25 de agosto de 2007

 

15 deputados baianos assinaram pela CPI para investigar Editora Abril

A chantagem que a revista Veja faz contra os parlamentares não está fazendo efeito.

No total, 182 deputados assinaram o requerimento para criação de uma CPI para investigar a suspeita de falcatrua entre a Editora Abril e o grupo espanhol Telefônica.

Parabéns aos que não cederam à chantagem da revista Veja

As assinaturas foram colhidas em tempo recorde. Normalmente o processo é lento, arrastado, cheio de idas e vindas. A revista Veja desta semana fez um editorial completamente desesperado.

O mais interessante é que não é um ataque das esquerdas. Há 3 assinaturas do DEM, 2 do PSDB e de muitos partidos pequenos. Até do PPS, imaginem.

É claro que o PT encabeçou a lista com 60 assinaturas, seguido do PMDB com 29, o PR com 20, o PP com 14, o PCdoB com 13, o PTB com 12, o PSB com 9, sete do PV, 3 do PDT, 3 do DEM, 3 do Psol, 2 do PSC, 2 do PPS e 1do PMN.

A bancada federal da Bahia brilhou. Ao todo, 15 parlamentares assinaram. Do PT compareceram apenas Zezéu Ribeiro, Joseph Bandeira e Luiz Bassuma.

Do PCdoB Alice Portugal e Daniel Almeida. Aliás, toda a bancada nacional do PCdoB assinou;

Do PV Edson Duarte e Edigar Mão Branca

Da Bahia também assinaram Tonha Magalhães (PR), Roberto Britto ((PP), Mário Negromonte (PP), Marcelo Guimarães Filho (PMDB), Jusmari Oliveira (PR), João Carlos Bacelar (PR), e Jorge Khouri (DEM), Colbert Martins (PMDB).

A revista Veja afirmou que os parlamentares que assinaram são mal-intencionados, ingênuos e enganados.

Difícil acreditar na avaliação da revista Veja com tanta diversidade partidária.

Estão de parabéns os parlamentares da Bahia que assinaram o requerimento de CPI para investigar os estranhos negócios da Editora Abril e a Telefônica.

Estou sentindo falta de cabeças coroadas de parlamentares da esquerda da Bahia.

 

Revista Carta Capital está imperdível

A capa da revista Carta Capital é de dar gargalhadas. A revista está imperdível. Na capa, um casal dentro de uma Ferrari vermelha sai para protestar e carrega cartazes: Cansei, basta, chega de miséria, a culpa é do povo, somos o farol da modernidade.

A matéria de capa reporta o esperneio das elites cansadas. É a rebelião das elites, Cantores milionários, celebridades, abastados, leitores da Veja e do Estadão estão todo cansados do Governo Lula, do PT, do Bolsa Família.

A rebelião dos cansados está promovendo o maior festival de besteiras que já assolou este país.

 

A revista Veja não quer ser investigada. Por que será?

A revista Veja que está nas bancas (25) publica matéria - “O ataque da corrupção” criticando o requerimento que pede a abertura de uma CPI na Câmara dos Deputados para investigar a associação entre a TVA, empresa de televisão por assinatura do Grupo Abril, que edita VEJA, e o Grupo Telefônica, de origem espanhola.

O requerimento, com 182 assinaturas, foi entregue à Mesa da Câmara pelo deputado Wladimir Costa (PMDB-AL). O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, vai decidir se instala ou não a CPI.

Sempre tão favorável às investigações quando se trata do governo federal ou de outras empresas, a revista Veja diz que o objetivo do pedido de CPI é “intimidar não apenas a Abril, mas toda a imprensa independente do país. Ela tem as cores da vendeta, as formas da chantagem e, se seguir adiante, será um desperdício de tempo e dinheiro públicos, ademais de aprofundar o fosso que separa a sociedade brasileira de seus políticos no distante planeta Brasília”.

Ora, a operação entre a TVA – empresa do Grupo Abril – e a espanhola Telefônica "fere o interesse nacional, restringe a concorrência e agride o mercado nacional", conforme o requerimento da CPI. Isso é muito sério.

Na falta do que dizer, a revista Veja mais uma vez calunia o ex-ministro José Dirceu, repete o desgastado chavão do “chefe de quadrilha” e inventa descaradamente que o ex-ministro está sendo patrocinado por Carlos Slim, da Claro, para ser contra a Telefónica.

Zé Dirceu vai processar a revista Veja.

O veneno da revista Veja se volta contra ela. A revista banalizou a criação de CPIs. Apoiou todas, desde que fossem contra o PT, contra o Governo Lula. Mas é contra uma CPI para investigar uma relação comercial. Considera-se intocável.

A revista considera legitímo a criação de uma CPI para investigar a relação comercial entre a Gamecorp e a Telemar. Mas é contra a criação de uma CPI para investigar a relação entre Abril e Telefônica.

Ou seja, podem investigar tudo e todos, menos a Editora Abril. A revista Veja embola o meio de campo. Investigar uma empresa nada tem a ver com liberdade de imprensa. Ninguém está acima da lei. A revista Veja e a Editora Abril não estão acima da lei e da Constituição Federal.

A liberdade de imprensa não pode ser salvo-conduto para ilegalidades e abusos.

A quem a revista Veja está querendo enganar?

24 de agosto de 2007

 

O jornalismo molecagem da Folha de S. Paulo

Pelo segundo dia (quinta,23 e sexta,24), a capa do jornal Folha de S. Paulo dedica-se a criar constrangimento público e privado para o Presidente Lula. Ninguém tem obrigação de gostar do cidadão Lula ou do governo Lula. Mas, uma coisa é discordar e atacar políticas. Outra é querer avacalhar a imagem pessoal. O editor de capa da Folha de S. Paulo parece que aderiu à nova teoria jornalística de Ali Kamel da TV Globo, segundo a qual o jornalismo deve “testar hipóteses” em vez de averiguar os fatos. O jornalismo da Folha de S. Paulo envergonha o Brasil. Isso já está cheirando molecagem, a mais puta molecagem.

LEIA O TEXTO DE FLÁVIO AGUIAR
Folha de S.Paulo - 2: Agora, o beijo.

Flávio Aguiar - Carta Maior

Depois de avacalhar a imagem do Presidente da República no dia de ontem, com a foto dele e de sua esposa aparentemente com algo malcheiroso nas mãos, o capista da Folha de S. Paulo de hoje voltou ao ataque. Desta vez o míssil lançado contra o indesejável ocupante do Palácio do Planalto (aos olhos do capista e do jornal) foi uma foto do Presidente aparentemente de novo beijando a Ministra Nilcéa Freire na boca. A cabeça da legenda dizia: "aquele afago".

Sinceramente, é uma pouca vergonha. Mas não tem jeito: parece que o capista deu-se um senso de missão, de alguma forma dentro da linha editorial do jornal, de por em tela atitudes aparentemente vexatórias do Presidente. A do dia de ontem raiava o absurdo, porque deslocava o sentido da própria foto, em que o Presidente experimentava uma amostra de biodiesel, para aparentar que ele cheirava algo de odor desagradável. Isso numa página em que circundavam a foto manchetes sobre o caso Renan, o suposto mensalão cuja denúncia chegava ao Supremo, e sobre o caso Anac.

Agora nem isso existe: o propósito político simplesmente se resume a publicação de uma foto que evidentemente visa criar constrangimento público e privado para o Presidente. Nem se sabe da origem da foto, se foi coincidência, se o beijo existiu de fato assim como sugerido nela, etc. Com certeza o capista aderiu à nova teoria jornalística de Ali Kamel, da TV Globo, segundo a qual o jornalismo deve "testar hipóteses" ao invés de averiguá-las.

Ninguém tem obrigação de gostar do cidadão Lula, ou das políticas de seu governo. Muito pelo contrário: aqui mesmo na Carta Maior as críticas a políticas de seu governo são constantes, sobretudo na área econômica, nas contemporizações, na histórica lacuna de uma política de comunicação, pelo menos nos anos anteriores, na lentidão quanto à reforma agrária, etc.

Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma coisa é discordar e atacar políticas. Outra é avacalhar a imagem do Presidente. Isso só rima com a idéia de que afinal, esse é o Presidente que "esse povo" (o nosso) merece. Porque afinal, para esse tipo de mentalidade, ele (o nosso povo) não sabe votar. É a mentalidade de quem se achava, até o final de outubro de 2006, uma pedra no lago, para descobrir-se um alfinete num dedal.

 

Blog informa sobre bicentenário de Teófilo Benedito Otoni

http://teofilootoni.blogspot.com

O blog criado e mantido pelo Instituto Solidarium tem por objetivo divulgar todas as ações culturais e festivas visando às comemorações em torno do bicentenário de nascimento do político, empreendedor e desbravador Theophilo Benedicto Ottoni, um tanto esquecido pela historiografia oficial.

Contatos com a assessora de comunicação, Camila Coutinho, pelo e-mail bicentenário@gmail.com e pelo telefone (31) 9313 7134.

O blog registra tudo sobre a programação do bicentenário, despacha boletins, recomenda sites relacionados (inclusive este Bahia de Fato) e contém uma biografia do político republicano liberal que foi eleito senador cinco vezes sendo preterido pelo Imperador que detinha o Poder Moderador.

O blog anda à procura de um exemplar do jornal Sentinella do Serro, publicado na cidade do Serro (MG) por Teophilo Benedicto Ottoni.

 

Em protesto contra "cansados" Piauí boicota a Philips

O grupo piauiense Claudino, quinto maior comprador de produtos da Philips no Brasil, mandou suspender as compras dos produtos da empresa e retirar todos os aparelhos da Philips que estavam sendo vendidos no Armazém Paraíba, a loja de departamentos do grupo.

O senador João Vicente Claudino (PTB-PI), vice-líder do governo no Senado e um dos executivos do Grupo Claudino, disse que o grupo empresarial de seu pai não pretende mais comprar produtos Philips POR TEMPO INDETERMINADO. O grupo tem mais de 300 lojas de departamentos em dez estados.

Outros empresários da região Nordeste também anunciaram que farão o boicote em solidariedade ao Piauí. Eles esperam que a Philips faça uma retratação, não apenas com uma nota pública de desculpas.

A decisão foi tomada depois que o presidente da Philips do Brasil, Paulo Zottolo, declarou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que se o Piauí deixasse de existir ninguém ficaria chateado. Ou seja, o povo do Piauí seria um zero à esquerda.

Um dos diretores do grupo, João Claudino Júnior, confirmou a informação. Ele disse ter recebido ligações do próprio presidente da Philips pedindo para que a decisão fosse reconsiderada, mas que preferiu mantê-la.

Paulo Zotollo, presidente da Philips para o Brasil e América Latina (salário anual de R$ 2 milhões), financiador e organizador da campanha fascistóide “Cansei”, viajou, desapareceu, escafedeu-se.

Paulo Zotollo é um analfabeto político, embora seja rico. Está sendo manipulado pelo publicitário Nizan Guanaes, pelos tucanos e sabe lá Deus por mais quem.

Zotollo já tentou se desculpar em nota publicada nos jornais, mas o Piauí não está aceitando desculpas. Assim fica muito fácil. Diz besteira, ganha manchetes e depois pede desculpas.

A idéia de um boicote geral aos produtos Philips vem se disseminando entre os empresários do estado.

A reação popular contra as declarações de Zottolo tem sido forte. Entidades estudantis organizaram um boicote e quebraram produtos Philips em praça pública.

O povo está cansado da elite rica, branca e imbecil.

Também cansei. Nunca mais compro produtos da Philips.

23 de agosto de 2007

 

Minhas razões (pessoais) para homenagear Teófilo Benedito Otoni

Nasci em Corumbá, no Mato Grosso, mas fui levado por meus pais para Teófilo Otoni aos quatro anos de idade, em 1949. Fui educado, portanto, em Teófilo Otoni. Cultural e afetivamente sou filho de Teófilo Otoni. Lá comecei minha militância política, no movimento estudantil, no Grêmio Cultural do Colégio Estadual Alfredo Sá e na gloriosa União Estudantil de Teófilo Otoni (UETO). E claro, integrando a Juventude Estudantil Católica (JUC) e mais tarde a revolucionária Ação Popular.

Em Teófilo Otoni havia um recanto que era o terror das mães. O encontro do rio Todos os Santos com o rio Santo Antônio. O encontro das águas chamava-se “Quente-frio”, um redemoinho formado pelas águas quentes de um e as águas frias de outro. A meninada costumava fugir para mergulhar dos galhos dos ingazeiros nas águas do “Quente-frio”. De vez em quando um afogava-se, daí o terror das mães. Fugi muitas vezes das aulas de professores fascistas para dar uma mergulhada nas águas do “Quente-frio”.

Hoje, o “Quente-frio” não existe mais. Estupidamente, suas margens foram aterradas para construção de um prédio residencial. De tempos em tempos, com as enchentes em períodos de tempestade nas cabeceiras dos dois rios, a natureza se vinga inundando as piscinas, garagens e até os primeiros andares do prédio invasor.

Pois foi no encontro das águas dos rios – no “Quente-frio” – que duas expedições organizadas por Theóphilo Benedicto Ottoni se encontraram. Os expedicionários vieram subindo, desde o litoral, o rio Mucuri e se subdividiram percorrendo os caminhos dos dois afluentes. No local do encontro nasceu Filadélfia, o povoado que mais tarde seria a cidade de Teófilo Otoni.

Os anos 60 eram tão agitados que nunca demos muita atenção ao fundador da cidade. Agitávamos a cidade, incentivávamos o debate, organizávamos feiras de livros, teatros, manifestações públicas. Até que veio o Golpe Militar de 1964 e nos refugiamos em Belo Horizonte, para o vestibular e para a luta contra a ditadura.

A vida seguiu. Quando tomei consciência da importância de Theóphilo Benedicto Ottoni para Minas Gerais, para o Rio de Janeiro e para o Brasil, para a República e a protodemocracia brasileira, não morava mais em Minas. A Bahia já tinha assaltado meu coração.

Agora vejo fascinado todo esse movimento de resgate da memória de Teófilo Benedito Otoni (assim grafado pela nova ortografia).

Eu não poderia ficar de fora.

22 de agosto de 2007

 

Por que resgatar a memória de Teófilo Benedito Ottoni

Fonte: Blog Bicentenário de Teófilo Benedito Ottoni

http://www.teofilootoni.blogspot.com/

No final de novembro, dia 27, deste ano será comemorado o bicentenário de nascimento de Teófilo Benedito Otoni em várias cidades de Minas Gerais, em Brasília e no Rio de Janeiro.

Teófilo Ottoni lutou, por toda sua vida, pela República, pelo desenvolvimento econômico, social, cultural e político do país.

Resgatar sua história, seu exemplo, contribui para estimular a cidadania ativa, ética e participativa das gerações presentes e futuras.

Com 19 anos, entrou para a Escola da Marinha no Rio de Janeiro, onde se relacionou com os círculos maçons clandestinos, ligados a Evaristo da Veiga e Rodrigues Torres, fazendo parte do Clube de Amigos Unidos, sociedade secreta.

Em 1830, percebendo-se cerceado na Marinha pelas suas idéias, volta ao Serro onde funda o jornal “SENTINELLA DO SERRO”, porta-voz de suas propostas de vanguarda, fechado em 1932 por determinação de Feijó. No Serro funda a “Sociedade Promotora do Bem Público”.

Em 1933 lidera o batalhão de voluntários para lutar contra a sedição militar dos Conservadores em Vila Rica: VAI ÀS ARMAS pela primeira vez. Foi vereador, deputado provincial à Assembléia Legislativa em 1835/1838 e 1839/1842. Em 1838, foi eleito para a Assembléia Geral (Câmara dos Deputados) no Rio de Janeiro. Em 1845, é eleito novamente deputado geral, sendo reeleito em 1848. Em 1861, volta ao parlamento federal e é novamente reeleito em 1864.

Combativo, inquieto, culto, com o dom da palavra, Teófilo Ottoni entra em colisão com os conservadores e o poder quando da “Lei de Interpretação do Ato Adicional”, retrocesso ante as conquistas liberais em 1834. Em 1840, os liberais vencem as eleições defendendo a antecipação da maioridade de Pedro II e combatendo o retrocesso.

No ano seguinte as eleições são anuladas e os liberais resolvem ir ÀS ARMAS. Em agosto de 1842, Teófilo Ottoni é derrotado em Santa Luzia pelo Duque de Caxias, preso levado à Vila Rica.

Faz sua própria defesa; edita com pseudônimo, desde a prisão, “O ITACOLOMI” onde critica o governo imperial e defende os revolucionários “luzias”. Em 1843 é julgado e absolvido em Mariana.

Desencantado com a cooptação dos liberais, volta-se para o empreendedorismo. Abre uma casa comercial na rua Direita no Rio, em 1844. Em 1847, funda a Cia. de Comércio e Navegação do Rio Mucuri. Em 1853, inicia a construção de Filadélfia (“cidade do Amor Fraterno”).

A escolha do nome denota a influencia de Thomas Jefferson. Ao invés do extermínio, alcança acordo com os indígenas. Traz 100 chineses para a construção da estrada até Santa Clara.

Em 1856, chegam os alemães e também imigrantes holandeses, belgas, suíços, portugueses, espanhóis. Em 1857, Filadélfia vira distrito e é INAUGURADA A PRIMEIRA ESTRADA de rodagem do Brasil, com 170 quilômetros e mais de 50 pontes.

Em Filadélfia (posteriormente Teófilo Otoni) abre escola de esperanto, um jornal, igreja católica e luterana, estimula a agricultura e a pecuária. Contra sua vontade, a Cia. do Mucuri é encampada em 1860.

Fisicamente fragilizado pelas repetidas crises de impaludismo, contraídas nas matas do Mucuri, Teófilo Ottoni retoma suas atividades políticas na capital do país, retomando a liderança dos liberais, e luta pelo federalismo, pela República e pelo desenvolvimento.

ÍDOLO POPULAR, lidera as manifestações contra os ingleses na Questão Christie e ante a ameaça de bombardeio do Rio por canhoneiras inglesas.

De 1853 a 1857 foi diretor do Banco do Brasil, refundado por Mauá após a proibição do tráfico de escravos, para canalizar os capitais daí para outros empreendimentos. Seus escritos e discursos, as dezenas de publicações sobre sua história, idéias e feitos mostram o republicano, um homem futurista, defensor da indústria, da agricultura diversificada, da construção de estradas, ferrovias, da navegação fluvial, de uma cultura nacional.

Na célebre publicação sobre a estátua eqüestre de Pedro I (onde hoje é a praça Tiradentes, no Rio) ele reivindica para os movimentos libertários, como os “inconfidentes” e os “pernambucanos”, os méritos da independência. No entanto, esta pessoa extraordinária, exemplo de altruísmo, coragem, obstinação, superação, permanece pouco conhecida até mesmo em Minas Gerais.

 

Denúncia contra José Dirceu no STF não passa de panfleto partidário

Panfleto partidário. Foi essa a expressão usada pela defesa do ex-ministro José Dirceu referindo-se à denúncia apresentada contra ele no STF. Há claramente pressões da mídia canalha e motivações políticas na denúncia do procurador-geral Antônio Fernando Souza.

Se o STF cair nesta armadilha enterra de vez a instituição. A sociedade precisa de serenidade da parte do Supremo Tribunal Federal.

A absurda acusação de ser José Dirceu o “chefe” de uma suposta organização criminosa que teria atuado para desviar dinheiro público beira à sandice. São acusações vagas, sem ato ilícito específico.

Trata-se apenas de uma expressão genérica, um verdadeiro panfleto partidário, essa palhaçada de 40 ladrões e um inexistente mensalão. A denúncia está baseada apenas na palavra do charlatão político Roberto Jefferson, réu confesso, cassado por mentiras denúncias sem provas contra parlamentares.

Se o STF acata as denúncias arrisca-se a ir para a lata de lixo da história, porque, evidentemente, mais cedo ou mais tarde a verdade prevalecerá.

Se o STF entrar nessa torna-se refém definitivamente da mídia de direita e canalha.

 

Bicentenário do nascimento de Teófilo Benedito Otoni

Recebi alguns (felizmente poucos) e-mails estranhando meu interesse pelo bicentenário do nascimento de Teófilo Benedito Otoni. Oh, Deus, quanta ignorância.

Não tenho muita paciência, não, mas vou explicar.

No dia 27 de novembro deste ano será comemorado o bicentenário do nascimento de Teófilo Benedito Otoni.

Este personagem histórico foi uma figura de destaque não só para as cidades do Serro (onde nasceu) e de Teófilo Otoni (que fundou), mas também para todo o Vale do Mucuri e do Jequitinhonha, para Minas Gerais e para o Brasil.

A sua importância é muito maior do que a que a história oficial lhe atribui.

Por isto, sempre teve um reconhecimento e uma popularidade especiais junto a amplos setores do país. Melhor cultivar a memória dos grandes políticos e apresentá-los às novas gerações e brasileiros.

PROGRAMAÇÃO DO BICENTENÁRIO

Até novembro serão organizadas atividades em várias cidades de Minas Gerais, como Teófilo Otoni, Serro, Ouro Preto, Diamantina e Belo Horizonte.

Estão também envolvidos nas comemorações o Governo Federal, o Governo de Minas, o Senado Federal e a Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Será lançado pelos Correios um selo em comemoração à data e desenvolvidas atividades acadêmicas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

As iniciativas contam também com a participação do Banco do Brasil, Associação dos Amigos do Serro (AASER) e Associação dos Filhos e Amigos de Teófilo Otoni (AFATO), além da própria família Otoni.

A programação e o calendário ainda não estão completos nem totalmente confirmados, mas já estão sendo preparadas as seguintes iniciativas:

PROGRAMAÇÃO JÁ CONSOLIDADA

- 22/08 - Atividade na União Estudantil de Teófilo Otoni

- 23/08 – lançamento do selo comemorativo dos Correios, em Teófilo Otoni (data de inauguração da Estrada Santa Clara-Filadélfia, há 150 anos)

- Até novembro, serão realizadas atividades culturais e escolares em Serro e Teófilo Otoni

- 1.ª quinzena de novembro – lançamento do livro comemorativo, do jornalista e ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda.

- 21 a 27/11 - cursos, concursos, festivais, palestras (Teófilo Otoni) e seminário no Campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), também em Teófilo Otoni

- 24/11 – Bolerata e atividade cultural no Serro

- 24 e 25/11 – Seminário na PUC-Serro

- 27/11 – Data de nascimento e dia central das comemorações. Atividades em Teófilo Otoni e Serro. Entrega da Comenda pelo Governo do Estado.

- 27, 28 e 29/11 - Conferência promovida pela UFMG, em BH

- 28/11 – Sessão solene, no Senado Federal

20 de agosto de 2007

 

Há 200 anos nascia Theóphilo Benedicto Ottoni, um político revolucionário com idéias adiante de seu tempo

Em novembro próximo, o Brasil comemora o bicentenário de Theóphilo Benedicto Ottoni.

A história oficial ainda lhe nega o devido reconhecimento.

É um herói da pátria cuja memória deve ser reverenciada.

A história oficial costuma homenagear seu algoz, soldado violento, autoritário, sem ética, que viria a ser conhecido como Duque de Caxias. Nascido a 27 de novembro de 1807, na Vila Príncipe, mais tarde município do Serro (MG), Theóphilo Benedicto Ottoni foi um dos líderes da Revolução Liberal de 1842 em Minas Gerais. Derrotado, foi preso pelas forças imperiais, sendo obrigado a marchar sete dias a pé de Santa Luzia (MG) até a capital Ouro Preto, conduzido pelo serviçal do Imperador, o Duque de Caxias.

Discurso inflamado, pena afiada, escreveu para vários jornais e chegou a publicar o Sentinella do Serro, na linha do revolucionário jornalista liberal Cipriano Barata. Anistiado por D. Pedro II, foi eleito algumas vezes para o Senado, mas seu nome era sempre vetado pelo Imperador.

Os exemplares do Sentinella do Serro desapareceram dos arquivos. Assim como os arquivos da ditadura de 1964.

Somente conseguiu empossar-se senador depois de 1864, quando os liberais já contavam com a simpatia de D. Pedro II. Agitou a política no segundo governo Imperial. Por seus ideais revolucionários foi deputado provincial por Minas Gerais (1835-1838) e por três vezes deputado geral (1838/1841; 1845/1848 e 1861/1863). No Senado esteve de 1864 a 1869).

FOI O CRIADOR DO COSTUME DE ACENAR COM UM LENÇO BRANCO PARA O POVO, GESTO QUE SE TORNOU O SÍMBOLO DO LIBERALISMO BRASILEIRO. COMO FOI GUARDA-MARINHA FICOU CONHECIDO COMO O CAPITÃO DA CASACA BRANCA.

Abandonou a política em 1850, para não sujar as mãos. Foi o colonizador do Nordeste Mineiro. Em 1847, realiza a primeira viagem ao Vale do Rio Mucuri e fundou a Companhia de Comércio e Navegação do Rio Mucuri. Em 1853 iniciou o processo de exploração e colonização do Vale do Mucuri, fundando Filadélfia, hoje município Teófilo Otoni.

Promoveu a navegação do rio Mucuri, construiu a estrada Santa Clara, que existe até hoje ligando Teófilo Otoni ao litoral da Bahia. Rejeitou a política de extermínio indígena com base na “guerra justa” dos bandeirantes paulistas, incentivou a vinda de imigrantes europeus e combateu a escravidão.

Seus projetos ainda são exemplos para os nossos dias, como a integração dos vales do Mucuri e do rio Jequitinhonha com o resto do país através do transporte intermodal (rodovias, ferrovias, navegação fluvial e marítima), que garantiu promoção social, econômica e política para uma população significativa da época, cerca de 200 mil pessoas.

Voltou à política (1860), assumiu a chefia do Partido Liberal, desempenhou papel de destaque como líder popular na Questão Christie, episódio em que cinco barcos brasileiros foram aprisionados por navios ingleses em represália ao naufrágio do Prince of Wales na costa do Rio Grande do Sul e elegeu-se senador (1864).

Costumo dizer que, se vivo fosse, estaria no Partido dos Trabalhadores lutando pela ampliação da cidadania e contra todas as formas de opressão e autoritarismo. Suas idéias continuam vivas e atuais.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?