protegidos por foro privilegiado.

Nossa democracia corre risco quando aceitamos que assuma o cargo de Senador da República um sujeito que nunca obteve um voto sequer e ainda é considerado "representante do povo", mesmo respondendo a processos na Justiça.

Nossa democracia corre risco quando admitimos que o nosso voto seja violentamente desmoralizado pelas paralisias regimentais, no intuito claro de protelar a votação de matérias importantes para o país, como o Orçamento da União ou as reformas tão almejadas, em especial a reforma política, colocando os interesses e as picuinhas partidárias acima dos interesses da nação. Nossa democracia corre risco quando permitimos que grande parte da mídia aja de forma partidária, elitista e preconceituosa, acusando e condenando sem provas, exatamente como nos modelos de uma ditadura e se valendo do argumento da liberdade de expressão para enveredar em limites perigosos.

Nossa democracia corre risco quando a sociedade não percebe com clareza a magnitude do perigo que representa as freqüentes interferências do Judiciário no Executivo, que compromete seriamente o atendimento ao interesse público.

Mesmo diante de todas essas anomalias, o povo continua cumprindo sua parte, com equilíbrio e inteligência, para que o processo democrático brasileiro prossiga amadurecendo sem turbulências para o país. Somos realmente um povo pacífico, trabalhador e otimista, mas não somos ingênuos. É justo então negar a esse povo o direito de exercer sua vontade soberana?

Elizabeth Stehling é especialista em Políticas e Gestão da Saúde.

Artigo publicado originalmente no site do ex-ministro José Dirceu.

 

Seminário “O Novo Nordeste e o Brasil”

A Fundação Perseu Abramo, em parceria com várias instituições de pesquisa, programou para os dias 15, 16 e 17 de maio, o Seminário “O Novo Nordeste e o Brasil”, em Teresina, na Universidade Federal do Piauí.

O seminário contará com a participação de ministros, governadores, prefeitos, parlamentares, professores, pesquisadores, artistas e instituições regionais, que estarão no centro dos debates sobre as perspectivas sócio-econômicas do Brasil, a identidade cultural brasileira e a questão da água.

O Nordeste é hoje um dos principais temas da pauta política, social e econômica do país. As transformações que estão sendo vivenciadas pela população das cidades e estados nordestinos merecem um debate aprofundado para que as mesmas sejam melhor aproveitadas pelos gestores públicos e pela sociedade em geral.

O conteúdo dos debates será publicado em livro, numa co-edição da Editora Fundação Perseu Abramo e o Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento.

PROGRAMAÇÃO

Seminário O novo Nordeste e o Brasil
Teresina-PI – 15, 16 e 17 de maio de 2008
Auditório do CCHL – UFPI

15 de maio
18 h – Abertura
O Nordeste no contexto do PAC (palestra)

16 de maio
Manhã - Um projeto para o Nordeste brasileiro (exposição e debates)
Tarde - Identidade cultural do Nordeste (exposição e debates)
Noite - Encontro cultural (exposições, lançamento de livros e show)

17 de maio
Manhã - O Nordeste no caminho das águas (exposição e debates)
Tarde - Agências e parceiros do desenvolvimento do Nordeste (exposição e debates)
Noite - Encerramento

Inscrições:
através do e-mail: novonordeste@fpabramo.org.br

Informações:
pelos telefones: (11) 5571 4299 e (86) 3221 0766

18 de abril de 2008

 

Morre Aimé Césaire, o pai do movimento negritude

Aos 94 anos, faleceu quinta-feira (17) o poeta martinicano Aimé Césaire, considerado o pai do “movimento negritude” que celebrava a consciência negra e encorajava as pessoas a assumirem sua identidade negra. Isso na década de 1930. Uma vida dedicada à literatura, à política, de combate ao racismo e ao colonialismo. Um homem de esquerda.

Césaire estava internado em um hospital de Port-de-France, com problemas cardíacos. O poeta nasceu na Martinica, ilha do Mar das Antilhas, América central, em 1913. Cresceu cercado pela miséria da população rural de uma ilha profundamente marcada por dois séculos de escravidão. Estudou em Paris. Em 1934 fundou a revista “Estudante Negro” junto com o senegalês Leopold Sedar Senghor e o güianês Leon-Gontran Damas, outro impulsionador da corrente “negritude”. Em 1941 fundou a revista “Trópicos”.

A partir de 1945 iniciou a carreira política ao ser eleito prefeito da capital da Martinica, Port-de-France. Foi deputado pelo Partido Progressista Martinicano (PPM), fundado por ele para promover a autonomia de sua ilha e a “igualdade social”. Como parlamentar atuou de 1945 a 1993, batendo todos os recorde de longevidade política.

Aimé Césaire morreu com dignidade. Ele se recusou a se encontrar com o então ministro do Interior da França, hoje presidente, Nicolas Sarkosy, que em 2005 subscreveu uma carta falando do “papel positivo” do colonialismo francês.

Ainda assim Sarkozy anuncia que irá à Martinica para assistir à cerimônia fúnebre. É a força moral do poeta, autor teatral, ensaísta e homem político de esquerda. Na maior cara de pau, o conservador Sarkozy saudou o poeta como “símbolo da esperança para os povos oprimidos”.

Defensor do mundo negro e de sua revolta contra o colonizador, se definia "fundamentalmente poeta, mas poeta comprometido" e "negro, negro, desde o fundo do céu imemorial".

É autor de uma obra veemente e reivindicativa, às vezes muito próxima do surrealismo e que se propagou com os movimentos de luta contra a colonização. Exerceu influência sobre várias gerações de intelectuais e escritores no mundo.

Em 1950, com a publicação de seu "Discours sur le colonialisme" (Discurso sobre o colonialismo), texto virulento contra o ocidente, empoleirado no "alto do morte de cadáveres da humanidade", amplia sua audiência e dá a sua obra um aspecto universal.

Seus escritos fornecem uma visão aprofundada sobre a maneira como a França impôs sua cultura aos cidadãos de origens diferentes no começo do século 20. O tema ainda ressoa na política francesa atual, já que o país continua tendo problemas para integrar muitos de seus habitantes de origem africana.

O escritor martinicano ficou famoso com o livro de poemas "Cahier d'un Retour au Pays Natal" (Caderno de Retorno à Terra Natal), escrito no fim dos anos 1930, no qual dizia: "minha negritude não é uma torre ou uma catedral, ela mergulha na carne vermelha do solo". Seus poemas expressam a degradação do povo negro no Caribe e descrevem a redescoberta de uma identidade africana.

 

Ex-vereador do PFL/DEM, José Izar, é condenado por extorsão

Da Agência Estado - Depois de dez anos de investigação, o advogado e ex-vereador José Izar, um dos expoentes da chamada 'máfia dos fiscais', escândalo de arrecadação de propina que marcou a gestão de Celso Pitta na Prefeitura de São Paulo, foi condenado a oito anos de prisão por concussão (ato de receber praticada por funcionário público). Izar não poderá recorrer em liberdade. Até a noite desta quinta-feira, o mandado de prisão não havia sido expedido.A sentença, proferida pela juíza Márcia Tessitore, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, condena outras 15 pessoas a penas que variam de quatro a oito anos, entre elas William José Izar, irmão de José Izar, e Gilberto Trama, ex-administrador regional da Lapa, ambos condenados a oito anos.

O partido deles era o PFL hoje DEM, o partido mais corrupto do Brasil.

LEIA MAIS NO SITE DESABAFO

16 de abril de 2008

 

Transparência reduzida na Folha de S. Paulo

De Luciano Martins Costa para o Observatório da Imprensa.

A Folha de S.Paulo anunciou seu novo ombudsman. Carlos Eduardo Lins da Silva, doutor e livre-docente da USP, assume no lugar de Mario Magalhães, para um mandato de um ano, renovável por mais dois.

Magalhães ficou apenas um ano no cargo. Seu contrato não foi renovado porque ele não concordou com a decisão da direção da Folha, de não mais divulgar na internet a crítica interna diária produzida pelo ombudsman.

No anúncio do nome do novo "defensor dos leitores", a direção do jornal paulista afirma que a crítica interna vinha sendo "utilizada pela concorrência e instrumentalizada por jornalistas ligados ao governo federal".

Em declaração reproduzida por seu jornal, o diretor de Redação, Otávio Frias Filho, considera que a distribuição irrestrita da crítica interna era incongruente, uma vez que o próprio conteúdo do jornal na internet é restrito aos assinantes.

Cabe ao ombudsman criticar, e à direção tomar as decisões que considera mais adequadas, afirma.

Ou seja, manda quem pode, obedece quem tem juizo.

Para os leitores do jornal, sobra uma insuperável desconfiança de que a transparência nessa relação foi reduzida, e que, a despeito de todas as qualificações do novo titular, a figura do ombudsman fica um pouco menor com a nova restrição.

Mas, como diz seu diretor, cabe ao jornal tomar as decisões que considera mais adequadas.

De qualquer modo, resta ainda uma questãozinha a merecer melhor esclarecimento.

O que significa exatamente a instrumentalização da crítica interna por jornalistas ligados ao governo federal?

Lançada assim, sem maiores explicações, a afirmação deixa no ar algumas suspeitas que, a rigor, o bom jornalismo não recomenda, já que é função da imprensa esclarecer, não produzir mais dúvidas.

Ficam os leitores agora imaginando quem são os "jornalistas ligados ao governo federal", e como isso poderia prejudicar um jornal.

Por que não preocupar-se também com "jornalistas ligados ao prefeito", "jornalistas ligados ao governador", "jornalistas ligados à Fiesp" ou à torcida organizada do Corinthians?

A menos que tenha outros interesses além da notícia, um jornal não deveria levar muito em conta o que pensam dele os eventuais donos do poder.

 

PT e PSDB de mãos dadas. Quem traiu a quem?

Frei Betto no artigo "Brasil - PT e PSDB de mãos dadas" estranha a aliança PT/PSDB em Belo Horizonte. "Nunca vi cabeça de bacalhau, mendigo careca, santo de óculos, ex-corrupto, nem filho de prostituta ser chamado de júnior. Nunca imaginei que, fora dos grotões, onde o compadrio prevalece sobre princípios ideológicos, veria uma aliança entre PT e PSDB. Mas, o impossível acontece em Belo Horizonte com ampla aprovação das bases petistas (...) mudei eu ou mudou o Natal? (...) Minas é terra estranha, o inusitado campeia à solta: mula-sem-cabeça, lobisomem, chupa-cabra, discos voadores (...) o que foi feito da grita do PT belo-horizontino sob oito anos de governo FHC? Em que bases programáticas a aliança se estabeleceu? Quem cedeu a quem? Quem traiu seus princípios políticos e históricos? (...) Só uma razão é capaz de explicar essa aproximação entre dois pólos opostos: a lógica do poder pelo poder (...) Talvez eu tenha ficado antigo, dinossáurico, incapaz de entender como um partido que sempre se aliou ao PFL, agora DEM, pode, de repente, sentir-se à vontade de mãos dadas com o PT (...) Quem viver verá: se o candidato da aliança PT-PSDB for eleito prefeito de Belo Horizonte, o palanque de Minas, nas eleições presidenciais de 2010, vai ser aquela saia-justa.

 

Venezuelanos voltam às ruas para celebrar fim do golpe militar

A memória da imprensa é seletiva. O dia 13 de abril passou batido, sem registros. Dia 13 de abril os venezuelanos voltaram às ruas para celebrar a vitória contra o golpe de direita que tentou tirar do poder o presidente democraticamente eleito, Hugo Cháve. com o apoio escancarado dos maior de comunicação.

Populares se reuniram nas proximidades do Palácio de Miraflores (Caracas) para comemorar o fracaso do golpe.

Como há seis anos, os cidadãos deixaram suas casas em apoio ao presidente. Na ocasião Chávez falou: "Aqui ocorreu algo que jamais havia ocorrido na história dos povos. Um golpe fascista que foi barrado em menos de 24 horas por um povo heróico e soldados heróicos".

No 13 de abril de 2002, os venezuelanos recuperaram o sinal do canal estatal da Venezuelana de Televisão (VTV), tirada do ar pelos golpistas, e mostraram à população o que realmente acontecia no país, pois os meios privados não informaram sobre o golpe de Estado, ficaram transmitindo historinhas e filmes.

 

Ex-prefeito do PMDB condenado por pagar chope com dinheiro público

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a sentença que condenou o ex-prefeito de Boa Vista, em Goiás, Vanderlan Celso e Silva (PMDB) a dois anos de reclusão pela compra de 2.500 litros de chope com o dinheiro dos contribuintes. A bebida foi comprada para festejar a sua posse, em janeiro de 1992, com a população local.

Consta do processo que Vanderlan - que também teve os direitos políticos cassados por cinco anos - doou 22 cabeças de gado para fazer um churrasco em praça pública, mas usou o dinheiro da prefeitura para matar a sede dos eleitores.

O prefeito chegou a licitar a compra do chope, buscando o menor preço. Ou seja, gastou dinheiro público com chope de maneira "honesta". Os dois anos de reclusão foram determinados pela 1ª instância. Ao recorrer ao Tribunal de Justiça goiano, os desembargadores decidiram incluir à primeira condenação a suspensão de seus direitos políticos.

A Câmara de Vereadores aprovou as contas do prefeito. Assim tá difícil.

15 de abril de 2008

 

Executiva Nacional do PT é contra terceiro mandato para Lula

O PT é contra o terceiro mandato para o presidente Lula. O presidente Lula é contra o terceiro mandato para o presidente Lula. Mas, eu sou a favor. Eu e o povo brasileiro.

A Comissão Executiva Nacional do PT, na mesma reunião que rejeitou a espúria aliança PT/PSDB em Belo Horizonte, reafirmou que o PT é contra o terceiro mandato presidencial.

A Direção Nacional do PT acha que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permitiria a legalidade de um terceiro mandato para Lula não passa de "manobra antidemocrática" e casuismo legislativo. Eu não entendo nada de manobra antidemocrática e casuismo. O que eu vejo é que o povão das profundezas do Brasil apóia o terceiro mandato para Lula. Basta checar isso com um plebiscito.

Sei que Lula também não aceita o terceiro mandato. Não sou burro e sei ler jornal.

Sou a favor do terceiro mandato, mas não estou preocupadp com isso. Quem está preocupado são aqueles que defenderam o casuismo bem-remunerado da reeleição para FHC, em 1997. Quem está preocupado com o terceiro mandato são muitos do que defenderam a ditadura militar, aqueles que se lambuzaram com os anos de chumbo.

Nem o PT, nem Lula, são culpados por ter gente dizendo nas esquinas: "fica Lula, fica". Afinal, qual governante tirou 20 milhões de pessoas da faixa da miséria? Não que Lula seja insubstituível. Ninguém é insubstituível. Mas que essa é uma grande oportunidade de tirar outros 20 milhões da miséria, isso é.

LEIA A NOTA DO PT CONTRA O TERCEIRO MANDATO:

A Comissão Executiva Nacional do PT reafirma a posição já manifestada diversas vezes pelo presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini, contrária a qualquer mudança nas regras constitucionais relativas à reeleição para cargos executivos que sejam válidas para os atuais mandatários.

Realizamos, em setembro de 2007, nosso 3º Congresso e esta questão não foi proposta por nenhum dos 937 delegados presentes. Por isso, o PT desautoriza qualquer manifestação nesse sentido por parte de seus filiados.

A Comissão Executiva Nacional lembra, ainda, que o PT foi contra o casuísmo da emenda da reeleição proposta e aprovada pelo PSDB e pelo então PFL (hoje DEM), em 1997.

A aprovação popular ao nosso governo e a extraordinária popularidade do presidente Lula não incentiva a repetir a manobra antidemocrática de FHC, PSDB e PFL (atual DEM) na década passada.

Comissão Executiva Nacional do PT
Brasília, 15 de abril de 2008.

 

PT rejeita tese de Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte, que se entregou a Aécio Neves

Fernando Pimentel é um ótimo prefeito. Sua gestão em Belo Horizonte está sendo referência no Brasil inteiro. Mas, sua obsessão para ser governador de Minas Gerais, a qualquer preço, está levando o PT municipal de BH a rachar com o PT nacional.

O PT nacional não aceita a aliança PT/PSDB aprovada pelo PT municipal da capital mineira, sob o tacão (e os cargos) do prefeito Fernando Pimentel. A aliança do prefeito Fernando Pimentel (PT) com Aécio Neves (PSDB) não vai prosperar simplesmente porque ela representa uma brecha na campanha da sucessão de Lula, incluindo aí um estrago grande no horário eleitoral.

A Comissão Executiva Nacional divulgou Resolução a respeito do Encontro Municipal de Belo Horizonte, ocorrido domingo.

Leia abaixo resolução da Comissão Executiva Nacional do PT:

Resolução sobre o Encontro Municipal de Belo Horizonte

A Comissão Executiva Nacional entende que a resolução aprovada pelo Encontro Municipal de Belo Horizonte, em 13 de abril de 2008, está em desacordo com as diretrizes da política de alianças definidas pelo Diretório Nacional para as eleições municipais deste ano, na medida em que afirma a construção de uma candidatura que tem por base um “consenso” com o PSDB e a participação deste partido na coligação que irá disputar a prefeitura da capital mineira.

A diretriz aprovada no DN, em 24 de março de 2008, prevê que coligações com partidos de fora da base aliada do governo Lula – em capitais, cidades com mais de 200 mil habitantes e naquelas com horário eleitoral na TV – devem ser submetidas à aprovação desta Comissão Executiva Nacional.

Tal entendimento deve ser imediatamente comunicado ao Diretório Municipal de Belo Horizonte e ao Diretório Estadual de Minas Gerais, solicitando a este último uma posição formal sobre o assunto e reafirmando que a decisão de BH depende de posterior deliberação da instância nacional.

A CEN irá se reunir no próximo dia 24 de abril para ouvir as partes e deliberar.
Comissão Executiva Nacional do PT

Brasília, 15 de abril de 2008

14 de abril de 2008

 

Criticar a revista Veja é meu esporte favorito

Os empregados da revista Veja adoram meter o pau no PT e no Governo Lula. Eu adoro meter o pau na revista Veja. É uma catarse. Mas, leiam a edição de 2 de abril que fala sobre “A classe dominante” na capa. Acho até que o ministro Franklin Martins, das Comunicações, anda dando algum mensalão para a revista Veja.

Em matéria “especial” ela publica matéria que é uma ode ao presidente Lula. Em dois anos de Governo Lula 23,5 milhões de brasileiros saíram da pobreza. Isso por causa da popularização do crédito e da distribuição de renda através dos programas sociais – leia-se Bolsa Família.

A matéria da revista Veja baseia-se no estudo Observador 2008, feito pelo Instituto de pesquisas Ipsos, sob encomenda da financeira Celetem, pertencente ao grupo francês PNB Paribas. “Trata-se da mais recente evidência de que o país tem conseguido, enfim, reduzir sua população de miseráveis, ao mesmo tempo em que começa a formar uma sociedade de consumo de massa”. Acreditem. O texto está na revista Veja. Tem mais: “no Brasil atual, todas (as pesquisas) identificam o mesmo fenômeno: a diminuição da pobreza, o alargamento da classe média e a melhora na distribuição de renda”.

Segundo o estudo Observador 2008 a classe C é hoje o estrato social mais numeroso do país. São 86,2 milhões de pessoas, o equivalente a 46% da população brasileira. Já as faixas D e E tiveram sua fatia reduzida de 51% para 39%. “O que se pode atestar, com certeza, é que essa transformação deu novo ânimo à economia”.

Mais adiante a revista Veja publica um artigo assinado por José Júlio Senna, Ph.D em economia pela Universidade Johns Hopkins, ex-diretor do Banco Central e sócio da MCM Consultores Associados. Se os redatores da revista Veja não têm a coragem de dizer, ele diz: “vivemos uma nova fase da administração Lula. Na primeira, houve predomínio do modelo de transferência de recursos, calcado no Bolsa Família. BEM FOCADO, o programa tirou muita gente da pobreza”.

Como a revista Veja, nas outras páginas, continua distorcendo, envenenando, mentindo sobre o Governo Lula e o PT, só posso imaginar que alguém recebeu um super-mensalão para publicar o estudo Observador 2008.

 

À grande imprensa falta o Bolsa Equilíbrio

Jornalistas, parajornalistas, formadores de opinião da grande imprensa têm mania de desqualificar o Bolsa Família. As justas indenizações aos perseguidos pela ditadura militar chamam de “Bolsa Ditadura”. Tem gracinha de todo tipo.

A carta Capital acaba de registrar um bom serviço do jornal Valor Econômico:
“Não fosse o diário Valor Econômico, uma constatação e uma crítica do Banco Mundial passariam despercebidas de parte da opinião pública.

A constatação: o Bolsa Família é um programa social exemplar e deve servir de modelo para futuras experiências internacionais.

A crítica: a mídia brasileira faz uma cobertura excessivamente negativa do programa e tem dificuldade em reconhecer seus avanços ou de discutir maneiras de aperfeiçoá-lo.

Segundo os técnicos do Banco Mundial, a imprensa nem sempre diferencia entre problemas causados por fraudes e irregularidades burocráticas e os de desconhecimento de regras ou erros em formulário.

Concluem que isso dá aos leitores uma impressão equivocada sobre a natureza dos “desafios” do Bolsa Família. Nem toda irregularidade é fraude, anotam os pesquisadores, que classificaram o programa como BEM-SUCEDIDO.

Não faz muitos dias, em carta publicada na Folha de S.Paulo, um leitor sugeriu que os beneficiários de programas sociais fossem impedidos de votar. Nem percebe o indignado leitor que o cabresto que ele imagina nos outros está, na verdade, bem abaixo do seu nariz.

Leia na íntegra

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