13 de agosto de 2011

 

Políticos reacionários querem acabar com a liberdade na Internet

A liberdade de expressão na Internet está ameaçada. O deputado federal Emiliano José (PT-BA) deixa isso muito claro em seu artigo publicado no site da revista CartaCapital (09/08). É uma luta política que está em curso. De um lado, estão os parlamentares que defendem a consolidação da liberdade na web. De outro, os parlamentares que procuram mecanismos para criminalizar os usuários da rede.

De um lado, estão os democratas, de outro, os defensores dos interesses das corporações midiáticas. Os conservadores não suportam o potencial libertário da Internet. Tentam carimbar usuários com um suposto potencial terrorista, sob o argumento dos ataques de hackers aos sites governamentais. A direita não discute valores, mas códigos punitivos. Não se trata de primeiro chamar a polícia, e sim garantir direitos e liberdade, depois pensar na tipificação de crimes.

Não é uma boa idéia colocar na cadeia milhares de jovens internautas porque querem ouvir música ou navegar anonimamente. De um lado, estão os que defendem a liberdade de expressão, do outro estão os defensores do projeto de lei apresentado por Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que está se tornando conhecido como o AI-5 da Internet. Censura e ditadura, nunca mais.

LEIA NA ÍNTEGRA EM CARTACAPITAL

 

Dicionário de Personagens Afrobrasileiros está esgotado

O importante Dicionário de Personagens Afrobrasileiros, produzido pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) está esgotado. Ninguém encontra um exemplar em lugar algum. É que a edição da Quarteto Editora não passou de mil exemplares. Cerca de 500 foram para escolas municipais, por iniciativa da Secretaria da Educação Municipal na gestão de Olívia Santana, a outra metade foi para escolas públicas estaduais. A obra ausente das estantes das livrarias aguarda uma nova edição.

O Dicionário de Personagens Afrobrasileiros foi organizado pela professora Lícia Soares de Souza e lançado, em maio de 2010, pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL) e pelo Núcleo de Estudos Canadenses (NEC) da Universidade Estadual da Bahia (UNEB). O trabalho envolveu pesquisadores do Brasil, África e França tanto na formulação dos 61 verbetes, quanto em sua organização. É quase impensável que a Secretaria da Cultura da Bahia ou o MEC não garantam uma nova edição. A obra preenche uma lacuna no ensino da cultura de raízes africanas, obrigado por lei federal e, sobretudo, para o ensino da Literatura Brasileira. Leitura indispensável para entender a formação histórica do Brasil.

Aliás, segundo a professora Lícia Soares de Souza, a obra nasceu de uma preocupação com o surgimento da Lei 10.639/03, do Parecer nº.3 e 4, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Resolução CNE/CP 01/2004, que instituíram a obrigatoriedade do ensino de História da África e das Culturas Afrobrasileiras nos currículos das escolas públicas e particulares da Educação Básica.

O Dicionário de Personagens Afrobrasileiros põe em cena as principais figuras literárias, nos séculos XX e XXI, na prosa narrativa, sobretudo, mas igualmente em algumas obras poéticas e musicais, e em contos populares e infantis. Por exemplo, lá são encontradas figuras como Jubiabá e Guma, criações do escritor Jorge Amado. E também Zé Pequeno, de Paulo Lins, e Nega Fulô, de Jorge de Lima.

Não estou nem demonizando a cultura branca que se tornou hegemônica neste país mestiço de raízes negras e indígenas. É inegável o papel cultural de brancos, indígenas e negros, como se sabe. Mas, o recado do Dicionário de Personagens Afrobrasileiros é que a negritude, chamemos assim, já representa um importante paradigma para o exame de expressões artísticas que abordam temáticas relacionadas às marcas profundas da cultura africana no Brasil e nas Américas, ensina a professora Lícia.

Não dá para não resgatar todo este universo cultural que sobreviveu, durante séculos, relegado a um segundo plano. É preciso reeditar o Dicionário de Personagens Afrobrasileiros!

Helena, Albino, Emiliano, resolvam isso!

12 de agosto de 2011

 

1968 – A geração que queria mudar o mundo

O diálogo que se segue é real e está registrado no livro “68 a geração que queria mudar o mundo”, organizado por Eliete Ferrer, editado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Faz parte de 170 relatos de casos ocorridos na ditadura militar. Copio trecho do depoimento de Emílio Myra e Lopez, citado por Urariano Mota em artigo no site Vermelho.

Um advogado defendia uma mulher acusada de subversão. Está tudo registrado nos autos. Caso verídico.

O advogado de sua defesa inquire o sargento, sua testemunha de acusação.

- Senhor sargento, por que o senhor acusa minha cliente de ser subversiva?

- Pelo material apreendido em sua casa – responde.

- Mas, especificamente, que material?

- Umas cartas...

O advogado prossegue.

- Sargento, seriam estas cartas, às quais se refere?

- Sim, senhor, são estas cartas.

- Mas sargento, estas cartas estão escritas em idioma francês, o senhor tem conhecimento do idioma francês?

- Não senhor – responde o sargento para espanto e risos no plenário.
Insiste o advogado.

- Senhor sargento, se o senhor não conhece o idioma francês, como pode, por estas cartas, acusar minha cliente de ser subversiva?

- Mas é claro – prossegue convicto o sargento – eu li nas entrelinhas”.

Para encontrar o livro on line, acesse: http://migre.me/5qSr4

 

Partido da Polícia Federal (PPF) se alia ao Partido da Imprensa Golpista (PIG)

Nossa sociedade está contaminada pela corrupção. A Polícia Federal deveria, ao exercer suas funções, combater a corrupção, mas, ao extrapolar seus limites legais, entra no jogo político-eleitoral e cria problemas para o governo. Como nesta Operação Voucher. Polícia precisa mesmo ser vigiada de perto. Vejam o caso de Londres em chamas. Mais uma morte não explicada provocou revoltas violentas com saques , incêndios, e mais violência. Aqui, a Polícia Federal prefere incendiar a política ao violar as leis vigentes.

O que deveria ser uma operação contra a corrupção na máquina pública, acaba virando disputa política. A Polícia Federal está careca de saber que não pode algemar pessoas sem critério algum. Dizer que foi uma operação atabalhoada é pouco. A busca dos funcionários públicos armados da PF pelo escândalo midiático transpira a mais pura política. Como explicar prisões com algemas de cidadãos que não oferecem risco de violência, fuga ou resistência? O Partido da Polícia Federal (PPF) está criando problemas políticos para a presidenta Dilma Rousseff.

Os federais estão antecipando o ano eleitoral com o uso metódico da arbitrariedade, abuso de autoridade, prisões desnecessárias, escândalos midiáticos. Quem ganha com isso são os empresários que precisam vender jornais nas bancas de revista e de audiência na TV. A tentativa de se criar um cenário de mar de lama e de corrupção generalizada é um prato para o Partido da Imprensa Golpista (PIG), que agora tem novo aliado, o Partido da Polícia Federal (PPF).

10 de agosto de 2011

 

Entre a Polícia federal e Colbert, fico com Colbert


A Polícia Federal está extrapolando. A prisão do ex-deputado Colbert Martins vai repetir a tragédia absurda que foi a prisão do prefeito Luis Caetano. Não estamos num estado policial, presumo. Apesar de estar no PMDB, em companhia de péssimas figuras, Collbert Martins Filho é uma reserva moral na política baiana. O PT está uma arara com a prisão do político. Prestaram solidariedade o líder do PT na Assembléia Legislativa, deputado Zé Neto; a deputada Luiza Maia; o líder do governo na Câmara Federal, Cândido Vacarezza; e o senador Walter Pinheiro.

O jornalista Levi Vasconcelos escreveu na coluna Tempo Presente, do jornal A Tarde: “Se a PF preza por sua credibilidade, vai ter de provar direitinho que o ex-deputado Colbert Martins é corrupto, como induziu a sociedade a creditar ao prendê-lo na Operação Vauche. Por um detalhe: ele é tido em Feira de Santana como uma das reservas morais da cidade. É bastante conhecido, tem larga tradição de correção nos atos que pratica e nos contratos que faz. Ontem, políticos (adversários inclusive), jornalistas e radialistas externaram indignação em rádios e blogs. Em suma, entre a PF e Colbert, todos acreditam em Colbert.”

É isso. Entre a Polícia Federal e Colbert Martins Filho, eu fico com Colbert Martins Filho.

 

CartaCapital: projeto do deputado Emiliano (PT-BA) promete debate acalorado


A coluna Rosa dos Ventos, do jornalista Maurício Dias, revista CartaCapital (edição de 10 de agosto), registra sob o título “Homenagem”: Os deputados petistas Emiliano José (BA) e Edson Santos (RJ) assinam projeto de lei que propõe a inscrição dos nomes de Luis Carlos Prestes e Carlos Marighella no Livro dos Heróis da Pátria. O livro é depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília. A contemporaneidade e o perfil ideológico dos dois homenageados devem provocar um debate político acalorado na Câmara dos Deputados”. A coluna edita uma foto de Prestes com a legenda: Herói da Pátria – Não será fácil emplacar Luis Carlos Prestes.

A revista refere-se ao projeto de lei nº 1771/2011. O parlamentar credita a Carlos Marighella e Luis Carlos Prestes o título de Heróis da Pátria por suas importantes e marcantes passagens na história do Brasil. “Eles estão entre os principais nomes na luta revolucionária, comunista, democrática, patriótica e socialista no País. Seus nomes jamais serão apagados da história, da memória do povo brasileiro”, justificou.

Emiliano afirma que tanto Prestes quanto Marighella participaram decisivamente da vida política do País. “Prestes desde os anos 20 e Marighella a partir dos anos 30. Se encontram nos anos 30 no PCB. Depois foram presos e a partir daí passaram a militar juntos. Até o fim da vida se dedicaram à luta democrática. Se encontraram na reta final da vida. O essencial é que foram lutadores da liberdade e democracia, independente das diferenças momentâneas”.

O deputado Emiliano José fez parte do combate contra a ditadura militar, foi preso político por quatro anos, torturado, participou de movimentos políticos e jornais clandestinos à época e escreveu diversos livros sobre o assunto, sendo um deles “Carlos Marighella: O inimigo número um da ditadura militar”.

7 de agosto de 2011

 

A campanha eleitoral já começou? Eu sou da paz!

Diz a mídia que a “Caminhada pela Mobilização contra a Violência” reuniu hoje, 7, pela manhã, mil manifestantes. A caminhada saiu daquele horroroso monumento à memória de Clériston Andrade, candidato carlista que morreu numa queda de helicóptero em plena campanha eleitoral, há décadas, e seguiu em direção ao Palácio de Ondina.

Não sem quem organizou a parada. Pode ser de esquerda, pode ser de direita e pode ser também partidos políticos da oposição começando a campanha eleitoral precocemente. Alguém me convidou, mas, eu disse logo, sem chance de a essa altura e idade eu me prestar a massa de manobra.

Você viu a qualidade dos slogans? “Governador cadê você eu vim aqui só pra te ver...e como, obviamente, Wagner não apareceu, trataram logo de mudar a frase: “governador, cadê vc, eu vim aqui pra não morrer...Os organizadores querem botar na conta de Wagner a violência dos 500 anos de colonização, 300 anos de escravidão, 25 anos de ditadura militar, séculos de distribuição de renda desigual. Não dá pra mim, não.

Haja samba, cachaça e cerveja. A Bahia é uma festa.

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