21 de maio de 2011

 

O SUS que não se vê nas páginas dos jornais

Rita de Cássia de Araújo Almeida é psicanalista, trabalhadora, usuária do SUS. Tem uma pena afiada. Em seu blog, ela comenta o artigo “O SUS que não se vê”, publicado na revista Radis, da Fiocruz. O texto se baseia em pesquisa do IPEA. A surpresa é que o SUS é bem avaliado pela camada da população que utiliza o sistema. Praticamente todos os brasileiros utilizam os serviços do SUS, como Vigilância Sanitária, campanhas de vacinação e erradicação de doenças, além de campanhas educativas de saúde, pesquisa e produção de medicamentos.

Certa visão negativa do SUS vem de não-usuários, influenciados pelo tipo de cobertura da mídia. A revista denuncia uma “má vontade” da grande imprensa para com o SUS, na medida em que se interessa preferencialmente por relatos e imagens de pessoas afetadas pelas falhas do sistema, ao mesmo tempo em que não atribui ao sistema as ações que dão certo e os indicadores positivos resultantes de tais ações.

A matéria defende que essa propaganda negativa do SUS se deve, em parte, por uma orientação ideológica neoliberal, cujo interesse é sustentar o discurso de que o público não funciona. Seduzida por tal discurso a classe média vem cada vez mais procurando pelos planos de saúde, acreditando que desta maneira não precisará utilizar o SUS e reforçando uma idéia que precisa perder força: a de que “o SUS é para os pobres”. A mídia serve aos interesses dos planos de saúde. Essa é a verdade.

O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do MUNDO, invejado por outros países como os EUA, por exemplo. Tem um programa de imunização de doenças que é um sucesso, sendo o responsável pela erradicação de várias delas. O impacto do SUS na redução da mortalidade infantil é indiscutível. O Brasil tem um sistema de tratamento e prevenção de HIV/aids exemplar e é o sistema público que mais faz transplantes e hemodiálises no mundo todo, incluindo a manutenção de uma rede de doadores com excelência em tecnologia.

Grande parte das intervenções de alta complexidade, especialmente aquelas que não são de interesse do sistema privado, por serem muito dispendiosas, ficam a cargo do SUS. A Farmácia Popular não beneficia apenas os que têm acesso à medicação gratuita, ao impulsionar a expansão do mercado, promove também a queda dos preços para os demais consumidores. Essas são algumas das informações positivas a respeito do SUS que são pouco divulgadas na mídia, ou quando são divulgadas não são atribuídas como ações do SUS.

Vale a pena ler na ÍNTEGRA no Blog da Rita

 

No Brasil, impostos pesam mais sobre os pobres

Está no site do IPEA. A estrutura tributária, baseada em impostos indiretos, afeta mais as camadas da população com menor renda. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 32% da renda dos brasileiros mais pobres – com renda per capita média de R$ 127 – é convertida em pagamentos de tributos. Cerca de 28% da renda dessa gente vai para impostos indiretos como PIS, Cofins e ICMS e apenas 4% vai para tributos diretos, aqueles cobrados sobre bens e serviços.

Já no caso das famílias com maior poder aquisitivo, com renda per capita média de R$ 1.691, a distribuição é mais equilibrada. Esta camada gasta em média 21% de sua renda com tributos. Os impostos indiretos correspondem a 10% da renda e os diretos correspondem a 11%. Ou seja, os pobres têm uma carga muito alta sobre a sua renda. Na hora de distribuir, o Brasil está dando mais aos ricos. Este é um país extremamente desigual.

Como aumentar a distribuição de renda? É preciso aumentar impostos sobre bens e serviços e reduzir tributos indiretos. Isso porque tributos como IPVA, IPTU e Imposto de Renda são pagos na maior parte dos casos apenas pela camada da população que tem renda mais alta.

A coisa só não está pior porque os programas de transferência de renda, como Bolsa Família, além dos benefícios assistenciais ajudam a compensar essa diferença. O Bolsa Família chega a aumentar em até 10% a renda dos mais pobres. O estudo do IPEA foi feito com base nos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do IBGE.

O Brasil está precisando de uma reforma tributária tipo Robin Hood, tirar dos ricos, como as empreiteiras predatórias que destroem as cidades, para dar aos pobres. É isso.

20 de maio de 2011

 

Críticas da imprensa ao livro “Por uma vida melhor” são reacionárias

O colunista da revista CartaCapital, Maurício Dias, lança luzes sobre a natureza das críticas ao livro POR UMA VIDA MELHOR , de Heloisa Ramos, distribuído pelo Ministério da Educação. O fogo pesado faz parte do arsenal da REAÇÃO CONSERVADORA a políticas adotadas nos governos Lula e agora no governo Dilma. Há fina sintonia entre o discurso da oposição e o da mídia. Também revelam um FORTE PRECONCEITO. O que diriam os reacionários da imprensa no tempo em que o “certo” era falar Vossa Mercê E NÃO VOCÊ? Alvejado de variadas maneiras, por variadas intenções e por variados calibres, o livro não ensina nem enaltece erros de português. Mas essa versão, para quem ataca, é melhor do que o fato.

Segue o texto publicado no site da CARTACAPITAL

Não existe apenas uma língua
Mauricio Dias

O fogo pesado disparado contra o livro “Por Uma Vida Melhor”, de Heloisa Ramos, distribuído pelo Ministério da Educação para a rede pública, faz parte do arsenal da reação conservadora a políticas, apenas ligeiramente progressistas, adotadas nos dois governos Lula e, agora, no governo Dilma Rousseff.

Nesse sentido, é possível seguir o rastro deixado pela oposição e pela mídia, unidos em fina sintonia, por exemplo, contra o Programa Bolsa Família e, também, contra a política externa sem alinhamento automático com os Estados Unidos.

Soma-se a esses ataques outro ingrediente. O forte e enraizado preconceito.

“Língua é ferramenta e sua função primária é propiciar uma comunicação inteligível. Ela é normatizada ao longo do tempo na forma como é falada. Assim é criado o padrão escrito. O passo seguinte é a aceitação de um modelo estético e passa a ser elegante escrever, e também falar, na variante oficialmente reconhecida”, observa o advogado e linguista Ricardo Salles autor, entre outros, do livro Legado de Babel (Ed. Livro Técnico), prefaciado por Antonio Houaiss.

Salles põe o dedo na ferida: “Isso dá, em primeiro lugar, distinção social e, como um subproduto terrível, o preconceito contra aqueles que não falam da mesma maneira”.

Alvejado de variadas maneiras, por variadas intenções e por variados calibres, o livro, quatro volumes de 107 páginas cada um, não ensina nem enaltece erros de português. Mas essa versão, para quem ataca, é melhor do que o fato. O trabalho fornece apenas alguns exemplos da língua popular.

Toda a polêmica está criada a partir de 30 linhas de apresentação, nas quais a autora orienta o estudante que “não há um único jeito de falar e escrever”. Há variantes que podem ser de origem social. Ela explica:

“As classes sociais menos escolarizadas usam uma variante da língua diferente da usada pelas classes sociais que têm mais escolarização. Por uma questão de prestígio – vale lembrar que a língua é um instrumento de poder –, essa segunda variante é chamada de variedade culta ou norma culta, enquanto a primeira é denominada variedade popular ou norma popular”.

Por esse motivo, aliás, Heloisa Ramos não fala em “erro” e “acerto”. Ela usa “adequação” e “inadequação”, e ainda alerta: “…quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta”.

Salles lembra que formas como “eles vai” e equivalentes já são aceitas em certas línguas europeias, como o finlandês, país do Primeiríssimo Mundo.

Nesse caso específico Ricardo Salles diz que a razão é simples: “Durante muito tempo, a Finlândia fez parte da Suécia e tudo o que era importante se exprimia em sueco e não em finlandês.

A língua finlandesa (idioma uraliano, que não tem qualquer parentesco conhecido com o português) ficou, portanto, relegada a um segundo plano e evoluiu com os falantes com toda naturalidade e, tal como ocorre em outros idiomas, inclusive em português, houve equalização da conjugação verbal pela terceira pessoa do singular”.

Em tempo, o colunista oferece um exemplo banal: quando usamos “você” lançamos mão do que já foi palavra popular variante da língua culta Vossa Mercê.

 

Dr. Aroldo Camargos lança livro “Na adversidade cresço com irreverência”

Aroldo Camargos é mais que um médico, é um cientista, um dos grandes especialistas brasileiros em reprodução humana. No dia 17 de junho (sexta-feira), às 10 horas, ele lançará o livro "Na adversidade cresço com irreverência".

Ele tem ELA – esclerose lateral amiotrófica – e está preso à cama há muito tempo. Está traqueostomizado, impossibilitado de qualquer movimento. Depois de anos sairá pela primeira vez de casa para a inauguração do Laboratório de Reprodução Humana no 9º andar do Hospital das Clínicas. Nos últimos anos, mesmo reduzido, produziu muito, e produz todos os dias através de um programa especial de computador, que permite que se comunique com o movimento dos olhos.

Em seu livro, amigos relatam que ele não atendia suas pacientes sozinhas, para lhes dar segurança num momento de fragilidade e angustia. O contrário deste "médico" Roger Abdelmassih, foragido da Justiça, condenado a 300 anos de prisão por estupros de pacientes, e acusado de manipulação genética.

Aroldo terá também outro livro lançado amanhã (20) no estande do 4º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia: "Anticoncepção, endocrinologia, infertilidade: soluções para as questões da ciclicidade feminina", dele e dos parceiros Francisco de Assis Nunes Ferreira, Inês Carvalho Cruzeiro e Rogério Bonassi Machado.

Sempre que vou a Belo Horizonte visito o amigo Aroldo Camargos. É uma figura humana impressionante.
Fonte: Blog do Nilmário

 

Abertas inscrições para II Jornada de Atualização em Direitos Humanos em Salvador

O Centro de Educação em Direitos Humanos J.J. Calmon de Passos (CEDH) abriu inscrições para a II Jornada de Atualização em Direitos Humanos que ocorrerá nos dias 14 e 15 de junho. O evento – que acontecerá das 14h às 18h, no auditório da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, no CAB – é gratuito e os interessados devem se inscrever pelo telefone 71 3117.6911 ou pelos e-mails cedhap@sjcdh.ba.gov.br ou joelma@sjcdh.ba.gov.br.

A Jornada traz a proposta de discutir com servidores, representantes da sociedade civil organizada, estudantes, advogados, promotores e magistrados sobre a relevância dos direitos humanos para a construção de um Estado Democrático de Direito e para a efetivação da dignidade e da cidadania. Com experiência na área de Direitos Humanos, Relações Étnico/Raciais e Segurança Pública, o secretário da Justiça, Almiro Sena, fará a Conferência Magna, no dia 16, sobre “Direitos Humanos, Dignidade e Cidadania”.

A Jornada contará ainda com as palestras “Direitos humanos, gênero e dignidade feminina”, “Direitos humanos, violência e criminalidade juvenil”, “Direitos humanos, liberdade e tolerância religiosa”, “Direitos humanos, eficácia e segurança jurídica”, “Direitos humanos e família” e “Direitos humanos e sexualidade” que serão debatidas por profissionais como o presidente do CREMEB/Bahia, José Abelardo Garcia de Meneses; a mestre em Ciências Sociais pela UFBa e especialista em Direitos Humanos pela Uneb, Márcia Regina Ribeiro Teixeira; e o mestre em Direito pela UFBa e professor do Curso de Direito da Uneb, Nilson Gimenes.

 

PROCON da Bahia oferece vaga para Analista de Sistemas

Estarão abertas, a partir desta segunda-feira (23), as inscrições para o processo seletivo simplificado do Procon-BA, órgão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, que prevê a contratação de profissionais da área de Análise de Sistemas, em Regime Especial de Direito Administrativo (REDA). O edital foi publicado sexta-feira (20), no Diário Oficial do Estado.

Os interessados deverão preencher ficha de inscrição, disponível no site www.sjcdh.ba.gov.br, e entregá-la na sede da Secretaria (4ª Avenida, nº 400, Centro Administrativo da Bahia), até a próxima sexta-feira (27), das 08h30 às 12h e das 13h30 às 17h30h. A remuneração mensal para a vaga é constituída pelo vencimento básico, no valor de R$ 813,04, acrescido de gratificação de R$ 1.062,90.

Os candidatos selecionados e contratados poderão exercer atividades na sede do Procon-BA ou em qualquer posto de atendimento, podendo eventualmente ser deslocado para o interior do Estado. O processo seletivo será composto por analise curricular e entrevistas, etapas eliminatórias e classificatórias. Mas informações podem ser consultadas através do site da SJCDH.

 

Não se pode confiar na palavra do prefeito de Salvador

A Câmara Municipal de Salvador aprovou (18) uma Emenda à lei Nº 7.400/2008, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). A Emenda aprovada visa "adequar" a aplicação dos recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (Fundurbs) às necessidades do município, permitindo que a Prefeitura Municipal administre tais verbas diretamente. Além de inconstitucional, é uma temeridade a decisão. O Fundo tem R$ 10 milhões em caixa, vai virar farofa.

Para a vereadora Marta Rodrigues, presidenta municipal do PT e vice-presidenta da comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização da Câmara, o projeto é inconstitucional pois, segundo o parágrafo primeiro do art. 320, do PDDU, “O Fundurbs será administrado por um conselho gestor indicado pelo Poder Executivo entre os membros do Conselho Municipal de Salvador”.

Conselho este que desde a criação da lei NÃO foi instalado pela prefeitura. “Nós, vereadoras e vereadores, exercemos uma democracia representativa e somos uma parcela importante desse processo, mas não podemos abarcar todo ele. O conselho gestor do Fundurbs tem papel fundamental, pois as entidades que nele deveriam estar representadas devem exercer a democracia participativa”, explica Marta.

Diante do impasse para a aprovação da emenda, o governo municipal se comprometeu em instalar o conselho gestor do Fundurbs em até 75 dias. Para Marta, a aprovação com base no acordo é perigosa. “O prefeito já se comprometeu com a criação desse conselho por diversas vezes e, três anos após a criação da lei do PDDU, ele ainda não existe de fato”, afirma a vereadora. “A luta pela instalação do conselho gestor vai continuar”, conclui.

Atualmente o Fundurbs conta com um recurso de mais de 10 milhões de reais em caixa, proveniente, dentre outras fontes, do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso “Intervivos” - ITIV e do IPTU progressivo no tempo. Segundo a lei, os recursos financeiros do fundo deverão ser aplicados em infraestrutura, drenagem, saneamento, implantação de equipamentos urbanos e comunitários, criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes e regularização fundiária, entre outros.

 

Ex-deputado Aleluia (DEM) perdeu a noção das coisas

O ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM), presidente do que resta do DEM da Bahia, perdeu a noção das coisas. Tentando faturar politicamente a demagógica e eleitoreira proposta separatista de criação do Estado do São Francisco, ele afirmou que “o sentimento separatista que brota no Oeste baiano é fruto do abandono a que a região foi relegada pelo governo petista”. O cara perdeu a memória, pois, esqueceu-se dos 40 anos de hegemonia do carlismo na Bahia, através do PDS depois PFL, depois DEM.

Se a turma do Aleluia, em 40 anos, desconheceu a região Oeste, como espera que em apenas quatro anos o “governo petista” conserte tudo? Pior ainda foi o “astuto” argumento do decadente Democrata. Disse ele que nas várias viagens que fez à região, ao lado do ex-governador Paulo Souto, durante a campanha eleitoral de 2010, ele constatou a distância existente entre o governo e a população.

Parece até brincadeira de criança. O cara, ao lado do cara que foi governador da Bahia por nada menos que oito anos, antes e depois de outros governadores do mesmo agrupamento, fala em ausência do estado na região Oeste. Não é um discurso muito inteligente. Todos concordamos, entretanto, em dois pontos. Primeiro, é possível governar um estado das dimensões territoriais da Bahia (Minas Gerais, por exemplo, é até maior). Segundo, é preciso melhorar os serviços públicos, como segurança, educação e saúde.

Aleluia não toma conhecimento do que o governo Wagner já fez pelo Oeste.

19 de maio de 2011

 

O livro que ensina a falar errado

Diante das bobagens que jornalistas baianos estão escrevendo sobre o livro “Por uma vida melhor”, transcrevo o artigo de Urariano Mota, escritor, autor de “Os corações futuristas” e de “Soledad no Recife”. Este sim um texto inteligente.

O livro que ensina a falar errado

Nesta semana, o “Bom dia Brasil”, nome do telejornal que desconhece o vocativo, abriu espaço para uma aula magna de Alexandre Garcia. Em breve editorial, Alexandre fulminou o livro “Por uma vida melhor”.

Entre outras sábias reflexões, assim falou Garcia:

- Pois, ironicamente, esse livro se chama ‘Por uma vida melhor’. Se fosse apenas uma polêmica linguística, tudo bem, mas faz parte do currículo de quase meio milhão de alunos. E é abonado pelo Ministério da Educação. Na moda do politicamente correto, defende o endosso ao falar errado para evitar o preconceito linguístico.

... Aboliu-se o mérito e agora se aprova a frase errada para não constranger.

A isso o professor Sérgio Nogueira apareceu como convidado. Mas antes, de modo espontâneo, o apresentador lhe levantou a bola:

- Isso (esse livro) é o início do fim da gramática?

Ao que pontificou o mestre:

- O fim da gramática já vem sendo feito há um bom tempo por essa nova linha do ensino, na chamada linguística moderna, em que o certo e o errado é abandonado... vocês pagariam pra uma escola em que seu filho vai continuar falando a língua que ele não precisa, que pode aprender sozinho?

Ao que aterrorizou melhor o apresentador:

- A língua é um traço de união nacional. Ela estaria ameaçada?

No que concordou o brilhante professor:

- Neste caso, sim, porque é diferente você respeitar as variantes regionais, as variantes sociais,e não conhecer uma língua geral, uma língua padrão. Por sinal, é nosso trabalho constante na Rede Globo, que é conseguir essa linguagem, como no caso do Bom Dia, que atinge o Sul e o Norte, Leste e Oeste. Hoje o gaúcho da fronteira se comunica com o sertanejo.

“Graças ao ótimo trabalho de lingüística da Rede Globo”, nem precisou o mestre completar. Que coisa... As letras de um artigo não enrubescem de vergonha. Nem cabe, na medida deste espaço, mostrar o serviço danoso que as telenovelas da Globo têm feito contra a riqueza da fala nacional.

Mas cabem duas ou três coisas sobre o livro condenado.

Ele, o maldito que rompe a unidade e pureza da língua, não prestigia o "falar errado", nem ensina a fala errada.

Em um capítulo, em apenas um, o malvado chama a atenção para formas à margem da norma culta. Mas alerta que as falas têm o seu lugar, adequação diferente, em momentos solenes, na escrita ou dentro de casa.

Escândalo.

O que deveria ser saudado em um livro que não humilha os falantes mais pobres, porque não os desqualifica, mas antes, como uma ressalva, lembra que “a sua fala não é errada, ela possui um valor. Apenas tomem cuidado, porque em determinadas ocasiões essa variante faz da pessoa alguém menor”, virou uma prova da mais alta incompetência do MEC. É como se não houvesse estudos científicos da língua nas universidades, é como se os frutos dessa pesquisa não pudessem voltar a quem de direito.

Em toda a mídia, falaram entre naftalinas ou com o mais simples cheiro de mofo.

Contra o livro se levantou uma guerra, um embate político e ideológico que faz a gente lembrar a difamação sofrida por Darwin, com um rabo até hoje porque teria dito que o homem descende do macaco. Ou como lhe perguntou um conservador no século XIX: “o senhor vem de um símio por parte de pai ou de mãe?”. Ou como afirmam os conservadores destes dias: “Aboliu-se o mérito e agora aprova-se a frase errada. Livro aprovado pelo MEC é uma inversão de valores”. Pois o governo agora ensina que nós vai tá bão.

No entanto, a palmatória que se levanta nem precisava ir tão longe: na própria imprensa se cometem todos os dias autênticas aberrações na ortografia, na sintaxe e no sentido das palavras. Há um novo léxico de novo-rico.

Os apresentadores de telejornais falam récorde, em lugar de recorde, e nessa pronúncia nem são ingleses nem brasileiros. Os nomes franceses procuram ser pronunciados à francesa, e a comédia resultante disso é constrangedora. Não faz muito, criou-se um deus nos acuda porque Dilma virou presidentA. Não, ensinaram os doutos que não leem dicionários, ela é presidentE. (Muito contra a nossa vontade, queriam dizer.)

Por que nunca levantaram a voz contra Manuel Bandeira?

“A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”

Por que não impediram jamais a divulgação de versos tão sacrílegos? Ah, Manuel Bandeira dominava a língua culta. Quem domina, pode. Quem não domina, se pode, para não falar rima menos pura.

 

Acusação contra livro é equivocada, explica Haddad

Jornalistas criticam o livro "Por uma vida melhor" sem terem lido o livro. Daí os textos engraçadinhos, escritos incorretamente, para efeito de crítica. Pelo menos dois jornalistas baianos de nome fizeram isso: Alex Ferraz (Tribuna) e Samuel Celestino (A Tarde). Pelo que escreveram, tenho quase certeza de que não leram o livro.

Sugiro uma referência de quem leu o livro. O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu a abordagem utilizada pelo livro Por uma Vida Melhor, de alfabetização de adultos, que defende o uso da norma popular em situações de fala.

O livro causou polêmica ao incluir frases com erro de concordância como “nós pega o peixe” em uma lição que apresentava a diferença da norma culta e a falada. No texto, a autora da obra defende que os alunos podem falar do “jeito errado”, mas devem dominar as regras da norma culta e ter atenção quanto ao seu uso. Para o ministro, acusação de que o livro “ensina a falar errado” é um equívoco.

“O livro parte da situação da fala, mas induz o jovem a se apropriar da norma culta. Os críticos infelizmente não leram o livro, fizeram juízo de valor com base em uma frase pinçada do contexto”, defendeu Haddad durante entrevista ao programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Haddad comparou os erros de concordância muito comuns na língua falada, especialmente na população mais pobre e não escolarizada, à linguagem utilizada pelos usuários da internet e de redes sociais.

“Quando um jovem manda mensagens no seu Twitter, no seu e-mail ou Orkut, ele faz uso da linguagem habitualmente utilizada naquele ambiente, até de maneira lúdica, ele modifica a língua e cria sinais próprios. Ali também tem norma e para você entender tem que se familiarizar com determinados padrões. Mas ele sabe que se migrar para um ambiente formal, seja um entrevista de emprego ou uma prova da escola, a linguagem não será apropriada”, afirmou.

O ministro ponderou que a escola tem que ensinar a norma culta, mas a abordagem pode partir da linguagem popular. “Há formas e abordagens diferentes para ensinar a norma culta. Você ensina a norma culta para uma criança de um jeito, para o adulto de 40 anos, de outro. Aquele adulto já tem uma história de vida da qual você tem que partir para que ele se familiarize da norma culta”, defendeu. (Com informações da Agência Brasil).

 

A divisão da Bahia sempre adubou discursos de políticos

Deu no jornal A Tarde, na coluna Tempo Presente, assinada pelo jornalista Levi Vasconcelos:

A divisão da Bahia

A divisão da Bahia, para criação de outros estados, sempre adubou o discurso de políticos em duas regiões, a cacaueira e o Oeste. Mas nunca passou da produção de votos.

No tempo em que o cacau era responsável por 60% da arrecadação baiana de ICMS, a idéia da criação do Estado de Santa Cruz (o território que envolve o Sul e o Extremo Sul). O cacau faliu e, no mar de desditas que provocou, tirou o gás do discurso separatista.

No Oeste baiano, a origem da aspiração é diferente. É histórica. A região sempre se sentiu alijada das prioridades baianas. Há tréguas, como no tempo (1954 a 1958) em que Antonio Balbino, filho e líder de Barreiras, foi governador. Fora disso, a aspiração é tão adensada que 99% da população é a favor.

Nos dias atuais, há outro ingrediente expressivo. Se na região cacaueira o separatismo arrefeceu porque o cacau desabou, no Oeste ocorre o inverso. A galopante expansão do agronegócio trouxe a riqueza que impulsiona o discurso de fazendeiros de todos os recantos do País, gaúchos, catarinenses, paulistas e afins, que nada têm de baianidade.

Com eles, a aspiração separatista só cresce. Jaques Wagner que se cuide. A divisão pode não acontecer, mas promete dar barulho.

OZIEL, O POLÊMICO

O deputado Oziel Oliveira (PDT), autor do projeto de lei que cria o Estado do São Francisco, é uma figura controvertida. Foi prefeito de Luiz Eduardo Magalhães durante oito anos de baixo de vasto cabedal de denúncias. Também é marido da prefeita de Barreiras, Jusmari Oliveira (PR).

Para arrepio dos inimigos do casal, ele aspira ser governador!.

 

Demagogia política e interesses privados do agronegócio querem dividir a Bahia

Não é a primeira vez. Nos anos 1980, políticos da região cacaueira sensibilizaram a população do Sul da Bahia em torno da idéia do separatismo, com a criação do Estado de Santa Cruz. Os parlamentares baianos rejeitaram a proposta. O cacau entrou em crise e ninguém fala mais nisso. Agora, o ex-prefeito de Luiz Eduardo Magalhães e deputado federal Oziel Oliveira (PDT-BA) ganha visibilidade na mídia com o projeto de criação do Estado do São Francisco. A demagogia política se une desta vez aos interesses privados do agronegócio.

O novo estado teria 31 municípios, um PIB de R$ 10 bilhões. O golpe desta vez vem em forma de Decreto Legislativo convocando “plebiscito” para desmenbramento da Bahia. O deputado federal do agronegócio baiano manipula, ou quer manipular, o imaginário de 1,2 milhão de habitantes de uma região de fronteira agrícola, com 1 milhão de hectares de soja, 350 mil de agodão, 200 mil de milho e dois pólos de fruticultura, além de ser cortada por mais de 1 mil km do rio São Francisco. Está na hora do povo baiano reeditar a campanha “A Bahia não se divide” dos anos 1980, comandada pelo jornal A TARDE.

Parlamentares conscientes começam a tomar posição. O deputado Geraldo Simões (PT-BA), que na década de 80 militou contra a divisão da Bahia, vai logo avisando: “o caminho correto é o governo da Bahia levar o desenvolvimento para o interior, com portos, ferrovias e universidades”. Félix Júnior (PDT-BA) alerta que a região pode acabar ficando mais pobre e provocar grande custo administrativo. O deputado Sérgio Brito (PSC-BA) declara: “em princípio sou contra”.

O deputado Oziel Oliveira argumenta que o desenvolvimento vai compensar os gastos administrativos. Por gastos administrativos leia-se a fortuna a ser gasta com salários de governadores, secretários, mais deputados estaduais e federais, toda a burocracia que um estado requer. Seria a grande negociata política do século XXI. Sintomaticamente, o deputado estadual que sustenta a proposta é Herbert Barbosa, do decadente DEM da Bahia. O deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA) se inclui entre os primeiros a COMBATER a proposta.

Os “separatistas” baianos se animaram com a aprovação pelo Congresso Nacional de plebiscitos para criar dois estados que seriam desmembrados do Pará. Obviamente vencerá o “sim” se as consultas se limitarem aos municípios afetados. Mais certo seria que todos os paraenses ou mesmo todos os brasileiros opinassem pelo voto, porque de nossos bolsos sairão os financiamentos desta pilantragem política. Neste caso, seriam salários para mais dois governadores, seus respectivos vices, 48 deputado estaduais, 16 deputados federais, seis senadores, mais de vinte secretários estaduais, além dos tribunais de Justiça, de Contas, e por aí vai.

O filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de Ética da USP, em artigo publicado no jornal Valor (16/05/2011) comenta que “aos cidadãos dos possíveis estados se venderá a ilusão de que sua vida vai melhorar”. É uma grande falácia, diz ele. A idéia está presa a um modelo político superado que pressupõe que, multiplicando as funções de governo, o Estado fica mais perto das pessoas e eleva os indicadores sociais. Com esta mesma argumentação existem hoje nada menos que 18 propostas de novas unidades federadas.

As atuais 27 passariam para 45. Todos estes estados precisariam de aportes do governo federal para sua simples subsistência. Seriam incapazes de realizar investimentos sociais e econômicos. O Brasil aumentaria os gastos com a administração e teríamos menos dinheiro para a economia e a sociedade.

O povo, coitadinho do povo. Mas os espertalhões do agronegócio do tal Estado do São Francisco se dariam muito bem.

18 de maio de 2011

 

Salvador subordinou-se aos interesses dos empreiteiros da construção civil

A mídia local não publica por motivos óbvios. Não se mata a galinha dos ovos de ouro. O caos urbano que vive Salvador, a ex-aprazível capital da Bahia, foi causado pela subordinação da gestão pública aos interesses privados da indústria da construção civil. Ney Campello (PCdoB), titular da Secretaria Estadual Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo de 2014, em entrevista à revista digital Terra Magazine, meteu o dedo na ferida. As empreiteiras causaram o problemão da mobilidade urbana, agora, a cidade discute como sair desta sinuca de bico.

As críticas do ex-vereador Campello saíram primeiro no twitter. “Algumas administrações abandonaram o caminho do planejamento da cidade e subordinaram a gestão política de Salvador a interesses de alguns segmentos econômicos. É preciso reverter esta lógica e a cidade ser governada e planejada para o cidadão”. Ele se referia aos empreiteiros da construção civil. De fato, os empreiteiros da construção civil detêm um incrível poder na Bahia.

No twitter, Campello disparou:

"O caos de Salvador no trânsito tem causas na falta de planejamento urbano e subordinação política a interesses privados";

"A lógica histórica dessa cidade é a especulação do solo, a engorda de terrenos e a licenciosidade no lugar do licenciamento";

"Em Salvador, primeiro se licencia a obra, depois é que se discute a infraestrutura viária e de serviços".

Será possível reverter essa lógica? A lógica pode até ser revertida, mas a selva de pedra já construída será impossível. Algumas administrações passadas se renderam ao poder das empreiteiras, mas, nenhuma como a do atual prefeito João Henrique. A lógica do prefeito é primeiro licenciar a construção de prédios, nas avenidas de vale, na avenida Paralela, em qualquer lugar, ousou até sacrificar um pedaço da mata do Parque da Cidade.

Primeiro, ele licencia a construção, depois discute a infraestrutura, o sistema público de transporte, as ciclovias, as ciclofaixas, a sustentabilidade ambiental. Temo que Salvador esteja perdida, como São Paulo está. E tudo isso para quê? Para engordar os cofres de seis ou sete capitalistas vorazes donos de construtoras e imobiliárias. Só Deus sabe quanto vereadores e burocratas receberam para liquidar Salvador.

O prefeito, seus burocratas corruptos, os empresários da construção civil, dos transportes e do lixo, junto com vereadores venais, não pensam no bem-estar dos que andam de carro, e muito menos nos 40% da população que andam a pé. Talvez a última chance seja essa história da Copa que pode levar a alguma requalificação urbana, com transporte público de massa.

Pessoalmente, não acredito na possibilidade do interesse público se sobrepor ao interesse do setor privado em Salvador. As empreiteiras controlam os cartórios, corrompem vereadores, funcionários públicos e prefeitos eleitos. Salvador já era.

17 de maio de 2011

 

Parlamentares prestam solidariedade a Cesare Battisti

Foi com a aparência tranquila e esperançosa que o ex-ativista italiano, Cesare Battisti, recebeu nesta terça-feira (17), um grupo de parlamentares da Câmara e do Senado que foram até o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, prestar-lhe solidariedade. Com o ato, os congressistas querem sensibilizar o Supremo Tribunal Federal (STF) que mantém Battisti preso e demonstrar apoio à decisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrário à extradição do ex-ativista.

Liderados pelo vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Domingos Dutra (PT-MA), a comitiva contou com a participação dos deputados Luiz Couto (PT-PB) e Márcio Macedo (PT-SE). Para os petistas, a visita a Battisti representa apoio ao ato do ex- presidente da República que concedeu asilo político ao italiano e, na avaliação deles, é um ato soberano e compete ao Estado conceder ou não asilo político. "Não estamos tratando de algo pessoal do Cesare Battisti, mas de uma decisão republicana", lembra Dutra.

Domingos Dutra disse ainda que a iniciativa dos parlamentares foi sensibilizar o STF para que aprecie o processo de soltura ex-ativista. "O Brasil concedeu, em duas ocasiões, o asilo político a Cesare Battisti. Portanto, é incompreensível manter preso um cidadão que já conquistou a liberdade. Respeitamos a autonomia do Supremo, mas queremos que a Corte paute o assunto e dê liberdade ao italiano".

Para o deputado Luiz Couto, foi surpresa a decisão do STF em manter em cárcere o ex ativisita italiano, mesmo após decisão do presidente Lula em mantê-lo no país. "O STF tomou posição pela repatriação, mas deu ao presidente da República o poder de decisão. Nós esperávamos que a partir desse ato, Battisti fosse liberado. Me surpreende porque é a primeira vez que um asilado político fica preso mesmo lhe sendo concedido o asilo", disse.

Cesare Battisti sustenta a argumentação de que foi julgado na Itália, por crime político e o julgamento do governo brasileiro, ao lhe conceder asilo político, seguiu a mesma linha.

Caso Battisti - O ex-ativista italiano foi condenado na Itália a prisão perpétua, por supostos homicídios cometidos nos anos 70, quando pertencia a um grupo político de extrema esquerda. Foi preso no Rio de Janeiro em 2007. O governo brasileiro, através do ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio político a Cesare Battisti, em janeiro de 2009. Nesse mesmo ano, o STF autorizou a entrega do italiano a seu país de origem, mas deixou a decisão final sobre a extradição para o presidente Luiz Inácio Lula. No dia 31 de dezembro de 2010, Lula concedeu asilo político a Battisti, que desde então aguarda a liberdade, que depende do STF a quem compete a expedição do alvará de soltura.

PT Na Câmara – Site Oficial da Liderança do PT - Benildes Rodrigues

 

Descontentes do PT da Bahia anunciam criação de nova tendência


Deu no jornal A TARDE (17/05/2011): “Descontentes do PT da Bahia anunciam criação de nova tendência”, em texto assinado pela jornalista Patrícia França. Segue a reportagem:


A reunião não foi divulgada para a imprensa e no PT o assunto é tratado com cautela para não transparecer que existe um racha no partido do governador Jaques Wagner. Mas, a decisão tomada, no último sábado (15), por 300 lideranças (prefeitos, vereadores, líderes comunitários) da corrente “Construindo um Novo Brasil” (CNB), de oficializar uma nova tendência, revela que uma parcela significativa da militância não está satisfeita com os rumos tomados pelo PT na Bahia. A CNB é a maior tendência do partido no Estado e no plano nacional tem como expoente o ex-presidente Lula.

Batizada de Articulação CNB, o novo agrupamento reúne os deputados federais Geraldo Simões, Emiliano José e Joseph Bandeira, e os deputados estaduais J. Carlos e Rosemberg Pinto. Também recebeu aval do secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi, que esteve em Salvador no final de semana. O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, que pertence à CNB, esteve no encontro, fez uma saudação e se retirou.

Um dos motivos para justificar a dissidência, segundo o deputado Rosemberg Pinto, é a pouca participação da militância nas decisões partidárias. “A Articulação Construindo um Novo Brasil está se organizando para voltar adebater com as bases. Ela é a maior do Brasil e da Bahia, tanto que elegeu Dilma (presidente) e Wagner (governador) mas está bastante distante das bases, ponderou o petista.

No manifesto de lançamento da nova tendência, intitulado Carta de Salvador, a necessidade de resgatar o debate político está explicitada no trecho: “A Articulação CNB deve contribuir para um maior protagonismo do PT no debate interno nos governos e permitir que muitos militantes tenham possibilidade de expressar suas opiniões e intervir nas decisões e rumos”.

Do lado oposto à nova Articulação CNB estariam, segundo o deputado, o grupo que defende que a CNB permaneça como uma “tendência de quadros”, com as decisões tomadas prioritariamente por quem detém mandato.

Rosemberg não quis citar nomes, mas A TARDE apurou que o deputado federal Josias Gomes estaria neste grupo. A reportagem não localizou o parlamentar, ontem, para falar sobre o assunto.

Procurado, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, disse que não falaria sobre “tendências internas” porque é presidente do partido. Sem esconder certa irritação, completou: “Nenhuma tendência tem expressão externa. Quem tem falado de tendências na imprensa está trabalhando contra as normas do partido”, avisou Jonas.

O deputado Emiliano José pontuou que o objetivo da Articulação CNB é “insistir nas questões afirmativas”. E traçou metas: “Contribuir para o debate no partido, fortalecer os governos Dilma, Wagner, os parlamentares e, sobretudo, a militância partidária, sindical e popular”. As mudanças, disse ele, visam gerar o maior número de candidaturas do PT em 2012.

16 de maio de 2011

 

Blogosfera repercute fundação de nova tendência do PT da Bahia

Como sempre, os blogs repercutiram com mais intensidade e rapidez a fundação da nova tendência interna do PT da Bahia "Articulação CNB". Dei um Google hoje (16) e percebi que, além dos sites Política Livre e Bahia Notícias, que têm redação estruturada, registraram o acontecimento os blogs Bahia Toda Hora, Bahia Todo Dia, Dimas Roque, Notícias do Sertão, Geovane Viana, Assunto é Política, Paulo Afonso Notícias, Diga Salvador, Jornal Grande Bahia, Walcordeiro, Geraldo José, Espaço Aberto, Norte da Bahia, Elite Estratégia Política, Central Blog e, claro, este Bahia de Fato.

O “BLOG DE LAURO” ASSIM REGISTROU:

PT baiano ganha nova tendência interna

E o PT baiano ganhou mais uma tendência interna, a “Articulação CNB”, integrada, entre outros pelos deputados federais Emiliano José, Geraldo Simões e Joseph Bandeira, pelos deputados estaduais J. Carlos e Rosemberg Pinto.

A desarticulação da “Construindo um Novo Brasil” (CNB), o adesismo da corrente ao governo estadual e federal e a ausência de debates políticos da tendência são apontadas como motivos para o rompimento interno.

O deputado federal, Nelson Pelegrino, também compareceu a reunião deste sábado (14), que marcou o lançamento da nova tendência. Apesar de pertencer a outra corrente, Pelegrino foi bastante aplaudido.

A mesma receptividade não foi repetida ao presidente regional do PT, Jonas Paulo, que pediu unidade, mas não obteve nenhuma palma. Sobraram críticas também aos deputado Josias Gomes, o secretário estadual do Planejamento, Zezéu Ribeiro, e os deputados estaduais Paulo Rangel e Fátima Nunes, que permanecem na antiga tendência CNB.

Manifesto

Durante a reunião, um manifesto foi redigido sinalizando as principais orientações a serem adotadas pela Articulação CNB, como "resgatar o debate político , dar voz às lideranças de base e ampliar a participação com candidaturas nas eleições municipais de 2012".

O Blog de Lauro teve acesso ao manifesto na íntegra. Confira:

E segue na íntegra a Carta de Salvador da ARTICULAÇÃO CNB. O mesmo documento está publicado abaixo neste Bahia de Fato.

 

Bahia: PT cria “Articulação CNB”

Portal Bahia Todo Dia (14/05) - Com a presença de mais de 200 lideranças políticas, de militantes de diversos municípios da Bahia e lideranças nacionais, foi criada neste sábado (14) a “Articulação CNB, novo agrupamento do Partido dos Trabalhadores (PT).

O novo agrupamento da corrente majoritária do PT nasce pela necessidade de resgatar as origens da legenda, que sempre priorizou o amplo debate com as bases e a militância política. Ao final do encontro foi lida e aprovada por consenso a carta-documento que cria o novo bloco.

O nome da corrente teve que ir à votação e foi aprovado por ampla maioria. Ficou a cargo da coordenação do encontro a organização da coordenação da Articulação CNB.

NOTA DO BAHIA DE FATO - O site Bahia Todo Dia (sediado em Lauro de Freitas) foi o único a noticiar o encontro no próprio sábado (14) com o título “Tendência petista faz encontro hoje”.

 

Petistas baianos criticam falta de debate político no partido e criam uma nova tendência interna

Portal Bahia Toda Hora - Fortalecimento. Essa é a palavra de ordem da nova tendência interna do Partido dos Trabalhadores, criada no sábado (14) por cerca de 300 lideranças do PT da Bahia: a “Articulação CNB”, integrada pelos deputados federais Emiliano José, Geraldo Simões e Joseph Bandeira, pelos deputados estaduais J. Carlos e Rosemberg Pinto, e por dezenas de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças petistas de várias regiões do Estado.

O termo “fortalecimento” é citado nada menos que sete vezes no parágrafo inicial da “Carta de Salvador”, o documento final do encontro, como objetivo do novo campo político petista: fortalecimento do partido; fortalecimento do governo Dilma; fortalecimento do governo Wagner; fortalecimento dos deputados e lideranças estaduais do partido; fortalecimento dos prefeitos, vereadores e lideranças regionais e municipais do PT; fortalecimento dos movimentos sociais; e fortalecimento da militância partidária, sindical e popular.

A reunião, que começou às 10h e prolongou-se até 16h, no Hotel Sol Bahia, foi marcada por discursos inflamados, reclamando da ausência de debates políticos na tendência “Construindo um Novo Brasil” (CNB), à qual a maioria pertencia até então. O rompimento, conforme asseguraram vários oradores, deveu-se sobretudo a uma certa desarticulação da CNB na Bahia. Daí as reclamações por mais debates internos e a necessidade de garantir voz às lideranças de base.

Não houve críticas ao governo Dilma e muito menos ao governo Wagner. Muito pelo contrário: os oradores defenderam as conquistas obtidas nas duas administrações, mas também manifestaram interesse em assegurar à nova tendência uma participação no governo que ajudaram a eleger.

O documento final do encontro defende ainda o lançamento do máximo de candidaturas próprias para as prefeituras e câmaras de vereadores nos municípios em 2012, com o objetivo de consolidar o projeto petista e fazer com que a aliança construída nas últimas eleições “seja consolidada com uma diretriz clara de esquerda, que sempre definiu nosso programa”.

 

Petistas baianos formam nova tendência

Portal Bahia Notícias (15/05) - Uma nova tendência dentro do Partido dos Trabalhadores na Bahia (PT-BA) foi oficializada neste sábado (14). A Articulação CNB (Construindo um Novo Brasil) é integrada pelos deputados federais Emiliano José, Geraldo Simões e Joseph Bandeira, e pelos estaduais J. Carlos e Rosemberg Pinto. De acordo com a nova organização interna do PT-BA, prefeitos, ex-prefeitos, prefeituráveis, vereadores e lideranças petistas do estado integram o grupo. Um manifesto intitulado "Carta de Salvador - Articulação CNB" foi redigido no decorrer da plenária, e faz referência à necessidade de "resgatar o debate político perdido, dar voz às lideranças de base e participar com candidaturas nas eleições municipais de 2012, já a visar a vitória na sucessão estadual, em 2014".

 

Geraldo Simões, Emiliano e Joseph Bandeira criam nova tendência no PT

Portal Política Livre (15/05)- Um racha nas bancadas federal e estadual do PT baiano levou à criação de uma nova tendência do partido no Estado. Trata-se da Articulação CNB, uma dissidência da Construindo um Novo Brasil, que passará a ser comandada na Bahia pelos deputados federais Geraldo Simões, Emiliano José e Joseph Bandeira e os estaduais J. Carlos e Rosemberg Pinto. Os acompanham dezenas de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, candidatos nas próximas eleições e lideranças petistas de toda a Bahia. A nova tendência, que surge na Bahia, já foi reconhecida pelo secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi, que prestigiou o ato de lançamento da Articulação CNB, durante um evento no último sábado (14), em Salvador.

15 de maio de 2011

 

Deputado federal Emiliano José (PT-BA) defende política de distribuição de renda no site CartaCapital

Todos os artigos do jornalista e deputado federal Emiliano José (PT-BA) no site CartaCapital estão AQUI

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