1 de julho de 2006

 

Lula vence no primeiro turno com voto dos pobres

MAS A MANCHETE MAIS COMPLETA É ESTA AQUI. LULA VENCE NO PRIMEIRO TURNO, COM O VOTO DOS POBRES E VENCE TAMBÉM NO SEGUNDO TURNO, SEGUNDO AS DUAS ÚLTIMAS PESQUISAS. OS TUCANOS ESTÃO COMEMORANDO O QUE MESMO?

As duas pesquisas mais recentes indicam que Lula ainda ganha no primeiro turno. A pesquisa Datafolha revela que, se a eleição fosse hoje, Lula teria 46% contra 45% da pesquisa de maio, o que representa 54% dos votos válidos. O candidato da oposição subiu 7 pontos percentuais, saiu dos 22% e detém hoje 29% das intenções de voto em todo o país, o que representa 35% dos votos válidos.

Já a pesquisa Vox Populi, divulgada pela revista Carta Capital, revela que Geraldo Alckmin saltou de 23% para 32% nas intenções de voto e Lula caiu de 49% para 45%. A reação de Alckmin está sendo debitada à sua presença maciça na TV durante o mês de junho combinada com os ataques grosseiros e anônimos ao presidente Lula no horário do PFL.

A subida nos índices de Alckmin é expressiva. Ainda assim Lula ganharia em primeiro turno.

O percentual de Lula é ainda maior que a soma de todos os seus oponentes. Na pesquisa Vox Populi, o resultado da intenção de voto espontânea mostra uma situação mais confortável para Lula. O presidente tem 35% das intenções de voto contra 17% de Alckmin. Em relação à pesquisa de maio, Lula manteve o mesmo percentual e Alckmin cresceu 5 pontos. Nessa pesquisa não foi apresentada sequer a lista de candidatos e como o eleitor cita o nome de preferência, o resultado é considerado como mais consolidado.

Segundo Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, a pesquisa espontânea revela que o voto ideológico está definido, bem como o voto dos pobres. A soma das opções nos candidatos, mais os votos brancos e nulos, mostra que mais de 60% dos eleitores já estão decididos e, em situação normal, não mudarão o voto”. O porcentual de adesão da população de baixa renda à candidatura de Lula é uma manifestação inédita na história eleitoral do País.

No universo dos eleitores com renda familiar de até um salário mínimo Lula massacra o adversário. Tem 61% das intenções de voto, contra 16% de Alckmin. Na faixa de um a cinco salários mínimos, Lula tem 45% e Alckmin conta com 33%. A situação muda no topo da pirâmide social. Na difusa categoria dos que ganham acima de dez salários mínimos (genericamente classificada de “os mais ricos”) Alckmin tem 40% contra 34% de Lula. Há, portanto, um viés de embate entre classes sociais.

Por que o voto em Lula? “O pobre está votando em Lula porque está convencido de que ele fez um bom governo, e pode fazer um segundo governo, no qual a vida dele será melhor. Nas pesquisas qualitativas feitas em todos os lugares do País eu percebo que os pobres manifestam intenção de voto no governo não apenas porque há um programa social chamado Bolsa-Família. Isso é uma parte, um símbolo da maneira de fazer o governo andar. Além disso, eles vêem o preço dos produtos de primeira necessidade estáveis ou em queda e o material de construção mais barato. Aumentou o acesso a eletrodomésticos modernos, mais uso de celulares, e eles já viajam de avião. Tem cada vez mais gente pobre usufruindo disso”, explica Coimbra.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados em quem votariam em um eventual segundo turno.

Lula venceria por 51% a 40%.

O voto espontâneo da pesquisa Datafolha após a ofensiva publicitária do PSDB na TV revelou que Alckmin subiu de 9% para 15% enquanto que Lula passou de 31% para 35%. Ou seja, Lula subiu 4 pontos e Alckmin subiu 6 pontos.

Os resultados das duas pesquisas deixaram a cúpula da campanha de Lula com os cabelos em pé. E novos apelos para mobilização estão sendo feitos.

Afinal, os tucanos estão comemorando o quê?

 

Campanha de Wagner deslancha com aliança políticas e ampla base

Definitivamente, depois da Convenção Estadual do PT da Bahia, Emiliano José consolidou sua candidatura a deputado federal. Já tem até número: 1331. Já a guerreira Vânia Galvão, candidata a deputada estadual e sua principal dobradinha em Salvador, escolheu o número 13.133 - o número que Emiliano usou na campanha passada. A Convenção Estadual do PT lançou 49 candidatos a deputado estadual e 22 a deputado federal. O PT vai apoiar a candidatura do ex-governador João Durval (PDT), ao Senado. Geddel Vieira Lima, que havia colocado seu nome à disposição para o Senado parte para a reeleição. Foi dele o discurso mais duro contra o candidato do PFL na Convenção do PT. “A Bahia não precisa de um gerente, a Bahia precisa de um líder político”, referindo-se ao governador Paulo Souto e sua eterna posição subalterna ao senador ACM.

A campanha de Wagner começa a desmontar a farsa de pesquisas de opinião, sem nome e registro oficial, que fazem parte do marketing político. Nem a ampla aliança que levou Waldir Pires ao governo da Bahia em 1986 se compara à articulação política atual em apoio à candidatura de Jaques Wagner. As restrições legais da verticalização não chegam a impedir as adesões brancas. Duas chapas proporcionais apóiam Wagner com 126 candidatos a deputado estadual e 78 candidatos a deputado federal. Uma, do PT, PCdoB, PTB e PMN, a outra com PMDB e PSB. E ainda tem a banda boa do PSDB da Bahia, que se recusa a votar no PFL de ACM.

Duas grandes articulações políticas, habilmente arquitetadas por Jaques Wagner, somam importantes forças à oposição baiana. Primeiro, a presença do PMDB com a indicação para vice de Wagner do ex-prefeito de Brumado, Edmundo Pereira. Com ele, tudo muda no Sudoeste da Bahia. Depois, e não necessariamente nessa ordem, a candidatura de João Durval ao Senado pelo PDT. Sem falar no engajamento do prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, que continua em paz com o eleitorado da capital e com muita influência no interior.

Paulo Souto (PFL), subserviente candidato de ACM, deve estar se borrando de medo!

 

Revitalização do São Francisco recebeu R$ 120 milhões com Lula

O Projeto de Revitalização do Rio São Francisco está navegando a todo vapor. Milene Borne, Coordenadora de Revitalização do Ministério da Integração Nacional, divulgou a verdade, escondida por certa imprensa comprometida. O Governo Lula, desde 2004, destinou R$ 120 milhões para obras de recuperação e controle da erosão. Para 2006 estão destinados mais R$ 92 milhões para projetos de recuperação do solo, monitoramento da qualidade da água e reflorestamento das nascentes.

Somente em 2004, com o Governo Lula, o Orçamento da União começou a ter recursos para este fim. O desafio é enorme. Só para eliminar esgotos urbanos, o rio exige uma demanda de R$ 600 milhões. O Fundo de Revitalização do Rio São Francisco, em tramitação na Câmara dos Deputados, vai garantir recursos mensais para os municípios ribeirinhos. Mas é uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e precisa ser aprovada em dois turnos e depois passar pelo Senado, onde tem figuras cavernosas, como o senador ACM, a turma do PFL, do PSDB, que atrapalham muito.

O Fundo terá R$ 300 milhões para projetos de reflorestamento das margens, combate à erosão e ao assoreamento. Enquanto isso, o IBAMA toca o estudo sobre as espécies da Bacia do São Francisco, para efeito de preservação. O mapeamento sobre os peixes está praticamente pronto, com nove áreas definidas como prioritárias para ações de conservação. Estas áreas correspondem à calha do rio e seus principais afluentes. Já foram listadas 249 espécies animais e 83 vegetais. Só se preserva o que se conhece. A propaganda enganosa do Governo da Bahia, através da TVE e TV Bahia, não ajuda em nada.

A omissão do Governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), está sendo fatal para o Velho Chico! Cerrados, caatingas e matas continuam virando carvão para as indústrias de Minas Gerais.

30 de junho de 2006

 

Globo News sonega nome do candidato mineiro do PT

Vi ontem à noite (sexta, 30 de junho), lá pelas 22h, os comentários políticos da Globo News. A comentarista Cristina Lobo falava sobre a Convenção do PMDB de Minas Gerais, que estava ocorrendo naquele momento, dava informações, noticiava que o PMDB acabara de fechar coligação com o PT, para enfrentar o governador tucano Aécio Neves e cometeu a incrível façanha de não pronunciar o nome do candidato do PT, beneficiado pela coligação PT/PMDB, Nilmário Miranda, que foi tratado como o “adversário de Aécio Neves”. A moça nem sequer ficou ruborizada. Depois entendi tudo. Ela contracenava com o jornalista Merval Pereira, extremista de direita da Rede Globo. Fiquei com pena dela. Que droga de jornalismo é esse?

Nesta sexta-feira, 30, consumou-se em Minas a primeira grande derrota do tucano Aécio Neves. Há meses Aecinho utiliza a máquina governamental mineira para controlar o PMDB. Tentou de tudo. Até cooptação através de convênios com prefeitos do PMDB e cargos. A manipulação da imprensa chegou a ser grosseira em favor de Aécio e da candidatura derrotada ao senado de Itamar Franco, resgatado do limbo político pelo governador, que até ameaças de tirar cargos usou.

O fracasso foi retumbante. A Comissão Executiva do PMDB mineiro aprovou por 12 votos contra 1 a coligação com o PT. Depois, 390 convencionais votaram na candidatura ao Senado de Newton Cardoso contra 140 para Itamar Franco e 30 para Zaire Rezende. O PMDB disse não à tutela do governador tucano. Disse sim ao PT e ao candidato Nilmário Miranda.

Assim, o PMDB mineiro segue os passos do PMDB baiano na coligação com o PT em nome de um projeto para o Brasil. Em Minas, apóia Nilmário Miranda, na Bahia apóia Jaques Wagner.

Cara Cristina Lobo, o candidato do PT mineiro chama-se Nilmário Miranda. Obteve na última eleição mais de 3 milhões de votos. Foi deputado federal por três legislaturas e ministro dos Direitos Humanos do Governo Lula. Você se compromete ao chamá-lo apenas de adversário do governador Aécio Neves.

 

Dois de Julho terá presença forte de políticos. Viva a democracia

Parte da imprensa baiana não gosta de parlamentares e candidatos no desfile do Dois de Julho. É um vício antigo. As reportagens louvam as presenças do prefeito da cidade e do governador do Estado, são as autoridades na festa da Independência. Mas quando falam dos deputados e vereadores dizem que estão lá a cata de votos, pura exploração eleitoreira da festa da Independência, coisas desse jaez. Grande bobagem. Se os ocupantes do Poder Executivo podem, por que os representantes do Poder Legislativo não podem? Não há muita explicação. O ranço do preconceito aparece nas matérias, nos títulos e, na melhor das hipóteses, nas entrelinhas.

Parece até que o repórter de hoje foi ao arquivo para ler as matérias do repórter de ontem e vai reproduzindo essa cultura aleijada da desvalorização da representação parlamentar. O tragicômico de tudo isso é que a alternativa à democracia representativa sempre foi a ditadura do proletariado, rejeitada pela Nação e aposentada pelo tempo.

A festa popular do Dois de Julho é o lugar do povo, dos candidatos à representação parlamentar e palco das manifestações políticas, culturais e artísticas. Nada mais saudável que a diversidade política se apresentando aos olhos da cidade. Estarei lá no Dois de Julho, naquela confraternização incrível, para a qual uma boa parte da classe média baiana fecha os olhos. Vamos ao desfile, com bandeirinhas do Brasil, flores, roupinhas brancas, mas também com faixas e cartazes, panfletos e adesivos dos nossos candidatos. É legítimo.

29 de junho de 2006

 

Pior arrocho salarial do servidor baiano em 30 anos

Emiliano José (PT-BA) registrou, na Assembléia Legislativa da Bahia, a análise feita pelo Informativo, do mês de maio, do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde do Estado da Bahia: A remuneração do servidor atingiu seu patamar mais baixo em 30 anos. É a primeira vez que o funcionalismo passa a ter vencimento básico inferior ao salário mínimo vigente no país, que é de R$ 350. Na Bahia o salário base do servidor estacionou em R$ 324, com aprovação da maioria soutista na Assembléia Legislativa. Digo soutista porque carlista aqui tá difícil de encontrar.

O Sindfaz considerou completamente ilegal a decisão de Paulo Souto (PFL) de enviar ao Poder Legislativo mensagem que fixa o salário base de R$ 324, portanto abaixo do salário mínimo, portanto inconstitucional. A maioria do PFL aprovou apenas 8% de reajuste, mas apregoa um superávit na arrecadação de impostos e corte com gasto de pessoal de 6%.

É pior que o arrocho salarial da ditadura. Paulo Souto seque em direção oposta a grande parte do setor privado, que concedeu reajustes acima da inflação para os trabalhadores. Na saúde, por exemplo, são cerca de 36 mil servidores equilibrando-se em salários de fome. Para agravar a situação, o Planserv - Plano de Saúde do Funcionalismo - aplicou um aumento de 22% para todos os dependentes, comprometendo ainda mais o já combalido orçamento do servidor.

Essa gente merece perder a eleição.

 

Bendita eleição. Bolsa Família já beneficia 11,1 milhões de famílias

Marta Salomon, jornalista da Folha de São Paulo tenta, com a sutileza de uma elefanta, desqualificar o Bolsa Família. Oh! Que coisa grave, em um único mês e a pouco mais de 90 dias da eleição presidencial, 1 milhão e 800 mil famílias tornaram-se beneficiárias do programa social. O título da matéria diz tudo: “A 90 dias da eleição, Lula dá Bolsa-Família a 1,8 milhão”. Como matéria e título vão correr Brasil afora, muito jornaleco de província vai repetir o mote. Agora, são 11,1 milhões de famílias beneficiadas. Bendita eleição, se os pobres são atendidos em uma necessidade vital: comer. Coisa que não é preocupação da jornalista com seu régio salário e seu texto dirigido à moda do patrão. A Bahia está entre os seis estados que tiveram a expansão acelerada do Bolsa Família, que já atinge moradores de rua. Bendita eleição.

O número exato de famílias incluídas em um único mês é 1.784.624. Tomara que todas votem em Lula para presidente. Não é fácil essa corrida contra a fome e a miséria. Marta Salomon informa que ao menos 1 milhão dessas famílias não recebia nada de nenhum outro programa de transferência de renda até o mês de maio. Para ela, um indício do mal, na verdade, um sinal de eficiência da máquina governamental. Desde outubro de 2003 quando foi criado o Bolsa Família cresceu bastante.

Aqui vai parte do texto dela: “Até o final do primeiro ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, havia 3,6 milhões de famílias beneficiadas. Nos dois anos seguintes, 2,9 milhões e 2,2 milhões de famílias foram incluídas, respectivamente: em 2004, o número aumentou para 6,5 milhões e, em 2005, passou a 8,7 milhões. Ou seja, no mês de junho, o programa cresceu o equivalente a 62% de todo o ano de 2004. Somente em um mês, ingressaram no programa 81% do número de famílias incluídas do início ao fim de 2005. Não há impedimento legal para que mais famílias sejam incluídas no Bolsa-Família no período da campanha eleitoral.”

Claro que não há impedimento legal para matar a fome das pessoas, Marta Salomon. Seria mais um absurdo deste estranho país que tem uma estranha imprensa. Como você bem informa, “dados do Ministério do Desenvolvimento Social ajudam a explicar como o governo conseguiu ultrapassar neste mês a meta fixada para o ano de 11,1 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa-Família, que paga entre R$ 15 e R$ 95 por mês. Os números resultam, em parte, de uma mudança no critério para a inclusão no programa. Em abril, o governo aumentou de R$ 100 para R$ 120 o limite de renda mensal por pessoa das famílias que teriam acesso ao Bolsa-Família.”

Não vou tecer comentários sobre o que acha a oposição. Aquela coisa de ser eleitoreiro um programa dessa importância não merece o menor comentário. O que merece destaque é que o cumprimento da meta governamental ter contado com a inclusão de moradores de rua de grandes cidades, inclusive minha Salvador, que está na relação de cidades que têm um grande número de moradores de rua. No segundo mandato do presidente Lula estes moradores de rua serão monitorados, com relação à freqüência às escolas e aos postos de saúde. Mas já vou adiantando logo, sou contra cortar o benefício de quem não vai à escola! Primeiro a barriga, depois o resto. É isso.

28 de junho de 2006

 

Baianos na lista dos 100 mais influentes no Congresso

O Diap divulgou hoje (28 de junho) a Edição 2006 da já tradicional lista dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso. O PT, com 22 parlamentares, continua sendo o partido com maior número de cabeças (22) no Legislativo. O PCdoB também se destaca, pois metade da bancada comunista figura na lista do Diap, que agora conta novamente com o nome do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Entre os 22 parlamentares do PT, da Bahia consta apenas o nome do deputado Walter Pinheiro. Mas o DIAP publica também uma lista de 41 parlamentares em ASCENSÃO. Desta lista constam Zezéu Ribeiro (PT-BA) e Nelson Pelegrino (PT-BA), Alice Portugal e Daniel Almeida, do PCdoB baiano e ainda Mário Negromonte (PP).

Dos 17 cabeças do PFL constam Antônio Carlos Magalhães, Antônio Carlos Magalhães Neto, José Carlos Aleluia e Rodolfo Tourinho.

Dos 14 do PSDB, da Bahia consta apenas o nome de Jutahy Magalhães Júnior.

Dos 14 do PMDB consta o nome de Geddel Vieira Lima.

O senador César Borges não consta da lista dos cabeças nem dos senadores em ascensão.

É mesmo uma nulidade.

Segundo o DIAP, os mais influentes foram identificados a partir de critérios quantitativos e qualitativos, apurados segundo a metodologia convencional da ciência política, que leva em consideração aspectos institucionais, reputacionais e de tomada de decisão. Pelo levantamento, conclui-se que os parlamentares que comandam o processo decisório no Congresso Nacional têm formação superior, são profissionais liberais, defendem a economia de mercado, são predominantemente de centro, têm mais de um mandato, são oriundos de regiões ricas ou dos Estados ricos das regiões pobres, pertencem aos maiores partidos, destacam-se como articuladores e debatedores.

 

Campanha de Wagner ganha corpo com PMDB e rachas do carlismo

A Convenção Estadual do PMDB da Bahia, que acaba de se encerrar (14h de 28 de junho), me convenceu que Jaques Wagner vai ser o futuro governador da Bahia. A disputa vai ser dura, ao contrário do que tentam passar à opinião pública algumas penas de aluguel da grande mídia. Em 2002, contando apenas com o PT e o PCdoB, Wagner saiu de 2% e chegou a 38%. Agora, com o apoio do PT, PMDB, PMN, PTB, PV, PCdoB, PSB e PPS, muitos rachas do carlismo e de lideranças fortes como o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, a disputa fica mais equilibrada e Wagner passa a contar com mais tempo na horário eleitoral.

Com a coligação com o PMDB, Wagner ganha o apoio de mais dois deputados federais, Geddel Vieira Lima e Pedro Irujo, 32 prefeitos e 322 diretórios municipais do partido. Em 2002, Wagner tinha apoio de sete prefeitos, agora dá a partida com 70 prefeitos. Compareceram à Convenção do PMDB os ex-governadores Leur Lomanto e João Durval Carneiro e ex-liderados do senador ACM, como os ex-deputados do PFL, Ariston Andrade e Horário Matos, além de lideranças importantes como Jonival Lucas (PTB) e Luciano Simões (PMDB). A disputa no semi-árido muda completamente de perfil.

Em 2002, o presidente Lula chegou para Wagner e perguntou: Galego (como Lula chama Wagner na intimidade), como é que você vai trocar um garantido quarto mandato de deputado federal por uma disputa tão desigual? E Wagner respondeu: Lula, é preciso, para plantar as bases da mudança na Bahia. Wagner tornou-se ministro, prestou relevantes serviços à Nação, cresceu, e a disputa deixou de ser uma aventura.

Na Bahia, existe uma resistente herança da ditadura. Naquela época havia Arena 1 e Arena 2, os dois lados apoiavam os militares e o senador ACM. Com a democratização, a Banda A foi para o PFL e a Banda B se espalhou por legendas menores. Agora, a Banda B nos municípios baianos apóia Jaques Wagner. Não há município do interior que não tenha uma banda apoiando a oposição. Então, as coisas mudaram. Até prefeitos do PFL, insatisfeitos com Paulo Souto, apóiam Wagner e Lula, ou amolecem o corpo e deixam rolar.

Desta vez o PMDB não trouxe claque dos bairros para encher convenção. O auditório do Hotel da Bahia superlotou e um telão armado no hall permitiu o acompanhamento dos discursos pelas lideranças do interior e cabos eleitorais de Salvador. Foi uma convenção política por excelência e não um circo eleitoreiro. O vice de Wagner será Edmundo Pereira, militante peemedebista histórico e prefeito três vezes de Brumado. Abriu mão de uma eleição certa para deputado estadual e aceitou a missão. Com ele, tudo muda na região de Brumado.

O pronunciamento de Jaques Wagner foi tranqüilo. Falou das conquistas do Governo Lula, e do atraso de 16 anos de governos do PFL na Bahia. Citou um exemplo concreto: o Bolsa-Família beneficia 1 milhão e 20O mil pessoas na Bahia, proporcionalmente mais que na maioria dos estados. E isso se deve à extrema miséria de boa parte da população baiana. A Bahia cresceu para uns poucos privilegiados. Como explicar que em 20 anos tenham sido feitas apenas 60 mil ligações de energia elétrica na Bahia e 100 mil em apenas três anos e meio de governo Lula? Há ainda um dado importante. O TRE com o desembargador Dultra Cinta deixou de ser um joguete nas mãos de ACM. Não mais haverá fraude, como a que tirou o mandato de senador de Waldir Pires.

 

Raimundo Varela melhora e sai da UTI em São Paulo

A Bahia toda continua muito apreensiva com o estado de saúde do radialista e apresentador de TV Itapoan, Rede Record, Raimundo Varela, campeão de audiência com seu programa Balanço Geral. Varela submeteu-se a uma cirurgia no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo e teve complicações pós-operatórias por causa do diabetes. Mas acabo de ser informado que ele já saiu da UTI e está internado na unidade de tratamento semi-intensivo. Cartão verde para a recuperação de Varela.

 

PMDB da Bahia consuma hoje apoio a Lula e a Wagner

São quase 10h da manhã de quarta-feira, 28 de junho. Estou seguindo para o Hotel da Bahia em Salvador. Vou acompanhar a Convenção Estadual do PMDB. A proposta é apoiar Jaques Wagner para governador da Bahia, Lula para presidente do Brasil. Assim, unem-se oito partidos - PT, PCdoB, PV, PTB, PMN, PSB, PMDB e até o PPS - numa aliança para enfrentar o candidato do carlismo, governador Paulo Souto (PFL).

A idéia inicial era lançar o deputado federal Geddel Vieira Lima a senador. Não se fala mais nisso. O PMDB preferiu indicar Edmundo Pereira, peemedebista histórico, três vezes prefeito de Brumado, ao cargo de vice-governador na chapa de Wagner. Há na mesa também propostas de coligações proporcionais A coligação proporcional a deputado federal do PMDB favorece as candidaturas da brava ex-prefeita de Salvador, Lídice da Mata, pelo PSB, e de Colbert Martins, pelo PPS. Vamos conferir!

A coligação majoritária com oito partidos começa a desfazer o mito alimentado por “formadores de opinião” da mídia, de que o candidato das oligarquias baianas é favorito absoluto. Não é não. Os prefeitos do PFL mal conseguem esconder a insatisfação com as “prioridades” do governador da Bahia. Para eles nada, para os municípios que fecham com Fábio Souto, filho do governador, todas as regalias (e verbas). Do lado de lá, do PSDB e PFL, as coisas andam muito mal, com ACM ameaçando (ele sempre ameaça) desapoiar Alckmin na Bahia, por causa das desavenças internas do PSDB. Mas não vou gastar tempo com isso.

26 de junho de 2006

 

Imprensa calunia e difama inocentes acusados de mensalão

Eu não voto no deputado federal Josias Gomes (PT). Nem lhe presto assessoria política. Mas, se votasse ou lhe prestasse algum tipo de consultoria, diria para processar todo órgão de imprensa que o chamasse de “mensaleiro”. Processo por danos morais. Ele ganharia fácil. Afinal de contas, ele foi inocentado pelo Plenário, o órgão máximo da Câmara dos Deputados, não é réu em nenhum processo e, se fosse, teria direito à defesa. Mas, certa mídia chinfrim decidiu que ele é culpado e insiste em chamá-lo de mensaleiro, o que é injúria, calúnia e difamação. Imprensa não é Poder Judiciário para condenar ninguém. Se caluniar e difamar tem que ser condenada à reparação por danos morais. Essa é a lei.

Josias Gomes é um homem de bem. Tem uma extensa folha de serviços prestados ao PT, ao Nordeste e à Bahia. Seria muito estúpido reduzir toda sua vida política, 30 anos a serviço do povo brasileiro, a um episódio discutível, em que ele caiu na armadilha armada contra muitos parlamentares. Josias Gomes foi retirar dinheiro, para pagar dívidas de campanha eleitoral de candidatos do interior da Bahia, na boca do cofre do tal banco em Brasília. Pensava que era legal. Recebeu orientação da direção do PT para sacar a verba. Como poderia imaginar que o esquema era caixa 2 ilegal?

Tanto é verdade que apresentou sua carteira de deputado federal. Ora, quem se identifica evidentemente não sabe que estaria metido em algum esquema ilegal. Sua defesa foi baseada nisso. É óbvio que o Plenário da Câmara o inocentou. Não existe pizza. Essa expressão é uma expressão caluniosa cunhada pela mídia num momento muito degradante de sua história.

UMA HISTÓRIA DE LUTA
Josias Gomes, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores na, tem suas raízes plantadas no Nordeste. Como presidente do Centro Acadêmico de Agronomia da Universidade Federal da Paraíba, travou a luta contra a ditadura militar. Em 1979, participou do Congresso de Reconstrução da União Nacional dos Estudantes, como delegado paraibano, e fundou o PT na Paraíba.

Em 1983, assumiu a Secretaria Geral do Partido dos Trabalhadores de Rondônia, e iniciou uma sua trajetória de liderança partidária. Em 1984 coordenou a campanha das “Diretas Já” naquele estado; em 1985 compôs a chapa do PT para a prefeitura de Porto Velho, como vice-prefeito, na primeira disputa eleitoral pós-ditadura nas capitais brasileiras.

Ainda em Rondônia, Josias Gomes organizou, em 1986, a primeira greve de funcionários públicos do estado e, neste mesmo ano, coordenou a campanha do candidato a governador pelo PT.

Em Rondônia, Josias trabalhou numa ONG luterana na cidade de Colorado do Oeste e depois se deslocou para a capital Porto Velho onde ingressou, por concurso, no Serviço Social do Comércio (SESC). Passou pela Secretaria de Planejamento do Governo de Rondônia e na Assembléia Legislativa de Rondônia, junto à primeira bancada parlamentar petista naquele estado.

NA REGIÃO CACAUEIRA
Na região cacaueira, em 1989, coordenou a campanha do então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela época, ele trabalhava na Federação dos Órgãos para a Assistência Social e Educacional – FASE, uma ONG da área educacional. Ainda em 1989, Josias organizou a primeira campanha salarial unificada dos trabalhadores rurais, na Bahia. Participaram 26 sindicatos de trabalhadores rurais, numa memorável campanha.

Em 1990 ele coordenou a campanha vitoriosa de Geraldo Simões para deputado estadual. Ao mesmo tempo, trabalhava pela criação da Central Única dos Trabalhadores na região. Em 1992, Josias coordenou a campanha de Geraldo Simões para a Prefeitura de Itabuna. Outra campanha vitoriosa e que o levou a ocupar a Secretaria de Assuntos Estratégicos, espaço de articulação política da administração municipal.

Consagrado como liderança do Partido dos Trabalhadores, em 1997, Josias se mudou para Salvador na condição de Secretário Geral do partido. Dois anos depois, em 1999, foi eleito presidente do PT da Bahia. Em 2000, na função de presidente, Josias coordenou a campanha municipal daquele ano, quando o PT elegeu sete prefeitos e cerca de 114 vereadores nos diversos municípios da Bahia.

Nas eleições de 2002 foi eleito deputado federal com 75 mil votos, distribuídos em 384 municípios.

COM UMA HISTÓRIA DESSA NÃO É POSSÍVEL ACEITAR PASSIVAMENTE SEU LINCHAMENTO POLÍTICO, PRINCIPALMENTE DEPOIS QUE O PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS O INOCENTOU. ENTRE O PARLAMENTO ELEITO COM O VOTO DO POVO E A MÍDIA QUE NÃO FOI ELEITA PARA NADA, FICO COM O PARLAMENTO.

 

Como a Folha e o Estadão manipulam a notícia que você lê

Sérgio Dapieve Miranda, petista sempre atento, enviou como sugestão para este blog – que achou muito bom - o artigo do jornalista Luiz Weiss, do blog Verbo Solto, editado no site Observatório da Imprensa. É uma boa dica do atual estágio de degradação da grande imprensa, com exemplos concretos de manipulação da notícia por parte da Folha de S. Paulo e do Estadão. Lá vai o artigo, Serjão, estamos esperando mais contribuições especialmente às relativas à campanha de Lula na Bahia e a marcha das oposições. Como anda a campanha a deputado federal do vereador Rui Costa (PT)? Devo lembrar-lhe que a idéia deste singelo blog nasceu de uma conversa sua, e de João Henrique Coutinho, numa manhã de sol na Barraca do Luciano, lá na praia de Pituaçu. É seu, portanto.

Abaixo o texto enviado:

Verbo Solto -Jornalismo padrasto

Teria sido pedir muito aos grandes jornais que, na cobertura da convenção do PT que formalizou a candidatura do presidente Lula à reeleição, se abstivessem de chamá-lo de pai dos pobres e de compará-lo a Hugo Chávez?

Pelo lido, no caso de dois deles, Estado e Folha, teria sido, sim - embora se suponha que qualquer calouro de ciência política saiba que a expressão e a comparação são palavras e idéias fora de lugar quando aplicadas a Lula.

Ele pode ser criticado pelo que se queira, por se achar uma vítima dos "setores elitistas", por exemplo, mas não pode ser objeto de um óbvio erro de pessoa.

Em um P.S., na nota de ontem "A mão que lava a outra", registrei que o Estadão foi maldoso ao publicar que o slogan da campanha reeleitoral do presidente - "Lula de novo. Com a força do povo" - reproduzia "o estilo populista do líder venezuelano Hugo Chávez".

Depois, um assinante do Estado - que vive fora de São Paulo e portanto não recebe a edição final do diário - me informou que da edição que lhe chegou às mãos, fechada antes - não constava a referência a Chávez. Foi portanto acrescentada por algum redator ao texto original da repórter Vera Rosa, que cobre o PT há anos com objetividade e correção.

Fica portanto a dúvida se é de sua autoria ou de algum editor com vocação para editorialista a seguinte passagem de uma de suas matérias de hoje sobre a convenção. Nela se lê:
"Inspirado em dois estilos populistas - o do líder venezuelano Hugo Chávez e do brasileiro Getúlio Vargas - o marketing do presidente reforça a imagem de "pai dos pobres". Foi justamente esse tom o tom do discurso de ontem, quando o presidente assumiu sua candidatura à reeleição."

Então ficamos assim: se ele promete "manter e aprofundar os programas sociais" do seu primeiro mandato é porque se inspira em um presidente estrangeiro que nem havia nascido (por assim dizer), quando Lula defendia as mesmas coisas, e em um presidente brasileiro que morreu antes dele nascer (por assim dizer), e começar a carreira de ativista, combatendo a herança da política sindical do falecido, além de mais tarde se fazer político rejeitando o modelo nacional-populista autoritário do primeiro governo Vargas [o que Brizola, aliás, nunca lhe perdoou].

Para a Folha, Lula "se apresentou no figurino do "pai dos pobres", ou, mais adiante no mesmo texto, "assumiu a face de "pai dos pobres" quem vem desenhando há meses". Isso, presumivelmente, porque disse que sua meta nunca foi apenas o superávit [fiscal], mas "o superávit social".

Era tão mais simples - e correto - fazer como o Globo, na sua matéria "Todo o foco no social", com o sub-título "Lançado à reeleição, Lula diz ter sido injustiçado e promete governar para os pobres". Nada de Chávez, Vargas, "pai dos pobres". Nada de jornalismo padrasto. Apenas - e tudo isso - informação objetiva.
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Por que eu voto no presidente Lula

Em minhas palestras pelas faculdades de comunicação da Bahia, não como acadêmico mas como veterano jornalista com 30 anos de carreira, me perguntam sempre porque voto no presidente Lula. Dinossauro da luta contra a ditadura, relembro sempre que, desde antes do golpe militar de 1964, como militante da esquerda católica no interior de Minas Gerais, eu fazia o programa de rádio do bispo de Teófilo Otoni, Dom Quirino Adolph Schmidt. Desde aquela época lutávamos para combater e acabar com os bolsões de pobreza do país e citávamos sempre como exemplo o Vale do Jequitinhonha como o lugar mais pobre, mais analfabeto, mais miserável do Brasil. Quarenta anos se passaram. Entrei na clandestinidade para derrubar a ditadura com a guerrilha, fui para a Mata do Jaíba, no norte de Minas Gerais, organizar os camponeses, depois para o Vale do Pindaré-Mirim, no Maranhão, onde passei três anos dentro da mata tentando organizar a guerrilha. Ao longo da vida fui descobrindo que havia dezenas de bolsões de pobreza, cada um mais pobre que o outro.

Anos mais tarde, chegado à Bahia, descobri que o semi-árido era outro imenso bolsão de pobreza. A fome no campo continuava me incomodando. Nestes 40 anos nunca tinha visto um governo que realmente combatesse aqueles bolsões de pobreza. Quando espertamente D. Ruth Cardoso lançou a semente do bolsa-família já no finalzinho do governo FHC, não dava mais tempo para nada. Coube a Lula desenvolver a idéia, planejar e arranjar dinheiro no Orçamento da União para o Bolsa-Família. Este programa respondeu a minha utopia pessoal, e atacou os bolsões de pobreza contra os quais eu passei uma vida lutando. A expressão saiu de moda, mas são os bolsões de pobreza que o Bolsa-Família beneficia. Se Lula nada fizesse além do Bolsa-Família, eu votaria nele mil vezes. Só depois de contar essa historinha é que relato os números do Bolsa-Família, os onze milhões de pessoas que deixaram de passar fome, enquanto a elite branca, perversa, rica e estúpida, incluindo alguns coleguinhas jornalistas “formadores de opinião” discute qual a “porta de saída” para o que chamam de “assistencialismo”.

Já estou pensando num terceiro mandato para o presidente Lula.

Dois mandatos não são suficientes para acabar com a miséria no Brasil.

Já tenho até slogan: Lula presidente em 2010

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