25 de maio de 2013

 

Meu pai sobreviveu à ditadura...


meu pai sobreviveu à ditadura militar, à tortura, à prisão. meu pai fez parte da história de resistência do nosso país - essa narrativa tão complicada para nós, filhos de militantes e tão intensa e dolorosa para eles, protagonistas da dor. meu pai é jornalista, escritor e autor do livro Lamarca, o Capitão de Guerrilha. ele é herói da nação, como tantos outros bravos resistentes. para além, ele é o meu herói, meu pai-herói. e já conquistou o primeiro lugar entre os heróis de joão pedro, meu filho - virou avô-herói. por exercer sua profissão cotidianamente, por ser incansável, justo, honesto, corajoso, questionador e atuante, Oldack Miranda, meu pai, é hoje, em maio de 2013 (pasmem!) vítima de processo movido pelo pastor Átila Brandão - que tenta intimidá-lo, como nos velhos tempos. é importante registrar a minha indignação de filha, já tão antiga, mas hoje renovada pelo pastor (ou bispo, sei lá, da Igreja Batista) apenas por multiplicar, em seu movimentado blog www.bahiadefato.blogspot.com.br, informações acerca do texto-reportagem escrito por Emiliano José, em que Átila Brandão é revelado, através de documentos e fontes, é claro, como torturador de Renato Afonso, meu ex-professor de história, outro sobrevivente.
fico tomada por um sentimento conflitante, ao mesmo tempo ruim, de injustiça, de irritação com o meu país, mas tão cheia de orgulho de ser filha de pai-herói, ainda capaz de movimentar a imprensa, a sociedade e de irritar essa gente poderosa - com a verdade, com os fatos. mas hoje, como um velho hábito adquirido, fiz um exercício diferente e tentei me colocar no lugar de quem tem um pai-vilão. e aí eu me consolei. e ganhei forças. e pensei: pior do que a angústia de assistir, mais uma vez, o meu herói ser injustiçado, deve ser a vergonha dos filhos do pastor Átila Brandão. e tive pena deles. que história terão eles para contar? quero escrever mais sobre tudo isso e sobre as minhas memórias pessoais, em outro momento, em outro espaço. por ora, esse post é apenas um gesto de solidariedade pessoal e um desejo de compartilhar com minha rede de amigos, o meu sentimento de filha. mas sim, filha de pai-herói, de pai-corajoso, de pai-valente. abaixo, um documentário sobre filhos de guerrilheiros, com dores maiores do que a minha. os pais deles foram mortos por pais-vilões de outros filhos envergonhados.
http://www.facebook.com/oldack.miranda.1#!/thaisbmiranda?fref=ts

 

Livro apresenta 1.200 casos de camponeses mortos e desaparecidos, a maior parte na ditadura militar. Só na Bahia 126 mortos.

 
A Agência Brasil divulgou o lançamento do livro Camponeses Mortos e Desaparecidos: Excluídos da Justiça de Transição. Gilney Viana Amorim, que mostrou o estudo na Audiência Pública da Comissão da Verdade, da Assembléia Legislativa da Bahia é o autor do trabalho. Só na Bahia há o registro de 126 camponeses mortos pelo regime militar. O estudo se destina a auxiliar a Comissão Nacional da Verdade (CNV) no reconhecimento oficial de 1.196 casos de camponeses mortos e desaparecidos no campo em função das diversas formas de repressão política e social entre setembro de 1961 e outubro de 1988, período indicado pela Lei 9.140/1995 – a primeira a reconhecer que pessoas foram assassinadas pela ditadura militar (1964-1985).

Apesar do número expressivo (3,5 vezes acima do total de reconhecidos oficialmente como mortos por perseguição política), apenas 51 casos foram analisados pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e, desses, 29 tiveram a causa da morte relacionada à questão política.
“É importante para os trabalhadores rurais, para os camponeses brasileiros recuperar essa história, porque muito dessa história ainda é atual e o estado tem a responsabilidade de apurar os crimes e, com a Comissão da Verdade, fazer com que isso seja colocado a limpo”, disse o coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade, Gilney Viana, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), que elaborou o estudo que resultou no livro em parceria com a Comissão Camponesa da Verdade.

De acordo com o livro, há mortes durante o regime militar e também durante o regime civil. Quatro pessoas foram assassinadas antes do golpe de abril de 1964; 756 foram mortas durante a ditadura (sendo 432 na abertura política após 1979); e 436 após março de 1985, na transição civil (governo Sarney). Segundo o documento, o aumento da violência no campo a partir da distensão e ao longo da chamada Nova República tem a ver com a organização política dos trabalhadores rurais.
Os estados que acumulam o maior número de pessoas assassinadas (lideranças ou não) são o Pará (342 mortes); o Maranhão (149 mortes); a Bahia (126 mortes); Pernambuco (86 mortes) e Mato Grosso (82 mortes). Mais de 96% dos assassinados eram homens.

Grande parte das mortes não ocorreu pelas mãos dos “agentes do Estado” (policiais e militares), 15% do total (177 casos); mas por “agentes privados” (milícias e pistoleiros contratados). Na avaliação de Viana, a participação de agentes do Estado nem sempre é tão clara porque, no campo, a repressão acabava sendo exercida pelos latifundiários. "O poder do Estado lá era delegado a um fazendeiro, a um coronel que atuava às vezes como preposto da ditadura. É uma situação política que exige uma nova interpretação da lei [que criou a Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil]". (Com informações de Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasi).
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-05-24/livro-apresenta-1200-casos-de-camponeses-mortos-e-desaparecidos-na-ditadura-militar

 

Professores da Bahia e do Brasil se solidarizam com jornalista Emiliano José, cujo site está sob censura judicial


Está circulando pela Internet um abaixo-assinado em solidariedade ao jornalista Emiliano José, cujo site foi censurado pela juíza Marielza Brandão, que, em liminar, mandou retirar do site o artigo “A premonição de Yaiá”, publicado no jornal A Tarde, de Salvador. No artigo, o jornalista narra torturas infligidas, em 1971, pelo então tenente Átila Brandão contra Renato Afonso, hoje professor de história. Átila Brandão está processando o jornalista por “calúnia” e quer 2 milhões como indenização por “danos morais”.  Seguem nomes do abaixo assinado que continua a circular. Publico em blocos para facilitar a leitura.
 
PROFESSORES – Paulo Henrique Almeida (professor – UFBA), oão José Reis (Historiador, professor titular da UFBA), João Carlos Salles (professor da FFCH – UFBA), Jerônimo Rodrigues (professor UEFS/DCIS) e atualmente assessor especial do ministro/MDA), Beatriz Regina Alvares (médica e professora da faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Campinas), Carlos Pedrosa Júnior (professor titular da UFBA), Celi Taffarel (Professora da UFBA),

Cláudia Miranda (presidente da APUB),  Cláudio Lira (professor UFBA), Cristina Alvares Beskow, (doutoranda da ECA, SP), Dainis Karepovs (historiador São Paulo SP), Denelísio Nobre (Gestor Colégio Modelo de Itabuna e presidente do Forum de Gestores da DIREC 07), Denise Coutinho (professora do Instituto de Psicologia – UFBA), Dinalva Celia Santos Andrade (Rede Mulheres em Itabuna e professora da rede estadual de ensino),

Edenice Santana (professora da rede pública da BA e Oposição Cutista da APLB-Sindicato), Elenize Cristina Oliveira da Silva (professora UFRR), Eulália Lima Azevedo (Professora/Pesquisadora NEIM/UFBA/UNIFACS), Fábio Carvalho da Hora (Gestor Educaciona – BA), Fernando Arthur de Freitas Neves (professor UFPA), Fernando Ximenes (educador), Flávio José Barbosa (Pedagogo – Bahia), Flávio Lúcio Rodrigues Vieira (professor UFPB), Francivaldo Alves Nunes (professor universitário), Gilka Silva Pimentel (professora universitária – UFRN),

 Helder Machado Passos (professor universitário – Maranhão), Inaiá Maria Moreira Carvalho (professora – UFBA), Jalusa Silva de Arruda (professora e ADVOGADA – membro da Renap), João Rocha Sobrinho (professor UEFS), João Santos (professor de História), José Antonio Fontes (arte-educador),  José Carlos Barreto Sodré ((educador e gestor educacional), José Maria de Abreu Dutra (Superintendente da Secretaria da Educação da Bahia), Ligia Maria Vieira da Silva professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA – aposentada),

Ludmila Cerqueira Correia (Advogada, Professora da Universidade Federal da Paraíba, Coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB, Associada da Associação de Advogados dos Trabalhadores Rurais do Estado da Bahia), Maíra Gentil (Direção da Associação Nacional dos Pós-Graduandos), Marcial Sávio Costa Conceição (educador e gestor educacional),Márcio Amêndola de Oliveira (jornalista, Historiador – Instituto Zequinha Barreto, Osasco SP), Maria Ângela Fernandes Ferreira (UFRNET), Maria Aparecida Baccega (professora USP e ESPM-SP),

Maria das Dores Loiola Bruni (Educadora popular), Melissa Lourenço Machado (Historiadora - São Paulo/SP), Miralva Moitinho Sousa (Pedagoga- Presidente da Cooperativa Educacional de Itabuna LTDA-Colégio Jorge Amado), Nanami Sato, (professora - São Paulo, SP), Nicolau Rickmann Neto (UFPA), Nina Rosa Germano (Pedagoga), Norma Gonzaga de Matos (Educadora Baiana), Odilon Nogueira (professor de História), Olival Freire Junior (Professor da UFBA), Paulo Roberto Beskow  (Professor Universitário Aposentado – UFSCar), Paulo Roberto Soares de Assis (Educador Baiano), Paulo Rosa Torres - Advogado. Professor de Direito da UFFS),

Pedro Teixeira Diamantino (Advogado - Membro da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia, Professor de Direito UNEB e UEFS), Penildon Silva Filho (Professor da UFBA), Petilda Serva Vazquez (professora da UFBA), Profa. Dra. Cecilia M. B. Sardenberg - Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM), Regina Célia Bega dos Santos (Professora Universitária, Vargem Grande Paulista – SP),

Rita Maskell Rapold Profª Adjunta DCH I - UNEB Doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP), Sérgio Armando Diniz Guerra Filho (professor UFRB), Sérgio Brachmans (Educador e gestor educacional), Sílvia Lúcia Ferreira (professora de Enfermagem da UFBA), Socorro Coelho (professora universitária), Sylvia Maria dos Reis Maia (professora UFBA), Tânia Miranda – professora), Tatiana Mendes Senna (professora das redes estadual da Bahia e municipal de Salvador), Vitório - Presidente da Associação dos Professores Universitários(ADUSC), Carlos Ferreira Oliveira (professor Fundação Visconde de Cairu), Wesley Francisco (Historiador).

N.B. – Estes nomes constam do abaixo-assinado quando estava no signatário 135º. A luta continua.

24 de maio de 2013

 

Abaixo-assinado em apoio a Emiliano José e à liberdade de imprensa

O abaixo-assinado está circulando em Salvador e no interior da Bahia. No que enviaram para mim estão personalidades importantes e associações, sindicatos e ONGs. Eles apoiam o jornalista Emiliano José que está sendo processado pelo bispo Atila Brandão, acusado de ser torturador na ditadura. Segue abaixo:

LIBERDADE, LIBERDADE - SOLIDARIEDADE AO JORNALISTA EMILIANO JOSÉ

O jornalista e escritor Emiliano José teve a coragem de denunciar através da imprensa – artigo n’A Tarde de 11/02, o pastor Átila Brandão como torturador à época da Ditadura Militar, tendo como testemunhas Dona Maria Helena Afonso de Carvalho e seu filho, o historiador e professor Renato Afonso de Carvalho. Ela era uma espécie de genitora de muitos presos políticos que afetuosamente a conheciam como Dona Yaiá. Evangélicos progressistas solidarizaram-se com Emiliano reafirmando o carreirismo e reacionarismo deste pastor que desde os tempos em que estudava na faculdade de direito na UFBA, contemporâneo de Renato Afonso, perseguia estudantes a serviço dos órgãos de informação. Incomodado com sua exposição pública, Átila Brandão encaminhou queixa-crime por calúnia visando processar e intimidar Emiliano. Com forte dose de apelo moralista - própria de religiosos fundamentalistas -, Átila Brandão é pessoa conhecida no mundo evangélico, além de ostentar funções de representação diplomática, como se tal título fosse passaporte à impunidade.

Neste ínterim, Emiliano voltou à carga e, criterioso com suas fontes, fez longa entrevista com Renato Afonso que resultou no artigo Corpo amputado querendo se recompor, já postado no site da Revista Carta Capital, onde não só confirma o fato da tortura no Quartel de Dendezeiros, como narra outros episódios de perseguição e sofrimento vivenciados em masmorras no Rio de Janeiro, nos anos 70, auge da ditadura militar. Por pouco Renato Afonso não teve o destino de tantos combatentes que sofreram sevícias até a morte, algumas indizíveis como as relatadas pelo cruel delegado Cláudio Guerra, através do livro Memórias de Uma Guerra Suja e em recente edição da mesma Carta Capital.

Jornalista, escritor e suplente de deputado federal pelo PT, Emiliano José, amargou 4 anos de prisão e sofreu na própria pele a violência das torturas tantas vezes relatadas por ele mesmo sobre outras pessoas em dezenas de artigos e livros que prolificamente vêm produzindo. O marco desta missão que se impôs foi 'Lamarca, o capitão da guerrilha', junto com o ex-preso e jornalista Oldack Miranda, lançado ainda em 1989, numa época de muitas incertezas sobre o futuro de nossa titubeante democracia.

O compromisso e a coragem de Emiliano com a Memória e a Verdade marca sua trajetória de vida desde os tempos de sua militância estudantil, quando foi líder nacional pela UBES - União Brasileira de Estudantes Secundaristas, passando pela cidadania ativa que exerceu ainda na cadeia e, em seguida como dedicado professor e parlamentar atuante. Este episódio, como tantos outros relatados por Emiliano ganha especial ressonância ao inserir-se entre as iniciativas que a Comissão Nacional da Verdade e o Comitê Baiano Pela Verdade estão tomando para identificar pessoas e instituições que se prestaram a ilegalidades e violações, feriram a dignidade humana, ceifaram vidas ou deixaram marcas no corpo e na alma de milhares de brasileiros e baianos inconformados com o fim da democracia e das liberdades.  Dar publicidade e expor o pastor e ex-militar Átila Brandão à vergonha de seus familiares, amigos e funcionários por um passado tão repelente é o mínimo que podemos fazer testemunhando em solidariedade ao cidadão Emiliano José.
Salvador, 07 de maio de 2013
 
  1. Alexandre David Moreira Assis - professor de História
  2. Alipio Freire - Jornalista e escritor - São Paulo-SP
  3. Amélia Tereza Maraux – Superintendente da Secretaria da Educação da Bahia
  4. Ana Alice Alcantara Costa - Profa. Departamento de Ciência Política/UFBa
  5. Ana de Miranda Batista - Farmaceutica Bioquimica – aposentada, Integra o ColetivoRJ Memoria, Verdade e Justica
  6. Ana Lagôa - Jornalista - Teresópolis - Rio de Janeiro
  7. Ana Marlucia Oliveira Assis
  8. Ana Marlucia Oliveira Assis – professora da UFBA
  9. Andrea Tourinho - DPE-BAHIA
  10. Antônia Sampaio - professora da rede pública da BA e Oposição Cutista da APLB-Sindicato
  11. Antonio Edgard dos Santos Neto – Educador e dirigente do setorial de Educação do PT Bahia
  12. Antonio Fernando Bueno Marcello -  Jornalista - Brasília (DF)
  13. Antonio Virgílio Bittencourt Bastos - Instituto de Psicologia /UFBA - Prof. titular.
  14. Augusto Paula – Advogado
  15. BAHIA
  16. BEATRIZ do Valle Bargieri – Advogada - Osasco/SP
  17. Beatriz Regina Alvares - Médica e professora da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, Campinas
  18. Benjamim Ferreira - Sindicalista
  19. Carlos Alberto Ramos Ansarah - engenheiro agrônomo - Santarém-PA.
  20. Carlos de Campos  - pesquisador e produtor cultural - Rio de Janeiro/RJ
  21. Carlos Pedrosa Junior   Professor Titular da UFPB
  22. Celi Taffarel - professora da UFBA
  23. Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB.
  24. Chico Estevão - MNU Litoral Sul
  25. Cláudia Miranda – presidente da APUB
  26. Cláudio Lira - professor da UFBA
  27. Cristina Alvares Beskow, jornalista e doutoranda da ECA-USP.
  28. Dainis Karepovs. Historiador- São Paulo-SP
  29. DENELISIO NOBRE GESTOR COLÉGIO MODELO DE ITABUNA PRESIDENTE DO FORUM DE GESTORES DA DIREC 07 E VICE-PREIDENTE DO CREF BA/SE.
  30. Denise Coutinho - professora do instituto de psicologia - ufba.
  31. DINALVA CELIA SANTOS ANDRADE - REDE MULHERES EM ITABUNA , PROFESSORA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO.
  32. Diva Santana – vice-presidene do Grupo Tortura Nunca Mais e membro da Comissão da Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos
  33. EDELSON AURÉLIO DE ASSIS- JORNALISTA- UNIVERSIDADE FEDERAL DA
  34. Edenice Santana - professora da rede pública da BA e Oposição Cutista da APLB-Sindicato
  35. Edielson Moreira - Conselho Nacional da Juventude Revolução
  36. Edson Valadares  - Sociólogo e Consultor
  37. Elenize Cristina Oliveira da Silva – professora UFRR
  38. Eliana Rolemberg – socióloga, Diretora Executiva da CESE
  39. Eliana Souza Santos - Estudante de cinema e áudio visual da UESB e do movimento de lésbicas Safo
  40. Elio Cabral de Souza - Auditor Fiscal aposentado -  Goiânia (GO)
  41. Elizabeth de Souza Lorenzotti - Jornalista e escritora - Poços de Caldas (MG)
  42. Eulália Lima Azevedo - Professora/Pesquisadora NEIM/UFBA/UNIFACS
  43. Fábio Carvalho da Hora - Gestor Educacional
  44. Felipe José Lindoso,antropólogo e ex-preso político - São Paulo – SP
  45. Fernanda Estima - jornalista, São Paulo, SP
  46. Fernanda Matos – Jornalista
  47. Fernando Arthur de Freitas Neves – professor UFPA
  48. Fernando Ximenes – educador
  49. Flávio José Barbosa – Pedagogo - Bahia
  50. Flávio Lúcio Rodrigues Vieira – professor UFPB
  51. Francivaldo Alves Nunes – professor universitário
  52. GILKA SILVA PIMENTEL – professora universitária – UFRN
  53. Gilson Rodrigues - Assessor Administrativo da ADAB - Feira de Santana
  54. Helder Barbosa, Economista e Editor do site www.aldeianago.com.br
  55. Helder Machado Passos – professor universitário do Maranhão
  56. Hugo Lenzi, sociólogo e fotógrafo - São Paulo
  57. Inaiá Maria Moreira de Carvalho – professora da UFBA
  58. Iole Ilíada, vice-presidenta da Fundação Perseu Abramo - São Paulo
  59. Jalusa Silva de Arruda, professora e advogada, membro da RENAP
  60. Jalusa Silva de Arruda, professora e advogada, membro da RENAP
  61. Jerônimo Rodrigues (professor UEFS/DCIS) e atualmente assessor especial do ministro/MDA)
  62. João Carlos Salles – Professor da FFCH-UFBA
  63. João José Reis (Historiador, Professor Titular da UFBA)
  64. João Rocha Sobrinho – professora da UEFS
  65. João Santos - professor de história
  66. Joaquim Lisboa Neto - CASA DA CULTURA ANTONIO LISBOA DE MORAIS
  67. Joel Silveira Leite, jornalista - São Paulo
  68. José Antonio Fontes - arte-educador
  69. José Carlos Barreto Sodré – Educador e gestor educacional
  70. José Carlos Zanetti – economista, assessor de projetos da CESE e membro do Comitê Baiano Pela Verdade
  71. José Maria de Abreu Dutra – Superintendente da Secretaria da Educação do Estado da Bahia
  72. Joviniano Carvalho Neto – sociólogo, professor de Ciência Política e presidente do Grupo Tortura Nunca Mais
  73. Kazu - Engenheiro Agronomo-CEPLAC
  74. Ligia Maria Vieira da Silva - professora associada do Instituto de Saúde Coletiva da UFBa (aposentada)
  75. Lourival Lopes - Executiva Estadual do PT BA e Direção Nacional da CUT
  76. Ludmila Cerqueira Correia - Advogada, Professora da Universidade Federal da Paraíba, Coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB, Associada da Associação de Advogados dos Trabalhadores Rurais do Estado da Bahia.
  77. Luiz José Bueno de Aguiar, brasileiro, casado, advogado - São Paulo, Capital
  78. Maíra Gentil - Direção da Associação Nacional dos Pós-Graduandos
  79. Manoel Cyrillo de Oliveira Netto – Publicitário - Campinas/SP
  80. Marcial Sávio Costa Conceição – Educador e gestor educacional
  81. Márcio Amêndola de Oliveira - Jornalista e Historiador e Instituto Zequinha Barreto - Osasco, SP
  82. MARIA ALICE BITTENCOURT – Jornalista e gestora pública
  83. Maria Angela Fernandes Ferreira – UFRNET
  84. Maria Aparecida Baccega Profa. da USP e da ESPM-SP
  85. Maria Carolina Bissoto – advogada -  Brasília
  86. Maria Carolina Bissoto – advogada - Brasília
  87. Maria das Dores Loiola Bruni - Educadora popular
  88. Marta Rodrigues - Presidenta PT Salvador
  89. Mauricio Brasil - Membro da Associação Juízes para a Democracia
  90. Melissa Lourenço Machado – Historiadora - São Paulo/SP
  91. Michel Chebel Labaki, engenheiro - São Paulo
  92. Miralva Moitinho Sousa. Pedagoga- Presidente da Cooperativa Educacional de Itabuna LTDA-Colégio Jorge Amado. Presidente do Diretório Municipal do Pt de Itabuna
  93. Nanami Sato, professora - São Paulo, SP
  94. NICOLAU RICKMANN NETO - UFPA.
  95. Nilton Correia dos Anjos - Comitê Baiano pela Verdade e Presidente da 13ª Zonal do PT,
  96. Nina Rosa Germano - Pedagoga
  97. Norma Gonzaga de Matos – Educadora Baiana
  98. Odilon Nogueira - professor de História
  99. Olival Freire Junior - Professor da UFBa
  100. Paulo Henrique de Almeida - Professor UFBA
  101. Paulo Riela - Diretório Municipal do PT Salvador
  102. Paulo Roberto Beskow - Professor Universitário Aposentado – UFSCar
  103. Paulo Roberto Soares de Assis – Educador Baiano
  104. Paulo Rosa Torres - Advogado. Professor de Direito da Uefs.
  105. Pedro Teixeira Diamantino Advogado - Membro da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia, Professor de Direito UNEB e UEFS.
  106. Penildon Silva Filho – Professor da UFBA
  107. Petilda Serva Vazquez – professora da UFBA
  108. Profa. Dra. Cecilia M. B. Sardenberg - Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM
  109. Raimundo Santana - Presidente do Sindicato da Saúde(SINTESI)
  110. Regina Célia Bega dos Santos - Professora Universitária, Vargem Grande Paulista – SP
  111. Renato Simões - Secretário Nacional de Movimentos Populares do PT, Presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Campinas
  112. Rita Maskell Rapold Profª Adjunta DCH I - UNEB Doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP
  113. Rosilene dos Santos Santana - Tecnóloga em segurança no trabalho
  114. Rudimar Oliveira Mota – dirigente sindical e do PT
  115. Sérgio Armando Diniz Guerra FIlho, professor UFRB
  116. Sérgio Brachmans – Educador e gestor educacional
  117. Sílvia Lúcia Ferreira – professora de Enfermagem da UFBA
  118. Silza Fraga Costa Tütken – Socióloga - Salvador-Bahia
  119. Socorro Coelho – professora universitária
  120. Sylvia Maria dos Reis Maia  - professora UFBA
  121. Tânia Gerbi Veiga - produtora cultural -  São Paulo (SP)
  122. Tânia Miranda – professora
  123. Tatiana Mendes Senna – professora das redes estadual da Bahia e municipal de Salvador
  124. Theodomiro Romeiro dos Santos
  125. Urias de Oliveira Macedo - microempresário -  São Paulo (SP)
  126. Vera Lazzarotto – liderança popular em Salvador
  127. Vera Vital Brasil - IFP, Rio de Janeiro
  128.  Vitor Sarno - Economista e Analista Ambiental Ibama
  129. Vitório - Presidente da Associação dos Professores Universitários(ADUSC)
  130. Vladimir Sacchetta – RG 4.382.822-X / SSP-SP – jornalista e pesquisador – São Paulo
  131. Waldemir Bargieri - Osasco – SP
  132. Washington Carlos Ferreira Oliveira – professor Fundação Visconde de Cairu
  133. Wesley Francisco – Historiador
  134. LUCIANA FRANÇA - Psicóloga, Ministério Público da Bahia
  135. EUNICE BASTOS - Assistente Social, Ministério Público da Bahia

21 de maio de 2013

 

Bem-vindos médicos cubanos

Editorial do jornal Brasil de Fato:

O Brasil tem 455 municípios sem médicos, de um total de mais de 5.560 cidades no país. O problema é mais acentuado em regiões distantes dos maiores centros urbanos, como no Nordeste, que lidera a lista de cidades sem médicos com 117, 25,7% do total.

Além de nos faltarem profissionais, 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades.

Se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.

Um município sem médico implica em mães grávidas sem pré-natal, crianças morrendo de diarreia, enfermidades facilmente controladas se propagando. Algo inadmissível, que exige respostas imediatas.


Como enfrentar esse problema? Construir estruturas de saúde, proporcionar faculdades de medicina nas regiões carentes, possibilitar melhores condições de trabalho, atrativos de fixação para os profissionais da saúde. São as medidas de longo prazo que resolverão o problema. A questão, entretanto, é emergencial.

O que pode ser feito imediatamente, para atender uma população sem médico e qualquer posto de saúde? Com certeza investindo na formação de mais médicos. E isso vem sendo feito.

O numero de vagas cresceu de 7.800 (1993) para 16.852 (2011) e a razão entre o número de inscritos por vaga passou de 25,5 para 41,3 no mesmo período. Portanto, a demanda por vaga em curso de medicina cresceu mais que a oferta.

Mas o modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.

Formar mais médicos dentro desse modelo atual não resolve o problema de levá-los para as regiões distantes que mais necessitam.

O governo lançou nos últimos anos o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que oferece salários mensais de R$ 8 mil e pontos na progressão de carreira para os médicos que vão para as periferias e regiões sem médicos. A lógica corporativa da elite médica, pensando mais nos interesses da corporação do que na saúde do povo brasileiro organizou uma campanha contra essa iniciativa. Todavia, somente 4 mil médicos aceitaram participar do programa em que terão que trabalhar em condições precárias e com estruturas mínimas em regiões distantes de seus domicílios.

Seguimos com um problema grave. Para enfrentá-lo, o Ministério da Saúde anuncia a intenção de contratar médicos estrangeiros, com a possibilidade imediata de 6 mil médicos cubanos dispostos a atuar nas regiões mais carentes do país. Trata-se do Programa “Mais Médicos”.

Diante da notícia, o Conselho Federal de Medicina e os setores mais conservadores da classe dominante iniciam uma virulenta campanha preconceituosa, em defesa dos interesses corporativos da elite médica. E como querem desviar o foco do verdadeiro problema que é a falta de médicos, utilizam um repertório de mentiras.

A principal delas é a de atacar a qualificação da medicina cubana. Uma acusação que não suporta qualquer confronto com a realidade. A expectativa de vida em Cuba é maior do que a dos Estados Unidos. A relação médico-paciente pode ser comparada a qualquer país da Europa Ocidental. Há em Cuba um médico por cada 175 pessoas. Ninguém mais em nosso continente revela essa proporção.

Graças à sua medicina preventiva, tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é a nação melhor dotada do mundo neste setor.

Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Atuando exatamente nas regiões mais difíceis e sem infraestrutura. No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. São os mais experimentados em todo o mundo para essas missões, conforme reconhece a própria Organização Mundial de Saúde.

É muita arrogância da elite brasileira criticar a qualidade da medicina cubana, sem apontar qualquer solução imediata para resolver a falta de profissionais nas regiões carentes. Demonstram que não estão preocupados com os problemas do povo, mas apenas com seus interesses corporativos.

Defender o Programa Mais Médicos é fundamental para responder, no plano imediato, o desafio de proporcionar o atendimento básico aos brasileiros que mais necessitam.


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