9 de fevereiro de 2007

 

Nilmário Miranda rejeita refundação do vitorioso PT

LEIA ENTREVISTA NA TERRA MAGAZINE:
Sexta, 9 de fevereiro de 2007, 10h10

Terra Magazine - Bob Fernandes

Hoje, com um seminário internacional em Salvador e com um jantar à noite no Hotel Othon, com a presença do presidente Lula, o PT comemora seus 27 anos de existência. No final de semana, ainda na Bahia, o partido discute seus temas internos e o congresso nacional, marcado para julho. Ainda que cassado, um personagem segue onipresente no espectro partidário: José Dirceu. Documento oficialmente lançado ontem por centenas de signatários petistas tem como um dos alvos preferenciais o ex-ministro chefe da Casa Civil, homem que inegavelmente ainda detém grande poder no PT e mesmo em setores do governo.

Veja também:» Nilmário Miranda fala sobre o livro "Por Que Direitos Humanos"

A propósito dos passos do ex-ministro dentro do partido, Nilmário Miranda, presidente do PT em Minas, revelou a Terra Magazine:

- Vou te revelar uma coisa. O Zé Dirceu passou uma manhã em São Roque no final de semana. Saímos para caminhar juntos e ele me falou com toda a franqueza: "Não estou disputando nada. Quero reaver meus direitos políticos e resgatar a minha biografia. Não vou disputar cargo e poder nenhum dentro do partido, não vou disputar nada. Preciso de um apoio amplo para tentar reaver meus direitos e, portanto, não é hora de disputas para mim".

Nilmario se encontra em Salvador também para o lançamento do livro "Por que Direitos Humanos" (leia aqui), e falou também sobre o documento elaborado por um grupo de colegas do partido ligados ao ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro:

- Não tem guerra interna, não tem disputa de poder, o que há é um embate, uma disputa, no campo das idéias.

Leia mais da entrevista com Nilmário:

Terra Magazine - Discute-se muito nos últimos dias o documento de um grupo de petistas que convencionou-se atribuir ao ministro Tarso Genro. O sr., como presidente do PT de Minas, que críticas faria sobre o documento?

Nilmário Miranda - O documento é bom, não há questionamentos grandes entre esse documento e o do campo político, conhecido como Majoritário, que se reuniu no fim de semana em São Roque...

Mas há um barulho no ar...

...o que produziu esse barulho foi o uso de duas expressões. Uma delas, corrupção, e a comprovação de que a expressão não cabia foi sua retirada depois das críticas internas. A outra expressão é "refundação". Ora, um partido vitorioso mesmo com toda a carga crítica dos últimos dois anos, um partido que elegeu a maior bancada parlamentar, que elegeu governadores e, inclusive, dois a mais do que se previa, um deles num estado importante como a Bahia, que reelegeu o presidente, que acaba de eleger o presidente da Câmara, como falar em refundar?

A expressão é uma maneira de remeter a graves erros...

...tem que corrigir os graves erros, tem que enfrentá-los, mas a expressão refundar é importada da Europa, dos grandes partidos comunistas que perderam, que foram derrotados, e tiveram que se refazer. Nosso partido, com todos os seus erros, gostem ou não gostem, é uma referência em todo o mundo.

Mas há, nos parece, um embate sendo travado dentro do PT. Há um embate, há uma disputa, no campo das idéias. Não tem guerra interna, não tem disputa de poder, essa é uma questão colocada e alimentada pela mídia. Conversas de corredores existem e existirão sempre, mas quem está no partido sabe que o desejo agora é outro, é de encontrar novos caminhos, de discutir a reforma política e não promover uma batalha interna.

Mas parece claro que de um lado estão alguns grupos, entre eles o que se costuma ver ligado ao ministro Tarso Genro, e outro, obviamente, ligado ao ex-ministro José Dirceu.

Vou te revelar uma coisa. O Zé Dirceu passou uma manhã em São Roque. Saímos para caminhar juntos e ele me falou com toda a franqueza: "Não vou disputando nada. Quero reaver meus direitos políticos e resgatar a minha biografia. Não vou disputar cargo e poder nenhum dentro do partido, não vou disputar nada. Preciso de um apoio amplo para tentar reaver meus direitos e, portanto, não é hora de disputas para mim".

O que interessa ao partido agora?

Discutir uma relação socialista moderna que não é mais um debate econômico, discutir como, num partido sem recursos, se pode enfrentar a força dos mandatos.

Como assim?

Os mandatos parlamentares têm muito poder, muito aparato, e para se discutir isso num partido tem que se discutir a reforma política, o financiamento de campanhas. Toda a nossa grave crise passou pela questão do financiamento de campanhas.

Terra Magazine
» Nilmário Miranda fala sobre o livro "Por Que Direitos Humanos"

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