25 de maio de 2013
Meu pai sobreviveu à ditadura...
meu
pai sobreviveu à ditadura militar, à tortura, à prisão. meu pai fez parte da
história de resistência do nosso país - essa narrativa tão complicada para nós,
filhos de militantes e tão intensa e dolorosa para eles, protagonistas da dor.
meu pai é jornalista, escritor e autor do livro Lamarca, o Capitão de
Guerrilha. ele é herói da nação, como tantos outros bravos resistentes. para
além, ele é o meu herói, meu pai-herói. e já conquistou o primeiro lugar entre
os heróis de joão pedro, meu filho - virou avô-herói. por exercer sua profissão
cotidianamente, por ser incansável, justo, honesto, corajoso, questionador e
atuante, Oldack
Miranda, meu pai, é hoje, em maio de 2013 (pasmem!) vítima de processo
movido pelo pastor Átila Brandão - que tenta intimidá-lo, como nos velhos
tempos. é importante registrar a minha indignação de filha, já tão antiga, mas
hoje renovada pelo pastor (ou bispo, sei lá, da Igreja Batista) apenas por
multiplicar, em seu movimentado blog www.bahiadefato.blogspot.com.br,
informações acerca do texto-reportagem escrito por Emiliano
José, em que Átila Brandão é revelado, através de documentos e fontes, é
claro, como torturador de Renato Afonso, meu ex-professor de história, outro
sobrevivente.
fico tomada por um sentimento conflitante, ao mesmo tempo ruim,
de injustiça, de irritação com o meu país, mas tão cheia de orgulho de ser
filha de pai-herói, ainda capaz de movimentar a imprensa, a sociedade e de
irritar essa gente poderosa - com a verdade, com os fatos. mas hoje, como um
velho hábito adquirido, fiz um exercício diferente e tentei me colocar no lugar
de quem tem um pai-vilão. e aí eu me consolei. e ganhei forças. e pensei: pior
do que a angústia de assistir, mais uma vez, o meu herói ser injustiçado, deve
ser a vergonha dos filhos do pastor Átila Brandão. e tive pena deles. que
história terão eles para contar? quero escrever mais sobre tudo isso e sobre as
minhas memórias pessoais, em outro momento, em outro espaço. por ora, esse post
é apenas um gesto de solidariedade pessoal e um desejo de compartilhar com
minha rede de amigos, o meu sentimento de filha. mas sim, filha de pai-herói,
de pai-corajoso, de pai-valente. abaixo, um documentário sobre filhos de
guerrilheiros, com dores maiores do que a minha. os pais deles foram mortos por
pais-vilões de outros filhos envergonhados.
http://www.facebook.com/oldack.miranda.1#!/thaisbmiranda?fref=tsLivro apresenta 1.200 casos de camponeses mortos e desaparecidos, a maior parte na ditadura militar. Só na Bahia 126 mortos.
A Agência Brasil divulgou o lançamento do livro Camponeses Mortos e Desaparecidos: Excluídos da Justiça de Transição. Gilney Viana Amorim, que mostrou o estudo na Audiência Pública da Comissão da Verdade, da Assembléia Legislativa da Bahia é o autor do trabalho. Só na Bahia há o registro de 126 camponeses mortos pelo regime militar. O estudo se destina a auxiliar a Comissão Nacional da Verdade (CNV) no reconhecimento oficial de 1.196 casos de camponeses mortos e desaparecidos no campo em função das diversas formas de repressão política e social entre setembro de 1961 e outubro de 1988, período indicado pela Lei 9.140/1995 – a primeira a reconhecer que pessoas foram assassinadas pela ditadura militar (1964-1985).
Apesar do número expressivo (3,5 vezes
acima do total de reconhecidos oficialmente como mortos por perseguição
política), apenas 51 casos foram analisados pela Comissão Especial de Mortos e
Desaparecidos Políticos (CEMDP) e, desses, 29 tiveram a causa da morte
relacionada à questão política.
“É importante para os trabalhadores
rurais, para os camponeses brasileiros recuperar essa história, porque muito
dessa história ainda é atual e o estado tem a responsabilidade de apurar os
crimes e, com a Comissão da Verdade, fazer com que isso seja colocado a limpo”,
disse o coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade, Gilney Viana, da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), que elaborou
o estudo que resultou no livro em parceria com a Comissão Camponesa da Verdade.
De acordo com o livro, há mortes
durante o regime militar e também durante o regime civil. Quatro pessoas foram
assassinadas antes do golpe de abril de 1964; 756 foram mortas durante a
ditadura (sendo 432 na abertura política após 1979); e 436 após março de 1985,
na transição civil (governo Sarney). Segundo o documento, o aumento da
violência no campo a partir da distensão e ao longo da chamada Nova República
tem a ver com a organização política dos trabalhadores rurais.
Os estados que acumulam o maior número
de pessoas assassinadas (lideranças ou não) são o Pará (342 mortes); o Maranhão
(149 mortes); a Bahia (126 mortes); Pernambuco (86 mortes) e Mato Grosso (82
mortes). Mais de 96% dos assassinados eram homens.
Grande parte das mortes não ocorreu
pelas mãos dos “agentes do Estado” (policiais e militares), 15% do total (177
casos); mas por “agentes privados” (milícias e pistoleiros contratados). Na
avaliação de Viana, a participação de agentes do Estado nem sempre é tão clara
porque, no campo, a repressão acabava sendo exercida pelos latifundiários.
"O poder do Estado lá era delegado a um fazendeiro, a um coronel que
atuava às vezes como preposto da ditadura. É uma situação política que exige
uma nova interpretação da lei [que criou a Comissão dos Mortos e Desaparecidos
Políticos no Brasil]". (Com informações de Luciano Nascimento - Repórter
da Agência Brasi).
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-05-24/livro-apresenta-1200-casos-de-camponeses-mortos-e-desaparecidos-na-ditadura-militarProfessores da Bahia e do Brasil se solidarizam com jornalista Emiliano José, cujo site está sob censura judicial
Está circulando pela Internet um abaixo-assinado em solidariedade ao
jornalista Emiliano José, cujo site foi censurado pela juíza Marielza Brandão,
que, em liminar, mandou retirar do site o artigo “A premonição de Yaiá”,
publicado no jornal A Tarde, de Salvador. No artigo, o jornalista narra torturas
infligidas, em 1971, pelo então tenente Átila Brandão contra Renato Afonso,
hoje professor de história. Átila Brandão está processando o jornalista por “calúnia”
e quer 2 milhões como indenização por “danos morais”. Seguem nomes do abaixo assinado que continua
a circular. Publico em blocos para facilitar a leitura.
PROFESSORES – Paulo Henrique Almeida (professor – UFBA), oão José Reis
(Historiador, professor titular da UFBA), João Carlos Salles (professor da FFCH
– UFBA), Jerônimo Rodrigues (professor UEFS/DCIS) e atualmente assessor
especial do ministro/MDA), Beatriz Regina Alvares (médica e professora da
faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Campinas), Carlos Pedrosa Júnior
(professor titular da UFBA), Celi Taffarel (Professora da UFBA), Cláudia Miranda (presidente da APUB), Cláudio Lira (professor UFBA), Cristina Alvares Beskow, (doutoranda da ECA, SP), Dainis Karepovs (historiador São Paulo SP), Denelísio Nobre (Gestor Colégio Modelo de Itabuna e presidente do Forum de Gestores da DIREC 07), Denise Coutinho (professora do Instituto de Psicologia – UFBA), Dinalva Celia Santos Andrade (Rede Mulheres em Itabuna e professora da rede estadual de ensino),
Edenice Santana (professora da rede pública da BA e Oposição Cutista da APLB-Sindicato), Elenize Cristina Oliveira da Silva (professora UFRR), Eulália Lima Azevedo (Professora/Pesquisadora NEIM/UFBA/UNIFACS), Fábio Carvalho da Hora (Gestor Educaciona – BA), Fernando Arthur de Freitas Neves (professor UFPA), Fernando Ximenes (educador), Flávio José Barbosa (Pedagogo – Bahia), Flávio Lúcio Rodrigues Vieira (professor UFPB), Francivaldo Alves Nunes (professor universitário), Gilka Silva Pimentel (professora universitária – UFRN),
Helder Machado Passos (professor
universitário – Maranhão), Inaiá Maria Moreira Carvalho (professora – UFBA),
Jalusa Silva de Arruda (professora e ADVOGADA – membro da Renap), João Rocha
Sobrinho (professor UEFS), João Santos (professor de História), José Antonio
Fontes (arte-educador), José Carlos
Barreto Sodré ((educador e gestor educacional), José Maria de Abreu Dutra
(Superintendente da Secretaria da Educação da Bahia), Ligia Maria Vieira da
Silva professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA – aposentada),
Ludmila Cerqueira Correia (Advogada, Professora da Universidade Federal da Paraíba, Coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB, Associada da Associação de Advogados dos Trabalhadores Rurais do Estado da Bahia), Maíra Gentil (Direção da Associação Nacional dos Pós-Graduandos), Marcial Sávio Costa Conceição (educador e gestor educacional),Márcio Amêndola de Oliveira (jornalista, Historiador – Instituto Zequinha Barreto, Osasco SP), Maria Ângela Fernandes Ferreira (UFRNET), Maria Aparecida Baccega (professora USP e ESPM-SP),
Maria das Dores Loiola Bruni (Educadora popular), Melissa Lourenço
Machado (Historiadora - São Paulo/SP), Miralva Moitinho Sousa (Pedagoga-
Presidente da Cooperativa Educacional de Itabuna LTDA-Colégio Jorge Amado), Nanami
Sato, (professora - São Paulo, SP), Nicolau Rickmann Neto (UFPA), Nina Rosa
Germano (Pedagoga), Norma Gonzaga de Matos (Educadora Baiana), Odilon Nogueira
(professor de História), Olival Freire Junior (Professor da UFBA), Paulo
Roberto Beskow (Professor Universitário
Aposentado – UFSCar), Paulo Roberto Soares de Assis (Educador Baiano), Paulo
Rosa Torres - Advogado. Professor de Direito da UFFS),
Pedro Teixeira Diamantino (Advogado - Membro da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia, Professor de Direito UNEB e UEFS), Penildon Silva Filho (Professor da UFBA), Petilda Serva Vazquez (professora da UFBA), Profa. Dra. Cecilia M. B. Sardenberg - Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM), Regina Célia Bega dos Santos (Professora Universitária, Vargem Grande Paulista – SP),
Rita Maskell Rapold Profª Adjunta DCH I - UNEB Doutora em Psicologia da
Educação pela PUC-SP), Sérgio Armando Diniz Guerra Filho (professor UFRB), Sérgio
Brachmans (Educador e gestor educacional), Sílvia Lúcia Ferreira (professora de
Enfermagem da UFBA), Socorro Coelho (professora universitária), Sylvia Maria
dos Reis Maia (professora UFBA), Tânia Miranda – professora), Tatiana Mendes
Senna (professora das redes estadual da Bahia e municipal de Salvador), Vitório
- Presidente da Associação dos Professores Universitários(ADUSC), Carlos Ferreira
Oliveira (professor Fundação Visconde de Cairu), Wesley Francisco (Historiador).
N.B. – Estes nomes
constam do abaixo-assinado quando estava no signatário 135º. A luta continua.
24 de maio de 2013
Abaixo-assinado em apoio a Emiliano José e à liberdade de imprensa
O abaixo-assinado está circulando em Salvador e no interior da Bahia. No que enviaram para mim estão personalidades importantes e associações, sindicatos e ONGs. Eles apoiam o jornalista Emiliano José que está sendo processado pelo bispo Atila Brandão, acusado de ser torturador na ditadura. Segue abaixo:
LIBERDADE, LIBERDADE - SOLIDARIEDADE AO JORNALISTA EMILIANO JOSÉ
LIBERDADE, LIBERDADE - SOLIDARIEDADE AO JORNALISTA EMILIANO JOSÉ
O
jornalista e escritor Emiliano José teve a coragem de denunciar através da
imprensa – artigo n’A Tarde de 11/02, o pastor Átila Brandão como
torturador à época da Ditadura Militar, tendo como testemunhas Dona Maria
Helena Afonso de Carvalho e seu filho, o historiador e professor Renato Afonso
de Carvalho. Ela era uma espécie de genitora de muitos presos políticos
que afetuosamente a conheciam como Dona Yaiá. Evangélicos progressistas solidarizaram-se
com Emiliano reafirmando o carreirismo e reacionarismo deste pastor que desde
os tempos em que estudava na faculdade de direito na UFBA, contemporâneo de
Renato Afonso, perseguia estudantes a serviço dos órgãos de informação.
Incomodado com sua exposição pública, Átila Brandão encaminhou queixa-crime por
calúnia visando processar e intimidar Emiliano. Com forte dose de apelo
moralista - própria de religiosos fundamentalistas -, Átila Brandão é pessoa
conhecida no mundo evangélico, além de ostentar funções de representação
diplomática, como se tal título fosse passaporte à impunidade.
Neste
ínterim, Emiliano voltou à carga e, criterioso com suas fontes, fez longa
entrevista com Renato Afonso que resultou no artigo Corpo amputado querendo se recompor, já postado no site da Revista
Carta Capital, onde não só confirma o fato da tortura no Quartel de
Dendezeiros, como narra outros episódios de perseguição e sofrimento
vivenciados em masmorras no Rio de Janeiro, nos anos 70, auge da ditadura
militar. Por pouco Renato Afonso não teve o destino de tantos combatentes
que sofreram sevícias até a morte, algumas indizíveis como as relatadas
pelo cruel delegado Cláudio Guerra, através do livro Memórias de Uma Guerra Suja e em recente edição da mesma Carta
Capital.
Jornalista,
escritor e suplente de deputado federal pelo PT, Emiliano José, amargou 4
anos de prisão e sofreu na própria pele a violência das torturas tantas
vezes relatadas por ele mesmo sobre outras pessoas em dezenas de
artigos e livros que prolificamente vêm produzindo. O marco desta missão que se
impôs foi 'Lamarca, o capitão da guerrilha', junto com o ex-preso e jornalista
Oldack Miranda, lançado ainda em 1989, numa época de muitas incertezas sobre o
futuro de nossa titubeante democracia.
O
compromisso e a coragem de Emiliano com a Memória e a Verdade marca
sua trajetória de vida desde os tempos de sua militância
estudantil, quando foi líder nacional pela UBES - União Brasileira de
Estudantes Secundaristas, passando pela cidadania ativa que exerceu ainda na
cadeia e, em seguida como dedicado professor e parlamentar atuante. Este
episódio, como tantos outros relatados por Emiliano ganha especial ressonância
ao inserir-se entre as iniciativas que a Comissão Nacional da Verdade e o
Comitê Baiano Pela Verdade estão tomando para identificar pessoas e
instituições que se prestaram a ilegalidades e violações, feriram a dignidade
humana, ceifaram vidas ou deixaram marcas no corpo e na alma de milhares de
brasileiros e baianos inconformados com o fim da democracia e das
liberdades. Dar publicidade e expor o pastor e ex-militar Átila
Brandão à vergonha de seus familiares, amigos e funcionários por um
passado tão repelente é o mínimo que podemos fazer testemunhando em
solidariedade ao cidadão Emiliano José.
Salvador, 07 de maio de 2013
- Alexandre David Moreira Assis - professor de História
- Alipio Freire - Jornalista e escritor - São Paulo-SP
- Amélia Tereza Maraux – Superintendente da Secretaria da Educação
da Bahia
- Ana Alice Alcantara Costa - Profa. Departamento de Ciência
Política/UFBa
- Ana de Miranda Batista - Farmaceutica Bioquimica – aposentada,
Integra o ColetivoRJ Memoria, Verdade e Justica
- Ana Lagôa - Jornalista - Teresópolis - Rio de Janeiro
- Ana Marlucia Oliveira Assis
- Ana Marlucia Oliveira Assis – professora da UFBA
- Andrea Tourinho - DPE-BAHIA
- Antônia Sampaio - professora da rede pública da BA e Oposição
Cutista da APLB-Sindicato
- Antonio Edgard dos Santos Neto – Educador e dirigente do setorial
de Educação do PT Bahia
- Antonio Fernando Bueno Marcello -
Jornalista - Brasília (DF)
- Antonio Virgílio Bittencourt Bastos - Instituto de Psicologia
/UFBA - Prof. titular.
- Augusto Paula – Advogado
- BAHIA
- BEATRIZ do Valle Bargieri – Advogada - Osasco/SP
- Beatriz Regina Alvares - Médica e professora da Faculdade de
Ciências Médicas da UNICAMP, Campinas
- Benjamim Ferreira - Sindicalista
- Carlos Alberto Ramos Ansarah - engenheiro agrônomo - Santarém-PA.
- Carlos de Campos -
pesquisador e produtor cultural - Rio de Janeiro/RJ
- Carlos Pedrosa Junior
Professor Titular da UFPB
- Celi Taffarel - professora da UFBA
- Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB.
- Chico Estevão - MNU Litoral Sul
- Cláudia Miranda – presidente da APUB
- Cláudio Lira - professor da UFBA
- Cristina Alvares Beskow, jornalista e doutoranda da ECA-USP.
- Dainis Karepovs. Historiador- São Paulo-SP
- DENELISIO NOBRE GESTOR COLÉGIO MODELO DE ITABUNA PRESIDENTE DO
FORUM DE GESTORES DA DIREC 07 E VICE-PREIDENTE DO CREF BA/SE.
- Denise Coutinho - professora do instituto de psicologia - ufba.
- DINALVA CELIA SANTOS ANDRADE - REDE MULHERES EM ITABUNA ,
PROFESSORA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO.
- Diva Santana – vice-presidene do Grupo Tortura Nunca Mais e membro
da Comissão da Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos
- EDELSON AURÉLIO DE ASSIS- JORNALISTA- UNIVERSIDADE FEDERAL DA
- Edenice Santana - professora da rede pública da BA e Oposição
Cutista da APLB-Sindicato
- Edielson Moreira - Conselho Nacional da Juventude Revolução
- Edson Valadares - Sociólogo
e Consultor
- Elenize Cristina Oliveira da Silva – professora UFRR
- Eliana Rolemberg – socióloga, Diretora Executiva da CESE
- Eliana Souza Santos - Estudante de cinema e áudio visual da UESB e
do movimento de lésbicas Safo
- Elio Cabral de Souza - Auditor Fiscal aposentado - Goiânia (GO)
- Elizabeth de Souza Lorenzotti - Jornalista e escritora - Poços de
Caldas (MG)
- Eulália Lima Azevedo - Professora/Pesquisadora NEIM/UFBA/UNIFACS
- Fábio Carvalho da Hora - Gestor Educacional
- Felipe José Lindoso,antropólogo e ex-preso político - São Paulo –
SP
- Fernanda Estima - jornalista, São Paulo, SP
- Fernanda Matos – Jornalista
- Fernando Arthur de Freitas Neves – professor UFPA
- Fernando Ximenes – educador
- Flávio José Barbosa – Pedagogo - Bahia
- Flávio Lúcio Rodrigues Vieira – professor UFPB
- Francivaldo Alves Nunes – professor universitário
- GILKA SILVA PIMENTEL – professora universitária – UFRN
- Gilson Rodrigues - Assessor Administrativo da ADAB - Feira de
Santana
- Helder Barbosa, Economista e Editor do site www.aldeianago.com.br
- Helder Machado Passos – professor universitário do Maranhão
- Hugo Lenzi, sociólogo e fotógrafo - São Paulo
- Inaiá Maria Moreira de Carvalho – professora da UFBA
- Iole Ilíada, vice-presidenta da Fundação Perseu Abramo - São Paulo
- Jalusa Silva de Arruda, professora e advogada, membro da RENAP
- Jalusa Silva de Arruda, professora e advogada, membro da RENAP
- Jerônimo Rodrigues (professor UEFS/DCIS) e atualmente assessor
especial do ministro/MDA)
- João Carlos Salles – Professor da FFCH-UFBA
- João José Reis (Historiador, Professor Titular da UFBA)
- João Rocha Sobrinho – professora da UEFS
- João Santos - professor de história
- Joaquim Lisboa Neto - CASA DA CULTURA ANTONIO LISBOA DE MORAIS
- Joel Silveira Leite, jornalista - São Paulo
- José Antonio Fontes - arte-educador
- José Carlos Barreto Sodré – Educador e gestor educacional
- José Carlos Zanetti – economista, assessor de projetos da CESE e
membro do Comitê Baiano Pela Verdade
- José Maria de Abreu Dutra – Superintendente da Secretaria da
Educação do Estado da Bahia
- Joviniano Carvalho Neto – sociólogo, professor de Ciência Política
e presidente do Grupo Tortura Nunca Mais
- Kazu - Engenheiro Agronomo-CEPLAC
- Ligia Maria Vieira da Silva - professora associada do Instituto de
Saúde Coletiva da UFBa (aposentada)
- Lourival Lopes - Executiva Estadual do PT BA e Direção Nacional da
CUT
- Ludmila Cerqueira Correia - Advogada, Professora da Universidade
Federal da Paraíba, Coordenadora do Centro de Referência em Direitos
Humanos da UFPB, Associada da Associação de Advogados dos Trabalhadores
Rurais do Estado da Bahia.
- Luiz José Bueno de Aguiar, brasileiro, casado, advogado - São
Paulo, Capital
- Maíra Gentil - Direção da Associação Nacional dos Pós-Graduandos
- Manoel Cyrillo de Oliveira Netto – Publicitário - Campinas/SP
- Marcial Sávio Costa Conceição – Educador e gestor educacional
- Márcio Amêndola de Oliveira - Jornalista e Historiador e Instituto
Zequinha Barreto - Osasco, SP
- MARIA ALICE BITTENCOURT – Jornalista e gestora pública
- Maria Angela Fernandes Ferreira – UFRNET
- Maria Aparecida Baccega Profa. da USP e da ESPM-SP
- Maria Carolina Bissoto – advogada - Brasília
- Maria Carolina Bissoto – advogada - Brasília
- Maria das Dores Loiola Bruni - Educadora popular
- Marta Rodrigues - Presidenta PT Salvador
- Mauricio Brasil - Membro da Associação Juízes para a Democracia
- Melissa Lourenço Machado – Historiadora - São Paulo/SP
- Michel Chebel Labaki, engenheiro - São Paulo
- Miralva Moitinho Sousa. Pedagoga- Presidente da Cooperativa
Educacional de Itabuna LTDA-Colégio Jorge Amado. Presidente do Diretório
Municipal do Pt de Itabuna
- Nanami Sato, professora - São Paulo, SP
- NICOLAU RICKMANN NETO - UFPA.
- Nilton Correia dos Anjos - Comitê Baiano pela Verdade e Presidente
da 13ª Zonal do PT,
- Nina Rosa Germano - Pedagoga
- Norma Gonzaga de Matos – Educadora Baiana
- Odilon Nogueira - professor de História
- Olival Freire Junior - Professor da UFBa
- Paulo Henrique de Almeida - Professor UFBA
- Paulo Riela - Diretório Municipal do PT Salvador
- Paulo Roberto Beskow - Professor Universitário Aposentado – UFSCar
- Paulo Roberto Soares de Assis – Educador Baiano
- Paulo Rosa Torres - Advogado. Professor de Direito da Uefs.
- Pedro Teixeira Diamantino Advogado
- Membro da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da
Bahia, Professor de Direito UNEB e UEFS.
- Penildon Silva Filho – Professor da UFBA
- Petilda Serva Vazquez – professora da UFBA
- Profa. Dra. Cecilia M. B. Sardenberg - Núcleo de Estudos
Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM
- Raimundo Santana - Presidente do Sindicato da Saúde(SINTESI)
- Regina Célia Bega dos Santos - Professora Universitária, Vargem
Grande Paulista – SP
- Renato Simões - Secretário Nacional de Movimentos Populares do PT,
Presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Campinas
- Rita Maskell Rapold Profª Adjunta DCH I - UNEB Doutora em
Psicologia da Educação pela PUC-SP
- Rosilene dos Santos Santana - Tecnóloga em segurança no trabalho
- Rudimar Oliveira Mota – dirigente sindical e do PT
- Sérgio Armando Diniz Guerra FIlho, professor UFRB
- Sérgio Brachmans – Educador e gestor educacional
- Sílvia Lúcia Ferreira – professora de Enfermagem da UFBA
- Silza Fraga Costa Tütken – Socióloga - Salvador-Bahia
- Socorro Coelho – professora universitária
- Sylvia Maria dos Reis Maia
- professora UFBA
- Tânia Gerbi Veiga - produtora cultural - São Paulo (SP)
- Tânia Miranda – professora
- Tatiana Mendes Senna – professora das redes estadual da Bahia e
municipal de Salvador
- Theodomiro Romeiro dos Santos
- Urias de Oliveira Macedo - microempresário - São Paulo (SP)
- Vera Lazzarotto – liderança popular em Salvador
- Vera Vital Brasil - IFP, Rio de Janeiro
- Vitor Sarno - Economista e
Analista Ambiental Ibama
- Vitório - Presidente da Associação dos Professores
Universitários(ADUSC)
- Vladimir Sacchetta – RG 4.382.822-X / SSP-SP – jornalista e
pesquisador – São Paulo
- Waldemir Bargieri - Osasco – SP
- Washington Carlos Ferreira Oliveira – professor Fundação Visconde
de Cairu
- Wesley Francisco – Historiador
- LUCIANA FRANÇA - Psicóloga, Ministério Público da Bahia
- EUNICE BASTOS - Assistente Social, Ministério Público da Bahia
21 de maio de 2013
Bem-vindos médicos cubanos
Editorial
do jornal Brasil
de Fato:
O Brasil tem 455 municípios sem médicos, de um total de mais de 5.560 cidades no país. O problema é mais acentuado em regiões distantes dos maiores centros urbanos, como no Nordeste, que lidera a lista de cidades sem médicos com 117, 25,7% do total.
Além de nos faltarem profissionais, 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades.
Se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.
Um município sem médico implica em mães grávidas sem pré-natal, crianças morrendo de diarreia, enfermidades facilmente controladas se propagando. Algo inadmissível, que exige respostas imediatas.
Como enfrentar esse problema? Construir estruturas de saúde, proporcionar faculdades de medicina nas regiões carentes, possibilitar melhores condições de trabalho, atrativos de fixação para os profissionais da saúde. São as medidas de longo prazo que resolverão o problema. A questão, entretanto, é emergencial.
O que pode ser feito imediatamente, para atender uma população sem médico e qualquer posto de saúde? Com certeza investindo na formação de mais médicos. E isso vem sendo feito.
O numero de vagas cresceu de 7.800 (1993) para 16.852 (2011) e a razão entre o número de inscritos por vaga passou de 25,5 para 41,3 no mesmo período. Portanto, a demanda por vaga em curso de medicina cresceu mais que a oferta.
Mas o modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.
Formar mais médicos dentro desse modelo atual não resolve o problema de levá-los para as regiões distantes que mais necessitam.
O governo lançou nos últimos anos o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que oferece salários mensais de R$ 8 mil e pontos na progressão de carreira para os médicos que vão para as periferias e regiões sem médicos. A lógica corporativa da elite médica, pensando mais nos interesses da corporação do que na saúde do povo brasileiro organizou uma campanha contra essa iniciativa. Todavia, somente 4 mil médicos aceitaram participar do programa em que terão que trabalhar em condições precárias e com estruturas mínimas em regiões distantes de seus domicílios.
Seguimos com um problema grave. Para enfrentá-lo, o Ministério da Saúde anuncia a intenção de contratar médicos estrangeiros, com a possibilidade imediata de 6 mil médicos cubanos dispostos a atuar nas regiões mais carentes do país. Trata-se do Programa “Mais Médicos”.
Diante da notícia, o Conselho Federal de Medicina e os setores mais conservadores da classe dominante iniciam uma virulenta campanha preconceituosa, em defesa dos interesses corporativos da elite médica. E como querem desviar o foco do verdadeiro problema que é a falta de médicos, utilizam um repertório de mentiras.
A principal delas é a de atacar a qualificação da medicina cubana. Uma acusação que não suporta qualquer confronto com a realidade. A expectativa de vida em Cuba é maior do que a dos Estados Unidos. A relação médico-paciente pode ser comparada a qualquer país da Europa Ocidental. Há em Cuba um médico por cada 175 pessoas. Ninguém mais em nosso continente revela essa proporção.
Graças à sua medicina preventiva, tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é a nação melhor dotada do mundo neste setor.
Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Atuando exatamente nas regiões mais difíceis e sem infraestrutura. No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. São os mais experimentados em todo o mundo para essas missões, conforme reconhece a própria Organização Mundial de Saúde.
É muita arrogância da elite brasileira criticar a qualidade da medicina cubana, sem apontar qualquer solução imediata para resolver a falta de profissionais nas regiões carentes. Demonstram que não estão preocupados com os problemas do povo, mas apenas com seus interesses corporativos.
Defender o Programa Mais Médicos é fundamental para responder, no plano imediato, o desafio de proporcionar o atendimento básico aos brasileiros que mais necessitam.
O Brasil tem 455 municípios sem médicos, de um total de mais de 5.560 cidades no país. O problema é mais acentuado em regiões distantes dos maiores centros urbanos, como no Nordeste, que lidera a lista de cidades sem médicos com 117, 25,7% do total.
Além de nos faltarem profissionais, 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades.
Se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.
Um município sem médico implica em mães grávidas sem pré-natal, crianças morrendo de diarreia, enfermidades facilmente controladas se propagando. Algo inadmissível, que exige respostas imediatas.
Como enfrentar esse problema? Construir estruturas de saúde, proporcionar faculdades de medicina nas regiões carentes, possibilitar melhores condições de trabalho, atrativos de fixação para os profissionais da saúde. São as medidas de longo prazo que resolverão o problema. A questão, entretanto, é emergencial.
O que pode ser feito imediatamente, para atender uma população sem médico e qualquer posto de saúde? Com certeza investindo na formação de mais médicos. E isso vem sendo feito.
O numero de vagas cresceu de 7.800 (1993) para 16.852 (2011) e a razão entre o número de inscritos por vaga passou de 25,5 para 41,3 no mesmo período. Portanto, a demanda por vaga em curso de medicina cresceu mais que a oferta.
Mas o modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.
Formar mais médicos dentro desse modelo atual não resolve o problema de levá-los para as regiões distantes que mais necessitam.
O governo lançou nos últimos anos o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que oferece salários mensais de R$ 8 mil e pontos na progressão de carreira para os médicos que vão para as periferias e regiões sem médicos. A lógica corporativa da elite médica, pensando mais nos interesses da corporação do que na saúde do povo brasileiro organizou uma campanha contra essa iniciativa. Todavia, somente 4 mil médicos aceitaram participar do programa em que terão que trabalhar em condições precárias e com estruturas mínimas em regiões distantes de seus domicílios.
Seguimos com um problema grave. Para enfrentá-lo, o Ministério da Saúde anuncia a intenção de contratar médicos estrangeiros, com a possibilidade imediata de 6 mil médicos cubanos dispostos a atuar nas regiões mais carentes do país. Trata-se do Programa “Mais Médicos”.
Diante da notícia, o Conselho Federal de Medicina e os setores mais conservadores da classe dominante iniciam uma virulenta campanha preconceituosa, em defesa dos interesses corporativos da elite médica. E como querem desviar o foco do verdadeiro problema que é a falta de médicos, utilizam um repertório de mentiras.
A principal delas é a de atacar a qualificação da medicina cubana. Uma acusação que não suporta qualquer confronto com a realidade. A expectativa de vida em Cuba é maior do que a dos Estados Unidos. A relação médico-paciente pode ser comparada a qualquer país da Europa Ocidental. Há em Cuba um médico por cada 175 pessoas. Ninguém mais em nosso continente revela essa proporção.
Graças à sua medicina preventiva, tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é a nação melhor dotada do mundo neste setor.
Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Atuando exatamente nas regiões mais difíceis e sem infraestrutura. No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. São os mais experimentados em todo o mundo para essas missões, conforme reconhece a própria Organização Mundial de Saúde.
É muita arrogância da elite brasileira criticar a qualidade da medicina cubana, sem apontar qualquer solução imediata para resolver a falta de profissionais nas regiões carentes. Demonstram que não estão preocupados com os problemas do povo, mas apenas com seus interesses corporativos.
Defender o Programa Mais Médicos é fundamental para responder, no plano imediato, o desafio de proporcionar o atendimento básico aos brasileiros que mais necessitam.