12 de agosto de 2011

 

1968 – A geração que queria mudar o mundo

O diálogo que se segue é real e está registrado no livro “68 a geração que queria mudar o mundo”, organizado por Eliete Ferrer, editado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Faz parte de 170 relatos de casos ocorridos na ditadura militar. Copio trecho do depoimento de Emílio Myra e Lopez, citado por Urariano Mota em artigo no site Vermelho.

Um advogado defendia uma mulher acusada de subversão. Está tudo registrado nos autos. Caso verídico.

O advogado de sua defesa inquire o sargento, sua testemunha de acusação.

- Senhor sargento, por que o senhor acusa minha cliente de ser subversiva?

- Pelo material apreendido em sua casa – responde.

- Mas, especificamente, que material?

- Umas cartas...

O advogado prossegue.

- Sargento, seriam estas cartas, às quais se refere?

- Sim, senhor, são estas cartas.

- Mas sargento, estas cartas estão escritas em idioma francês, o senhor tem conhecimento do idioma francês?

- Não senhor – responde o sargento para espanto e risos no plenário.
Insiste o advogado.

- Senhor sargento, se o senhor não conhece o idioma francês, como pode, por estas cartas, acusar minha cliente de ser subversiva?

- Mas é claro – prossegue convicto o sargento – eu li nas entrelinhas”.

Para encontrar o livro on line, acesse: http://migre.me/5qSr4

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