9 de julho de 2011

 

Emiliano José fala de seus livros na Casa de Jorge Amado

O jornalista e deputado federal Emiliano José foi convidado (sexta, 8 de julho) para a programação cultural da Fundação Casa de Jorge Amado conhecida por “Com a Palavra o Escritor”, no Pelourinho. Eu fui convidado para falar sobre Emiliano e sua obra, por 15 minutos. Tarefa dura. Sob a guarda de Exu, o Orixá da comunicação, e com a orientação da anfitriã Myriam Fraga, falei na medida. Um pouquinho mais, talvez.

Fiquei feliz por encontrar gente que a gente não vê mais com facilidade. Estavam lá o escritor Elieser César, o historiador Luiz Henrique Dias Tavares, o pesquisador Luiz Guilherme Pontes Tavares, o velho guerreiro Alberto Dourado, a professora de História Isadora Browne, a professora de Literatura da UNEB, Lícia Soares, o secretário de Cultura Albino Rubim, o antropólogo Ordep Serra, o poeta Adelmo Oliveira. E também meus colegas de trabalho Marcelo gentil e Felipe Almeida.

Situei a obra de Emiliano no contexto. Cidadão do fazer político, do escrever político, do pensar político. Comecei por “Lamarca, O Capitão da Guerrilha”, que escrevemos a quatro mãos. É jornalismo, ao resgatar a história de Lamarca, é literatura ao recriar a viagem do revolucionário em direção à Bahia, através de flashbacks, até seu assassinato em 1971.

Lembrei que o cineasta Sérgio Rezende reconhecera no livro um bom roteiro cinematográfico. Anos atrás, a jornalista Maria Rita Kelh fazia ver que o filme era lento, mas, ali, a lentidão tinha uma qualidade poética, de contemplação e meditação, em contraste com as cenas passadas em flashback, que vão narrando a história de Lamarca, representado por Paulo Betti e Iara Iavelberg, representada por Carla Camuratti.

Pois 30 anos depois daquelas violências, em 2001, num altar montado em cima de uma carroceria de caminhão, estacionado bem no centro do povoado chamado Pintada, município de Ipupiara, em plena caatinga, a mil quilômetros de Salvador, o bispo da Diocese de Barra, dom Luis Flávio Cappio, celebrava uma missa, exortando os romeiros a seguir o exemplo dos mártires. “A causa é que faz o mártir”. Ali, naquele exato lugar, Lamarca perdeu a vida. E entre as oferendas do culto estava um exemplar do livro “Lamarca, o capitão da Guerrilha”.

Percorri seus títulos ao longo dos anos. Lembrei que sobre o último: “Jornalismo de Campanha e a Constituição de 1988”, que corresponde a sua tese de doutorado, eu assinei uma resenha na revista digital Terra Magazine com o título “Emiliano José destrincha as vísceras da velha imprensa”. Falei dos quatro volumes da série “Lembranças do Mar Cinzento”.

Recordei que o historiador Jorge Nóvoa comentou que Emiliano transformou a obra “Marighella, o inimigo número um da ditadura militar” num libelo antiditatorial. “Um texto corajoso, escrito numa linguagem clara, às vezes coloquial, quase aritmética, sem arrodeios, dá nome aos torturadores, assassinos, alimenta a reflexão pelo enunciado dos fatos”.

Sobre “As asas invisíveis do Padre Renzo” li o que frei Betto escreveu: “Assim como Cervantes nos faz entender a passagem do período medieval ao moderno, através das aventuras de Dom Quixote e seu fiel Sancho Pança, e assim como Guimarães Rosa nos mergulha no universo mágico do sertão mineiro, desfazendo o novelo amoroso de Diadorim, Emiliano dá um close em Renzo Rossi e, página a página, abre suas poderosas lentes sobre os meandros da ditadura, o sofrimento das vítimas, as torturas, os gestos de ternura, a saga dos exilados, as fugas, medos e esperanças”.

Recuei para 1992, quando Emiliano lança “Narciso no fundo das galés – combate político através da imprensa”. Cremilda Medina comenta que só quem sabe acerca da realidade pode lhe dar sentido, e para conhecer o que se passa à nossa volta, necessitamos do fluxo de informações. Temos que compreender o mundo em que vivemos. Ou nos tornamos meros reprodutores dos significados dominantes. E como o foco narrativo de Emiliano não se mascara, sob pretexto técnico de pretensa objetividade, ela não hesita em classificar aqueles escritos como ENSAIOS. Ou seja, reportar, analisar, sentir a realidade imediata, se transforma, em seus textos, numa compreensão de mundo, indispensável para a sobrevivência do sonho.

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8 de julho de 2011

 

Brasil rompe bloqueio dos EUA a Cuba e financia Porto de Mariel

Na prática, o Brasil soberano rompe o bloqueio imposto a Cuba pelo imperialismo dos EUA. O jornalista Beto Almeida, membro da Junta Diretiva da Telesur, sobre o assunto publica excelente artigo na Agência Carta Maior com o título “Cuba-Brasil, 25 anos do reatamento”. A ruptura veio com o golpe militar de 1964. Há um novo cenário político em Cuba. O Brasil aprofunda nossas relações.

Com financiamento do BNDES, constrói-se o Porto de Mariel, decisivo no fortalecimento econômico de Cuba. Será o maior porto do Caribe. Em outro projeto, Brasil e Cuba estão cooperando na produção de vacinas para a África, inclusive na especialização de médicos timorenses formados em Cuba que passam pela Fiocruz antes da volta ao Timor.

Cuba e Brasil estão cooperando também no sistema de saúde do Haiti, com financiamento brasileiro de 80 milhões de dólares, mais pessoal e tecnologia. Enquanto os marines fazem guerra, Brasil e Cuba se solidarizam com países pobres. A cooperação Brasil-Cuba é estratégica para muitos povos.

Na área da informação, o convênio da EBC com a Prensa Latina e a Telesur, fará com que o povo brasileiro escape do bloqueio informativo de que padece sobre as conquistas sociais da Ilha.

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http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5102

 

Hoje, sexta-feira, 17h, Emiliano José fala na Fundação Casa de Jorge Amado

O deputado Emiliano José participa hoje, sexta-feira, 08 de julho, às 17h, de um bate-papo na Fundação Casa de Jorge Amado (Largo do Pelourinho) para falar da sua trajetória literária. E o jornalista Oldack Miranda (este que aqui escreve) terá 15 longos minutos para falar de Emiliano José.

Emiliano fará parte do projeto “Com a Palavra o Escritor”, realizado pela importante Fundação há 17 anos e que busca proporcionar um espaço de aproximação entre público e autores, estimulando o intercâmbio de ideias e experiências.

Emiliano José é doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), professor aposentado da Faculdade de Comunicação, onde lecionou por 25 anos, jornalista de carreira e escritor. Exerce o mandato de deputado federal.

Emiliano tem nove livros escritos. Oldack Miranda (este que aqui escreve) jura que são 11 livros. E pelo menos cinco ensaios publicados em revistas importantes...

7 de julho de 2011

 

Será um genocídio, se for aprovada lei que endurece pena para médico que realizar aborto

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 1545/11, do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que prevê pena de 6 a 20 anos para médico que realiza aborto, além da cassação do registro profissional. A proposta altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40).

Se os 300 picaretas aprovarem essa lei, será um verdadeiro genocídio. Sem médicos para fazer aborto, as pessoas pobres vão usar venenos, introduzir corpos estranhos, provocar hemorragias para abortar.

A lei permite o aborto apenas em dois casos: quando não há outro meio de salvar a vida da gestante e quando a gravidez for resultado de estupro. Pelo projeto, em qualquer situação fora dessas hipóteses, a pena será a mesma: 6 a 20 anos.

Atualmente, o Código Penal pune o médico com um a quatro anos de prisão caso o aborto seja feito com o consentimento da gestante, e com 3 a 10 anos se não houver consentimento. Se a gestante sofrer lesão corporal grave durante o procedimento, a pena pode chegar a 13 anos e 4 meses. Só em caso de morte da mãe, a prisão máxima é de 20 anos. Tudo isso é um verdadeiro absurdo.

Segundo o autor da proposta, as penas para o aborto são “extremamente brandas”. Este cara é um fascista. A proposta demagógica e eleitoreira será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, depois, pelo Plenário.

 

De olho na Copa, Wagner aumenta teto de financiamento para táxis

O governador da Bahia, Jaques Wagner, acaba de autorizar a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) a aumentar o teto de financiamento do Programa de Renovação da Frota de Táxi da Bahia – Protáxi.

O objetivo é modernizar a frota, colocar na praça veículos mais modernos e confortáveis. A frota de táxis de Salvador e 48 cidades turísticas do interior é nova, mas, apenas as cooperativas que rodam para o aeroporto adquirem veículos executivos, porque o financiamento era maior.

Isso acabou. Não há mais diferença entre financiamento para veículos convencionais e executivos. Mas, o nivelamento foi por cima. O taxista agora pode pegar financiamento que vai de R$ 20 mil a R$ 35 mil. Com a venda do veículo usado, ele pode comprar até um “avião”, com 48 meses de prazo e 10% ao ano de taxa. As mudanças valem a partir da segunda quinzena de julho.

O Protáxi é um programa único no Brasil. Já financiou 15 mil veículos. E para 2011 dispõe de R$ 32 milhões. Wagner matou dois coelhos com uma só cajadada. Atendeu reivindicações da categoria e disparou o processo para colocar na rua veículos modernos, para a Copa de 2014.

 

No Brasil, liberdade de imprensa é liberdade para mentir

O escritor e dramaturgo, Izaías Almada, ganhador do Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, publica na Agência Carta Maior um excelente artigo intitulado “Liberdade para Mentir”. Vamos cair na real. No Brasil, a ética tem sido usada como arma de combate entre adversários políticos. Na mídia, há uma quebra do princípio jurídico da inocência presumida. A liberdade que as classes dominantes defendem é a liberdade de continuar no poder a qualquer custo. A livre empresa não é senão a liberdade de explorar o trabalho dos outros.

A liberdade de imprensa é a liberdade que os capitalistas tem de comprar jornais e jornalistas com o interesse de formar opinião pública favorável aos interesses deles. A justiça brasileira é uma justiça de classe. Um exemplo: quantos trabalhadores rurais foram assassinados nos últimos anos? Quantos proprietários de terra foram assassinados por trabalhadores rurais? Nossos jornais dizem que o MST é violento, mas quem morre é liderança do MST. O que dizer das “denúncias” irresponsáveis da mídia e de suas matérias fabricadas? A hipócritas transformam a liberdade de opinião e a liberdade de imprensa em liberdade para mentir.

LEIA NA ÍNTEGRA EM CARTA MAIOR

 

O meu NÃO à Itália de Tabucchi e Berlusconi

A Folha de S. Paulo (6 de julho) ao noticiar a 9ª Festa Literária Internacional de Paraty abriu a desproporcional manchete “Tabucchi ataca Brasil em jornal italiano”. É que o escritor Antonio Tabucchi, que não gosta de viajar e nunca veio à Festa Literária de Paraty, arranjou uma desculpa “politizada” para não comparecer. O escritor italiano publicou no jornal “La Republica” o artigo intitulado “O meu não ao Brasil de Battisti”. O cu não tem nada a ver com as calças, mas, a ele, pareceu inteligente justificar assim sua ausência na FLIP.

Empenhada em sua impopular cruzada antigovernista, a Folha de S. Paulo aproveitou a deixa para esculachar o Executivo e o Supremo Tribunal Federal. Ambas as instituições exerceram o sagrado direito de soberania nacional ao garantir refúgio ao ex-militante da esquerda armada italiana, Cesare Battisti, que teria supostamente cometido crimes há...40 anos atrás. É muita falta de assunto.

Tudo bem. Também vou escrever um artigo intitulado “O meu não à Itália de Tabucchi e Berlusconi”. Enquanto a Folha não descobre meu talento (rsrsrs), fico com a resposta de Frei Betto: “Lamento que a Itália acuse Battisti tendo por testemunha um único companheiro dele que aceitou o programa de delação premiada (...) porque a Itália não pede a extradição dos terroristas de direita que estão por aí?”.

A ausência de Tabucchi, fora a manchete panfletária da Folha, não provocou maiores repercussões na FLIP. Conforme a própria Folha noticia, a programação prossegue com a presença de Antônio Cândido, muitos grandes autores, sessões de autógrafos, palestras, exposições, atividades infantis. O MINC anunciou R$ 12 milhões para traduções e reedições de obras brasileiras. Paraty é uma festa.

6 de julho de 2011

 

Autorregulação para mídia? É como colocar raposa para tomar conta do galinheiro

Está no site da Liderança do PT na Câmara Federal. O consultor da UNESCO, Andrew Puddephatt, na reunião da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação (FRENTCOM), realizada hoje, quarta-feira (06/07), defendeu a autorregulação para os meios de comunicação, através de uma agência independente e não governamental.

O deputado federal Emiliano José (PT-BA) discordou do representante da UNESCO. Segundo o parlamentar, a forma como a mídia tem atuado nos últimos tempos, não contribui para a autorregulação. "A mídia brasileira tem atuado como partido político. Ela (mídia) intervém no debate político. O texto da Unesco me convenceu de que se a autorregulação é necessária, no caso brasileiro não responde a necessidade de garantir o direito à comunicação para a população".

A autorregulação não é uma medida suficiente para combater o monopólio dos meios de comunicação que existe no Brasil.

O deputado Emiliano José está certo. Autorregulação para a mídia brasileira é como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro.

 

CUT e movimentos sociais vão hoje às ruas

Hoje, quarta-feira, 6 de julho, trabalhadores de todo o Brasil, liderados pela CUT, MST, Marcha Mundial das Mulheres, Via Campesina e Central de Movimentos Populares realizam o Dia Nacional de Mobilização.

As agendas são descentralizadas e vão desde paralisações a panfletagens e passeatas. O objetivo é pressionar patrões, governos e parlamentares a atenderem reivindicações salariais e promoverem mudanças reais.

Na Bahia, a mobilização começou no desfile cívico do 2 de Julho, que comemorou as batalhas na Bahia e a separação definitiva do Brasil do domínio de Portugal. A CUT carregou a bandeira do Dia Nacional de Mobilização.

Hoje, a CUT Bahia promove panfletagens pela manhã, no centro de Salvador, e à tarde na estação de transbordo Cajazeiras.

VEJA A PAUTA GERAL DE REIVINDICAÇÕES:

* Ganhos reais e cláusulas sociais nas campanhas salariais do 2º semestre.
* Redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário.
* Liberdade e autonomia sindical, para os trabalhadores decidirem como e quando financiar seu sindicato.
* Fim do Imposto Sindical.
* Combate às práticas antissindicais.
* Fim do Fator Previdenciário.
* Combate à precarização e à terceirização.
* Menos impostos para quem vive apenas do salário ou da aposentadoria.
* Todos os direitos trabalhistas para quem é terceirizado.
* Reforma agrária.
* PEC do Trabalho Escravo.
* Luta contra os agrotóxicos e modelo agrário atual.
* Aprovação do Plano Nacional de Educação em 2011.
* Educação no campo.
* Melhores aumentos para todas as aposentadorias.
* Proibição de as empresas darem dinheiro para candidatos a cargos públicos.
* Investir 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em educação pública.
* Fim da violência na área rural e nas florestas.
* Não privatização dos aeroportos.

3 de julho de 2011

 

Morre ex-líder feminista do PCB, Maria Pucú

A revista digital Terra Magazine publicou na primeira página. A fonte é o Blog da Amazônia, do jornalista Altino Machado. Ele publica o artigo do sociólogo José Ribamar Bessa Freire intitulado “Maria Pucú, a militante fiel”. Maria Pucú Campello nasceu em Manaus em 12 de março de 1927. Era filiada à Pia União das Filhas de Maria. Com a democratização do pós-guerra, ela leu a obra de Jorge Amado. Trocou a fita azul da irmandade católica pela bandeira vermelha do PCB. Tornou-se dirigente.

Comunista, transgrediu as regras dominantes, enfrentou preconceitos naquela Manaus dos anos 1940. Na clandestinidade após 1947, cuidava dos tostões do partido, que a mídia chamava de “ouro de Moscou”. Criou a Associação Feminina. Organizava as mulheres dos comunistas presos. Fez a campanha “O petróleo é nosso”, marchou contra a bomba atômica. Casou com o líder comunista Geraldo Campello em 1957, com quem viveu até sua morte.

Após o golpe de 1964 mudaram-se para Niterói. Não perdoou Roberto Freire pela facada no PCB. Disse não ao PPS. Segundo o sociólogo José Ribamar, “ela fez a opção pelos pobres antes da Teologia da Libertação”. Morreu no último 2 de junho, aos 84 anos. Nós te saudamos. Vale a pena ler o texto do professor José Ribamar Bessa Freire coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).

Fonte: Terra Magazine/Blog da Amazônia

 

Cineasta baiano vai lançar documentário sobre Lamarca e Zequinha, em setembro

Do Buriti a Pintada – Lamarca e Zequinha na Bahia”. Este é o título do filme documentário produzido e dirigido pelo cineasta baiano Reinaldo Pereira dos Santos (Reizinho). Reinaldo é historiador e professor em Ibotirama, cidade situada às margens do rio São Francisco. O cineasta documenta a passagem do capitão Carlos Lamarca e José Campos Barreto (Zequinha) pela região, nos idos de 1971, quando foram cercados e assassinados por integrantes do Exército Brasileiro e agentes dos órgãos de repressão.

O Buriti do título é uma referência ao povoado Buriti Cristalino, município de Brotas de Macaúbas, onde se deu o cerco militar, as mortes do professor Santa Bárbara e Otoniel Barreto, prisões e torturas inomináveis, inclusive do velho José Barreto, que foi dependurado de cabeça pra baixo para confessar o que não sabia. Tempos de terror militar no sertão de Brotas de Macaúbas. Foi no Buriti Cristalino que Olderico Barreto resistiu a bala e foi ferido no rosto – um heróico sobrevivente.

E a Pintada do título é o povoado do município de Ipupiara, em cuja caatinga se concluiu o cerco e o assassinato de Lamarca e Zequinha. O documentário contém depoimentos de pessoas que conviveram com eles no sertão da Bahia, acompanharam a trajetória, testemunharam a chegada da repressão militar.

Segundo o blog http://doburitiapintada.blogspot.com o diretor do documentário, Reinaldo Pereira (Reizinho) atuou como assistente na produção do filme Lamarca, de Sérgio Rezende (baseado no livro "Lamarca, O Capitão da Guerrilha", de Emiliano José e Oldack Miranda). O ator Paulo Betti, que interpretou Carlos Lamarca, é o narrador no documentário de Reizinho. O filme Lamarca foi rodado, em parte, na localidade chamada Barro Vermelho, entre Ibotirama e Oliveira dos Brejinhos.

O documentário tem duração de 58 minutos, e está com a estréia programada para o próximo dia 17 de setembro de 2011, em Brotas de Macaúbas, como parte das homenagens que todo ano são prestadas ao capitão Lamarca, aos irmãos Zequinha e Otoniel, ao professor Santa Bárbara, a Olderico Barreto e a todos que foram presos e torturados na operação de cerco e aniquilamento realizada em 1971. Lá se vão 40 anos.

Com informações do Blog “Do Buriti a Pintada

 

Brasil sem miséria, a razão de ser da política

A presidenta Dilma Rousseff pode errar em quase tudo, menos no objetivo maior de erradicar a miséria no Brasil. Manter um Sarney ou um Jobim no condomínio do poder, por exemplo, não chega a ser fatal. Suportaria até o vai-e-vem na caminhada pelo resgate da memória dos crimes da ditadura militar. Afinal, quando eu, ela, milhares de militantes de nossa geração nos jogamos na luta contra o regime militar, inclusive os guerrilheiros do Araguaia, sabíamos dos riscos. Erros, vacilações, recuos e até desvios éticos de uns poucos, não me levariam a desapoiar a presidenta Dilma, enquanto a razão maior de ser da política prevalecer: o Brasil Sem Miséria.

O Programa Bolsa-família da Era Lula e o Brasil Sem Miséria da Era Dilma me levam a ser governista. Tirar da extrema pobreza 16 milhões de brasileiros, 60% deles no Nordeste, 71% deles negros, metade vivendo na zona rural, 40% com menos de 14 anos. Lembro-me como hoje. Aos 17, 18 anos de idade entrei na luta política chocado pela pobreza extrema dos camponeses de Minas Gerais. Era preciso fazer uma revolução, armada se fosse necessário. Os camponeses abandonaram o campo e formaram as favelas brasileiras. Uma indignidade perpetuada pela ditadura militar, avessa a reformas sociais. Passados os anos, só posso apoiar um governo com base em seu plano de inclusão econômica e social.

O Partido dos Trabalhadores, o PSB, o PCdoB e até o PDT crescem porque são a base política deste projeto de um Brasil Sem Miséria. O DEM se encolhe porque representa o passado que gerou tanta miséria. O PSDB do senador Álvaro Dias se derrete no ar porque não foi capaz de realizar este projeto. Chegará a vez do PMDB do Sarney e do Geddel sumir do mapa quando a população começar a perceber que eles atrapalham, mais que ajudam. Dá para suportar a convivência com os partidos de aluguel.

O Bolsa-família é o maior programa de transferência de renda do mundo, o mais bem focalizado e gerou o crescimento econômico do Brasil. Inverteu a lógica. Não é um peso, é um fator de crescimento. O Bolsa-família está definitivamente incorporado ao estado, tornou-se um programa permanente. Agora, trata-se de ativar uma força-tarefa com a missão de acabar com a extrema pobreza até 2014.

Sinto que os partidos de oposição a esse projeto não terão a menor chance, mesmo com o apoio suicida da mídia. Esses 16 milhões estão fora do mercado, não produzem, consomem no limite da sobrevivência física. O senador tucano Álvaro Dias disse na televisão que eles são “preguiçosos”, nós achamos que são vítimas de um sistema. Há espaço para o crescimento econômico com inclusão social. Dilma Rousseff será reeleita facilmente.

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