6 de novembro de 2010

 

Jantar teológico com Nancy Mangabeira Unger na Igreja Batista Nazareth, hoje

Após o lançamento nacional, em São Paulo, com cerca 300 participantes e a presença especial do teólogo Leonardo Boff, é a vez de Salvador sediar a atividade. O evento, que mais uma vez é conduzido e compartilhado com as Igrejas membro e as Igrejas amigas da Coordenadoria Ecumênica de Serviço - CESE, promove um debate seguido de jantar teológico hoje, sábado, às 19h30, na Igreja Batista Nazareth.

A décima edição da Campanha Primavera pela Vida (CPPV) discute a questão ambiental e para falar do assunto a CESE convida Nancy Mangabeira Unger, professora da faculdade de filosofia e ciências da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que já é presença confirmada. Ela, que além de professora, é também autora dos livros O encantamento do humano: ecologia e espiritualidade (Edições Loyola) e Da foz à nascente: o recado do rio (Ed. Cortez /UNICAMP) debaterá ecologia e espiritualidade.

Para o jantar, a realizar-se após o debate, sugere-se a contribuição mínima de R$ 10 reais de cada participante. A CESE, mais uma vez, reforça o convite para participação na sua CPPV-2010, lembrando que cada participante pode aproveitar a oportunidade para também complementar a sua leitura com uma ação solidária. Na ocasião serão vendidos (a preços promocionais) os últimos exemplares dos livros do Leonardo Boff que, generosamente, doou como contribuição para a Campanha.


SERVIÇO
O que: Debate com Dra. Nancy Mangabeira Unger e Jantar Teológico
Quando: Dia 06 (sábado)
Onde: Igreja Batista Nazareth, Nazaré, Salvador
Horário: 19h30
Quanto: Contribuição voluntária a partir de R$ 10 reais

 

Cantora Cláudia Cunha retorna a São Paulo para única apresentação no SESC Pinheiros

Dia 11 de novembro, quinta-feira às 20h

A cantora e compositora radicada na Bahia, se apresenta pelo Projeto Sonoras no SESC Pinheiros, quinta-feira, 11 de novembro. Ela canta músicas do seu primeiro e premiado CD "Responde à Roda" (Biscoito Fino, 2009), que foi produzido pelo compositor e violonista mineiro Sérgio Santos, com as participações especiais do capixaba Zé Renato e do baiano Roberto Mendes, além de músicos importantes como André Mehmari, Toninho Ferragutti, Ramiro Musotto, Nailor Proveta e mais.


Entre Belém, sua cidade natal, e Salvador, onde vive há 14 anos, a intérprete foi tecendo sua história, que resultou num álbum refinado e centrado numa MPB acústica, recheado de sambas, cocos e cirandas, numa permanente conversa da cultura popular e da tradição da música brasileira, e que lhe rendeu esse ano, a indicação como Melhor Cantora (Categoria Regional) no Prêmio da Música Brasileira.

Sua voz suave e canto claro passeia por repertório autoral, de temas sofisticados como "No Girar de Alice", "Baião Dividido" (com Rafael Dumont) e "Responde à Roda" (com Manuela Rodrigues), e visita com segurança outros autores. Estão programadas "Quando eu era sem ninguém" (Tom Zé), "Auto-retrato" (Egberto Gismonti/Geraldo Carneiro), "Ganga-Zumbi" (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro) entre outras.

Ao lado da cantora no palco, um super time: Fabio Torres (piano), Marcus Teixeira (violão), Sylvinho Mazzucca (contrabaixo) e Celso de Almeida (bateria), além das participações especialíssimas das cantoras paulistanas Giana Viscardi e Verônica Ferriani.

Cláudia se despede do "Responde à Roda" nesse show, já que a partir de agora ela começa a pensar e experimentar canções para o próximo CD.

Para os que estiverem em São Paulo no dia, fica a dica especial!! Ela é ótima, voz linda, bela presença no palco.

SERVIÇO

Claudia Cunha – "Responde à Roda"
Dia: 11 de novembro, quinta-feira às 20h

Local: SESC Pinheiros/Auditório - R. Paes Leme, 195/ 3º andar. Tel.: (11) 3095-9400
Ingressos à venda pelo sistema INGRESSOSESC a partir de 01/11
R$ 12,00 (inteira); R$ 6,00 (usuário matriculado, aposentados e estudantes com carteirinha); R$ 3,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes).

 

Isolado, solitário, derrotado, Serra agora combate Lula na Europa

Serra, por que não te calas? O protesto foi feito por um membro da Fundação Zapata, do México, provocando um alvoroço durante palestra de José Serra (PSDB) num seminário em Biarritz, sul da França, sobre as relações entre América Latina e União Européia. O inconformado candidato derrotado à Presidência acusou o presidente Lula de desindustrializar o país e adotar um “populismo” de direita em matéria econômica.

O ex-governador de São Paulo afirmou que o país está “fechado para o exterior” porque passa por um “processo claro de desindustrialização”. Ele criticou os investimentos do governo federal e a alta carga tributária do país. “É um governo populista de direita na área econômica”, atacou Serra, em seu solitário terceiro turno.

Para o tucano depenado, o presidente Lula exerce um “populismo cambial” e não tem um modelo econômico definido. Segundo Serra, ele não pode expor essas ideias do jeito que gostaria durante a campanha eleitoral, na qual foi derrotado pela candidata governista, Dilma Rousseff (PT). “A democracia não é apenas ganhar as eleições, é governar democraticamente”, disse.

O sistema de orçamento participativo, uma das marcas das administrações municipais do PT, na qual o contribuinte decide sobre a destinação de parte dos impostos, também foi criticado pelo candidato derrotado. Serra também comentou as ações brasileiras na política externa. Ele acusou o país de se “unir a ditaduras como o Irã”. Foi nesse momento que ele foi interrompido: Serra, por que não te calas? (Com informações da Agência Efe).

5 de novembro de 2010

 

A História faz justiça a Marighella

Decorridos 41 anos - completados dia 4 de novembro - do covarde assassinato de Carlos Marighella, cresce no país o respeito por sua coragem, determinação e militância e o sentimento de que seu nome já se situa, tranquilamente e como medida de justiça, entre os patriotas que mais lutaram pela melhoria de vida, ascensão social, a liberdade e o respeito a todos os direitos do nosso povo.

Marighella - ou Carlos como o chamavam os mais próximos, os familiares e os amigos - morreu em uma emboscada montada pelas forças de repressão da ditadura militar, à frente o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo. Ele foi inequivocamente um dos quadros políticos mais atuantes de nossa História. Só a reação, e com o assassinato, foi capaz de conter a chama que o animou sempre, a vida inteira, em sua luta pela liberdade e justiça para o nosso povo.

Defensor das causas populares até o limite de pagar mesmo com a vida, como lhe aconteceu, Marighella foi um batalhador por reformas de base como as da educação e agrária e pela soberania nacional. Foi o que o motivou a filiar-se aos 18 anos ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Um combatente em todas as frentes de resistência

A partir daí, lutou em todas as frentes: combateu a ditadura Vargas e a repressão por ela desencadeada; foi deputado federal até a proscrição do PCB (1947); enfrentou a partir de então duas décadas de clandestinidade; resistiu e enfrentou as forças da nova ditadura, a militar, instaurada em 1964; rompeu com o velho Partidão, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN) e bateu de frente, o resto dos seus dias, com o regime de exceção instaurado no país.

Sua coragem, luta, ensinamentos e sobretudo seu amor pela liberdade e pela justiça serão sempre um exemplo para todos os brasileiros que, quanto mais o tempo passa, mais lhe são reconhecidos e fazem justiça por ter dedicado sua vida à transformação da realidade dos excluídos e a dar voz aos anseios de liberdade e justiça do nosso povo.

Independente do julgamento que lhe façam os ainda sobreviventes da reação, o que prevalece é o reconhecimento de que Marighella hoje já é História e que esta lhe reserva um lugar entre os grandes da luta pelo progresso e melhorias de nosso país.

Fonte: Blog do Zé Dirceu

 

Blog do Nilmário critica retrocesso obscurantista

“Dilma ganhou, o Brasil ganhou, o mundo ganhou com a vitória de um projeto que distribuiu renda, saber, poder. Mas tem que ser dito que houve um retrocesso obscurantista. Não me recordo de interferência de um Papa a 48 horas das eleições em um país. Achei surpreendente”.

LEIA MAIS NO BLOG DO NILMÁRIO

 

Bahia vai ganhar Mestrado Profissional em Direitos Humanos, Segurança Pública e Cidadania

O Ministério Público da Bahia e o IPEA assinaram (4/11) convênio de cooperação técnica para implantação, dentro de um ano, de um "Mestrado Profissional em Direitos Humanos, Segurança Pública e Cidadania". O acordo foi assinado pelo presidente do IPEA, Márcio Pochmann, e o Procurador-Geral de Justiça, Wellington César Lima e Silva, durante a cerimônia de abertura da oitava edição do Ciclo de Debates “Pensar a Bahia”, promovido pela Secretaria de Planejamento (Seplan) e Casa Civil do governo Wagner, em Salvador.

O Procurador-Geral de Justiça da Bahia afirmou que a área dos direitos humanos é problemática e envolve grande desafio em toda a Federação brasileira, salientando que a Bahia está se aproximando de “um ponto de inflexão” nesse domínio: “é preciso que estejamos atentos aos novos desenhos e possibilidades, e a iniciativa de assinatura deste termo se inscreve neste rol de providências”.

Para Wellington César, a segurança pública precisa ser articulada e rearticulada permanentemente no âmbito da cidadania e dos direitos humanos para ser compreendida na perspectiva da defesa social, devendo envolver áreas sistêmicas de governo. “É fundamental que tenhamos um choque de gestão na segurança pública, porque isto significa um sinal de profunda atenção e respeito dos governantes a uma demanda que recorrentemente vem ocupando os primeiros lugares na preocupação da população”, observou.

Ele afirmou que um governo de vocação democrática precisa a todo tempo escutar o que a população traduz com suas perplexidades e, nesse caso da segurança pública, “é fundamental que tenhamos uma participação sistêmica do governo, da inteligência, da universidade e da comunidade de modo geral”. Ele destacou que o termo de cooperação entre a Bahia e o IPEA será mais uma providência adotada no sentido de qualificação da intervenção na área da segurança pública.

De acordo com o termo de cooperação, a execução das atividades será gerenciada pelo diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do IPEA, Mário Lisboa Teodoro, e pela coordenadora do Programa de Capacitação e Educação em Direitos Humanos (Procedh) e do Núcleo de Proteção dos Direitos Humanos e Articulação com os Movimentos Sociais (Nudh), promotora de Justiça Márcia Virgens, que também participou do evento. Dentro de um ano será iniciado o Mestrado.

4 de novembro de 2010

 

MPF processa torturadores de Dilma Rousseff por assassinato de presos políticos

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo ajuizou ação civil pública contra quatro militares reformados. Eles foram acusados de participação na morte e no desaparecimento de, pelo menos, seis pessoas e de torturar 19 presos políticos detidos pela Operação Bandeirante (Oban), montada pelo Exército no final da década de 1960, durante o regime militar.

Três dos acusados, Homero Cesar Machado, Innocencio Fabrício de Mattos Beltrão e Maurício Lopes Lima, são aposentados das Forças Armadas e um é da Polícia Militar de São Paulo, o capitão reformado João Thomaz.

Os seis procuradores que assinam a ação ajuizada em 03/11/2010, na Justiça Federal em São Paulo, esperam que os quatro militares sejam considerados responsáveis pelas violações aos direitos humanos. Além da declaração de responsabilidade, os procuradores pedem que os acusados sejam condenados a ressarcir os cofres públicos pelas indenizações pagas pelo Estado às vítimas e parentes e a pagar uma indenização a título de reparação por dano moral à coletividade. Por último, a ação pede à Justiça que casse as aposentadorias dos quatro acusados. O MPF ainda não sabe informar o valor total das reparações.

TORTURADORES DE DILMA
Na ação, os procuradores citam 15 episódios que, segundo eles, resultaram na morte de, pelo menos, seis pessoas, entre elas Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, apontado como líder do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969. Há ainda citações a casos de tortura contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, presa e torturada em 1970, e o religioso Frei Tito, que se suicidou em 1974 em decorrência de sequelas das sessões de tortura, segundo depoimentos de pessoas que conviveram com o religioso.

O procurador regional da República, Marlon Alberto Weichert, citou o caso de Jonas para exemplificar como os agentes do Estado atuavam para obter confissões. Além de prender um irmão do militante político, os agentes da Oban detiveram a mulher, Ilda, e três dos quatro filhos de Jonas. Ilda não só foi torturada como viu uma das crianças, então com quatro meses, recebendo choques elétricos.

MILITARES CRIMINOSOS
“Temos relatos de torturas e de violações da dignidade da pessoa humana que mostram que esses quatro agentes não estavam apenas cumprindo ordens, mas sim, que se encaixaram perfeitamente nesse esquema repressivo”, disse o procurador à Agência Brasil. Para Weichert, os acusados também abusavam da violência por vontade própria e, portanto, não podem argumentar que estavam apenas cumprindo ordens de seus superiores.

“Essa foi a justificativa de vários oficiais e soldados nazistas para as barbaridades praticadas durante a 2ª Guerra Mundial. Ainda que houvesse uma ordem superior para torturar, sequestrar e matar, qualquer pessoa sabia que se tratava de uma atitude contrária ao regime jurídico nacional e internacional”, afirmou Weichert.

Desde 2008, esta é a quinta ação ajuizada pelo MPF com o objetivo de obter a responsabilização civil dos envolvidos com violações de direitos humanos durante o regime militar. Além das demandas contra os acusados, os procuradores também acionam a União e o estado de São Paulo para que sejam obrigados a pedir desculpas formais pelo episódio, além de tornar públicas todas as informações sobre as atividades da Oban, inclusive divulgando os nomes de todas as pessoas presas legal ou ilegalmente pelo órgão e das pessoas físicas ou jurídicas que contribuíram financeiramente com a operação. (Agência Brasil).

 

Quem são os cinco grandes derrotados nas eleições?

Altamiro Borges escreveu. A eleição de Dilma Rousseff tem uma dimensão histórica. Após eleger o operário Lula, o povo brasileiro repete a façanha e agora elege a primeira mulher presidenta da República. A cultura machista sofre a maior derrota da sua existência. Dilma derrotou o neo-liberalismo, a direita fascistóide, a mídia golpista, os ruralistas escravocatas e o velho imperialismo norte-americano.

Listo os cinco principais:

1- O bloco neoliberal-conservador. Serra representava o retorno às políticas de FHC, que devastaram o estado, a nação e o trabalho – com suas privatizações, subserviência aos EUA, desemprego e criminalização dos movimentos sociais. O povo deu uma surra nos demotucanos na sucessão e ainda expulsou alguns de seus líderes do Legislativo.

2- A direita fascistóide. Serra reagrupou o que há de mais reacionário na sociedade. Dos golpistas da TFP e Opus Dei, aos milicos de pijama e aos fundamentalistas das igrejas. Estes setores babaram ódio, espalharam calúnias e preconceitos, exploraram o atraso. Mas o povo não se deixou contaminar e garantiu 12 milhões a mais para Dilma.

3- Mídia golpista. As sete famílias que monopolizam o setor e que manipulam corações e mentes bombardearam Dilma. TV Globo, Veja, Folha e Estadão, entre outros, viraram cabos-eleitorais de Serra. A mídia, principal partido da direita e inimiga das lutas sociais e das mudanças, sofreu dura derrota. Espera-se, agora, que percam audiência e tiragem.

4- Ruralistas escravocratas. Apesar de Lula ter cedido aos barões do agronegócio, eles garantiram as maiores votações para Serra. Para eles, Dilma representa a possibilidade de se avançar na reforma agrária, na punição do trabalho escravo e infantil e na defesa do meio ambiente. É bom que Dilma fique esperta e não cometa o mesmo erro de Lula.

5- Imperialismo. Apesar do teatro diplomático, os EUA detestavam a política externa de Lula, expressa na rejeição ao golpe em Honduras, na busca pela solução pacífica com o Irã, no apoio aos governos progressistas da América Latina e à integração regional. The Economist e Financial Time inclusive explicitaram apoio a Serra. Mas o império não conseguiu abortar a continuidade da política externa soberana.

Autor: Altamiro Borges

 

Serra semeou ódio e o Brasil está colhendo Mayara Petruso

O fascismo de Mayara Petruso é filho de Serra, aquele que espalhou o ódio na campanha eleitoral. Colheita sinistra. Como é mesmo o que a estudante de direito disse no twitter?

A fascistinha se esmerou nos ataques:

“Afunda Brasil, dêem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava para sustentar os vagabundos que fazem filho para sustentar o bolsa 171”.

“Nordestisto não é gente, faça um favor a SP, mate um nordestino afogado”.

“Gente, vamos fazer corrente da enchente no Nordeste. Vai senhora chuva e mate todos, arraste as urnas, não deixe este povo votar”.

“Brasileiros, fodam-se agora”.

“Vocês nordestinos que infectam #São Paulo devem pegar o pau de arara e voltar pro #Nordeste de #Lula e #Dilma”.

É mole? Mayra Petruso é estudante de direito. Sua mensagem é estarrecedora. Mas é fruto do clima de ódio que a campanha de Serra estabeleceu na Internet.

Para ganhar votos conservadores, Serra culpou os “migrantes” pelo péssimo resultado da educação em São Paulo. Disse que se relacionava “normalmente” com nordestinos. Introduziu o tema do aborto na campanha e meteu Jesus Cristo na história.

Semeou ódio e o Brasil está colhendo Mayara Petruso.

 

Não faz sentido extraditar Cesare Battisti por ações dos anos 70

O presidente Lula deverá manter no país o ex-ativista italiano Cesare Battisti, que está preso no Brasil e é condenado pelo governo da Itália sob a acusação de terrorismo. O presidente Lula afirmou que vai seguir a recomendação do parecer da Advocacia Geral da União (AGU). O texto que está em fase final de redação na AGU dá ao presidente os argumentos legais para não extraditar Battisti e mantê-lo no Brasil.

Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a extradição do italiano, mas reconheceu que a palavra final sobre o caso caberia ao presidente da República. A pedido do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, um técnico da Consultoria Geral da União, órgão ligado à AGU, preparou um parecer que embasaria juridicamente a opção do governo brasileiro de negar o pedido da Itália. O parecer ainda não foi aprovado por Adams, mas demonstra que a AGU já está pronta para auxiliar Lula nesse sentido.

Se Battisti fosse levado para a Itália, teria que cumprir pena de 30 anos. Lá, ele foi condenado sob a acusação de ter participação no assassinato de quatro pessoas nos anos 70. Se o réu não for extraditado, poderá viver no Brasil como refugiado político, condição conferida a ele por Tarso Genro quando era ministro da Justiça.

Não é da tradição do Brasil extraditar pessoas por crimes políticos.

3 de novembro de 2010

 

Dilma Lá: breve história de uma candidatura

Dilma é uma nova personagem que entra em cena na história brasileira. Consagrada por quase 56 milhões de votos, 12 milhões a mais que seu adversário, é uma figura distinta, em todos os sentidos; uma novidade e, ao mesmo tempo, uma velha conhecida.

Boa parte do que se tem veiculado sobre a presidente eleita na mídia tradicional desconhece quem é a Dilma, sua capacidade e seu estilo de trabalho. O que até não seria tão grave, se não viesse acompanhado por um profundo desconhecimento sobre o que são o presidencialismo e a Presidência no Brasil.

Há um misto de desinformação, má informação e deformação contra alguém que, em plena democracia, continua sendo acusada, como ocorria na ditadura, pelo que fez e pelo que não fez, pelo que é e pelo que não é.

Dilma vem de uma imensa legião de brasileiros muito bem retratados no livro clássico de Éder Sader, “Quando novos personagens entraram em cena” (de 1988). Ela representa um novo momento em que um sujeito coletivo ganha o rosto de uma personagem. Foi assim com Lula, rosto do sujeito coletivo das greves do ABC e das mobilizações contra a ditadura; rosto que adquiriu outras feições quando deputado constituinte em 1986; depois quando candidato em 1989, sua primeira campanha presidencial; e quando finalmente foi eleito e reeleito (2002 e 2006).

Dilma é de uma das três matrizes identificadas por Sader como representativas do pensamento de esquerda no país. Nem da matriz sindicalista, nem das comunidades eclesiais de base da igreja Católica, mas egressa da matriz da esquerda clandestina, que enfrentou as armas e a tortura dos porões da ditadura.

A mais nova personagem desse sujeito coletivo representa uma longa trajetória de lutas sociais e a ainda breve trajetória de grandes mudanças proporcionadas pelo atual governo. Independentemente de sua matriz original, Dilma foi transformada por duas experiências cruciais: a do governo Lula e a da campanha eleitoral. Ambas certamente alteraram profundamente as feições da futura presidenta, o suficiente para que pudesse enfrentar, sobreviver e sair-se vitoriosa de ataques do tipo que já abateu figuras supostamente muito mais experientes do que ela - e que poderiam ter sido as escolhas preferenciais do PT para 2010.

Dilma é uma novidade em termos de seu perfil. O PT sempre acalentou o sonho de consumo de realizar a fórmula propugnada há muito por Carlos Matus. Especialista em planejamento estratégico e com grande ênfase em gestão presidencial, Matus foi assessor de Salvador Allende (Chile, 1965-1970). Visitou o Brasil várias vezes, teve livros publicados pelo IPEA (graças ao empenho de pesquisadores como Ronaldo Garcia) e circulava muito entre o movimento sindical. Matus enfatizava a importância de se combinar desenvoltura política com habilidade técnico-gerencial. Sua criatura abstrata era o dirigente tecnopolítico. Lula, que conheceu Matus pessoalmente, soube usar desse modelo em seu governo, ao combinar sua maestria política - reconhecida até por seus oponentes - com escolhas de alto padrão técnico, como foi o caso de Dilma.

A opção do presidente Lula por Dilma criou a chance de se ter uma presidenta que fosse um quadro tecnopolítico por excelência. A tarefa que se colocava então era a de turbinar tal escolha com um treinamento intensivo, para cumprir um requisito bastante diverso: o da excelência decisória.

Advindo da própria intuição do presidente, os argumentos em torno da excelência decisória foram reforçados, desde 2003, com a visita, ao Brasil e ao Palácio do Planalto, de um especialista em presidências, Richard Neustadt. O autor de “Poder presidencial e os presidentes modernos” estava visivelmente empolgado com o governo Lula, que mal tinha começado e enfrentava sérias dificuldades em seu primeiro ano.

Neustadt, do alto de seus 84 anos e com a experiência de quem acompanhou de perto os governos Roosevelt, Truman e Kennedy, acreditava profeticamente que Lula poderia ter para o Brasil a importância que Franklin Roosevelt teve para os Estados Unidos.

Contudo, sua audiência palaciana, grata com tal simpatia, mas cética de suas reais possibilidades (que ainda não podiam ser de fato vislumbradas), apreciou particularmente uma das teses clássicas de Neustadt: a de que um presidente não precisa ser especialista em nenhuma área, especificamente. Mais do que qualquer outra coisa, ele precisa ser um especialista em presidência da República. Um exímio operador do poder presidencial.

Neste aspecto, Dilma passou por um treinamento intensivo, ou laboratório, se preferirem, que não poderia ocorrer em lugar melhor a não ser na Casa Civil da Presidência da República, ou seja, na estrutura responsável por demandar, digerir e encaminhar os atos presidenciais para deliberação. Por trás das assinaturas de um presidente se escondem processos de decisão política com meandros que Dilma conhece em detalhes.

A experiência na Casa Civil dá a exata dimensão entre o que um presidente quer e o que ele pode; a medida sobre até onde vai o seu poder, que não é imperial, e o que depende de se contar com maioria disciplinada no Congresso - uma das regras do presidencialismo de coalizão. Enquanto isso, uma das comentaristas que transformaram o comentário político no Brasil numa espécie de colunismo social dos Três Poderes avalia que um dos problemas da presidenta eleita é o de que ela tem uma base congressual maior que a do presidente Lula (!)

Aprende-se na Casa Civil que a capacidade e a velocidade de implementação de políticas públicas dependem da natureza de nosso federalismo e do padrão de nossa burocracia. Dilma conhece cada milímetro da Esplanada e esquadrinhou, com o PAC, cada milímetro do País. Na Casa Civil, se é treinado o tempo todo para saber que nenhuma decisão é correta se for tomada da forma errada e em hora certa incerta.

Um presidente deve saber exatamente em que ponto da estrada deve pisar no freio e quando pode afundar o pé no acelerador. No final de 2003, foram apresentados a Lula resultados de uma pesquisa de opinião que atestava: as pessoas entendiam o momento de arrumar a casa e estavam pacientes com relação às mudanças prometidas.

A conclusão oferecida pelos analistas da pesquisa era: o povo não está com pressa. O presidente, que pisou no freio por todo o ano de 2003, retrucou, simples e direto : “o povo não tá com pressa, mas eu tô”. Dilma qualificou-se dentro da Casa Civil para ser uma especialista em presidência ao tornar-se também uma especialista em “timing”.

Dilma, "pela primeira vez na história do País", permitirá que o Brasil tenha uma sequência democrática de governos que cumprem o ciclo de construtores de regimes e gerenciadores de regime, uma noção comum na literatura sobre presidências.

Há presidentes que são construtores de regimes e outros que são seus gestores. Uns constróem uma maneira particular de fazer política e uma orientação diversa da ação do Estado, representando uma coalizão majoritária que desaloja uma antiga coalizão, em decadência. Por sua vez, os gestores de regimes têm como tarefa manter sua coalizão unida, avançar na realização das políticas públicas que cimentam a coesão de suas bases e oferecer respostas a seus eleitores, na forma de ações governamentais. São os gestores de regime que desvelam o legado do presidente anterior e desdobram suas realizações.

No Brasil, se pode dizer que esse ciclo foi cumprido apenas em três épocas: no início da República, entre Campos Sales (verdadeiro construtor do regime da República Velha) e Rodrigues Alves; na Era Vargas, quando Getúlio foi, primeiro (1930-1945) construtor de um novo regime e, depois, ele próprio, continuador de sua construção pregressa, começando em 1950, tragicamente interrompida em 1954. Finalmente, no período dos governos da ditadura militar (1964-1984). Na República Velha, o Brasil tinha um regime pouco representativo (oligárquico e não democrático). A construção do regime varguista ocorreu sobretudo a partir de uma ditadura, a do Estado Novo. O mesmo vale para os 20 anos da ditadura de 64.

Dilma é a primeira experiência democrática brasileira de gestão de um novo regime político e de suas políticas públicas. Todas as demais fracassaram sem deixar sucessores: Juscelino, Jango, Sarney, FHC.

Gerenciar um regime, em parte, é continuar o que tem sido feito, mas apenas em parte. Em grande medida, um presidente de continuidade é um desbravador e um desdobrador. Não é alguém que fará a pintura de uma casa já construída. É quem pega o leme no meio da viagem e precisa conduzir a embarcação adiante, até completar-se o ciclo.

O regime estruturado pelo presidente Lula suplantou a montagem minimalista do tucanato. FHC apostou todos os esforços na estabilidade macroeconômica e supôs que, daí, os resultados para o crescimento econômico e para a melhoria das condições sociais viriam naturalmente. Não vieram, e isso explica seu declínio.

A coalizão encabeçada por Lula e seu novo regime basearam-se na combinação de estabilidade econômica com esforços decididos e simultâneos de aceleração do crescimento e redução drástica das desigualdades. Duas coisas que, na mentalidade do regime anterior, estavam fora da governabilidade do Executivo federal e deveriam ser subproduto da estabilidade.

A campanha possibilitou a todos, em especial à presidenta eleita, a percepção clara da importância da mobilização e do contato popular. Principalmente a campanha de segundo turno. Ficou claro que, deixada à sua própria sorte, Dilma e Lula seriam derrotados pelas forças do atraso.

Os relatos de quem a acompanhou na campanha são repletos de histórias sobre como o semblante e a disposição da candidata eram energizados pelo contato popular. Algo que vai na mesma linha do que o presidente Lula não se cansa de repetir: as viagens pelo país garantem o contato com o povo, e isso revigora um presidente.

A estrutura de qualquer presidência da República é tradicionalmente montada para afastar a “autoridade” daqueles que o elegeram. A presidência diariamente se esforça para assoberbar o presidente com papéis, para manter suas portas fechadas, para isolá-lo do barulho das ruas.

Diante disso, se o presidente se acomoda, se ele não se insurgir contra uma rotina ritualizada, se ele não fugir do Palácio, ele se tornará um presidente cada vez menos popular. É preciso romper os limites do palácio de cristal (outra imagem muito conhecida criada por Matus), a redoma que tem a boa intenção de proteger o presidente de tudo, mas que acaba por afastá-lo, inclusive, daquilo que há de melhor.

As viagens pelas quais o presidente foi tantas vezes criticado, mesmo quando percorria seu próprio país e visitava as localidades mais pobres, permitiram que ele visse claramente as mudanças em curso e os problemas que engavetavam suas decisões. Mas, principalmente, as viagens recarregavam suas baterias com uma energia que não é gerada em despachos, em reuniões ministeriais e em negociações com o Congresso - ao contrário, essas a exaurem.

Pelo pouco que se viu das primeira horas após o resultado das eleições, pode-se antever também outra novidade: ao contrário de presidentes anteriores, Dilma não contará com aquela fase de “lua de mel”, os primeiros 100 dias em que oposição e imprensa dão um desconto para o presidente que entra, antes de abrir fogo com todas as suas baterias.

Mesmo informado do discurso de paz e da mão estendida, a oposição fez declaração de guerra. O candidato derrotado - aquele que sacralizou a baixaria - deu ao conservadorismo mais abominável o qualificativo de “delimitação de campo”. E avisou: “isso não é o fim. Isso é apenas o começo”. A frase queimada no calor da derrota exala uma fumaça com forte cheiro de terceiro turno.

Neste sentido, mesmo com toda a agressividade, a oposição se coloca em desvantagem. Ao contrário de Dilma, que aprendeu muito em pouco tempo, a oposição demonstra que nada aprendeu em 8 anos de sucessivas derrotas. Consegue considerar-se campeã moral de uma guerra na qual se desmoralizou. Seu diagnóstico é o de que quem errou foi o povo. “Não foi dessa vez”, que se traduz em “o povo um dia aprende”. Suas lideranças se fecharam em copas e se arvoram bastiões dos velhos tempos; tempos que não voltam mais, principalmente porque cada vez menos gente sente saudades deles.

Ao longo da campanha, uma das formas mais utilizadas de se manifestar apoio a Dilma foi estampar sua foto de militante clandestina presa pela ditadura. As pessoas mostravam sua adesão a um rosto que simbolizava uma identidade coletiva. Enquanto essa coletividade estiver unida em torno de Dilma, a oposição estará condenada a repetir: “não foi dessa vez”. No que depender de seu preparo, a presidenta eleita teve, ao longo da vida, as melhores dentre todas as escolas.

*Antonio Lassance é cientista político, pesquisador do IPEA, foi assessor da Presidência da República de 2003 a 2010.

Fonte: Fundação Perseu Abramo

 

Memórias de um militante da AP

Livro de Ricardo de Azevedo será lançado no próximo sábado, dia 6, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Autor foi do Comitê Central e do Secretariado Nacional da Ação Popular e conviveu de perto com alguns personagens centrais da atual política nacional. Entre eles, José Serra. “Eles falam que a Dilma foi da VAR-Palmares, terrorista etc. e eu acho que isso foi uma qualidade dela. Mas o Serra também foi até 1973 de uma organização que defendia a luta armada", diz Azevedo.


Ricardo de Azevedo lança no próximo sábado, dia 6, às 11h, no Memorial da América Latina, o livro “Por Um Triz, Memórias de um Militante da AP”.

A AP no caso é a Ação Popular, organização de esquerda revolucionária na qual Azevedo militou de 1968 a 1980 e que e se reivindicava de inspiração Leninista, Marxista e Maoísta.

Ricardo de Azevedo foi do Comitê Central e do Secretariado Nacional da organização clandestina e conviveu de perto com alguns personagens centrais da atual política nacional. Entre eles, José Serra.

“Quando chego ao Chile, em junho de 72, quem me recebeu e era o principal representante da Ação Popular no país foi o José Serra. Curioso é que a biografia que ele apresenta no seu programa de TV dá a entender que ele só estudou no exílio. Até 73 ele foi militante da AP”, garante Ricardo Azevedo.

Azevedo diz ainda que a AP além de ser uma organização de inspiração marxista, leninista e maoísta também defendia a luta armada.

“Eles falam que a Dilma foi da VAR-Palmares, terrorista etc. e eu acho que isso foi uma qualidade dela. Mas o Serra também foi até 1973 de uma organização que defendia a luta armada. Hoje ele até pode dizer que naquele momento já não concordava muito com aquilo, até acho que não concordava mesmo, mas por oportunismo ele mantinha o vínculo.”

Segundo Azevedo, Serra só veio a se “desligar” da AP depois do golpe militar de Pinochet, quando saiu Chile e foi se exilar nos EUA. “Na verdade ele nunca se desligou, ele se afastou, perdeu o contato”, revela.

“No Chile, nossa base da AP tinha 10 pessoas, entre elas o Serra e o Betinho”, relembra. “E lá a gente era próximo ao Movimento de Ação Popular Unitária (MAPU) cuja representação era de uns 5% dos votos e indicava até ministros no governo de Allende. E a principal ponte da AP no Brasil com o MAPU do Chile era o Serra. Ele era uma pessoa importante naquele contexto, a principal pessoa da organização no país.”

Azevedo é filiado ao PT e foi presidente a Fundação Perseu Abramo por 12 anos, mas suas divergências com Serra não surgiram apenas no pós-abertura, já se davam no exílio. “Num dado momento a gente rachou na base de Santiago. Na época, já tinha consciência que ele não tinha muito a ver com o que a organização defendia no Brasil. Ele apontava para um caminho social-democrata e nós nos mantínhamos marxistas. Também tínhamos divergências no tocante ao processo chileno. Houve um racha no MAPU e eu fiquei de um lado e ele do outro”, conta.

Por incrível que pareça a história que Serra vive repetindo de que sempre quis ser presidente da República, parece ser de fato uma obstinação. “Na época já era perceptível que ele tinha grandes pretensões na política brasileira. A gente até brincava que ele queria ser presidente do Brasil. Quando falávamos isso, morríamos de rir, porque naquele contexto de 72 e 73 parecia uma coisa impossível.”

Além de Serra, Azevedo vai contar no “Por Um Triz” histórias que viveu na AP com personalidades políticas como Aloysio Mercadante, o ministro Franklin Martins, os deputados federais José Anibal e Arnaldo Jardim e o saudoso Betinho.

Depois do golpe contra Allende, Azevedo ficou preso 1 mês no Estádio Nacional e conseguiu escapar para a França, onde continuou sua militância.
“Na França eu, da AP, o Franklin Martins, do MR8, e o Éder Sader, que era da Polop, lançamos a revista Brasil Socialista que teve nove edições. Ela circulava na França e no Brasil.”

Fonte: Agência Carta Maior

 

Dilma garante reajuste para Bolsa Família e salário mínimo

Em seu primeiro pronunciamento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff afirmou hoje (3), em Brasília, que o salário mínimo e o benefício pago pelo Programa Bolsa Família terão reajustes nos próximos anos. Ela avaliou como positivo o critério até então adotado pelo governo de reajustar o salário mínimo com base na inflação e no Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior.

Dilma lembrou, entretanto, que o país enfrentou uma crise econômica que afetou o PIB de 2009, fazendo com os números se aproximassem de zero. “Estamos avaliando. Vamos ver se é possível fazer essa compensação.”

Caso o cenário de PIB crescente se mantenha, a previsão, segundo Dilma, é que o salário mínimo ultrapasse os R$ 600 em 2011 e os R$ 700 em 2012. Sobre o Bolsa Família, Dilma reiterou que pretende alcançar 100% de cobertura, mas admitiu dificuldades no cadastro das famílias pelas prefeituras.

Dilma disse ainda que não pretende enviar ao Congresso um projeto ressuscitando a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas ponderou que está aberta a discutir o assunto com os governadores.

Segundo ela, há um movimento dos governadores em favor da retomada desse imposto, que foi derrubado em 2007 pelo Congresso. "Tenho preocupação com criação de imposto. Preferia outro mecanismo. Mas vejo uma mobilização dos governadores", disse Dilma, ressaltando que a Saúde, juntamente com a Educação, estão no topo da lista de prioridades de seu futuro governo.

Outro tema citado como prioritário em seu futuro governo é a segurança pública, assunto que, segundo ela, demandará uma articulação com governadores e prefeitos.

Fonte: Portal do PT.

2 de novembro de 2010

 

Na Bahia, vitória de Dilma foi esmagadora

O governador Jaques Wagner (PT) cumpriu a promessa. Disse que a diferença a favor de Dilma deveria aumentar em 5% na Bahia. Ele cumpriu a meta. Dos 417 municípios baianos, Dilma perdeu em apenas 7.

Com 70% dos votos, a vitória de Dilma foi esmagadora.

O blog “Com o Dedo na Ferida”, do Antônio do Carmo, acertou: nestes 7 municípios os prefeitos devem botar a barba de molho e analisar suas gestões. Estão mal avaliados e a população deu o sinal na eleição presidencial.

Como condutor do processo, Wagner é o grande vencedor.

 

É preciso regular a mídia para que a liberdade de expressão seja exercida


Deu no site Observatório da Imprensa. O professor Venício A. de Lima comenta que nos últimos dias três boas novidades ocorreram no campo das comunicações no Brasil:


1º - A Assembléia Legislativa do Ceará aprovou (19/10/2010), por unanimidade, projeto de Indicação que cria o Conselho Estadual de Comunicação Social, com o objetivo de “formular e acompanhar a execução de política estadual de comunicação, exercendo funções consultivas, normativas, fiscalizadoras e deliberativas”.

2º - A Federação Interestadual de Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADIN 4475) contra o Congresso Nacional que não legislar sobre matérias determinadas pela Constituição Federal, todas relativas à Comunicação Social: direito de resposta, princípios que devem orientar a produção e programação das concessionárias de radiodifusão, proibição de monopólio ou oligopólio nas comunicações, todas condições indispensáveis para o livre exercício da liberdade de expressão. Há 22 anos a Constituição Federal é descumprida.

3º - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu (20/10) extinguir o direito de preferência da Rede Globo na negociação pelos direitos de TV do Campeonato Brasileiro de Futebol. O acordo, negociado com a Globo e o Clube dos 13, é, na verdade, um Termo de Cessação de Conduta (TCC). O processo, que já durava treze anos, poderá ser reaberto caso o Cade identifique novos indícios de prática de cartel.

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A vitória de Dilma me deixou de alma lavada

Mino Carta escreveu um lúcido editorial em sua revista Carta Capital. Ele faz referência à mídia brasileira, intérprete do ódio de classe, que durante oito anos alvejou o presidente mais amado da história do Brasil.

Também lembra que aquela história do mensalão (entendido como pagamento mensal a parlamentares) nunca foi provada, para desconforto e vergonha de jornalistas, supostos formadores de opinião e donos de veículos de comunicação.

Foi essa mídia meio fascistóide, atucanada, sintonizada com um udenismo tardio, que Dilma Rousseff teve que enfrentar na campanha eleitoral. Eles chegaram a evocar o passado “guerrilheiro” e “terrorista” de Dilma, durante a ditadura militar.

Mino Carta lembra ainda que, como de hábito, apelaram para a má-fé para explorar a ignorância de um povo de baixa escolaridade, que desconhece sua própria História.

Nos porões da ditadura, Dilma foi encarcerada e brutalmente torturada, mas, para a mídia, terrorista não foi a ditadura militar, “terrorista” era a Dilma.

“Mas a hipocrisia da mídia não tem limites, com a contribuição da ferocidade que imperou na internet ao sabor da campanha de ódio nunca tão capilar e agressiva. E na moldura cabe à perfeição a questão do aborto, praticado à vontade pelas privilegiadas e, ao que se diz, pela própria esposa de José Serra, e negado às desvalidas”. Mino Carta é brilhante.

Imaginem que até o papa alemão Dilma teve que enfrentar, o cara esqueceu que o Vaticano fica na Itália, onde, aliás, o aborto foi descriminalizado há 40 anos.
É isso. Sai de alma lavada dessa eleição.

LEIA REVISTA CARTA CAPITAL QUE ESTÁ NAS BANCAS

 

Sem razão, extrema-direita culpa nordestinos pela vitória de Dilma

Apareceu no twitter uma versão fascistóide da eleição da Dilma. Alguém culpa os nordestinos pela vitória da Dilma e convoca os paulistas a manifestarem seu repúdio, num claro convite à intolerância e preconceito que encontram terra adubada em São Paulo.

Com a campanha fascistóide que José Serra patrocinou isso era previsível. Volto a dizer que Serra prestou um inestimável desserviço ao Brasil.

Leio agora na revista digital Terra Magazine que o Nordeste aumentou a vantagem de Dilma Rousseff, com a justa opção eleitoral de sua população, entretanto, apenas nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, Dilma somou 1.873.507 votos de vantagem. Mesmo sem o Nordeste, Dilma ganharia a eleição.

“E, antes que novos discursos discriminatórios - canalizados contra o Nordeste na internet - se direcionem a outro alvo fácil, o Norte, vale destacar que Dilma também ganharia a eleição sem o saldo positivo de 1.033.802 votos com que os nortistas lhe agraciaram”.

O texto assinado por Eliano Jorge informa: “O Sudeste, idealizado pelos críticos de nordestinos e nortistas como bastião do PSDB, deu à petista 1.630.614 eleitores a mais do que seu adversário. Esta quantidade supera em 839.695 votos a soma das vantagens que Serra teve no Sul, 656.485, e no Centro-Oeste, 134.434”.

Na verdade, “embora o candidato tucano tenha acumulado 1.846.036 votos a mais do que Dilma em São Paulo, ele perdeu no segundo e no terceiro maiores colégios eleitorais do País, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente com saldo negativo de 1.797.831 e 1.710.186”.

Portanto, os “culpados” pela vitória de Dilma Rousseff foram os próprios paulistas, que não votaram em Serra como muitos imaginavam. A frente de Serra em São Paulo não foi suficiente para neutralizar a escolha do povo.

Nem os números conseguem calar a boca dos fascistóides que alimentam o preconceito e discriminação contra os trabalhadores nordestinos radicados em São Paulo.

Não é para menos, já que Serra e quadrilha alimentaram abertamente o ódio na campanha eleitoral.

A vitória foi do povo brasileiro. Viva o povo brasileiro.

1 de novembro de 2010

 

Faço minhas as palavras de Paulo Henrique Amorim sobre a sordidez de Serra (PSDB)

Paulo Henrique Amorim vai direto ao assunto no seu portal CONVERSA AFIADA. A oposição precisa se livrar de Serra. Ele é incapaz de entender o Brasil. Ele faz uma campanha sórdida, como nunca se tinha visto no Brasil. Collor virou fichinha diante dele. Misturou política com religião, num grande desserviço ao Brasil, distorceu o debate sobre o aborto, manipulou a palavra do próprio Papa Bento XVI. Serra é como Bush filho, Serra é do mal. Antes de sumir, Serra tem que explicar a roubalheira do Rodoanel, que dizer, Roubanel.

Segue o texto do CONVERSA AFIADA:

A Oposição tem que passar com um trator por cima dele

Serra transformou a Oposição num reduto conservador, falsamente carola e incapaz de entender o Brasil.

A Oposição terá que encontrar outro lider e novas bandeiras.

Serra fez uma campanha sórdida, sem precedentes na história das eleições presidenciais brasileiras.

Transformou Fernando Collor num gentleman de country club inglês.

Misturou as idéias -poucas – da Oposição à sua postura de ódio e ressentimento.

A Oposição tem que sair de São Paulo e abraçar o Barsil.

Um esforço que Serra não conseguiu empreender.
Logo após votar em São Bernardo do Campo, Lula desabafou, com incontida irritação.

Acusou o Serra de realizar a campanha eleitoral mais sórdida de que ele, Lula, se lembra.

E Lula participou de quatro campanhas presidenciais e de uma para governador.

Ele – nem ninguém – nunca viu nada igual.

Lula recriminou em Serra a politização da religião.

Primeiro, o casamento gay e o aborto.

Como Bush, o filho, sem tirar nem pôr.

Como se a Dilma fosse a favor de matar criancinhas.

E o aborto só se tornou menos visível (porque, “invisível”, sempre esteve) quando se soube que a própria mulher do santarrão tinha feito aborto.

Depois, a irreligiosidade da Dilma.

Logo ele, Serra, que crê em Deus como FHC: com a devoção com que crê na monogamia.

Serra manipulou até uma declaração do Papa contra o aborto.

Disse o Lula hoje de manhã: a Igreja é contra o aborto desde sempre.

Por que só agora a Igreja seria contra o aborto com o propósito de eleger o Serra ?

Serra termina a sórdida campanha de 2010 na manjedoura em que se acolherá, daqui em diante.

Segundo o artigo da página três da Folha (*) de hoje (01/11), Serra, além de convertido à Opus Dei, é favor da “decência”.

É a velha UDN de São Paulo, de Herbert Levy, do Padre Godinho, o último redutos dos santarrões de São Paulo.

Decência, sem duvida.

Ele é a favor da decência do Robanel.

A decência do Paulo Preto.

A decência da mãe do Paulo Preto, que cedia guindastes ao Robanel.

A decência da licitação com carta marcada do metrô.

O Alckmin deveria pregar ao Serra a mesma peça que o Serra lhe pregou.

Ao assumir o Governo do Estado, Serra, na frente de Alckmin, como um Defensor Implacável dos Valores, anunciou que ia “rever os contratos”.

Como se o Alckmin fosse um corrupto.

Agora, Alckmin, ao assumir, deveria fazer o mesmo: rever os contratos da “família Paulo Preto” e a concorrência de carta marcada do metrô.

Em nome da decência.

Paulo Henrique Amorim

 

Foi uma vitória do povo, de um projeto político e de uma mulher brasileira

Eu estava no auge da excitação no Largo de Santana, Rio Vermelho, e telefonei para Emiliano José (PT), jornalista, escritor, professor de comunicação e segundo suplente de deputado federal pela Bahia. Venha para cá, eu dizia, em meio aquela animada barulheira, mil bandeiras vermelhas, gritos, atabaques, samba de viola, torcidas e coros. Não dá, estou aqui concentrado fazendo um artigo sobre a vitória da Dilma Rousseff.

O artigo intitula-se “A força da mulher” e já está editado no site do Emiliano. Ele ressalta que a vitória de Dilma é uma vitória do povo, a vitória de um projeto político e a vitória de uma mulher. A presidente Dilma vai enfrentar enormes desafios pela frente, sobretudo, o de continuar a caminhada pela redução da desigualdade social. Ele ressalta que caiu por terra o peso dos que se acreditam “formadores de opinião” na mídia. Nunca se viu campanha tão sórdida como essa. Distorceram a grave questão de saúde pública que é o aborto. Disseminaram pela Internet uma onda de calúnias. Contudo, Dilma ganhou.

LEIA NA ÍNTEGRA

 

BAHIA DE FATO parabeniza blogueiros pela vitória de Dilma

Estamos todos de parabéns. O povo brasileiro e os blogueiros que contribuíram decisivamente para a retumbante vitória de Dilma Rousseff. Passada a euforia dos primeiros momentos – o Largo de Santana no Rio Vermelho estava ontem impressionante – eu agradeço aos blogueiros da Bahia e do Brasil pelo privilégio do trabalho conjunto com este BAHIA DE FATO.

Se não é a blogosfera, resistindo à militância pró-Serra da grande imprensa, da mídia golpista em geral, com certeza o resultado poderia ser outro. Foi uma resistência coletiva.

Em particular, agradeço ao blog do Dimas Roque, ao Blogs em Revista, ao blog da vereadora Leninha de Valente, ao Blog da Elinalva, de Ipiaú, ao Jornal Grande Bahia, de Feira de Santana, ao blog Paulo Afonso de Fato. Na prática,formamos uma equipe com participação ativa na campanha da Dilma.

Devo ressaltar alguns sites que se tornaram referência para o BAHIA DE FATO como Agência Carta Maior, Conversa Afiada, Carta Capital e Rede Brasil Atual. Não poderia deixar de citar Brasil, Mostra a Tua Cara, pilotado por Glória Leite da Alemanha.

A todos, meus cumprimentos,

Parabéns pela vitória.

31 de outubro de 2010

 

Pronto. Estou de saída para eleger Dilma presidente 13


 

Quem o povo brasileiro vai derrotar hoje?

Quando Dilma Rousseff (PT) ganhar hoje a eleição presidencial, o povo brasileiro estará derrotando nas urnas, além de Serra e a burguesia paulista, além da mídia golpista em geral, alguns jornalistas e “formadores de opinião” em particular, como Demétrio Magnoli, Arnaldo Jabor, Miriam Leitão, Merval Pereira, Diego Mainardi, Roberto Romano, José Neumane, Clóvis Rossi, Lúcia Hipólito, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Elio Gaspari, Fernando Gabeira, Fernando Henrique Cardoso, Eugênio di Franco e outros menos famigerados.

 

TRE baiano confirma mandato de Carlos Brasileiro, deputado estadual (PT)

O PT da Bahia vai hoje às urnas comemorando, além da unanimidade dos quatro principais institutos de pesquisa, que apontam vitória de Dilma (PT), a confirmação do ex-prefeito de Senhor do Bonfim, Carlos Brasileiro (PT), como deputado estadual eleito.

A mídia baiana queria porque queria incluir Carlos Brasileiro na Lei do Ficha Limpa.

O problema da imprensa é que imagina ser, a cada instante, presidente da República, governador, deputado e até juiz de tribunal eleitoral.

A mídia continua se prestando a todo tipo de especulação, manobra, mentira, fraude.

O povo brasileiro precisa exercer o controle sobre essa gente. Não dá para continuar assim.

 

Todas as pesquisas indicam vitória de Dilma (PT), hoje

Os quatro principais institutos divulgaram ontem, sábado (30), pesquisas de intenção de voto para a presidência da Republica. A candidata Dilma Rousseff (PT) ganha em todas elas com diferenças que vão de 10 a 14 pontos.

Instituto Sensus – Dilma 57% e Serra 43% (diferença a favor de Dilma de 14%);

Instituto Datafolha – Dilma 55% e Serra 45% (diferença a favor de Dilma de 10%);

Instituto Ibope – Dilma 56% e Serra 44% (diferença a favor de Dilma de 12%);

Instituto Vox Populi – Dilma 57% e Serra 43% (diferença a favor de Dilma de 14%).

 

É hoje. As urnas vão derrotar Serra, a extrema-direita, a mídia golpista e o Papa Bento XVI


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