12 de maio de 2007

 

um perigo chamado revista Veja

Os amigos, familiares e patrões de Diogo Mainardi podem ficar sossegados. Toda a redação do jornal Hora do Povo se compromete a zelar pela segurança dele. A suposta ameaça de morte não foi para valer.

É que o pessoal do jornal Hora do Povo considera, com razão, que Diogo Mainardi é um dos responsáveis pelo declínio da revista Veja. A Veja é uma publicação de extrema-direita. Beira à irracionalidade. Pois Diogo Mainardi consegue a façanha de se colocar mais à direita ainda, afirmando bobagens, absurdos e charopadas que aceleram o desprestígio da revista.

No Diogo Mainardi ninguém toca.

A revista Veja e seu cronista injuriam qualquer um que não se alinhe com suas idéias estravagantes. Xingam Lula, Chavéz, Fidel, e todos que eles considerem esquerdistas.

Em matéria de estranho texto, não-assinada, a revista Veja destila ódio contra o jornal Hora do Povo.

E chega ao cúmulo de classificar Che Guevara de “um dos assassinos mais frios da história”. Quanta sandice.

Favor nenhuma alma pia fazer o jogo da revista Veja e decidir dar um teço no Diogo Mainardi.

Seria péssimo serviço à democracia. Poderia alongar a vida da revista Veja. Tudo, tudo, menos isso.

10 de maio de 2007

 

Diogo Mainardi e a banalização do mal

Diogo Mainardi, cronista da revista Veja, está fazendo um escarcéu porque considera que está sendo ameaçado de morte por uma simples frase do jornal Hora do Povo.

Diogo Mainardi apenas se aproveita de um protesto indignado para se “vender” e aumentar leitores e lucros. O truque já lhe rendeu bons espaços na mídia. Não foi a Hora do Povo que comparou Diogo Mainardi a Eduardo Leite Bacuri. Foi ele próprio.

Foi ele próprio que se comparou a Bacuri, militante da esquerda armada, barbaramente torturado e assassinado pelos militares da ditadura. Mainardi zomba da tragédia da morte de Bacuri, ao fazer humor negro. É a banalização do mal, um conceito fundamental de Hannah Arendt, tratado em matéria, por coincidência, ao lado do esperneio de Diogo Mainardi, na revista Veja de 9 de maio.

Se Diogo Mainardi amanhecer numa esquina com a boca cheia de formiga, não me venham dizer que foi o jornal Hora do Povo que sugeriu. Foi o próprio. Há sempre um maluco de alma pia disposto a qualquer coisa para aparecer. Como Mainardi.

CICATRIZES DO TERROR

Em “Lembranças do Mar Cinzento” (artigo XXIII) o jornalista e escritor Emiliano José resgata as cicatrizes do terror. Os baianos Jurema Sarno e Carlos Sarno estavam lá. Juntos com outros 50 presos participaram da vigília e do protesto contra a retirada de Eduardo Collen Leite da cela do DEOPS paulista.

“A morte de Bacuri foi, para todos os presos, um outro tipo cruel de tortura. Sabia -se que ele seria morto, e não havia o que fazer. Como se conhece muito pouco ainda sobre as atrocidades da ditadura, é o caso de rapidamente contar essa macabra crônica de uma morte anunciada. Para que nunca nos esqueçamos do que foi o terror da ditadura. Crônica que Sarno viveu de perto.

Nascido em Minas Gerais, em 28 de agosto de 1945, Bacuri revelou-se um militante disciplinado e arrojado, tendo militado, em 1968, na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), fundado a Rede Democrática (Rede) em abril de 1969 e posteriormente ingressado na Ação Libertadora Nacional (ALN).

Talvez tenha sido essa história, marcada pelo comando de várias ações da esquerda armada, que o tornara tão odiado pelos militares. Foi preso no dia 21 de agosto de 1970, no Rio de Janeiro, pelo delegado-terrorista Sérgio Fleury e sua equipe. E aqui começou a sua via crucis, ponteada por suplícios inimagináveis.

Passou pelo Cenimar e pelo DOI-Codi, no Rio de Janeiro. No DOI-Codi, foi visto pela ex-presa política Cecília Coimbra, hoje dirigente do grupo Tortura Nunca Mais, do Rio de Janeiro.

Do Cenimar do Rio de Janeiro, Bacuri foi transferido para o 41º Distrito Policial de São Paulo, cujo delegado titular era o próprio Fleury, que se notabilizou, como se sabe, não só pela tortura e assassinatos de prisioneiros políticos, como por chefiar o Esquadrão da Morte paulista. Ainda voltaria, sempre sob torturas, para o Cenimar/Rio e depois para a Oban.

DOSSIÊ DOS MORTOS

Em outubro, foi removido para o Deops de São Paulo, ficando na cela 1 do chamado “fundão” – uma área totalmente isolada das outras celas (sobre o assunto, o leitor pode encontrar mais dados no “Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a partir de 1964”, livro editado pelos governos de Pernambuco (1995) e de São Paulo (1996), e, também, em “Dos filhos deste solo”, de Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio, editado pela Fundação Perseu Abramo e Boitempo Editorial).

No dia 24 de outubro de 1970, Bacuri foi informado de que os jornais daquele dia estavam noticiando a sua fuga, ao lado da morte de Joaquim Câmara Ferreira, velho dirigente comunista assassinado também por Fleury. Todos os presos do Deops tomaram conhecimento disso. O assassinato dele estava anunciado. O anúncio da fuga era o sinal de que seria executado. Bacuri comentou com Vinícius Caldeira Brandt que estava preso na cela 4 do “fundão”:

– A única esperança que me resta é a que a decretação de minha morte chegue ao novo arcebispo de São Paulo, D. Evaristo Arns. Ele luta de fato pelos direitos humanos.

Os jornais traziam a notícia da fuga de Bacuri, e sadicamente foram mostrados a ele pelos próprios policiais. Era um sábado. Todos os presos entraram em vigília permanente. Na segunda, começaram as providências para a transferência de Bacuri. Sem poder andar devido às torturas, foi tirado da cela 1 do fundão para a X-1 (cela localizada em frente à sala dos carcereiros).

Vinícius Caldeira Brandt revelou que Bacuri tinha plena consciência da proximidade da morte, mas mantinha “uma postura digna e tranqüila”. À 1 hora da madrugada do dia 27 de outubro de 1970, policiais o retiraram do Deops, sob os protestos indignados e barulhentos dos demais prisioneiros políticos, Sarno entre eles.

Depois de ser retirado do Deops, Bacuri nunca mais foi visto por nenhum preso político. Só por seus torturadores. Nas audiências da Auditoria Militar em São Paulo, vários presos denunciaram o sumiço de Bacuri, sem que o juiz Nelson Guimarães tomasse qualquer providência. Um policial, Carlinhos Metralha, do Esquadrão da Morte, disse que Bacuri estava no sítio particular de Fleury, onde também foi morto Joaquim Câmara Ferreira.

Bacuri foi executado no dia 7 de dezembro de 1970. Seu corpo foi encontrado em São Sebastião, litoral norte do Estado de São Paulo.

ORELHAS DECEPADAS

No mesmo dia, o embaixador da Suíça no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, havia sido seqüestrado por revolucionários brasileiros. E isso apressou a execução de Bacuri, pois certamente ele estaria na lista de prisioneiros que deveriam ser libertados em troca do diplomata. Seria impossível apresentá-lo, pois estava um trapo humano, como pôde constatar sua família, a quem o corpo foi entregue: hematomas, escoriações, cortes profundos, queimaduras por toda parte, dentes arrancados, orelhas decepadas, olhos vazados.

Denise Crispim, companheira de Bacuri, fora solta antes de ele morrer devido ao fato de estar grávida. No dia 10 de outubro de 1970, nasceu Eduarda, na Itália. Bacuri não conheceu a filha.

Sarno não se esquece do dia 8 de dezembro de 1970. Foi o dia em que soube da morte de Bacuri. E foi exatamente nessa data que a sua família conseguiu visitá-lo em São Paulo. Nas lembranças desse 8 de dezembro, convivem a tristeza e uma quase-alegria. O sentimento profundo, quase indecifrável, da perda brutal de um companheiro”. (Lembranças do Mar Cinzento, Editora Casa Amarela).

ENFIM, se houver algum erro neste episódio, é da parte do Banco do Brasil que cede publicidade para a revista Veja e acaba financiando um porta-voz do extremismo de direita e do golpismo.

9 de maio de 2007

 

Agência Carta Maior mudou de endereço eletrônico

A Agência Carta Maior mudou de endereço, mas continua presente como nunca.

O Editor Chefe da Agência Carta Maior, Flávio Aguiar, volta a avisar que está com endereço novo. Muitos usuários estão encontrando o aviso de “página desconhecida” ou “servidor não encontrado”.

ATUALIZE SEU ENDEREÇO DA CARTA MAIOR
http://www.cartamaior.com.br

Hoje, quarta-feira, 9, a Folha de S. Paulo não dá uma linha sobre a greve de jornalistas do jornal Meio & Mensagem. É a liberdade de imprensa pregada pela Associação Nacional de Jornais.

A AGÊNCIA CARTA MAIOR PUBLICA TUDO QUE A FOLHA SONEGA. LEIA:

IMPRENSA
Reportagem sobre Octavio Frias causa demissão de editor do Meio&Mensagem

Texto do Meio&Mensagem que conta história do publisher da Folha, morto no dia 29, traz passagens sobre a polêmica história do jornal na Ditadura Militar. O editor-chefe Costábile Nicoletta foi demitido. Redação entra em greve por 24 h.

 LEIA MAIS | Direitos Humanos | 08/05/2007

 • O que diz a reportagem sobre Octavio Frias de Oliveira
• Redação faz greve de 24 horas e pede diálogo com direção do M&M

 

Crítica a Octávio Frias provoca demissão em jornal e redação entra em greve de protesto

Observatório da Imprensa
Postado por Mauro Malin em 8/5/2007

A redação do jornal publicitário Meio & Mensagem decidiu fazer greve em protesto contra a demissão do editor adjunto Costábile Nicoletta (na prática, o editor do jornal).

Ele publicou na edição de ontem, 7 de maio, o obituário de Octavio Frias Filho, escrito por Edgar Olímpio de Souza, onde um box, chamado "Nem tão liberal assim", recapitula críticas de Mino Carta à posição pró-golpe de 1964 da Folha de S. Paulo.

Entre outras críticas, há, por exemplo, o parágrafo abaixo:

"O liberal Frias teve, de fato, uma história controversa em suas posições políticas. Logo ao comprar a Folha, teria feito do jornal um instrumeento a serviço da conspiração golpista. Estampava manchetes sensacionalistas contra o ´perigo comunista´ e assinava editoriais contra ´a corrupção e a subversão´.

Na fase mais aguda da ditadura militar, por exemplo, a Folha da Tarde, também do grupo, divulgava a ´morte de terroristas em emboscadas policiais´quando estes ainda estavam na prisão".

Em resposta à demissão de Nicoletta, seus ex-colegas esvaziaram hoje a redação e divulgaram a seguinte carta aberta:

"São Paulo, 8 de maio de 2007

Os jornalistas do Meio & Mensagem decidiram paralisar suas atividades por 24 horas em protesto pela demissão do editor-adjunto Costábile Nicoletta, que consideramos arbitrária e repugnante.

Nicoletta cometeu o erro de fazer jornalismo. Os motivos de sua dispensa precisam ser esclarecidos publicamente pelo jornal, sob risco de a credibilidade construída ao longo de 29 anos pelo veículo ser arruinada.

Nosso objetivo é abrir o diálogo com a direção da empresa, para que se estabeleça a partir de agora uma relação profissional transparente.

Precisamos de garantias de que os princípios de independência jornalística serão respeitados e de que situações dessa gravidade não voltarão a ocorrer.
A redação."

Movimentos em defesa da integridade do trabalho jornalístico tornaram-se raríssimos nos últimos anos e não deixa de chamar a atenção o fato de esse ocorrer em veículo dirigido ao meio publicitário.

NICOLLETA FALOU, A CHEFE SUMIU

Nesta manhã (8), o programa de rádio do Observatório da Imprensa ouviu Costábile Nicoletta. Segue-se o tópico.

Foi demitido ontem (7) do jornal Meio & Mensagem, depois de cinco anos de trabalho, o editor adjunto Costábile Nicoletta. Ele foi responsável pela edição do noticiário sobre a morte de Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha de S. Paulo.

O material continha um box, escrito pelo colaborador Edgar Olímpio de Souza, que fazia referência às relações das Folha com a ditadura militar antes da abertura promovida pelo general Ernesto Geisel a partir de 1975.

Nicoletta narrou agora há pouco o que aconteceu:

– Ontem, segunda-feira, 7, fui chamado a uma pequena reunião com a diretoria de redação do jornal, a Regina Augusto, que me comunicou que estava sendo demitido porque a direção do jornal não tinha gostado do box de uma matéria que a gente fez sobre o falecimento do Octavio Frias, dono da Folha.

Quis saber do que a direção não tinha gostado e ela me disse que havia um box dessa matéria, a exemplo do que todos os demais meios de comunicação fizeram: discorreram sobre as qualidades do Octavio Frias e também sobre a participação da Folha durante o regime militar.

E esse box destacava da matéria exatamente esse período da Folha. A diretora de redação do jornal me disse que a direção não havia gostado daquilo, que o Meio & Mensagem é um jornal do trade e que não deveria se prestar a isso. O fato de ser um jornal do trade, eu disse a ela, não quer dizer que nós devamos ser subservientes aos anunciantes; a gente tem que mostrar a história como todo mundo mostra.

Ainda perguntei a ela se aquilo tinha sido alguma queixa da Folha ou algo desse gênero e ela disse que não sabia, que era uma determinação da direção do jornal.

Falei: Bom. O que mais eu posso fazer, não é? Peguei minhas coisas e fui embora. E a redação, depois, os demais companheiros de redação tiveram uma reunião com ela para saber o que tinha acontecido e suponho que ela tenha exposto as mesmas razões que ela expôs para mim.

Mauro:

– Costábile Nicoletta é jornalista há 23 anos, com passagens pelo Estado de S. Paulo, pela Gazeta Mercantil, pelo Valor Econômico e pelo Estado de Minas. O Observatório da Imprensa procurará ouvir os dirigentes do Meio & Mensagem sobre a demissão de Nicoletta.

[Assim como o portal Comunique-se, o Observatório da Imprensa não teve sucesso na tentativa de ouvir a diretora de redação Regina Augusto.]

AINDA HÁ DIGNIDADE NAS REDAÇÕES

 

Vamos deixar de falsidades: o Grupo Folha fez parte da repressão da ditadura. Eu não fiquei de luto por ninguém. Cai foi na farra.

Beatriz Kushnir é autora do livro "Cães de guarda – Jornalistas e censores: do AI-5 à Constituição de 1988", lançado pela Editora Boitempo em 2004, a partir de sua tese de doutorado defendida na Unicamp.

O livro causou desconforto em muitas redações, pois demonstrou que nem todos os jornalistas resistiam à ditadura militar [1964-1985].

“Houve jornalistas que colaboraram, os que resistiram e os que se opuseram. Não é verdade que todos colaboraram, mas nem todos combateram a ditadura”, disse Beatriz, contradizendo a fama de arautos da democracia que muitos órgãos de imprensa vêm cultivando desde os anos 80.

“A Folha da Tarde, do Grupo Folha [dirigido pelo auto-intitulado publisher Octavio Frias de Oliveira, recentemente falecido e oh!!! Homenageado por tantos], por exemplo, tinha policiais ligados à repressão que trabalhavam como repórteres.

Ela era conhecida como o ‘Diário Oficial da Oban’ (Operação Bandeirantes) e ‘jornal de maior TIRAGEM do País’, pela quantidade de TIRAS”, afirmou Beatriz.

Para quem não sabe, a Oban foi uma operação policial-militar financiada por civis, empresários e executivos de direita, profissionais liberais endinheirados e intelectuais da repressão. Foi responsável pela dizimação física de dezenas de militantes que lutavam pela democracia no Brasil, entre os anos de 1968 e 1972, especialmente.

Quem lembrou isso foi o blog Diário Gauche (http://diariogauche.zip.net/).

É duro ser presidente do Brasil. O presidente Lula se viu na obrigação de decretar luto oficial por três dias, em memória do Publisher Octavio Frias de Oliveira.

Não sou presidente, não sou deputado e nem candidato a nada, não preciso fazer média com a mídia. Portanto, não me incluí nos três dias de luto oficial. Cai foi na farra.

FOLHA, BOLETIM DA TORTURA

Mino Carta, que sabe das coisas, escreveu no editorial “A Semana” da revista Carta Capital (9/5/07):

Enxergo três (erros de Octavio Frias), muito claros. Primeiro, a parceria com Carlos Caldeira Filho. (...)

“A ligação de Caldeira com os ditos falcões da ditadura é notória e lança uma sombra sobre a orientação da empresa e dos seus veículos no decorrer da época mais aguda da repressão, da tortura e da censura.

A Folha, aliás, nunca foi censurada e só veio a ser submetida a pressões quando, em 1977, o colunista Lourenço Diaféria escreveu um texto considerado injurioso pelos militares, ao dizer que a espada do monumento eqüestre do Duque de Caxias estava oxidada. Era metáfora, e os generais, por incrível que pareça, perceberam.

Em compensação, a Folha da Tarde por longuíssimo tempo foi uma espécie de boletim do Dops, DOI-Codi e Cia. O segundo erro foi aceitar as pressões do general Hugo Abreu e tomar o partido do general Sílvio Frota no atormentado enredo da sucessão presidencial do ditador de plantão Ernesto Geisel.

O terceiro foi também conseqüência dessas pressões, a demissão de Claudio Abramo, a 17 de setembro de 1977, 25 dias antes da queda de Frota do Ministério do Exército”.

8 de maio de 2007

 

Diogo Mainardi virou a "vítima" da semana

Era só o que faltava.

Não costumo comentar Diogo Mainardi. Seus textos me divertem. Mas, não os levo a sério. Leio-os como leria uma seção de puro humor. Para mim, são inofensivos. Acho que nunca me daria ao trabalho de processar Diogo Mainardi. É pândego, sem ofensa.

O jornal Hora do Povo desta vez se excedeu. A revista Veja, Mainardi, Augusto Nunes e outros articulistas da grande imprensa estão fazendo um carnaval com uma frase infeliz do jornal. O jornal Hora do Povo se irritou com a banalização da tortura e assassinato de Bacuri, um militante da luta armada contra a ditadura, e desejou que alguém calasse a boca do Diogo. Eu interpretei como um desejo, Mainardi e seus cúmplices interpretaram como um atentado, um crime, e estão fazendo uma festa. É puro marketing, querem apenas sensibilizar seus leitores.

Augusto Nunes, por exemplo, com muita má-fé, em seu exagerado e oportunista artigo intitulado “Os assassinos da liberdade” ( Gazeta Mercantil, 8/5/07) tenta vincular a imagem de Franklin Martins com o atual MR-8. Todos sabemos que Franklin Martins nada tem a ver com o atual MR-8, nem organicamente, nem com o pensamento, nem mesmo com a linguagem panfletária. É uma desonestidade intelectual do jornalista Augusto Nunes fazer essa vinculação.

Tanto a revista Veja, quanto Diogo Mainardi, quanto Augusto Nunes vinculam o jornal Hora do Povo ao Governo Federal por causa de uma publicidade. Eles afirmam que se o Governo Federal usa o jornal Hora do Povo para divulgar publicidade isso significa “financiar” o jornal.

Evidentemente, é outra ilação de má-fé. Aliás, na mesma edição em que a revista Veja reclama do “financiamento” do Governo Federal ao jornal Hora do Povo, numa matéria absurdamente parcial, o Banco do Brasil publica duas páginas de anúncio intitulado “Ourocard da Sandra”. Acho que eles querem o “financiamento” só para eles.

Não levo a sério Diogo Mainardi e a revista Veja e também não levo a sério o jornal Hora do Povo.

Mas tenho uma avaliação. A revista Veja e Diogo Mainardi, pelas mentiras, molecagens, injúrias, difamações, são infinitamente mais prejudiciais à sociedade e à democracia que o jornal Hora do Povo.

Tirando aquela frase boba, fico com o Hora do Povo.

 

A hipocrisia da imprensa mineira

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é comemorado todo dia 3 de maio. O jornal Estado de Minas comemorou a data com uma grande peça publicitária, assinada pela Associação Nacional de Jornais – ANJ.

Seis fotos de ditadores ocupavam quase toda a área do anúncio, com legenda dizendo quem é quem. Adolf Hitler, Joseph Stalin, Augusto Pinochet, Mao Tse Tung, Benito Mussolini e Francisco Franco.
Logo abaixo, o texto:

"DIA DE SE REVIRAR NO TÚMULO
3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Dia de alerta para que isso não volte a acontecer."

O único problema é que a peça publicitária deixou nua a hipocrisia do jornal Estado de Minas, o mesmo que não noticiou da greve da polícia, o mesmo que nunca fala nada de negativo sobre o governador Aécio Neves mas dá página inteira quando o cara bate bola com artistas.

Uma lástima. Uma indignidade registrada por Clarisse no site:
http://foraaecio.blogspot.com/

7 de maio de 2007

 

O PAC vai calando os "formadores de opinião"

A melhor avaliação até agora sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi feita pelo insuspeito ex-deputado Delfim Netto, na revista Carta Capital (02/05/07).

Para ele, o PAC cumpriu seu objetivo inicial, que foi o de consolidar a idéia de que só um aumento dos investimentos e a melhoria do ambiente geral de negócios, acompanhados, claro, pela continuidade das políticas públicas que estimulem a igualdade de oportunidade para todo cidadão, poderão melhorar o bem-estar da sociedade.

Evidentemente, Delfim Netto fala dentro dos limites do capitalismo.

As críticas da mídia chegam a ser injustas ou de má-fé, diria eu, na pior hipótese. Os conhecidos “formadores de opinião” fazem brincadeira, banalizam, alguns achincalham.

Mas, as críticas da mídia perderam força desde a posse (27/04/07) de Luciano Coutinho na presidência do BNDES. Ele veio para dar apoio à execução do PAC, contribuir para a implementação de uma política industrial que dinamize a economia, acelere a criação de empregos e promova a igualdade de oportunidades.

Isso significa que o BNDES deve priorizar agroindústria, microletrônica, desenvolvimento de softwares e produção de bens de capital. Em resumo, aumentar os investimentos.

O governador Jaques Wagner entendeu que a redução das desigualdades regionais é fundamental para o sucesso do PAC, daí o cerco ao presidente Lula em Brasília.

Mais que fazer avaliação geral do PAC, o motivo da audiência de Wagner com Lula foi discutir as obras do PAC na Bahia. Elas são conhecidas. Recuperação das rodovias BR-116 e BR-324 que cortam o Estado, e os dois projetos de construção de rodovias – uma de 600 kms de extensão ligando o oeste ao litoral, outra de 17 kms ligando Camaçari ao Porto de Aratu.

Embora o presidente Lula tenha usado mais uma daquelas frases de efeito – quero velocidade de cruzeiro para o PAC – a análise dos 1.646 empreendimentos na área da infraestrutura previsto no PAC concluiu que 52,2% têm andamento adequado. E 39,1% dos projetos demandam atenção porque estão levemente atrasados, sendo que apenas 8% das obras são classificadas como “preocupantes”.

Não é negativo, portanto, o primeiro balanço do PAC. A mídia adoraria que fosse. Daria manchetes contra o presidente Lula.

Vão ter que engolir.

6 de maio de 2007

 

A Merck lucra com a morte de milhões de pessoas. Quebrar a patente foi decisão histórica.

LEIA EXCELENTE TEXTO DO BLOG DE ZÉ DIRCEU:

Uma decisão histórica

A quebra da patente do Efavirenz, um importante medicamento no tratamento da AIDS, produzido pelo laboratório norte-americano Merck, trás de volta a discussão sobre a propriedade intelectual e sobre nossa indústria de fármacos e de química fina, que foi liquidada há 20 anos pelo chamado mercado neoliberal e por governos comprometidos com interesses externos.

O governo brasileiro fez o que tinha que ser feito. Quebrou a patente do Efavirenz que estava sendo vendido a US 1,60 a unidade, quando é vendido a US$ 0,65 em alguns países, como a Tailândia. Vamos importá-lo da Índia, onde não é patenteado, mas vendido com todas as garantias e segurança.

Essa é a primeira vez que há efetivamente o licenciamento compulsório, conhecido como quebra de patente. No governo FHC, o então ministro da Saúde, José Serra anunciou o licenciamento do Nelfinavir, mas no mesmo dia suspendeu a medida porque o laboratório Roche reduziu os preços.

Em 2003, já no governo Lula, o então ministro Humberto Costa anunciou a possibilidade em relação ao mesmo remédio, mas não a efetivou. Em 2005, Costa declarou o Kaletra de interesse público, primeiro passo para a quebra de patente, mas como houve acordo com o laboratório Abbot, não chegou a isso.

Vamos continuar pagando à Merck, que detém a propriedade intelectual do medicamento, os 1,5% de royalties, conforme exigência da OMC, e a própria empresa, apesar de protestar pela quebra da patente, disse que não haverá retaliações. Continuará vendendo para o Brasil e ainda não sabe se recorrera à justiça. A Câmara de Comércio Americana lamentou e disse que haverá conseqüências para o Brasil, para nossa indústria farmacêutica. Deles, na verdade, que receberá menores investimentos.

Todo mundo sabe que o preço era insustentável, que não da mais para ter lucros exorbitantes com a morte de milhões de seres humanos, e que já era hora de diminuí-los. Tanto é assim que a própria Merck já havia proposto o preço de US$ 1,10. Quer dizer, o preço era de monopólio. Daí a necessidade da quebra da patente.

Quanto à nossa indústria de base farmo-química, já é hora do nosso governo, via BNDES e Ministérios da Indústria e Comércio e da Ciência e Tecnologia, dar todo apoio para retomá-la e fazê-la uma realidade, dentro da nossa política industrial e de inovação. enviada por Zé Dirceu - 05/05/2007 14:30
Fonte: http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/

 

Lula afirma soberania do Brasil ao quebrar patente de remédio contra AIDS

O Governo Lula veio para ficar na História do Brasil, para desgosto da turma do “quanto pior melhor”. O presidente decidiu assinar o licenciamento compulsório do medicamento anti-AIDS chamado Efavirenz, fabricado e comercializado pelo laboratório norte-americano Merck Sharp & Dhome.

O remédio é utilizado no tratamento de 75 mil portadores do vírus HIV no Sistema Único de Saúde (SUS). O presidente Lula afirma assim a soberania do país. É o primeiro presidente a tomar tal atitude.

A bem da verdade, o laboratório norte-americano vinha auferindo lucros extorsivos às custas dos brasileiros portadores de AIDS, porque vendia aqui o medicamento 136% a mais comparado com o preço vendido à Tailândia.

Donos do mundo, os norte-americanos se negavam a negociar preços mais razoáveis. O Brasil teria que desembolsar US$ 43 milhões à Merck somente em 2007. Com a medida o país vai economizar cerca de 72%.

PREÇOS ERAM EXTORSIVOS

O presidente Lula foi muito claro: "Não importa se a firma é americana, alemã, brasileira, francesa ou argentina. O dado concreto é que o Brasil não pode ser tratado como um país que não merece ser respeitado. Ou seja, pagamos US$ 1,60 quando o mesmo remédio é vendido para outro país a US$ 0,60. É uma coisa grosseira, não só do ponto de vista ético, mas do ponto de vista político e econômico. É um desrespeito. Como se o doente brasileiro fosse inferior a um doente da Malásia", afirmou.

A decisão brasileira fortalece nosso programa de combate à AIDS, reconhecido internacionalmente. Pela excelência do programa, o acesso da população ao medicamento aumentou. Em 1999 apenas 2.500 pessoas utilizavam o remédio, hoje são 75 mil, de acordo com o Ministério da Saúde.

NOTÍCIA RUIM PARA EXPLORADORES

A contragosto, a notícia ganhou as manchetes dos principais jornais do país. A oposição à direita e à esquerda silenciou muito convenientemente. Em desespero, a Merck ainda tentou apresentar uma proposta de desconto de 30%. Mas, a segurança na saúde falou mais alto. Para não romper com os norte-americanos seria necessário um desconto de 60%, no mínimo.

Há mais notícia ruim para a indústria de medicamentos. O presidente Lula avaliou que, se for preciso, o Brasil vai tomar a mesma decisão em relação às empresas produtoras de medicamentos se não houver "preços justos".

NOTICIÁRIO ENVERGONHADO
Foi o ex-ministro José Dirceu em seu blog que chamou a atenção.para o noticiário sobre a quebra da patente. Nas chamadas, editoriais e nas entrelinhas das matérias dos jornalões notou-se um apoio envergonhado, quase que um apoio à Merck norte-americana.

A Folha escreveu “Patente quebrada”. O Estadão deu a manchete “Brasil quebra patente e causa reação nos EUA”. Entenderam o detalhe da “reação”? O jornal O Globo deu “Brasil quebra patente de anti-AIDS”. Noticiário frio, uma tristeza essa nossa mídia.

É por isso que precisamos de uma TV pública.

Entre o capital estrangeiro e a saúde do povo brasileiro, a mídia nacional fica com o capital estrangeiro. São capitalistas selvagens, golpistas, reacionários.

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