7 de agosto de 2007

 

"Sou Classe Média, papagaio de telejornal"

Mùsica de Max Gonzaga faz sucesso no You Tube

"Sou Classe Média
Papagaio de todo Telejornal
Eu acredito na imparcialidade
Da revista semanal"

O "Conversa Afiada" de Paulo Henrique Amorim deu a dica e fomos conferir o clip colocado no YouTube da música "Classe Média", de Max Gonzaga. Caramba! Que maravilhosa síntese! Em poucos versos um retrato perfeito da pseudo-elite paulistana e sua raiva incontida dos pobres e degredados. A mesma que odeia de morte o presidente da República que, por não ter nascido "no seio deles", merece a execração eterna.

Vale a pena conferir o samba bossa nova que nos brinda com versos como "Compro roupa e gasolina no cartão, odeio coletivo, e vou de carro que comprei a prestação". Clique no link abaixo e lave a alma!

"Sou classe média, papagaio de telejornal"

 

A Editora Abril precisa ser investigada

A Polícia Federal vai ter muito trabalho. Uma denúncia de um senador da República não é uma denúncia qualquer. Que negócio é este de R$ 1 bilhão envolvendo a venda da TVA, da Editora Abril, proprietária da revista Veja, a uma empresa estrangeira?

A compra da TVA pela empresa espanhola Telefônica foi anunciada em outubro de 2006, mas só no último dia 18 de julho a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel deliberou sobre o assunto, inclusive impondo restrições a uma parte da operação.

A revista Veja afirma que investiga, apura e denuncia tudo o que prejudica o Brasil e os brasileiros. Mas, como é que vai investigar a si mesma? É um escândalo a associação do Grupo Abril à Telefônica e a interferência de uma empresa internacional na mídia brasileira.

Estará nessa associação espúria numa negociata obscura a explicação para a linha editorial da revista Veja?

É. A Polícia Federal tem muito trabalho pela frente.

Não estará a revista Veja servindo de “laranja” para o controle internacional da mídia brasileira?

Tenho pena dos jornalistas que trabalham para a Editora Abril. Estão vendendo a própria alma. Cansei.

 

Dr. Waldir, Dr. Dignidade, Dr. Ética

Indignado, li uma notinha desrespeitosa do jornalista Lauro Jardim, da coluna Radar da revista Veja (só podia ser) sobre Waldir Pires. Uma notinha gratuita, sem informação, apenas com o óbvio objetivo de chamá-lo de “incompetente”. Lauro Jardim era o último jornalista daquela revista fascistóide que eu ainda me dava ao trabalho de passar as vistas. Estou fora. Incompetente é a mãe. Esse Lauro Jardim ou é muito ignorante, ou está se fazendo de besta ou apenas está fazendo jus ao salário que a Editora Abril lhe paga.

Aos detratores gratuitos ou remunerados eu poderia desfiar os 60 anos de vida pública de Waldir Pires, intocáveis. Mas, não vou perder meu tempo. Fico com a homenagem que a agência Objectiva Comunicação fez em forma de anúncio a Waldir Pires, na edição de 02/08/2007 do jornal A Tarde – no dia em que Waldir desembarcou em Salvador. O título foi: “Dr. Waldir, Dr. Respeito, Dr. Ética. Dr. Coerência, Dr. Integridade”. Ou seja, tudo o que a revista Veja e seus assalariados de alma vendida não podem ostentar.

O texto do “anúncio” também foi marcante:

“Neste momento em que Waldir assume outra fronteira de luta, a Bahia quer homenageá-lo. Não precisa de uma data especial para isso. Os homens e as mulheres de bem desta terra generosa sabem a quem chamam de líder. Lembram sempre do secretário de Estado, do deputado estadual, do deputado federal, do Consultor Geral da República, da resistência ao golpe militar, do exílio, da volta, do governador. E, sobretudo, lembram do homem da política, da grande política, do militante voltado para as grandes causas do povo da Bahia, do Brasil, da humanidade. Militante não pára, insiste, continua a nos ensinar que só o sonho pode embalar a beleza de viver. Viva Waldir!”.

Estive no Aeroporto Dois de Julho naquela tarde. Testemunhei a ovação com que Waldir Pires foi recepcionado. Gente de variados partidos políticos, PT, PSB, PDT, PMDB, PCdoB, PV e muitos veteranos da luta contra a ditadura. Gente que, seguramente, não lê a revista Veja. Um coro em particular me chamou a atenção: “Waldir, 50 anos de ética pública”. Cercado de jornalistas, ele declarou: “A construção da República para nós é a construção de um Brasil para todos, inclusive de aviões e passageiros, com responsabilidade de serviços públicos que estejam permanentemente regulados a uma concepção de dever à sociedade, sem segredos, sem coronéis, sem caudilhos”.

Com a história de vida que Waldir Pires tem chega a ser imbecil chamá-lo de “incompetente”.

5 de agosto de 2007

 

Waldir Pires foi ovacionado na abertura do III Congresso Estadual do PT da Bahia

No último dia 03/08 (sexta-feira), na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no bairro da Federação, em Salvador, aconteceu a abertura do III Congresso Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) e também uma homenagem ao ex-governador Waldir Pires.

A pedido da direção do PT, o membro da Executiva Estadual e do Diretório Nacional, Emiliano José, fez uma saudação a Waldir Pires, onde expressava a posição de todo o partido.

Segue abaixo a íntegra do discurso.

"Este é um momento especial de nossas vidas. Temos ouvido isso de Waldir, que está sendo homenageado por nós nesse nosso III Congresso Estadual, que prepara o nosso III Congresso Nacional.

Ele costuma dizer que a geração dele lutou décadas e viu durante muito tempo frustradas suas esperanças, sobretudo com o golpe militar de 1964. Teve a ventura, costuma ele também dizer, de vir para o PT e com o PT compartilhar a chegada de Lula à presidência da República.

E poder servir a esse novo projeto de País e a esse grande presidente primeiro construindo e dirigindo uma experiência inédita no mundo, que foi a Controladoria Geral da União, e depois como ministro da Defesa.

E teve o privilégio, neste ano que passou, 2006, de participar da campanha vitoriosa de Jaques Wagner para o governo do Estado da Bahia. Foi um dos primeiros a afirmar, depois do próprio Wagner, que a vitória viria no primeiro turno. Teve a alegria, a imensa alegria de ver derrotado um esquema político perverso, contra o qual lutou toda a vida.

É verdade, vivemos um momento especial em nossas vidas. E ele é mais especial ainda para Waldir.

Waldir foi um dos grandes vitoriosos de sua geração. Pôde atravessar toda a sua vida pública de um lado só: o da democracia, o da luta pela melhoria das condições de vida do povo, pela justiça social, pela liberdade. Nunca, em nenhum instante, vacilou quanto ao seu lado.

Mesmo quando isso implicou enormes sacrifícios, como em 1964, quando foi, junto com Darcy Ribeiro, um dos últimos heróis da resistência, um dos últimos a deixar o Palácio do Planalto, defendendo o governo democrático e reformador de João Goulart.

Começou cedo, muito cedo a sua trajetória política. Primeiro, nas lutas estudantis. Depois, com pouco mais de 20 anos, era secretário de Estado no governo de Régis Pacheco. Elegeu-se deputado estadual em 1954. Deputado federal em 1958.

Foi candidato a governador com o apoio das forças progressistas em 1962, perdendo graças à união e ferocidade das forças da direita.Tornou-se Consultor Geral da República no governo Goulart.

Exilou-se entre abril de 1964 a março de 1970, indo primeiro para o Uruguai, depois para a França, onde foi professor na Universidade de Dijon e no Instituto de Altos Estudos para a América Latina, de Paris. Firmou-se como professor, como intelectual. Conviveu cotidianamente com o grande Celso Furtado, seu companheiro de docência e de lutas, entre tantos exilados com os quais estabeleceu relações.

Volta ao Brasil num momento muito difícil. Momento do ditador Médici, o mais terrível dos generais-presidentes da ditadura. Resolveu voltar para não permitir que seus filhos perdessem as referências brasileiras. Reconstrói a vida no Rio de Janeiro, em meio àquela situação de dificuldades.

Em 1979, volta para a Bahia, reassume a liderança de um processo político que o levaria ao governo do Estado em 1986, numa campanha memorável. Antes, havia sido ministro da Previdência do governo da Nova República. Uma gestão que foi marcada pelo confronto com os banqueiros, pelo saneamento da previdência, com o fim do seu histórico rombo, tornando-a superavitária.

Seu governo, curta experiência de dois anos, deixou como marcas essenciais a intransigência democrática, a visão republicana, o profundo compromisso social, o avanço da reforma agrária, notáveis conquistas na saúde, o saneamento financeiro e as melhorias na infra-estrutura, só para lembrar alguns aspectos. Foi ainda deputado federal e em 1997 entrou no PT, para engrandecimento do partido.

Era intrigante, para os mais antigos do PT, olhar Waldir, nas primeiras filas dos encontros nacionais e nas reuniões na Bahia, anotando tudo, ouvindo os oradores com atenção.

Muito mais disciplinado que muitos dos velhos militantes. Parecia um novato, aprendendo tudo daquele partido tão cheio de confusões, discussões, correntes variadas, disputas acirradas. Tudo isso o entusiasmava, dava-lhe a convicção do acerto da escolha.

Teve a antevisão, desde que chegou ao PT, que Lula estava talhado, destinado a ser presidente da República. Disse a Lula, mais de uma vez, que ele não tinha mais o direito de dispor de seu destino, que já estava traçado.

No governo, foi um companheiro fiel de Lula, defensor de seu papel de maior liderança popular da história do Brasil. E de um grande líder mundial, capaz de sentar à mesa das grandes potências de cabeça erguida.

Poucos, como Waldir, podem orgulhar-se de uma trajetória tão cheia de coerência, dignidade, ética, coragem, firmeza nos propósitos, fidelidade aos princípios. Os adversários, e até às vezes os mais próximos, o criticavam pelo que chamavam de "excesso de democracia", que terminava por ser o elogio a um político que nunca transigiu com princípios.

Esse respeito à democracia, esse cultivo da convivência dos diferentes são características que nunca abandonaram Waldir, especialmente nas conjunturas em que ele exerceu o poder.

Teve ao seu lado uma mulher extraordinária, Yolanda, sua companheira de toda a vida, também uma lutadora compromissada com as melhores causas do povo brasileiro e baiano. Dona Yolanda, como a chamávamos todos, era dessas mulheres raras. Ao lado do grande homem, que é Waldir, ela tinha brilho próprio e nos legou belas lições. Deixou-nos, entre tantas coisas que escreveu, um livro sobre o exílio que deve ser lido por todos pelos ensinamentos que transmite.

Nessa homenagem, o que se pretende, quando comemoramos mais de dez anos de entrada de Waldir no partido, é juntar o passado e o presente. O passado iluminando o presente. Os passos na longa estrada, Waldir os observa, deixaram marcas que não se apagaram.

Os grandes homens não são os que se revelam num instante, num gesto, mas são aqueles que, na sua trajetória, evidenciam cotidianamente seus compromissos com sua gente, com sua Nação, com um mundo livre da exploração, do sofrimento, da injustiça. Waldir, voltamos a dizer, quando olha para trás e vê seus passos na longa estrada, iniciada lá em Amargosa, vê o quanto a vida vale a pena. O quanto a vida é bela.

E para nós, de outra geração, olhar os passos de Waldir na estrada, representa uma lição: a de que o sonho de liberdade, de democracia, de justiça pode ser de uma vida inteira, e não apenas de uma fase da vida. Waldir, já com alguns bons anos de existência, continua a nos dar lições de coerência, de compromisso profundo com o povo, de amor pela Nação.

Não tem importado muito a Waldir os momentos de glória, e ele os teve muitos. Sabe-os efêmeros. Sabe que a política tem idas e vindas. Nunca é uma trajetória linear. A Waldir o que importou sempre foram os compromissos essenciais com a história, como ele costuma dizer.

Queremos afirmar, Waldir, que você, aqui e agora, é um exemplo absolutamente atual para todos nós do PT da Bahia e para todos os amantes da liberdade, da democracia e da justiça social.

Para o PT, esse partido socialista e democrático, nascido das lutas do povo brasileiro, constitui um orgulho muito grande tê-lo como companheiro de luta e de partido. Todos os homens, todas as mulheres aqui presentes o abraçam com imenso carinho, com grande admiração. A luta continua. Como você sempre defendeu. E continua a defender. (05/08/2007).

 

A deformação midiática não conseguiu derrubar Lula

A manchete deveria ser mais ou menos isso.

Nem os dois maiores acidentes da história da aviação brasileira nem o humor azedo dos freqüentadores de aeroportos foram capazes de abalar a popularidade de Lula. A última pesquisa Datafolha revela a verdade.

1. Apesar do noticiário negativo e dos “erros” cometidos pelo governo, a população percebe que a crise aérea, “profunda e sistêmica”, não nasceu nesta administração;

2. Há uma percepção de que os dois acidentes – Gol e TAM — não tiveram relação direta com os problemas administrativos do setor aéreo;

3. os usuários de avião constituem uma minoria, cuja insatisfação não contamina a maioria sólida que avalia o governo Lula de maneira positiva.

A grande maioria dos brasileiros, informa a Folha (só assinantes) em sua edição deste domingo (5), é pobre: 59,5% têm renda familiar mensal que não ultrapassa à barreira dos três salários mínimos (R$ 1.050). E, de acordo com o Datafolha, só 8% dos brasileiros viajam de avião.

“Além disso”, anota a notícia da Folha, “a situação econômica do país permanece boa, com estimativa de crescimento em torno de 4,5% em 2007. O programa Bolsa Família, que atende cerca de 11,1 milhões de famílias, também ajuda a entender a manutenção da alta popularidade de Lula”.

Considerando-se apenas o universo dos 8% de brasileiros que utilizam o avião como meio de transporte, o percentual dos que consideram Lula “ótimo” ou “bom” foi de 29%. Nada menos que 19 pontos percentuais abaixo da media nacional (48%). Nesse nicho da população, os que classificam o governo como “ruim” ou “péssimo” chegam a 30%, o dobro da média nacional (15%).

A variação negativa mais expressiva na popularidade de Lula foi verificada entre os brasileiros com renda familiar mensal acima de dez salários mínimos (R$ 3.500). Nesse segmento, público que mais se sensibiliza com a pregação de enfado do “Cansei”, a avaliação de “ótimo” ou “bom” atribuída à gestão Lula despencou sete pontos.

Assim, a despeito da campanha deletéria da imprensa nacional, incluindo a Folha, Lula continua voando em céu de brigadeiro.

 

Golpistas e canalhas

Fonte: http://www.tribunapetista.blogspot.com/

Por Guina - 02/08/2007

Agora que a transcrição da caixa preta de voz da aeronave da TAM, acidentada no dia 17 foi divulgada e que o contéudo da mesma revela que houve falha humana ou defeito mecânico, a grande mídia mais uma vez deu mostra de sua verdadeira face.

Pois os abutres da Rede Globo, Veja, Folha/SP, Estadão e cia., num misto de golpismo e canalhice, passaram as últimas semanas acusando, de forma irresponsável, o governo federal de ser o culpado pela tragédia antes mesmo do início de alguma investigação sobre as causas da mesma.

Os imbecis praticamente comemoraram o acidente e usaram de forma criminosa os mortos como arma política para jogar a opinião pública contra o Presidente Lula, numa total falta de respeito com a memória das vítimas e os seus parentes.

Agora, ligamos a TV ou lemos nos jornais e revistas e está lá, os mesmos covardes tendo que transmitir a verdade dos fatos.

Será que aprenderão um dia que não se deve usar os veículos de comunicação para manipular os fatos e pré-julgar os outros, desrespeitando a tudo e a todos, como a grande mídia do Brasil vem fazendo?

Quando vão parar de usar de canalhices como essa para atacar o Presidente Lula?

Nojo, é só o que sinto dessa gangue inescrupulosa.

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WELCOME TO BRAZIL

Lula foi vaiado na abertura dos jogos panamericanos. Foi um acachapante dissabor público. Quem vaiou? Foi o “ishpérrto” carioca, burguês folgado e malicioso, dado a contravenções. São as profissionais liberais reacionárias, histéricas e debochadas, que finalizam discussões comendo dedos de esquerdistas.

Foram as madamas grosseironas, com seus maridos brucutus, distribuindo cotoveladas, insultos e propinas para garantir melhores lugares em filas, assentos e mesas. Jovens raquíticas, amedrontadas pelo povaréu fedido, agarradas aos namorados almofadinhas, confessando saudades de Bariloche, Aruba ou Miami.

E os sábios da imprensa-de-crachá, os convidados de autoridades insignificantes, os apadrinhados da burocracia enferma, todos escancarados em sua vulgaridade, soltando gargalhadas mefistofélicas ante o que julgavam ser um “momento histórico”, o “risco no teflon”, a suprema humilhação do lulo-petismo.

Pobres diabos. Vaiaram-se ao espelho.
LEIA ARTIGO NA ÍNTEGRA

Welcome to Brazil
por Guilherme Scalzilli

Na noite de 13 de julho, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Panamericanos, Lula sofreu um acachapante dissabor público. Os milhares de apupos que ecoaram no Maracanã lotado destruíram a fantasia de infalibilidade que as pesquisas de opinião trouxeram ao presidente.

Graças à blindagem ilusória, ele estava indesculpavelmente despreparado para expor-se em situação de tamanha periculosidade, num evento imprevisível, organizado por raposas notórias, em cidade governada por um sagaz adversário político, diante de audiência historicamente indisciplinada e hostil.

Ademais, o petista recuou diante de um embaraço que em outros tempos contornaria com a reconhecida habilidade oratória. Seu estupor, típico da soberba ferida, deixou o constrangimento irreversível e deu às vaias aparência de improviso.

Parece repetitivo insistir nas pesquisas de opinião para jogar suspeitas sobre a sinceridade e a espontaneidade da manifestação, mas os números são incisivos demais. A aprovação pessoal de Lula atingiu espantosos 66% em julho (CNI/Ibope), enquanto o governador Sérgio Cabral obteve 48% entre os cariocas (Datafolha).

No entanto, apenas o prefeito César Maia (32% de aprovação na capital) foi aplaudido na cerimônia. O choque entre as estatísticas e a estranha seletividade da platéia reforça-se quando consideramos o ambiente apolítico e ufanista, quase homogeneamente festivo, que domina cerimônias afins.

A preparação do evento continua mergulhada em mistérios desnecessários. Por que sabemos tão pouco sobre a atuação de funcionários municipais na organização da festa? É verdade que o recrutamento dos voluntários privilegiou as bases eleitorais do casal Garotinho e do prefeito Maia? Houve realmente as tais reuniões fechadas para instrução de servidores e militantes partidários?

Como ocorreu o treinamento dos voluntários, que, durante o ensaio geral, no estádio quase vazio, já demonstravam predisposição para vaias e aplausos idênticos aos ouvidos na abertura?

Previsivelmente, a mídia oposicionista ignora esses questionamentos, guardando a energia investigativa para outras conveniências. Tanto faz. O verdadeiro significado das vaias ilustrará a posteridade, acima de picuinhas ideológicas, através de sua camada mais visível, crua e indisfarçável: o vexame generalizado.

Apanhado isoladamente, vaiar Lula e Cabral constitui um gesto legítimo de catarse coletiva.

Entretanto, no contexto da cerimônia de abertura, embotou uma festa milionária e arruinou um protocolo consagrado em solenidades internacionais.

Essas demonstrações de anarquia tropical podem até parecer divertidas e serelepes no calor do momento, mas a observadores rigorosos revelam apenas falta de educação.

É o tipo de comportamento selvagem que compõe o anedotário universal da Banânia, a republiqueta imaginária que desconhece princípios morais e regras de conduta.

Dias antes da vergonha, um estadunidense imbecil foi atacado por insultar os brios tupiniquins. “Welcome to Congo”, escrevera ele aos conterrâneos.

Pois nada semelhante ao ocorrido na noite de sexta-feira acontece nos EUA, tampouco em nações menos venturosas, apesar dos eventuais problemas que as acometam. Mesmo quando alheios ao patriotismo tolo, seus cidadãos valorizam a própria imagem perante o mundo. Sabem que prestigiar empreendimentos de grande visibilidade é também uma forma de valorizarem a si mesmos. E entendem que, na lógica do cerimonial terráqueo, aquele bípede bem vestido sublima o indivíduo para simbolizar uma instituição da República.

Imaturo e caricato, o público do Maracanã mostrou-se despreparado para abrigar um evento de porte continental.

Não foi “irreverente”, como quiseram alguns; foi patético. Misturou atuação política e macaquice jeca, militância e torcida de futebol. Purgou-se dos dissabores ideológicos com uma afronta omissa, que poucos ousam repetir à luz do dia. Trocou o tédio do ritual civilizado, rara chance de fingir alguma dignidade, pelo carnaval grotesco da autofagia desdenhosa.

Conhecemos há tempos o perfil dessa multidão ignorante, dotada de posses, que se despiu da empáfia para uivar no escuro. Estão ali justamente os maiores críticos do país, cujo atraso amaldiçoam com a superioridade dos cosmopolitas. Não por acaso, são os mesmos pugilistas do falso moralismo, que defendem soluções antidemocráticas para sanear os males da corrupção alheia, desde que as próprias benesses permaneçam garantidas.

È o “ishpérrto” do jeitinho carioca, burguês folgado e malicioso, dado a contravenções. São as profissionais liberais reacionárias, histéricas e debochadas, que finalizam discussões comendo dedos de esquerdistas.

E também as madamas grosseironas, com seus maridos brucutus, distribuindo cotoveladas, insultos e propinas para garantir melhores lugares em filas, assentos e mesas. E ainda as jovens raquíticas, amedrontadas pelo povaréu fedido, agarradas aos namorados almofadinhas, confessando saudades de Bariloche, Aruba ou Miami.

E os sábios da imprensa-de-crachá, os convidados de autoridades insignificantes, os apadrinhados da burocracia enferma, todos escancarados em sua vulgaridade, soltando gargalhadas mefistofélicas ante o que julgavam ser um “momento histórico”, o “risco no teflon”, a suprema humilhação do lulo-petismo.

Pobres diabos. Vaiaram-se ao espelho.

Guilherme Scalzilli, historiador e escritor. Autor do romance “Crisálida” (editora Casa Amarela). www.guilherme.scalzilli.nombr

 

Quatro pessoas morrem em estradas da Bahia. Não foi Lula.

Não foi culpa do presidente Lula. Quatro pessoas morreram, 20 ficaram feridas em acidente no km 833 da BR 116, Vitória da Conquista, Bahia. Notícia da respeitável Agência A Tarde. O acidente ocorreu por volta das 10h20 entre um caminhão Mercedes Benz, placa KNB 0440, e um ônibus, BXG 1913.

Ivanilde Santos Silva, 40, e João Vitor Naricí, de apenas dois anos, estavam no caminhão e morreram na hora. Cássio Vitor Naricí, 42, que conduzia o veículo, foi internado em estado grave no Hospital Regional de Vitória da Conquista. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a causa do acidente foi uma ultrapassagem proibida executada pelo condutor do ônibus em uma faixa contínua.

O POVO NÃO É BURRO

Duas semanas depois do acidente da TAM em Congonhas, considerado o maior da história da aviação brasileira, com a morte de 199 pessoas, e depois de 10 meses de tentativas do governo em solucionar a crise aérea, a popularidade do presidente Lula continua a mesma.

O dado foi apontado pela pesquisa nacional do Datafolha, realizada nos dias 1 e 2 de agosto. O estudo revela que 48% dos brasileiros acham que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua ótimo ou bom.

A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo, neste domingo, 5. De acordo com a pesquisa, o resultado atual é idêntico ao registrado em março, e praticamente igual ao que Lula tinha no início de outubro de 2006 (49%). Entre março e hoje, a taxa de ruim/péssimo do governo apenas oscilou, de 14% para 15%. Em outubro passado, era maior: 17%.

POR QUE SERÁ?

Uma das explicações para a popularidade não abalada do presidente está no fato de que a maior parcela dos brasileiros, cerca de 59,5%, tem renda familiar mensal de até três salários mínimos por mês, ou R$ 1.050.
Apenas 8% da população viaja de avião.

Outra característica é que a situação econômica do Brasil registrou crescimento em torno de 4,5% em 2007, considerado um resultado satisfatório para o País. O programa Bolsa Família também ajuda a manter a alta popularidade de Lula. O programa atende cerca de 1,1 milhão de famílias.

O percentual, entre os 8% que costumam andar de avião, que consideram o presidente ótimo ou bom é de 29%, ou seja, 19 pontos inferior à media nacional. Os que definem o governo como ruim ou péssimo chegam a 30%, o dobro da média nacional (15%).

 

Mino Carta explica porque nomeação de Jobim é erro político

A lúcida explicação de Mino Carta está em duas notas publicados em seu blog:

Jobim, “um erro político”
03/08/2007 18:50

CartaCapital, na edição que está nas bancas de hoje (4) em São Paulo, diz considerar a nomeação de Nelson Jobim para o ministério da Defesa “um erro político”. Por que? Mais de uma razão.

Primeira. Tirar do ministério uma figura digna e coerente como Waldir Pires, cassado pelo golpe de 1964, e de difícil digestão para os militares até hoje, representa mais um recuo do governo.

Segunda. Não escapará a quem tem achego ao uso da razão que Pires passa a ser o bode expiatório, em beneficio dos reacionários do Brasil, perfeitamente representados e doutrinados pela mídia nativa. A qual perdeu as eleições de 2002 a 2006 juntamente com os candidatos tucanos, a demonstrar que não mais atinge a larga maioria dos brasileiros. Lula ainda não se deu conta disso, ao que tudo indica, e vai de recuo em recuo.

Terceira. Jobim não tem a coerência de Pires e serve apenas para deslustrar a primeira imagem do governo Lula. Mais tucano que peemedebista, e, certamente, equilibrista. Seu currículo, suas ações, provam. Chega agora para agradar aos militares, desde a deselegância cometida contra Pires no seu discurso de posse. Muito ambicioso, já cuida de alguma candidatura em 2010. Como sucessor de Lula ou como vice de José Serra?
enviada por mino



Alegríssimos
02/08/2007

Os militares estão alegríssimos com a nomeação de Nelson Jobim para o ministro da Defesa, com a certeza de que este, ao contrário de Waldir Pires, não vai peitá-los.

Na Argentina e no Chile, os fardados pagaram caro por sua participação da ditadura. Pinochet acabou como sabemos e há generais portenhos da época ainda vivos e presos. Aqui, nada, e ainda nos apresentamos como democracia.

O ex-ministro Pires era um osso duro de roer, bastava-lhe, para irritar-se, que a milicalha chamasse de revolução a tragédia que não passou de golpe.

Declaro, alto e bom som, como editorial do Estadão, que cansei, sim, cansei deste medo que o paisano experimenta ao se defrontar com uma farda. Talvez baste um sargento para causar pavor. Não fosse suficiente a presença de outras figuras discutíveis no ministério de Lula, Nelson Jobim contribui para deslustrar a idéia inicial, de que teríamos enfim um governo voltado, em primeiro lugar, para os interesses da maioria.
enviada por mino

 

Emiliano rebate acusação delirante de ONG norte-americana

A reportagem do jornal A Tarde leva muito a sério a ONG “Repórteres Sem Fronteiras”, uma organização ostensivamente financiada pelo governo dos EUA. Embutida numa matéria de repercussão da sucessão municipal em Salvador, surgiu a pergunta a Emiliano José, dirigente estadual do PT da Bahia, sobre a crítica da ONG, que acha “beligerante” a postura da direção nacional do PT contra a imprensa no caso da cobertura do acidente da TAM.

O jornalista, professor-doutor de comunicação da Facom (UFBA), Emiliano José foi radical na resposta: “A cobertura da imprensa brasileira foi criminosa e não é sequer capaz de rever isso. Quis culpar imediatamente o presidente Lula e agora se vê que foi acidente”.

A posição da direção nacional sobre esse assunto está no site do PT nacional. Mas, a piada da semana está na matéria “Entidade critica PT por pressionar a mídia” do jornal O Globo de sábado, 3, página 12. A mídia conseguiu inverter a notícia. A ONG “Repórteres Sem Fronteiras” chegou a enviar carta ao presidente Lula condenando a nota da direção do PT por criticar a mídia. O jornal O Globo chega a firmar que o PT “ataca” a mídia. A ONG afirma que o PT “fustiga” a mídia.

Quase que não dá para acreditar. Como é possível acusar o PT de “pressionar” a mídia? É tão óbvio que o PT é todo dia atacado, pressionado, fustigado e difamado pela grande mídia, com destaque para o jornal O Globo. Para salvar a cara, o jornal O Globo publicou dia 3 de agosto um artigo de Paulo Ferreira, secretário Nacional de Finanças e Planejamento do PT intitulado “A manipulação da notícia contra o PT”.

LEIA A MATÉRIA DE A TARDE:

Governador vê falta de habilidade

REGINA BOCHICCHIO E LEVI VASCONCELOS

reginab@grupoatarde.com.br e vasconcelos@grupoatarde.com.br

“É a opinião dele, eu não concordo. Se ele acha que não está dando, o metrô e outras participações, é uma opinião que prefiro nem comentar. Depois tudo que a gente fez da eleição para cá... Não creio que seja uma opinião habilidosa politicamente”.

Esta foi a reação do governador Jaques Wagner às cobranças do prefeito João Henrique, que reclamou ontem de mais atenção por parte dos governos federal e estadual com Salvador. Ao ser abordado, quando chegou para a abertura do Congresso Estadual do PT, na noite de ontem, de bate-pronto ele disse: “Discordo”.

SUCESSÃO – Sobre a sucessão municipal – que não está na pauta oficial do Congresso –, Wagner disse que a opinião do governador não representa necessariamente a opinião do PT. “O que se define é que se deve manter a unidade política.

O nome de João Henrique à candidatura é o provável. Mas o PT tem o direito de decidir se quer de outra forma”, disse.

O assunto, polêmico, é tratado com cautela entre os petistas. A entrega de mais duas secretarias municipais ao PT não estaria representando uma tendência do partido para as eleições de 2008? O deputado federal Walter Pinheiro, disse que “a gente não pode morrer nem se agoniar de véspera. O PT está mantendo a parceria com o PMDB, mas isso não sela que João Henrique é o candidato ou que teremos ou não candidatura própria“.

Membro da Executiva do PT, Emiliano José preferiu comentar a atual decisão do PT, na opinião dele, “correta, que corresponde à nossa tradição de aliança“. O presidente regional do PT, Marcelino Gallo, disse, também que uma coisa é o apoio político, mas que sucessão municipal não estará em pauta nos encontros do Congresso. Só o deputado federal, Nelson Pelegrino, disse claramente que veria com bons olhos o fato de o PT lançar candidatura própria.

Alguns petistas rebateram, ainda, a opinião da ONG Repórteres Sem Fronteiras, que endereçaram carta ao presidente Lula e presidente do PT, Ricardo Berzoini, criticando a postura “beligerante” de membros do partido contra a imprensa no caso do acidente aéreo com o avião da TAM. “A cobertura da imprensa brasileira foi criminosa e não é capaz de rever isso. Quis culpar imediatamente o presidente Lula e agora está se vendo que foi acidente”, disse Emiliano José.

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