29 de setembro de 2007

 

Professor de comunicação recomenda biblioteca digital da Fundação Perseu Abramo

Emiliano José, ex-deputado estadual e primeiro suplente de deputado federal do PT da Bahia, professor-doutor da Faculdade de Comunicação (FACOM) da UFBA, me telefonou recomendando uma visita à BIBLIOTECA DIGITAL, a mais nova iniciativa da Editora Fundação Perseu Abramo, que acaba de completar dez anos e assim pretendeu marcar a data. Emiliano José está recomendando o mesmo para seus alunos.

Através da BIBLIOTECA DIGITAL a Editora Fundação Perseu Abramo está disponibilizando para download, gratuitamente, na íntegra, 43 títulos de seu catálogo, com o objetivo de aumentar o alcance das publicações e incentivar a circulação e debate de idéias. São livros de autores diversos, pensadores contemporâneos e das mais diferentes áreas.

A BIBLIOTECA DIGITAL entrou no ar em 19 de setembro. Na primeira semana, mais de mil pessoas baixaram os livros e 3.139 internautas visitaram o site.

O professor Emiliano José, autor de vários livros, um deles inclusive disponibilizado para download em seu site (www.emilianojose.com.br), avalia que a BIBLIOTECA DIGITAL vai se tornar uma visita obrigatória para estudantes e pesquisadores e, com certeza, terá impacto no mercado editorial brasileiro.

Emiliano José ficou impressionado com a repercussão da iniciativa ao acessar as mensagens recebidas pelo site da Fundação Perseu Abramo. Um deles, por ser deficiente visual e não conhecer o sistema de leitura braile, comentou que a única forma de acesso que ele tinha era por meio de livros digitais que usam um sistema de leitura de tela instalado no computador. Ganhou assim mais livros acessíveis.

VISITE A BIBLIOTECA DIGITAL

LISTA DE LIVROS PARA DOWNLOAD

Armadilha da dívida, A – Valter Pomar e Reinaldo Gonçalves ©

Bolsa Família – Marco Aurélio Weiissheimer ©

Brasil desempregado, O – Jorge Mattoso ©

Brasil endividado, O – Valter Pomar e Reinaldo Gonçalves ©

Brasil privatizado, O – Aloysio Biondi

Brasil privatizado II, O – Aloysio Biondi

Celso Furtado e o Brasil – Maria da Conceição Tavares (org.) ©

Classes sociais em mudança e a luta pelo socialismo – Francisco de Oliveira, José Genoino e João Pedro Stedile ©

Comércio internacional e desenvolvimento – Kjeld Jakobsen ©

Democratização do Parlamento – Zilah Wendel Abramo e Mila Frati (orgs.) ©

Economia socialista – Paul Singer e João Machado ©

Esperança equilibrista, A – Juarez Guimarães ©

Fórum Social Mundial – José Correa Leite

Globalização e socialismo – Paul Singer, Maria da Conceição Tavares, Emir Sader e Eduardo Jorge ©

Governo e cidadania – Inês Magalhães, Luiz Barreto e Vicente Trevas (orgs.) ©

Governos estaduais: desafios e avanços – Jorge Bittra (org.) ©

Hip Hop: a periferia grita – Janaina Rocha, Patrícia Casseano e Mirella Domenich ©

Instituições políticas no socialismo – Tarso Genro, Edmilson Rodrigues e José Dirceu ©

Josué de Castro e o Brasil – Vários autores ©

Máfia das propinas, A – José Eduardo Cardozo ©

Mapa do trabalho informal – Paul Singer, Marcio Pochmann, Kjeld Jakobsen e Renato Martins ©

Mário Pedrosa e o Brasil – José Castilho Marques Neto (org.) ©

Massacre na Lapa – Pedro Estevam da Rocha Pomar

Modo petista de ação parlamentar, O – Fernando Antonio Nacif, José Cavalli Júnior, Selma Rocha e Zilah Wendel Abramo ©

Mulher e política – Ângela Borba, Nalu Faria e Tatau Godinho (orgs.) ©

Negro e o socialismo, O – Octavio Ianni, Benedita da Silva, Gevanilda Gomes Santos e Luiz Alberto Silva Santos ©

Novos espaços democráticos – Tarso Genro, Antonio Gutiérrez Vegara, Francisco Miguel Fernández Marugán e Jaime Montalvo Correa ©

Olhar sobre o mundo, Um – Kjeld Jakobsen ©

Orçamento participativo e socialismo – Olívio Dutra e Maria Victoria Benevides ©

Patriotas e traidores – Mark Twain ©

Poder local e socialismo – Celso Daniel, Marina Silva, Miguel Rosseto © e Ladislau Dowbor

Previdência social no Brasil, A – Vários autores ©

Rememória – Ricardo de Azevedo e Flamarion Maués (orgs.) ©

Retrato do Brasil, Um – José Prata Araújo ©

Revolução tecnológica, internet e socialismo – Maria Rita Kehl, Bernardo Kucinski, Laymert Garcia dos Santos e Walter Pinheiro ©

Seca e poder – Celso Furtado ©

Segurança Alimentar – Marlene da Rocha (org.) ©

Sindicatos, cooperativas e socialismo – Fernando Haddad, Ricardo Antunes, Gilmar Mauro e Gilmar Carneiro ©

Socialismo e globalização financeira – Reinaldo Gonçalves, Ronald Rocha, Tania Bacelar e João Sayad ©

Socialismo no século XXI – Marco Aurélio Garcia, Juarez Guimarães e Valter Pomar ©

Software livre – Sérgio Amadeu da Silveira

Universidade sitiada – Luiz Carlos de Menezes ©

Versões e ficções – Vários autores ©

 

Record News avança sobre a Globo News e a Band News

Trata-se de uma disputa de mercado, claro, mas, nem por isso menos importante. Quinta-feira, 27, vai marcar a data em que o monopólio da Rede Globo foi quebrado. Neste dia foi inaugurada a Record News, canal exclusivo de notícias da Rede Record. Não é o paraíso da democracia, mas é um passo importante.

Lula entendeu o jogo e compareceu à cerimônia, apertou o “botão” com o empresário Edir Macedo, o bispo proprietário da Igreja Universal. Tem um detalhe importante. A Record News é o primeiro canal aberto a transmitir notícias durante 24 horas, DE GRAÇA. A transmissão é em UHF, no mesmo canal antes ocupado pela TV Mulher.

A disputa pelo poder na mídia foi exposto abertamente. Edir Macedo foi direto ao ponto, ao atacar a Rede Globo que monopoliza a notícia há décadas. Como foi mesmo que Edir Macedo disse?. “Nós fomos injustiçados por muitos anos por um grupo de comunicação que tinha e mantém o monopólio da notícia no Brasil. Daí nosso desejo de dar um fim a esse monopólio”. É uma BOA NOTÍCIA, de fato.

Com a Record News, nós, simples mortais, seremos menos enganados pela farsa noticiosa da Rede Globo. Não que o jornalismo da Rede Record seja virtuoso, mas, com certeza é melhor que o da Rede Globo. Paulo Henrique Amorim, em seu blog CONVERSA AFIADA, informa sobre as pressões da Rede Globo tentando impedir a ida do presidente Lula à inauguração da Record News. Um vexame. A Rede Globo também trabalhou nos bastidores para retirar o Canal TV Mulher da operadora de TV a cabo NET. É que a Globo tem uma participação acionária minoritária na NET hoje controlada pelo mexicano Carlos Slim.

Para Alberto Dines, dito em seu programa de rádio no Observatório da Imprensa (28/09/07) a chegada da Record News será o marco de um novo capítulo no telejornalismo brasileiro. É que a concorrência em jornalismo significa diversidade e a diversidade só se torna visível através da disputa pela qualidade da notícia.

Alberto diz mais: que o discurso inaugural do empresário Edir Macedo contra o monopólio da informação só poderá ser levado a sério se a nova emissora comprometer-se com um padrão “livre de apelações populistas, livre de partidarismo político e do proselitismo religioso”.

O Observatório da Imprensa publica também um artigo de Luis Antônio Magalhães intitulado “COMO MANIPULAR UMA NOTÍCIA”. Trata-se da reportagem da Folha de S. Paulo noticiando a inauguração da Record News de maneira manipulada, com a intenção de enganar o leitor, prejudicar o presidente Lula e beneficiar o governador paulista José Serra. Confira o texto corrompido do jornalista da Folha no Observatório da Imprensa.

28 de setembro de 2007

 

PT fará seminário sobre Constituinte exclusiva para reforma política

A Comissão Executiva Nacional do PT decidiu promover em 4 de outubro um seminário sobre a proposta de convocação de uma assembléia constituinte exclusiva para a reforma política, conforme resolução aprovada pelo 3º Congresso Nacional do partido.

O seminário será realizado em São Paulo e terá como objetivo discutir os temas relativos à convocação e organização da Constituinte. A comissão de preparação do seminário é composta por Gleber Naime, Valter Pomar e Renato Simões.

É polêmica a decisão da Executiva Nacional do PT. Assembléia Nacional Constituinte exclusiva para aprovar uma reforma política pressupõe o reconhecimento da incapacidade deste Congresso Nacional legislar. De fato, o Congresso dos 300 picaretas não tem condições de aprovar uma reforma política profunda.

Tudo muda. Impossível de todo não é. Assim também pensavam os incrédulos quando grupos políticos lutavam contra a ditadura, ou pelas Diretas Já, ou depois pela Assembléia Constituinte de 1988. Ou que Lula fosse eleito presidente do Brasil. Quem poderia imaginar que um partido político elegesse por eleições diretas suas direções?

27 de setembro de 2007

 

Repórter do Watergate explica aos babacas que não cabe à mídia derrubar governos

Carl Bernstein, ex-repórter do Washington Post, que junto com Bob Woodward escreveu as matérias sobre o escândalo Watergate que derrubou Nixon, fez palestra quarta-feira (26) sobre ética e política, para a Câmara Americana de Comércio (Amcham).

"Me perguntaram aqui no Brasil o porquê de não conseguirem (os jornalistas) derrubar o governo, como aconteceu no Watergate. Não me intrometo em questões de outros países, mas respondi que à imprensa não cabe derrubar governos, não é a função dela".

Lúcido, o jornalista explicou o que deveria ser o óbvio. O papel da mídia é fazer apenas o seu trabalho e conseguir a versão mais palpável da verdade. Ou deveria ser.

Ele criticou a "auto-importância que a mídia se dá, como se determinasse o destino dos seus países".

Queriam que ele ensinasse uma fórmula para derrubar o governo Lula.

Li a nota no blog “Os Amigos do presidente Lula” que, na ausência temporária de Helena Sthephanovits, foi escrita por Zé Augusto.

LEIA O BLOG DA HELENA STHEPHANOVITS

26 de setembro de 2007

 

O movimento social precisa inventar a imprensa democrática

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia no Rio de Janeiro. Para a Agência Carta Maior ele escreveu o artigo intitulado “A necessidade de uma nova imprensa”. É que a grande imprensa ignora, e vai continuar ignorando, a crescente organização da sociedade civil. A mídia se perdeu de si mesma quando passou a acreditar que é a dona da verdade. Cabe ao campo democrático-popular não alimentar ilusões. Não se deve esperar conversões éticas de uma imprensa cujo umbigo está ligado às oligarquias. Aquela idéia de trabalhar com as contradições internas da mídia está fadada ao fracasso. Talvez tenha chegado a hora de se investir num grande jornal de esquerda. Precisamos inventar a imprensa democrática, a que aí está é oligárquica.

LEIA A ÍNTEGRA EM CARTA MAIOR

25 de setembro de 2007

 

ACM Neto quer acabar com CPMF, o imposto que financia o Bolsa Família, a Previdência e a Saúde. Tadinho do povo.

O deputado federal ACM Neto (ex-PFL, hoje DEM) trocou a histeria dos holofotes da CPI contra isso, CPI contra aquilo, para fazer palestras sobre um tema do qual nada entende. Ele percorre universidades baianas fazendo campanha contra a CPMF, o imposto sobre o cheque criado pelo seu partido (PFL) consorciado com o PSDB, no governo FHC.

Na prática, ele prega um genocídio com o fim da CPMF. Ele se esquece de informar aos seus ouvintes que dos R$ 36 bilhões/ano arrecadados 42% vão para a saúde, 22% vão para a Previdência e 20% para o Bolsa Família. A tese neoliberal é acabar de vez com a CPMF e os pobres que se explodam.

O neto de ACM é contraditório. Seu partido berra que faltam recursos para a saúde e, ao mesmo tempo, ele quer acabar com a fonte de financiamento da saúde. É uma esquizofrenia total. Branco, rico e direitista convicto, ACM Neto não gosta de pagar impostos, na melhor das hipóteses é o representante dos que não gostam de pagar impostos. Não pode ser levado a sério.

 

Juíza louca prende e dá dois tapas em professora grevista

Não é só o Poder Legislativo que está se desmoralizando. Também o Poder Judiciário se esvai pelo esgoto.

Em Sergipe, a professora Maria Givanilde dos Santos, que liderava uma passeata de professores que reivindicavam salários atrasados, foi presa, algemada e agredida com dois tapas no rosto pela juíza titular da comarca de Divina Pastora, Soraia Gonçalves de Melo.

O absurdo foi objeto de discurso do deputado Iran Barbosa (PT-SE) na Câmara Federal. A que ponto chegamos.

O parlamentar vai entrar com representação contra a louca no Conselho Nacional de Justiça e na Corregedoria do Tribunal de Justiça. A “magistrada” determinou a prisão arbitrária da professora, líder sindical no município de Divina Pastora e representante legal do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (SINTESE).

Não está muito clara qual a relação da juíza com o prefeito para justificar tanta violência e arbitrariedade.

Mesmo sendo adversária histórica dos movimentos sociais não dá para entender a loucura da juíza, a não ser como loucura mesmo. Precisa ser afastada para não prejudicar a sociedade e a democracia. É uma tentativa grosseira de intimidação do movimento sindical.

Os professores de todo o Brasil não podem deixar passar em branco o ataque da magistrada.

 

Jornalista resgata a luta do deputado Chico Pinto contra a ditadura militar

O ex-deputado Emiliano José (PT), jornalista e escritor apaixonado, continua a disponibilizar os capítulos de “Galeria F - Lembranças do Mar Cinzento” em seu site (www.emilianojose.com.br). As memórias da ditadura já renderam dois volumes impressos. Atualmente, ele constrói o terceiro volume, em que recupera a história de Waldir Pires, a fuga do Brasil com o golpe militar, a vida no exílio, o retorno e o enfrentamento da ditadura militar.

No capítulo 29, já disponível em seu site, Emiliano José conta o encontro de Waldir Pires com Francisco Pinto, em 1970, no auge da ditadura terrorista. Waldir tentava convencer Chico Pinto a se candidatar a deputado federal, para ocupar o estreito espaço da legalidade. Chico Pinto resistia, queria articular militares nacionalistas para um contragolpe. Pinto acabou convencido, candidatou-se, ganhou e se tornou um dos mais importantes parlamentares da luta contra a ditadura. Advogado dos trabalhadores, vereador, prefeito cassado, deputado federal, preso, cassado novamente, impedido de se reeleger por denunciar o ditador Pinochet (Chile) em visita ao Brasil, Chico chega aos 78 anos com a imagem e a alma intocadas.

Emiliano José, que participou (20/09/07) em Feira de Santana (BA) do seminário “Chico Pinto – Democracia e ditadura em Feira de Santana e no Brasil”, sobre a emblemática trajetória do carismático político baiano, lembra que a história de Chico Pinto está relatada no livro de Ana Beatriz Nader, intitulado “Autênticos do MDB – Semeadores da Democracia”, Editora Paz e Terra. Fundamental para entender a importância luta parlamentar quando as esquerdas partiam para a luta armada contra o regime militar. O seminário, organizado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), exibiu o documentário “Pinto vem aí”, do cineasta Olney São Paulo.

Em 1978 participei da campanha da dupla Chico Pinto, deputado federal, Adelmo Oliveira deputado estadual, pelo MDB. Tive a honra de produzir o cartaz da “dobradinha” que levou o slogan “Somos 100 milhões de subversivos”. Era uma resposta à ditadura que taxava todo mundo de “subversivo”.

 

Fundação Palmares investiga, desmente TV Bahia/Rede Globo e reconhece quilombolas de São Francisco do Paraguassu

A TV Bahia entrou na linha do jornalismo-hipótese do novo teórico da comunicação Ali Khamel. Para ele, a mídia não deve fazer jornalismo e sim testar “hipóteses”. Em 14 maio, uma equipe da TV Bahia esteve em São Francisco do Paraguassu, distrito de Cachoeira, para testar mais uma hipótese. A reportagem concluiu que São Francisco do Paraguasu, uma das onze comunidades do Recôncavo Baiano reconhecidas como remanescentes de quilombos, era uma fraude. O Jornal Nacional veiculou duas reportagens intituladas “Suspeitas de fraude em área que vai ser reconhecida como quilombola” e “ Incra promete apurar denúncias de fraude no Recôncavo Baiano”. Nas duas matérias a emissora apresentava supostos indícios de uma fraude que estaria levando ao reconhecimento das terras.

O jornalismo-hipótese deu errado.

O presidente da Fundação Palmares, o baiano Zulu Araújo, divulgou (24/09/07) o resultado da sindicância que investigou as supostas fraudes no processo de registro do auto-reconhecimento de comunidades quilombolas. A investigação interna tinha sido motivada pela estranha reportagem da TV Bahia, transmitida no Jornal Nacional. A Comissão de Sindicância trabalhou 45 dias, conversou com autoridades, funcionários da Fundação Palmares, moradores da comunidade local e revisou o laudo antropológico. Não houve fraude. A TV Bahia mentiu, inventou, testou uma “hipótese” na linha teórica do jornalismo da Globo e afiliadas.

Agora, a Fundação Palmares trabalha com outra hipótese. A suspeita de que a “reportagem” da TV Bahia lançou suspeita sobre o processo de reconhecimento dos quilombolas de São Francisco do Paraguassu atendendo interesses nada antropológicos de fazendeiros latifundiários que se dizem proprietários das terras. É a velha luta de classe. Os proprietários brancos se socorrem da TV de gente branca e rica para impedir que os negros tomem posse das terras. À época, a comunidade divulgou abaixo-assinado de protesto pela reportagem considerada “fraudulenta e tendenciosa, sem oferecer à comunidade nenhuma oportunidade para se defender”.

Este blog BAHIA DE FATO protestou junto.

A reportagem foi tão estúpida que negou a existência de vestígios de engenhos de cana-de-açucar na região. Os jornalistas não fizeram o dever-de-casa do jornalismo.

A região do Recôncavo Baiano foi ocupada por escravos que trabalharam nos canaviais plantados desde o século XVI e na construção do Convento de Santo Antônio, concluído no final do século XVII, em cujo interior está enterrada uma família de portugueses, senhores das usinas de cana Cotinga e do Engenho da Peninha. A área onde foi construído o convento corresponde a duas sesmarias de terra e foi doada aos padres franciscanos pela família proprietária do engenho. Durante a construção do convento, muitos negros que teriam fugido do trabalho árduo e se refugiado na mata iniciaram o processo de formação do quilombo.

A “reportagem” TV Bahia/Rede Globo/Jornal Nacional afirmou que engenhos de açúcar nunca existiram na região, ignorando (só pode ser de propósito) o fato de que uma das áreas pleiteadas pertence a uma das primeiras fazendas de exportação de açúcar para a Europa, onde existiu um engenho muito importante, cujas ruínas podem ser observadas até hoje, conforme explicou pacientemente a antropóloga Camila Dutervil, que pesquisou a comunidade remanescente quilombola de São Francisco do Paraguassu.

O que mais se ouve no Paraguassu é "Abaixo a Rede Globo"!

24 de setembro de 2007

 

PF espera ouvir Aécio Neves afirma o JB online

Fonte : Sérgio Pardellas –
http://jbonline.terra.com.br/editorias/

A POLÍCIA FEDERAL AGUARDA com grande expectativa a decisão do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o mensalão mineiro, prevista para o fim do mês.

Policiais que atuaram nas investigações acham que, além de denunciar o grupo que gravita em torno do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o procurador pedirá novas diligências sobre temas que ficaram em aberto no relatório:

- O depoimento dos políticos que aparecem como supostos beneficiários do dinheiro usado na campanha eleitoral de 1998 – entre eles, o governador AÉCIO NEVES.

– A quebra de sigilo para efeito de rastreamento bancário das empresas de Marcos Valério (DNA e SMP&B) e novas investigações sobre estatais mineiras como o Bemge, as Companhias de Saneamento (Copasa), Energética (Cemig) e Mineradora (Comig), de onde saíram os cerca de R$ 5 milhões para irrigar o valerioduto mineiro.

As investigações apontam uma clara vinculação entre as estatais e o dinheiro que migrou para as empresas de Marcos Valério, mas não avançaram sobre o destino final dos recursos, diluídos em mais de 170 contas de campanhas eleitorais anotadas no chamado relatório Cláudio Mourão.

Policiais apostam que Antonio Fernando de Souza pode não denunciar o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, mas pedirá que as investigações sobre as atividades da empresa dele, a Samos Participações Ltda, sejam aprofundadas.

Ninguém tem dúvidas na PF de que Walfrido atuou firme na campanha de Azeredo em 1998, indicando nomes de políticos que receberiam dinheiro do esquema de Valério, embora o publicitário, ao contrário do que fez no caso do mensalão do PT, tenha recuado e se recusado a delatar.

ASSUNTO SÉRIO - Motivados pela iminente denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o tucanoduto mineiro, os principais caciques tucanos trocaram demorados telefonemas durante a semana.

DISCURSO COMBINADO - O ex-presidente Fernando Henrique, o senador e presidente nacional da legenda, Tasso Jereissati (PSDB-CE), e os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, afinaram o discurso. A ordem é tratar o assunto como o velho recurso não contabilizado, ou seja, o caixa 2, a fim de marcar diferença com o mensalão petista.

 

Envolvido no mensalão do PSDB Aécio Neves tentou amaciar procurador-geral com medalha e jantar

Está na revista ISTOÉ desta semana. A matéria revela a reação do governador mineiro Aécio Neves sobre seu envolvimento no mensalão do PSDB mineiro. Aécio Neves sabia de tudo. Ele tentou amaciar o procurador-geral Antônio Fernando de Souza com a Medalha da Inconfidência. Depois convidou o procurador-geral, que deve encaminhar ao STF o inquérito da Polícia Federal, para um jantar em Sabará. Estavam presentes na festa de Babette os quatro secretários do Governo Aécio Neves citados na lista da corrupção. "vai dar tudo certo", confidenciou Aécio a um assessor, diz a revista. Vai dar tudo certo?

LEIA REPORTAGEM DA REVISTA ISTOÉ:

O MENSALÃO MINEIRO
A reação de Aécio
O governador condecora o procurador da República e sua assessoria nega "qualquer repasse" do Mensalão Mineiro

HUGO STUDART
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), sabia há mais de um ano que seu nome era citado em uma lista como beneficiário de R$ 110 mil provenientes de caixa 2 da campanha tucana de 1998 em Minas. Ele sabia também que essa lista fazia parte do inquérito da Polícia Federal que investigava o Mensalão Mineiro. E que o procurador- geral da República, Antonio Fernando de Souza, estava às vésperas de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal denúncia contra os envolvidos nesse esquema.

Na sexta-feira 14, sem saber que ISTOÉ circularia no dia seguinte com os documentos do caso, o governador encontrou uma forma de obter do procurador alguma sinalização sobre sua efetiva situação no inquérito. Antonio Fernando esteve em Belo Horizonte para receber uma medalha do Ministério Público do Estado.

Aproveitando a visita, Aécio resolveu convidá-lo para receber uma outra comenda: a Medalha da Inconfidência, tradicionalmente entregue no dia 21 de abril em Ouro Preto.

Certamente, se estivesse prestes a relacioná-lo entre os envolvidos no Mensalão, Antonio Fernando não aceitaria a honraria, calculou Aécio. Mas o procurador aceitou a comenda. Aécio ficou tranqüilo.

A cerimônia foi discreta, exclusiva e rápida. Por volta das 9 horas, o governador perfilou todo o secretariado para aplaudir o procurador-geral no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro. Entre os presentes estavam quatro secretários de Estado também relacionados pela PF como tendo recebido dinheiro do Mensalão Mineiro.
Logo depois, Aécio voltou a aplaudir Antonio Fernando na sede do Ministério Público, onde o procurador recebeu a segunda medalha do dia. Dois ministros do Supremo também receberam a mesma comenda, Joaquim Barbosa e Carmen Lúcia Rocha.

Por coincidência, Barbosa é o relator do processo do caixa 2 tucano. Terminada a cerimônia, foram todos para Sabará almoçar na casa do ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence. A refeição durou uma hora e meia e Aécio não ousou tocar no assunto que o preocupava, garante um dos presentes. “Vai dar tudo certo”, confidenciou Aécio a um amigo, logo depois do almoço.

No dia seguinte, depois de publicada reportagem de ISTOÉ revelando o relatório final da Polícia Federal sobre o Mensalão Mineiro, Aécio se recolheu em silêncio.

Na quarta-feira 19, em sua única manifestação sobre o caso, encaminhou através de assessores uma nota à redação garantindo que, em 1998, “não houve repasse de quaisquer recursos financeiros para o então candidato Aécio Neves”, e que “o nome do governador não é citado nas 172 páginas do relatório divulgado pela Polícia Federal”. Diz ainda a nota que “em relação à lista contendo os nomes de 159 candidatos, a própria PF não atesta o conteúdo da mesma”.

De fato, como ISTOÉ revelou, a lista apresenta casos distintos. Há 82 políticos da lista com documentos bancários que provam o recebimento do dinheiro. Outros, como é o caso de Aécio, estão apenas citados na lista do ex-tesoureiro da campanha. No dia 30 de setembro, o procurador faz aniversário, mas quem pode ganhar um presente é o governador.

 

Aécio Neves se afunda na lama do mensalão do PSDB

A revista ISTOÉ, que divulgou os documentos da Polícia Federal, bem que tentou esfriar o envolvimento do atual governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na lama do Mensalão do PSDB mineiro. O esquema capturou mais de R$ 100 milhões na campanha de Eduardo Azeredo, do PSDB.

Calada pela pecúnia estatal, a imprensa mineira não se manifesta, a não ser para divulgar pálidos desmentidos oficiais. A imprensa nacional aceita o jogo, conivente com o jornalismo de conveniência.

Mas, está tudo nos autos. Aécio Neves recebeu R$ 110 mil, uma sócia de sua irmã Andréia Neves, operadora do governo mineiro, recebeu R$ 15 mil através de sua empresa de factoring. Há 14 políticos do PSDB listados na contabilidade informal envolvendo o recebimento de R$ 645 mil. A senadora do PSDB, Júnia Marise, recebeu R$ 175 mil.

O atual secretário de Desenvolvimento Social de Minas Gerais, Custódio de Mattos, recebeu R$ 25 mil. O atual secretário de Ciência e Tecnologia de Minas, Olavo Bilac, recebeu. O atual secretário de Direitos Humanos, João Batista de Oliveira, recebeu. O atual secretário do Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, Elbe Brandão, recebeu.

O inquérito policial acusando integrantes do governo Aécio Neves e seus aliados está completamente fundamentado em documentos e recibos.

Aécio Neves está na lama e a imprensa alivia. Esse José Serra não é de brincadeira!

23 de setembro de 2007

 

As denúncias do mensalão do PSDB mineiro favorecem estratégia política de José Serra

“Os documentos do mensalão mineiro”. Essa foi a manchete de capa da revista IstoÉ (19/09/07). Muito suspeita, porque descaracteriza o verdadeiro foco. A manchete correta deveria ser “Os documentos do mensalão do PSDB mineiro”. Nas primeiras cinco linhas da reportagem novamente surge a suspeita de manipulação. “Obtidos com exclusividade, os documentos atingem diretamente o atual ministro das Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia”. O foco correto seria: “Os documentos atingem diretamente o atual senador Eduardo Azeredo e envolvem profundamente o governador Aécio Neves, que surge na lista do caixa 2 tendo recebido R$ 110 mil. Em terceiro plano, os documentos atingem também o ministro Mares Guia. A montagem do texto está invertida na revista Istoé.

Duas perguntas que não querem calar: Por que a Polícia Federal não convocou uma coletiva para divulgar os documentos? A quem serve politicamente a “exclusividade” do vazamento dos documentos da PF?

A primeira pergunta é de fácil resposta. A PF não convocou coletiva para divulgar os documentos do “Mensalão do PSDB mineiro” porque assim fazendo não teria controle sobre os textos. A resposta à segunda pergunta é óbvia. A reportagem manipulada serve à estratégia política de José Serra porque joga água na fogueira de Aécio Neves, seu concorrente dentro do PSDB como pré-candidato à presidência da República. E o esquema foi muito bem montado. Toda a imprensa – quase toda – insiste em batizar o novo/velho escândalo de “mensalão mineiro” e não “mensalão do PSDB mineiro”.

Não há sutileza no jogo da revista IstoÉ.

 

As mudanças na ANAC e a CONIVÊNCIA da mídia

O radialista Alfredo Bessow, em seu programa na Rádio Brasília 1.120 AM alerta que quando pipocou a histérica crise midiática do setor do transporte aéreo, os canhões das viúvas de FHC voltaram-se logo contra Lula. É o culpado repetiam à exaustão os histéricos. Deu-se então um festival de besteiras, suposições, leviandades a ponto do presidente Lula – emparedado – nomear para o cargo o ex-quase tudo Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, em lugar de uma figura respeitável e com uma biografia irreparável como WALDIR PIRES. Circense, Jobim começou a aparecer na mídia. Agora, indica Solange Vieira, economista, que nada sabe de aviação, para cargo na ANAC. E pior, a tucana foi demitida da Secretaria de Previdência Complementar por gestão temerária. E a mídia conivente silencia.

LEIA REPRODUÇÃO DO COMENTÁRIO DO RADIALISTA ALFREDO BESSOW PUBLICADO NO BLOG DO ZÉ DIRCEU:

"Quando pipocou a histérica crise midiática do transporte aéreo, os canhões das viúvas de FHC e Cia definiram logo que tudo era culpa de Lula, ainda mais por a ANAC-Agência Nacional de Aviação Civil não ter especialistas entre seus conselheiros. E começou um festival de besteiras, de insinuações, de suposições e de leviandades como tem acontecido neste País. Emparedado, Lula convidou o ex-quase tudo Nelson Jobim para o cargo de Ministro da Defesa em lugar de uma figura respeitável e com uma biografia irreparável como Waldir Pires.

E Nelson Jobim começou as aparições circenses bem ao gosto da mídia, posando como o precursor da Lei numa terra de cegos. E passou a crise porque um aliado de FHC não poderia ser atacado, ainda que circunstancialmente estivesse ao lado de Lula – símbolo de todos os problemas nacionais.

Mas o que o Ministro da Defesa não aceita é alguém que lhe diga não – com certeza quebraria o espelho se este lhe dissesse que existe alguém mais inteligente que ele no mundo. Mas eis que a despeito de todo apoio da mídia, ele não consegue derrubar da Anac um teimoso do porte de Milton Zuanazzi – algo que parece mais ser uma birra advinda de embates lá do Sul do que qualquer questionamento profissional.

E o Ministro com seu estilo conseguiu abrir três vagas no Conselho da Anac. E indicou para uma das vagas um brigadeiro da reserva e ontem confirmou-se um segundo nome. Pasmem: de uma economista. Mas não é qualquer economista, senão que uma ex-servidora, como Jobim, do governo FHC.

E mais: fazia parte da assessoria de Jobim na Defesa. Solange Vieira ainda depende do aval do presidente para ter seu nome indicado para ser sabatinado pelo Senado – mas é importante lembrar que no governo FHC ela foi Secretária de Previdência Complementar de onde foi demitida no governo FHC depois de um monte de ações temerárias para própria sobrevivência dos fundos de pensão.

Ou seja: a funcionária de carreira do BNDES, economista formada e que não teve como se manter num cargo de sua área de formação agora vai para a Anac, onde dizia-se que o grande problema era os seus membros não saberem nada e nem conhecerem nada de questões estruturais e técnicas atinentes ao setor aéreo.

E o que faz a imprensa? Silencia em perigosa conivência...

São questões delicadas e que devem merecer a reflexão de todos nós – esta necessidade imperiosa de atacar o governo Lula por atacar. Como diz uma piada lá do RS: não precisa colocar defeitos no Lula, ele já os tem em profusão. Mas não são os defeitos do Lula que incomodam – mas sim os seus acertos e a sua reiterada opção pela construção – muitas vezes aos trancos e barrancos – de um Brasil inclusivo.

Tenho sempre dito que as pressões contra o atual governo buscam engessar as suas ações – inclusive esta campanha contra a CPMF é hipócrita, pois os mesmos que são contra a sua prorrogação hoje, no passado a defenderam e a consideraram fundamental.

Você, estimado e estimada ouvinte, pode não concordar comigo – mas ao menos reflita sobre o assunto..."

 

Mais da metade da população está fora da seguridade social

Uma análise consistente sobre a Pesquisa Nacional por Amostragem em Domicílios – PNAD foi escrita pelo ex-ministro José Dirceu e publicada no Jornal do Brasil (20/09/07). Os dados da pesquisa refletem a melhoria no desempenho econômico e os ganhos obtidos pelas políticas públicas. Mas, há um porém. A PNAD revela que mais da metade da população está fora da rede de proteção da seguridade social. Isso assusta. Um grande desafio do Governo Lula é consolidar a Previdência sem cortar gastos. É a receita neoliberal. Isso só interessa à direita, aos ricos. Retirar direitos, não.

LEIA ARTIGO DE JOSÉ DIRCEU:

Pnad: os excluídos da seguridade social
José Dirceu

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostragem em Domicílios (Pnad), relativos a 2006, refletem não só a melhoria do desempenho econômico do país mas os ganhos decorrentes de políticas públicas consistentes, como os avanços obtidos em vários níveis da educação, inclusive com a ampliação do ensino universitário - especialmente por meio das vagas abertas pelo ProUni, programa de bolsa de estudo para jovens de baixa renda. Graças à política de recomposição do salário mínimo, os trabalhadores que ganham menos recuperaram, no ano passado, o rendimento que tinham 10 anos atrás.
Se a evolução de indicadores como emprego e renda, educação, entre outros, merece comemoração, há ainda problemas relevantes a serem superados.

Um que se destaca é a baixa cobertura da rede de proteção social. A pesquisa feita pelo IBGE mostra que, entre 2005 e 2006, houve crescimento de 2,4% no número de pessoas ocupadas, índice pouco inferior ao registrado no ano anterior (2,7%).
No entanto, houve aceleração dos empregos com carteira assinada: de cada cinco vagas abertas em 2006, três eram com carteira. Como conseqüência, aumentou o número de contribuintes para a Previdência, que não cobre, no entanto, nem a metade da população ocupada.

Ou seja, segundo a PNAD 2006, 51,2% da população ocupada estava fora da rede de proteção da seguridade social do Brasil. O percentual assusta e mostra a urgência de uma política pública para incluir na Previdência os excluídos, que são os que têm relações precárias no trabalho formal e os que vivem do trabalho informal.
Esse é um dos grandes desafios para o segundo governo do presidente Lula e deve ser questão prioritária para o Fórum Nacional da Previdência Social, em desenvolvimento este ano.

A agenda do Fórum, que vai apresentar ao Congresso Nacional, em 2008, propostas para a política da Previdência, não pode ficar circunscrita ao estreito debate de cortar ou não cortar as despesas correntes da Previdência. Essa é a pauta que interessa aos conservadores, para os quais a única forma de enfrentar o aumento das despesas correntes da Previdência em relação ao PIB (passaram de 2,5% para 7%, de 1988 para 2006) é cortar gastos. De imediato, com a desvinculação dos benefícios da Previdência do reajuste do salário mínimo, o que considero inadmissível; e, no médio prazo, com a mudança na combinação da idade mínima de aposentadoria com o tempo mínimo de contribuição.

Sou absolutamente contra qualquer alteração de regra para os trabalhadores que já estão no mercado de trabalho. Mas reconheço que, em função das esperadas alterações no perfil demográfico da população em 30 ou 40 anos, é necessário que se discuta mudanças nas condições de aposentadoria para os que vão ingressar nos próximos anos no mercado de trabalho.

A proposta simplista de cortar despesas segue o batido receituário neoliberal, que naufragou em outros países latino-americanos. E peca por ignorar a possibilidade de ampliar a base de arrecadação e por não apostar em um crescimento sustentável do país. Não fosse o crescimento médio pífio dos últimos 15 anos, a relação entre despesas previdenciárias e PIB seria outra.

Também será outra, se ampliarmos a base de arrecadação. Um dos caminhos é a mudança de aplicação do fator previdenciário. Em vez de a cobrança da contribuição ser feita sobre a folha de pagamento, que onera os maiores empregadores de mão-de-obra, ela passaria a ser feita sobre o faturamento da empresa. Essa mudança permitiria, segundo especialistas, jogar na formalidade, em curto espaço de tempo, pelo menos um terço dos trabalhadores informais.

A dimensão dos excluídos da rede de proteção social - o maior índice de exclusão social revelado pela PNAD em relação a direitos essenciais da cidadania - mostra que o país não pode mais perder tempo, protelando medidas importantes. É hora de o governo e a sociedade enfrentarem o desafio da universalização da seguridade social.

José Dirceu é ex-ministro chefe da Casa Civil.

Artigo publicado originalmente no Jornal do Brasil de 20/09/2007.

 

Renda dos trabalhadores cresceu de 7,2%, maior crescimento desde 1995, revela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD

Da série: Por que Lula não cai...na aprovação popular.

O rendimento médio mensal dos trabalhadores cresceu 7,2% em 2006, na comparação com 2005, segundo a PNDA (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgada em 14 de setembro pelo IBGE.

Com isso, a renda passou de R$ 824 para R$ 883. Foi o maior crescimento nessa comparação desde 1995.

Esse é um governo dos trabalhadores.

Um dos fatores determinantes para esse crescimento foi o ganho REAL do salário mínimo, de 13,3% em 2006, frente a 2005.

Foi registrada também redução na concentração da renda, revelada pela evolução do índice de Gini: de 0,547, em 2004, para 0,543, em 2005, e 0,540, em 2006.

A remuneração média dos empregados subiu 6,6%; a dos empregados domésticos, 7,9%; e a dos trabalhadores por conta própria, 5,4%. O rendimento médio daqueles com carteira de trabalho assinada cresceu 4,7%; o dos empregados sem carteira, 4,2%; enquanto o dos militares e estatutários aumentou 11,5%.

Os maiores ganhos no rendimento em 2006, frente a 2005, foram nas regiões Nordeste (12,1%) e Norte (7,1%). Também houve crescimento no Sudeste (6,6%), Sul (5,5%) e Centro-Oeste (4,9%).

O menor rendimento real médio foi observado no Nordeste (R$ 565), e o maior, no Sudeste (R$ 1.027). O índice de Gini mostrou maior concentração no Nordeste (0,565) e no Centro-Oeste (0,541) e ficou em 0,523 no Sudeste; 0,502 no Sul; e 0,495 no Norte.

Os rendimentos reais médios dos homens e das mulheres continuaram diferindo, embora com menos intensidade: em 2006, o rendimento de trabalho das mulheres representava 65,6% do rendimento dos homens, contra 64,4% em 2005; 63,5% em 2004; e 58,7% em 1996.

As maiores diferenças salariais entre homens e mulheres estavam, em 2006, entre os trabalhadores por conta própria e trabalhadores domésticos.

Tudo bem. Numa análise histórica, o rendimento médio real alcançado no país (R$ 888 em 2006) não foi suficiente para recuperar o maior rendimento real médio da série, R$ 975, observado em 1996.

Não se pode fazer tudo de uma vez.

Essa recuperação ao patamar de 1996 foi observada, no entanto, para a primeira metade da distribuição do rendimento de trabalho (aqueles que ganham menos), cujo rendimento passou de R$ 267, em 1996, para R$ 293 em 2006. (Com informações do IBGE).

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