9 de fevereiro de 2007

 

Wagner diz que Zé Dirceu tem direito inalienável de querer anistia

Embora reconheça o direito inalienável de José Dirceu de querer anistia, o governador Jaques Wagner afirmou que essa, porém, não é uma agenda do PT. Ele disse que não vai assinar nenhum documento de luta interna e defendeu a busca da unidade partidária, com o reconhecimento mútuo das diferenças de opiniões políticas e ideológicas. Wagner acha que não há o que refundar, muito menos o que reconstruir, já que o PT é um partido que saiu vitorioso das urnas. Temos é que governar, afirmou Wagner.

LEIA ENTREVISTA À TERRA MAGAZINE:

Wagner diz que não assinará documento do PT

Sexta, 9 de fevereiro de 2007, 15h54

Bob Fernandes - Terra Magazine

Campo majoritário. Articulação de Esquerda. Movimento PT. Democracia Socialista. O Trabalho. Novo Rumo...

Estas são algumas entre a dezena de correntes em que se divide o PT. A partir de hoje, no hotel Othon, em Salvador, o partido se reúne. Para um seminário internacional de partidos de esquerda e para um encontro, nas próximas 48 horas, em que vai debater, basicamente, o seu futuro.

No final de semana passado o chamado "Campo Majoritário" se reuniu em São Roque, SP, e produziu um documento. Ontem, à frente de um amplo grupo o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, lançou-se outro documento, "Mensagem ao Partido", - cuja versão final Terra Magazine publicou (leia aqui).

Anfitrião em um jantar que comemora hoje à noite em Salvador, com a presença do presidente Lula, os 27 anos do PT, o governador Jaques Wagner recebe os petistas também para o encontro do Diretório Nacional.

A Terra Magazine Wagner não escondeu o que pensa a respeito das polêmicas do petismo no momento:

Veja também:» A íntegra do documento dos petistas » Opine aqui sobre o documento

- Não assinei nem vou assinar documento nenhum (...) o povo nos deu um recado: "Se entendam e governem" (...) Esse documento (do Campo Majoritário) é que eu não vou assinar mesmo (...). O Zé Dirceu tem o direito inalienável de querer anistia, mas isso não é da agenda do PT. Ele tenta impor como se fosse do PT, mas não é, é agenda dele...

Terra Magazine - Governador, o senhor leu o documento "Mensagem ao Partido", que tem entre seus formuladores e signatários o ministro Tarso Genro?

Jaques Wagner - Li, mas não vou assinar...

- E leu o documento "PT: Construindo um novo Brasil"?

Li, mas esse é que não vou assinar mesmo...

- Por que?

Porque, entre outros motivos, ele é muito defensivo, até mais do que o outro. Já havia lido uma versão da "Mensagem ao Partido", mudaram algumas expressões, mas continuam conceitos tipo "reconstrução", e eu não concordo com essa tese. O partido teve problemas, os enfrentou e vem enfrentando, mas não foi destruído. Ao contrário, as urnas deram a chance de uma segunda chamada ao partido...

- Então o senhor não assinou nem vai assinar documento interno algum do PT nesse momento?

Nem assinei nem vou assinar nada, não é hora para isso. O povo nos deu um recado muito claro: "Parem de brigar, se entendam e governem". O que temos que fazer é construir a unidade. Claro que o debate é bem-vindo, alvissareiro, mas nessa hora, no meu entender, essa troca de documentos não favorece a unidade interna, que deve ser o nosso objetivo.

- Qual debate seria bem-vindo agora?

Do porque entramos nessa escalada de infra-estrutura a qualquer preço para alimentar o embate das máquinas ao contrário de termos o embate das idéias...

- Não há aí uma contradição?

Não, acho que há um problema de escolha da hora e do tema, do objetivo. Acho que agora nosso esforço deve ser para construir a unidade, mesmo mantidas as diferenças...

- Nos parece que há um fantasma a rondar o PT, às vezes até o governo, ele não está mas está, por vezes parece onipresente. Agora mesmo ressurge com a tese da anistia. Refiro-me, logicamente, ao ex-deputado José Dirceu...

A briga pela anistia é um direito inalienável dele, mas esse não é um tema da agenda do PT. É assunto, é problema, do Zé Dirceu...

- É o que o senhor diz, mas não é o que está dito, não é o que se lê e ouve...

Por isso mesmo que eu digo, e agora repito: isso não é da agenda do PT. Ele tenta impor como se fosse do PT, mas não é. Isso é da agenda do Zé Dirceu, e esse é um direto dele, mas não é tema do PT. Até porque depois da cassação dele o PT continuou aprovado nas urnas.

- O que esperar desse seminário que começa hoje em Salvador?

É alvissareiro o encontro, o debate, como disse. Todos sabemos que temos que superar os problemas, e quais são eles, para continuar representando uma força política importante no país, mas...

- ...mas?

...mas não podemos fazer o jogo que os adversários querem, não podemos ser pautados de fora para dentro e, quanto a esse assunto, é importante dizer uma coisa: hoje não tem ninguém que individualmente tenha a verdade do partido. Ninguém hoje, sozinho, representa a verdade no partido.

- Então, além da festa o PT terá na Bahia...

...um encontro e o lançamento de um processo interno de conversas, de busca de consenso, e minha expectativa é positiva.

Terra Magazine

 

PARA DOM GERALDO SE INFORMAR MELHOR SOBRE ZÉ DIRCEU

Segue texto postado por Zé Dirceu em seu blog:

Unificar o PT, priorizar o PAC e fortalecer o governo Lula

Estamos numa época de vacas magras. Poucas notícias. Há um compasso de espera. Mas, a iniciativa da ação política está com o governo: o PAC; a maioria na Câmara e no Senado; o PT vai se unificando, buscando consensos; a eleição de Arlindo Chinaglia para a Presidência da Câmara, escolhido por unanimidade na bancada e pela comissão política do Partido; a escolha por aclamação do líder da bancada petista, Luiz Sérgio, do Rio de Janeiro, neste ano, e Maurício Rands, de Pernambuco, para o ano que vem. Uma excelente solução.

O Congresso do PT caminha para ser um momento especial do partido, para sua reforma e renovação, iniciada com o processo de eleições diretas, no ano passado, elegendo Ricardo Berzoini.

Daí a ofensiva midiática, como diria um petista de renome, contra o PT e o Governo.

Essa ofensiva começou com a tese do terceiro mandato para o presidente Lula, e agora continua com a história dos plebiscitos, a la Chávez, segundo uma certa mídia.

Mas tudo isso são apenas balões de ensaio para poluir o ambiente político do país e continuar atacando o PT. Não existe terceiro mandato, nem a realização de plebiscitos, no mundo e no Brasil, têm alguma coisa a ver com autoritarismo ou ditadura.

No nosso caso, aliás, a convocação e realização de plebiscitos está estabelecida na Constituição. E já fizemos vários. Todos vencidos pelo povo, contra as elites, inclusive uma parcela da mídia.

Até eu, cassado, inelegível por oito anos, sem provas, ainda que permaneça com meus direitos políticos, sou vítima dessa manobra diversionista, que procura me imobilizar e determinar meus caminhos.

Já disse mais de uma vez e repito: não vou disputar cargos ou participar de correntes no terceiro congresso do PT. Mas não abro mão de, como militante e filiado ao partido, participar do debate político.

Minha prioridade é provar minha inocência no Supremo Tribunal Federal. E recuperar meus direitos políticos, retirados pela Câmara, ao cassar meu mandato.

Já expressei várias vezes aqui no blog, antes de começar essa ofensiva, que minha anistia não é uma iniciativa minha, do PT, e muito menos do governo. E deixei claro, mais de uma vez, que nossa prioridade é o PAC e a consolidação do segundo governo do presidente Lula.

A publicação de um documento, legítimo e necessário, para debate no terceiro congresso do PT, mudou a agenda e a pauta da imprensa, e tentou arrastar o governo e o PT para o internismo. Esse é um debate que só interessa aos adversários e à oposição.

Eu apenas me defendi das acusações caluniosas e expus minhas idéias e propostas, quando convidado para um debate de petistas que se organizam para o Congresso.

Não é verdade que pedi ao presidente Lula qualquer iniciativa para conter esse debate no partido. Apenas expus, pelo blog, minha posição e a repeti para todos com quem falei e discuti, recebendo apoio de todos.

Também é caluniosa a informação que ameacei com a divulgação de fatos de campanhas passadas. Quem me conhece sabe que esse tipo de comportamento não faz parte de minha militância de quarenta anos na esquerda.

Acredito isso é mais uma tentativa de me atingir, depois que o primeiro movimento fracassou, já que não contou com o apoio nem dos que apoiavam a idéia de um documento e da renovação e reforma do PT.

Agora, acredito que podemos ir a Salvador comemorar os 27 anos do PT, a reeleição de Lula, o PAC, unificando o PT em torno dessas bandeiras.

enviada por Zé Dirceu - http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/

 

Arcebispo é contra anistia para Zé Dirceu

O presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Majella, afirmou ser contrário ao projeto de anistia ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que teve o mandato de deputado cassado em 2005, sem provas, apenas por acusações não provadas de “envolvimento” com o escândalo do mensalão.

D. Geraldo sabe muito das coisas de Deus, mas sabe pouco das coisas dos homens. Não existe projeto algum neste sentido. Mal assessorado, está extrapolando suas funções divinas. O que existe é o direito constitucional de Zé Dirceu exigir justiça. E condenação política sem provas não é exatamente justiça. A não ser que prevaleçam os critérios dos padres torturadores da Inquisição.

Sou mais magnânimo com a Igreja Católica. Já perdoei os padres por terem apoiado o golpe militar de 1964 e, por conseqüência, sujado as mãos de sangue dos desaparecidos, torturados e mortos da ditadura.

 

ANISTIA PARA JOSÉ DIRCEU

O BLOG Bahia de Fato comprou esta briga. Leia o texto abaixo. Vale a pena.

Fonte:
Eduardo Guimarães
http://edu.guim.blog.uol.com.br

Está a todo vapor na grande imprensa (sobretudo na paulista) campanha para impedir a anistia de José Dirceu. Artigos, cartas de leitores, editoriais e, até, "reportagens" contendo "argumentos" sobre por que a cassação do ex-ministro não deve ser revertida, têm sido produzidos em escala industrial.

Na Folha de São Paulo, por exemplo, durante dois dias seguidos (8 e 9 de fevereiro) metade da página A3 foi reservada para dois notórios inimigos políticos de Dirceu (Denis Lerrer Rosenfield e Miguel Reale Junior) bradarem contra sua anistia.

A excitação da imprensa com o assunto tem causa, ainda que esta se prenda, fundamentalmente, à luta inglória dos magnatas do ramo da comunicação para manterem o poder de influir na política nacional.

A reversão da cassação de Dirceu assusta os barões da imprensa porque eles sabem que essa reversão sepultará de vez o único grande objetivo alcançado pelo complô urdido pelo PSDB, pelo PFL, pelos Marinho, Civita, Frias, Mesquita etc. Um complô que visou derrubar o governo Lula e colocar um tucano no poder, fosse ele quem fosse.

A grande imprensa - sempre com destaque para a reacionária imprensa paulista - tem calafrios, tem pesadelos com Dirceu. Nesses devaneios, ele aparece usando a faixa presidencial em 2010. Daí a histeria midiática...

Por outro lado, a cassação de Dirceu representa um dos momentos mais tristes da República.

Dirceu foi cassado sem que houvesse mera sombra de prova de sua culpa. O processo que lhe tomou os direitos políticos por dez anos foi eminentemente político e ocorreu quando o Parlamento e a nação ainda achavam que seria possível a oposição tucano-pefelista retomar o poder.

Foi no auge da crença bornhauseniana de que a direita tucano-pefelista se livraria "dessa raça" por trinta anos. Questiona-se muito José Dirceu até dentro do PT. Não por questões éticas, mas por sua forma obstinada de perseguir objetivos.

Dirceu é um sobrevivente. Amigos e inimigos sabem que não se deve brincar com ele. Porém, sua cassação, da forma como aconteceu, transcende sua forma de fazer política. Configura a vitória da mentira, do engodo, da injustiça, da caça às bruxas.

Juridicamente, a cassação de Dirceu é uma aberração. Ele foi cassado pelo que representava politicamente e não por culpas estabelecidas. Cassá-lo foi, entre outras coisas, um capricho da oposição midiática. O comportamento antidemocrático e covarde da grande imprensa, que tenta de novo lavar a mente da sociedade na questão da anistia de Dirceu, levou-me uma decisão.

A partir de hoje, essa anistia está entre meus principais objetivos como animal político. As poucas centenas de leitores de meu blog lerão sempre os argumentos pró anistia de Dirceu que a imprensa tenta sufocar. Comprei mais essa briga.

Eduardo Guimarães
http://edu.guim.blog.uol.com.br

 

Nilmário, Perly e Marília Muricy discutem rumos dos direitos humanos na Bahia

A Assessoria Geral de Comunicação (AGECOM) da Bahia distribuiu o seguinte texto:

O Subsecretário Nacional de Direitos Humanos, Perly Cipriano e o ex-ministro de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, reuniram-se (8) com a secretária de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Marília Muricy, para discutir e avaliar os programas da Secretaria Nacional de Direitos Humanos implantados no Estado.

Na reunião, foram enfatizadas questões referentes às áreas de educação, enfrentamento à tortura e mediação de conflitos. Cipriano aproveitou a oportunidade para ressaltar a necessidade de ações transversais, envolvendo parcerias entre a secretaria e outros órgãos ligados às questões dos direitos humanos.

PROPOSTO NOVO PROGRAMA

O subsecretário sugeriu a criação de um novo programa na Superintendência de Direitos Humanos (Sudh) que atenda a relação entre direitos humanos e diversidade religiosa, por conta da variedade de religiões na Bahia. Outra nova medida saída do encontro foi a interiorização dos serviços promovidos pela Sudh, em especial a facilitação do acesso à documentação civil básica - principalmente no interior do Estado.

O ex-ministro Nilmário Miranda esteve em Salvador para o lançamento do livro “Porque Direitos Humanos” e aproveitou a estadia para um encontro sugerido pelo superintendente da Sudh, Frederico Fernandes, para trocarem informações sobre ações conjuntas possíveis entre a SJCDH e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, da qual foi titular.

Fonte: www.agecom.ba.gov.br

 

Nilmário Miranda rejeita refundação do vitorioso PT

LEIA ENTREVISTA NA TERRA MAGAZINE:
Sexta, 9 de fevereiro de 2007, 10h10

Terra Magazine - Bob Fernandes

Hoje, com um seminário internacional em Salvador e com um jantar à noite no Hotel Othon, com a presença do presidente Lula, o PT comemora seus 27 anos de existência. No final de semana, ainda na Bahia, o partido discute seus temas internos e o congresso nacional, marcado para julho. Ainda que cassado, um personagem segue onipresente no espectro partidário: José Dirceu. Documento oficialmente lançado ontem por centenas de signatários petistas tem como um dos alvos preferenciais o ex-ministro chefe da Casa Civil, homem que inegavelmente ainda detém grande poder no PT e mesmo em setores do governo.

Veja também:» Nilmário Miranda fala sobre o livro "Por Que Direitos Humanos"

A propósito dos passos do ex-ministro dentro do partido, Nilmário Miranda, presidente do PT em Minas, revelou a Terra Magazine:

- Vou te revelar uma coisa. O Zé Dirceu passou uma manhã em São Roque no final de semana. Saímos para caminhar juntos e ele me falou com toda a franqueza: "Não estou disputando nada. Quero reaver meus direitos políticos e resgatar a minha biografia. Não vou disputar cargo e poder nenhum dentro do partido, não vou disputar nada. Preciso de um apoio amplo para tentar reaver meus direitos e, portanto, não é hora de disputas para mim".

Nilmario se encontra em Salvador também para o lançamento do livro "Por que Direitos Humanos" (leia aqui), e falou também sobre o documento elaborado por um grupo de colegas do partido ligados ao ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro:

- Não tem guerra interna, não tem disputa de poder, o que há é um embate, uma disputa, no campo das idéias.

Leia mais da entrevista com Nilmário:

Terra Magazine - Discute-se muito nos últimos dias o documento de um grupo de petistas que convencionou-se atribuir ao ministro Tarso Genro. O sr., como presidente do PT de Minas, que críticas faria sobre o documento?

Nilmário Miranda - O documento é bom, não há questionamentos grandes entre esse documento e o do campo político, conhecido como Majoritário, que se reuniu no fim de semana em São Roque...

Mas há um barulho no ar...

...o que produziu esse barulho foi o uso de duas expressões. Uma delas, corrupção, e a comprovação de que a expressão não cabia foi sua retirada depois das críticas internas. A outra expressão é "refundação". Ora, um partido vitorioso mesmo com toda a carga crítica dos últimos dois anos, um partido que elegeu a maior bancada parlamentar, que elegeu governadores e, inclusive, dois a mais do que se previa, um deles num estado importante como a Bahia, que reelegeu o presidente, que acaba de eleger o presidente da Câmara, como falar em refundar?

A expressão é uma maneira de remeter a graves erros...

...tem que corrigir os graves erros, tem que enfrentá-los, mas a expressão refundar é importada da Europa, dos grandes partidos comunistas que perderam, que foram derrotados, e tiveram que se refazer. Nosso partido, com todos os seus erros, gostem ou não gostem, é uma referência em todo o mundo.

Mas há, nos parece, um embate sendo travado dentro do PT. Há um embate, há uma disputa, no campo das idéias. Não tem guerra interna, não tem disputa de poder, essa é uma questão colocada e alimentada pela mídia. Conversas de corredores existem e existirão sempre, mas quem está no partido sabe que o desejo agora é outro, é de encontrar novos caminhos, de discutir a reforma política e não promover uma batalha interna.

Mas parece claro que de um lado estão alguns grupos, entre eles o que se costuma ver ligado ao ministro Tarso Genro, e outro, obviamente, ligado ao ex-ministro José Dirceu.

Vou te revelar uma coisa. O Zé Dirceu passou uma manhã em São Roque. Saímos para caminhar juntos e ele me falou com toda a franqueza: "Não vou disputando nada. Quero reaver meus direitos políticos e resgatar a minha biografia. Não vou disputar cargo e poder nenhum dentro do partido, não vou disputar nada. Preciso de um apoio amplo para tentar reaver meus direitos e, portanto, não é hora de disputas para mim".

O que interessa ao partido agora?

Discutir uma relação socialista moderna que não é mais um debate econômico, discutir como, num partido sem recursos, se pode enfrentar a força dos mandatos.

Como assim?

Os mandatos parlamentares têm muito poder, muito aparato, e para se discutir isso num partido tem que se discutir a reforma política, o financiamento de campanhas. Toda a nossa grave crise passou pela questão do financiamento de campanhas.

Terra Magazine
» Nilmário Miranda fala sobre o livro "Por Que Direitos Humanos"

 

Terra Magazine entrevista ex-ministro Nilmário Miranda

Com o título “Por que Direitos Humanos”, o jornalista Bob Fernandes publica na revista Terra Magazine entrevista com o ex-ministro dos Direitos Humanos e atual presidente do PT de Minas Gerais, Nilmário Miranda. O dirigente petista revela suas preocupações com a submersão dos direitos humanos logo após o ataque terrorista às torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Afirma que Bush foi derrotado e que o tema está vivo. Em Salvador, para participar dos eventos do PT, ele lançou seu terceiro livro “Por que Direitos Humanos”, prefaciado pelo presidente Lula, mas lamentou que o Brasil continue atrasado em relação aos direitos humanos. Para o dirigente do PT, o Brasil enfrenta uma cultura autoritária, presente nas relações sociais e também nas relações subjetivas e intrafamiliares, que fazem parecer que as desigualdades sejam “normais”.

LEIA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

"Por Que Direitos humanos"
Sexta, 9 de fevereiro de 2007, 08h08

Terra Magazine - Bob Fernandes

Às vésperas do Seminário Internacional dos partidos de esquerda e das comemorações dos 27 anos do PT, em Salvador, o presidente do partido em Minas Gerais e ex-Secretário Nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, lançou o livro "Por que Direitos Humanos".

Em entrevista a Terra Magazine, o dirigente fala sobre a questão exposta em "Por Que Direitos Humanos". Para Nilmário o tema "parecia submerso" desde o ataque de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York:

- O presidente Bush foi derrotado (..), os EUA recuaram da violência em Abu Ghraib, cederam em Guantánamo, na Espanha Zapatero venceu Aznar, que levara a Espanha à guerra, da mesma forma que na Itália Prodi derrotou Berlusconi e retirou as tropas da Itália, assim como Zapatero na Espanha(...) O tema está vivo, e move, mesmo quando parece não estar.

O livro tem prefácio do presidente Lula, que estará hoje à noite no jantar no hotel Othon, em Salvador.

O dirigente petista lembra dos problemas que enfrentou na Secretaria Especial de Direitos Humanos e, apesar de comemorar avanços brasileiros na área, lamenta que o país ainda esteja muito atrasado:

- Temos que enfrentar a cultura autoritária presente nas relações sociais, mas também nas relações subjetivas e intrafamiliares.

Leia os principais trechos da entrevista:

Terra Magazine - Por que o livro "Por Que Direitos Humanos¿?

Nilmário Miranda - No ano passado eu estava preocupado porque os direitos humanos sumiram do cenário face à questão internacional. Depois do ataque às torres, da invasão ao Iraque, os Estados Unidos, que sempre, de uma forma ou outra, tiveram um papel importante na questão dos direitos humanos, deixaram o tema de lado e, pior, também a Inglaterra, Espanha, Itália, países que se incorporaram na guerra ao Iraque.

Qual o resultado prático disso?
A ONU foi perdendo o seu papel e nós começamos a viver retrocessos, como os da ação dos americanos na base de Guantánamo, com tortura, recusa de fornecer o nome de presos, com a não-aceitação do Tribunal Penal Internacional, com bases secretas da Otan na Europa, com as torturas em Abu Ghraib...

Isso no plano internacional. E no Brasil?

Em 2005, no auge da grave crise ético-política, por cinco meses a Secretaria dos Direitos Humanos perdeu o status ministerial, o que foi restabelecido depois, em novembro. O presidente Lula teve sensibilidade para restabelecer a posição da Secretaria.
Perdeu esse status por quê? Porque em meio à crise setores do governo decidiram-se por um choque de gestão, cortes etc. e a Secretaria foi atingida.

Que setores do governo?

Esse é um assunto ultrapassado, prefiro não comentar... (Nota da Redação: A proposta de choque de gestão partiu e foi executada por decisão do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci). Dentro do governo e na sociedade, houve uma reação e a Secretaria retomou o status ministerial.

E quem dentro do governo se posicionou a favor?

Os ministro Dilma Roussef, Luiz Dulci, Celso Amorim, entre muitos outros. A reação foi muito grande.

Como falar de direitos humanos a uma população assombrada pela violência, ainda que saibamos que essa pergunta só cabe por conta da incompreensão e estigmatização do que sejam direitos humanos? Escrevi esse livro inclusive por causa desse contexto. Não se pode falar em paz, segurança coletiva, desenvolvimento sustentável, se não existirem direitos humanos. Há 60 anos essa discussão ganhou e ocupou todas as partes do mundo...

Ainda que isso tantas vezes não seja percebido... ...Mas fica fácil de perceber quando se olha para poucos anos atrás e para o que acontece hoje no mundo.

Qual é o link?

Encontrei, em março de 2003, o Sérgio Vieira de Mello, o então secretário-geral da ONU Kofi Annan, e o Sérgio estava deprimido. O Iraque havia sido invadido, boa parte da Europa apoiava a invasão...

E o que mudou?

Passados quatro anos, o presidente Bush foi derrotado pelos democratas e a opinião pública condenou a guerra no Iraque, os EUA recuaram da violência em Abu Ghraib, cederam em Guantánamo, na Espanha Zapatero venceu Aznar, que levara a Espanha à guerra, da mesma forma que na Itália Prodi derrotou Berlusconi e retirou as tropas da Itália, assim como Zapatero na Espanha. São apenas alguns exemplos de como o tema "direitos humanos" está vivo, e move, mesmo quando parece não estar.

Bem, mas resta a questão do chavão que contrapõe a violência do crime aos direitos humanos... Há que agir em dois níveis, e essa ação já começou. A política nacional para a juventude, que está no início, atende já 8 milhões de jovens que deixaram a escola prematuramente, sem escolarização e sem perspectiva.

Atende como?

Em programas como o ProJovem, ProUni, Escola de Fábrica, Gente Jovem...É pouco, mas 8 milhões de jovens já é um bom começo. Nós temos que discutir também e implementar a massificação da cultura, do lazer, do entretenimento.

Mas, do ponto de vista prático...

Do ponto de vista prático já se sabe que uma das formas do PCC agir é dois jovens montarem numa moto e atirarem uma bomba incendiária num ônibus, ou num policial, ou num bombeiro, temos que chegar a esses jovens.

Onde está o mal maior?

Temos que enfrentar a cultura autoritária presente nas relações sociais, mas também nas relações subjetivas e intrafamiliares, que fazem parecer que as desigualdades, as enormes diferenças, entre homem e mulher, por exemplo, são normais. Temos que mudar a mentalidade de que crianças não são seres, são miniaturas, assim como a de que negros e índios são subraça, deficientes são párias...

Exemplifique algo que a sociedade não enfrenta.

O castigo físico nas crianças, que é disseminado, assim como o abuso sexual contra crianças, que é um fenômeno familiar, dentro das famílias. Tivemos nesses anos muitos avanços, mas agora decisivo é enfrentar essa cultura.

Terra Magazine
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1400176-EI6578,00.html

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1400176-EI6578,00.html

8 de fevereiro de 2007

 

Nilmário Miranda destaca imprensa na luta pelos direitos humanos

Nilmário Miranda, presidente do PT de Minas Gerais e ex-ministro dos Direitos Humanos do primeiro Governo Lula, lançou nesta quarta-feira, 7, em Salvador, seu terceiro livro intitulado Por Que Direitos Humanos. O Restaurante Pós-Tudo ficou lotado a partir das 19h. Compareceram os deputados estaduais Yulo Oiticica, Zilton Rocha, Zé das Virgens e o ex-deputado Emiliano José (PT). Petistas que começaram a chegar a Salvador para as reuniões dos dias 9 e 10 de fevereiro compareceram. Antigos companheiros dos cárceres da ditadura também foram cumprimentar Nilmário Miranda. Não houve discursos, mas, nas mesas, conversas ao pé-do-ouvido indicavam articulações políticas. Fred Fernandes representou a Secretária Marília Muricy, da Justiça e Direitos Humanos, com quem o ex-ministro se reúne hoje, quinta-feira,8.

Em tempo de críticas à imprensa, pelas coberturas aleijadas no mundo político, Nilmário Miranda rema contra a corrente e conta suas experiências de defesa dos direitos humanos a partir de denúncias feitas pelos jornalistas, com erros judiciários que levaram pessoas inocentes às prisões. Um exemplo é dramático. Alexandre Oliveira, ex-operário da construção civil, garçon, foi preso e condenado sob acusação de estupro de sua filha de um ano e seis meses. Sob bárbara tortura "confessou" o crime e por ele foi condenado. Na verdade, a criança tinha câncer de sete centímetros na vagina, diagonosticado pelos médicos como estupro. Nilmário dá nome aos bois.

O trágico erro foi noticiado pela Tribuna de Minas, de Juiz de Fora. Nilmário Miranda, também jornalista, levou o caso às autoridades brasileiras e à ONU, diante da conspiração para abafar as torturas, os erros médicos e judiciários. A jornalista Daniela Arbex chegou a ganhar o Prêmio Esso de Jornalismo Regional. Há uma sequência de erros crassos provocados por torturas policiais e acobertamento da Justiça. Junto com a imprensa, Nilmário Miranda vivenciou a luta pelos direitos humanos, como deputado estadual mineiro, como deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos e como ministro da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Não é teoria, é uma experiência de vida de um militante fundador do PT.

7 de fevereiro de 2007

 

Hoje, quarta-feira,7, Nilmário Miranda autografa em Salvador

Nilmário Miranda, ex-ministro dos Direitos Humanos no primeiro Governo Lula e atual presidente do PT mineiro, autografa hoje, quarta-feira, 7, em Salvador seu novo livro Por que Direitos Humanos. O lançamento será a partir das 19h, no Restaurante Pós-Tudo, no Freee Shop do Rio Vermelho. Quem organiza é a militância da 12a Zonal do PT municipal. O livro de Nilmário Miranda é prefaciado pelo presidente Lula e tem apresentação do ministro Patrus Ananias.

Quinta-feira Nilmário Miranda se reúne com Marília Muricy, Secretária da Justiça e dos Direitos Humanos da Bahia. Nos dias sex e sábado (9 e 10) participa das reuniões do PT que comemora seus 27 anos e promove o lançamento do III Congresso Nacional que vai ocorrer em junho próximo.

4 de fevereiro de 2007

 

Escândalo. Aécio Neves paga dívidas da Rede Globo e favorece Editora Abril e Folha de S. Paulo.

É a campanha presidencial de 2010 em marcha. Em Minas, a política tucana fede.

Já está na Internet,inclusive no site www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com. A manchete é: O governador de Minas, Aécio Neves, pagou US$ 269 milhões de dívidas da Rede Globo de Televisão na compra da Light.

O governador Aécio Neves na montagem de um esquema capaz de alavancar sua candidatura à Presidência da República vem utilizando, sem qualquer fiscalização, o patrimônio público de Minas Gerais. Isto porque tem contado com a omissão de parte da Assembléia Legislativa e da alta direção do Ministério Público mineiro.

A denúncia é do www.novojornal.com.br

Após utilizar-se das ações da Copasa, conforme matéria publicada pelo Novo Jornal em 19 de dezembro de 2006, intitulada “Aécio vende Copasa e investe no Rio”, transferindo para a empresa Capital Group International Inc., pertencente ao mesmo grupo econômico da Editora Abril e Folha de S. Paulo R$ 800 milhões em ações da Copasa agora através da Cemig monta a empresa RME – Rio Minas Energia Participações S/A, sem qualquer autorização legislativa para compra da concessionária de energia carioca Light, transferindo para os fundos credores da Rede Globo, GMAM Investment Founds Trust I, Foundations For Research, WRH Global Securities Pooled Trust, um crédito em ações de US$ 269 milhões, através do pagamento feito a maior que a quantidade de ações adquiridas na Bovespa pela RME – Rio Minas Energia Participações S/A, na operação de compra.

Este detalhe só é percebido se verificado o constante na folha 4 - II do parecer nº 06326/2006/RJ da Secretaria de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Fazenda, que analisou e aprovou a transação. Lá consta que a RME-Rio Minas Energia Participações S/A adquiriu 75,40% da Light, embora tenha comprado e pago 79,57%, inclusive é esta a quantidade de ações constantes nas atas da Cemig que autorizaram a compra assim como é informado no próprio site da Light.

Leia a íntegra em www.novojornal.com.br

E viva a imprensa livre, coisa que em Minas Gerais não existe.

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