17 de julho de 2009

 

Política Baiana com Dedo na Ferida

Ele se chama Antônio do Carmo. Não o conheço pessoalmente. Mas seu blog intitulado “Política Baiana com Dedo na Ferida” é quente. Quentíssimo.

Na apresentação ele logo vai dizendo: “Vou meter o dedo na ferida, vou fazer análise do momento político baiano, fora das convenções da política, fora do que é politicamente correto, vou mostrar o que está por trás de cada movimento ou de cada declaração”.

E então ele vai descendo sarrafo.

SEGUEM ALGUMAS CHAMADAS:

Jornal da Metrópole: Wagner tem culpa da preguiça de Paulo Souto?

Wagner tem culpa da opção de Paulo Souto em isolar a Bahia?

Wagner tem culpa por Paulo Souto nunca ter tido uma audiência com Lula nos quatro anos de governo?

LEIA O TEXTO:

O Jornal da Metrópole trás uma matéria de capa onde, sem muita consistência, Armando Avena, João Carlos Bacelar e Paulo Souto, tentam, desesperadamente, desconstruir a mudança de atitude do governo do estado em atrair novos investimentos internacionais para a Bahia, em viagens feitas, onde todos sabem que os resultados são de médio, longo prazo.

Na verdade, o que eles argumentam com força é a tentativa de esconder o fato de Paulo Souto, quando governador, ficar deitado em berço esplêndido sem fazer viagens deixando o estado isolado.

Geddel o reciclável: anatomia de quem tem uma única ideologia – estar no poder.

Geddel não ama ninguém. Cultiva a intriga palaciana rasputiniana, um ambiente que Wagner rejeita por convicção.

O PMDB todos sabem que é aquele brega, né? É dinheiro pra cá, quero mais pra lá... Geddel não tem força numérica dentro do PMDB. A sorte dele é que ele virou uma espécie de fiel da balança. Surfa na situação gerada dentro de um partido dividido no qual um pentelhésimo de voto pode decidir a disputa pró-Serra ou pró-Lula.

Pois é. Nos ziguezagues que a política dá, eis que Geddel se tornou uma dama cobiçada. Não por ter muitos atributos, mas por possuir a chave do brega, onde estão guardados minutos preciosos na TV em 2010.

Conquistar a maioria do PMDB, significa aos pretendentes gastar com buquês de flores, vinhos caros, BMWs, oxi, desculpe, misturei mulher de novo... na verdade to falando de cargos, música para os ouvidos e faz-me rir, muuito faz-me rir.

É isso, Geddel seria, então, uma dama fácil, daquelas que, de tão fácil, todo mundo tem chance com ela. É a noite de glória. Aí posa de difícil - enquanto o preço dela sobe. Não existe amor nessa relação.

Quem pensar isso e dormir no ponto, vai acabar tomando um “boa-noite-Cinderela”. Lula, o mestre da sedução, foi lá e bancou o jogo alto da fulana (você não vale nada, mas eu gosto de você). Mas ele bem sabe, esse tipo de teúda tem que ser vigiada, pois é daquelas que vacilou um minuto, olha ela lá, pulando o muro do vizinho.

PAULO SOUTO VAI A JUAZEIRO CONFERIR DE PERTO O QUE ELE NÃO FEZ. E WAGNER FEZ (retrovisor ao vivo e a cores..)

GOVERNADOR WAGNER INAUGUROU O HOSPITAL DE JUAZEIRO COM 134 LEITOS E INVESTIMENTOS DE R$30 MILHÕES.


GEDDEL O RECICLÁVEL: ANATOMIA DE QUEM TEM UMA ÚNICA IDEOLOGIA – ESTAR NO PODER! 2


CESAR BORGES: CARLISTA DE QUATRO COSTADOS, USA LULA PARA COMBATER WAGNER.

O Senador César Borges, é outro emblema da vida política baiana, semelhante a Geddel.

Direitista de Jequié, inimigo de Lula quando Lula ainda não estava com a força que tem hoje, aderiu, no adesismo mais descarado (capaz de fazer Ney Ferreira ficar rubro).

Segurança Pública é com ele mesmo, lembrem que ele ERA GOVERNADOR NA MAIS VIOLENTA GREVE DA PM de 2001 e na repressão aos estudantes no episódio da cassação de ACM. Se é que vale a comparação, César Borges é mais direita que Paulo Souto. Mas eu dou um pelo outro e não quero volta.

TERRA MAGAZINE: WAGNER TEM COMO REFERÊNCIA O QUE É MELHOR PARA A BAHIA E O PAÍS.

EMILIANO JOSE FALA SOBRE DNA DE GEDDEL!

DEPUTADO, EM ENTREVISTA AO TERRA MAGAZINE, DESNUDA O TIPO DE ALIADO QUE É GEDDEL.
transcrição:

“O que era tragédia com ACM, é farsa com Geddel”, diz Emiliano José

CONFIRA O BLOG POLÍTICA COM O DEDO NA FERIDA

 

Blog da Petrobras está perto de um milhão de acessos

É um fenômeno. Com 41 dias de existência, o Blog da Petrobras já ultrapassa a marca de 900 mil visitas. Desde que entrou no ar, foram 165 posts, cerca de 8 mil comentários publicados e mais de 6 mil seguidores do perfil blogpetrobras no Twitter. Criado para dar mais transparência às iniciativas da Petrobras, o Fatos e Dados inaugurou a entrada da companhia em um universo de comunicação mais democrático e participativo.

MAIS TRANSPARÊNCIA - A Petrobras foi considerada a empresa mais transparente do setor petroquímico e a 4º mais transparente na classificação geral, pela 3ª edição do Estudo Anual de Transparência e Sustentabilidade nas Empresas do Ibovespa, realizado pela consultoria Management & Excellence América Latina (M&E) em parceria com a revista Razão Contábil e o Instituto Brasileiro de Relacionamento com Investidores (IBRI).

O ranking foi elaborado a partir da análise das empresas que compunham a carteira do Ibovespa em dezembro de 2008. O estudo analisa critérios de Responsabilidade Social, Governança Corporativa e Sustentabilidade e avalia o grau de divulgação de dados relacionados à sustentabilidade em websites, relatórios anuais e outros documentos elaborados pelas empresas.

A Petrobras é nossa!

 

PT debate programas de habitação em Valente, no semi-árido da Bahia

Neste exato momento (sexta,17) está ocorrendo um debate importante em Valente, cidade plantada em pleno semi-árido da Bahia. A vereadora petista Leninha promoveu o debate sobre políticas públicas de habitação e regularização fundiária.

O encontro está se dando na Casa Brasil. O objetivo foi o de reunir os moradores das zonas rural e urbana em torno do tema. Leninha é a líder da bancada municipal do PT em Valente e também presidente da Comissão de Educação, Saúde, Obras e Serviços Públicos da Câmara Municipal.

Os dois programas estão sendo apresentados por Liana Viveiros, Superintendente de Habitação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Sedur) e Rosival Leite, Coordenador Estadual do Projeto Habitação Rural da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado da Bahia (Fetraf-Bahia).

“Depois que saiu na televisão o povo todo dia vinha pro sindicato perguntar sobre os programas e a gente não sabia mais o que fazer. Agora todo mundo vai poder matar a curiosidade e tirar as suas dúvidas”.

Quem disse isso foi o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (Fetraf-Valente), Claudionor Lima Aquino.

Além do sindicato foram convidadas todas as associações comunitárias rurais e urbanas. As entidades mobilizaram os moradores “a fim de conhecerem e debaterem as políticas públicas de habitação dos governos Lula e Wagner”.

A vereadora Leninha (PT-Valente) disse: “Tinha muita gente me procurando para saber mais sobre programas de habitação popular dos governos federal e estadual. Por conta disso tomamos a iniciativa de apresentar à Câmara de Vereadores o requerimento propondo o encontro.

As cidades da Bahia estão precisando de vereadores como Leninha do PT de Valente.

 

Deputado petista defende rádios comunitárias da Bahia

Centenas de representantes de associações e rádios comunitárias estiveram presentes no seminário “Democratização das Rádios Comunitárias” promovido pelo deputado estadual Zé Neto (PT-BA) em parceria com a Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo da Bahia. O encontro aconteceu no dia 1º de julho no auditório da Unidade Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana (UNEF).

Os debatedores foram, além do deputado estadual Zé Neto, Mário Sartorello, representante do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB); Rosely Arantes, representante da AGECOM; Arlene Freire, presidente regional da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO) e Jonicael Cedraz, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), um veterano na luta das rádios comunitárias.

O deputado estadual Zé Neto – que foi o primeiro advogado do Sindicato dos Radialistas de Feira de Santana - salientou a importância do diálogo sobre a democratização das Rádios Comunitárias. “O evento tem como objetivo colocar Feira de Santana num foco importante para o Estado e para o Brasil. O ponto positivo é o diálogo com todos os setores, não seria diferente com as Rádios Comunitárias.

“A questão da democratização e da sustentabilidade é um dos pontos que nós precisamos resgatar das lutas todas do movimento de Rádios Comunitárias e possa potencializar e dar força. É neste sentido que eu estou aqui trabalhando juntamente com o governo para que a ação institucional possa ouvir um movimento tão importante para a sociedade”, ressaltou Zé Neto.

PRIMEIRO NA PESQUISA - O deputado Zé Neto (pt-ba) obteve 4,5% das intenções de voto do eleitorado de Feira de Santana para a eleição para deputado estadual de 2010, segundo pesquisa realizada pela Farani - Consultoria e Pesquisa. Zé Neto aparece com o maior percentual entre os possíveis candidatos do município a uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia.

 

José Serra perguntou na sala de aula: quem aqui o pai fuma?

Alguém aí entendeu o que José Serra queria dizer? Pois é, com todo seu conhecimento e diplomas, o intelectual José Serra saiu-se com essa numa sala de aula, comenta o professor Sírio Possenti, do Departamento de Lingüística da Unicamp, na revista Língua Portuguesa. São erros, são pensamentos truncados. Um aluno poderia ter respondido: “não, aqui ninguém fuma o pai”.

Então me lembrei de alguns formadores de opinião que tentaram durante largo tempo desmoralizar o presidente Lula com base em seu linguajar de origem operária. Quem não se lembra da insistência das citações da expressão popular “menas verdade”?

As críticas da imprensa brasileira são muito seletivas. São ataques políticos. O presidente Lula falava errado. Oh!!! Mas todos se calam diante das barbaridades ditas por José Serra. E até mesmo por outros intelectuais. Em debate recente, Luiz Gonzaga Beluzzo, que não é nenhum iletrado, dizia: “Os demais derivativos, os valores estabilizaram”. São erros, pensamentos truncados. Mas o alvo é Lula, então nada disso é motivo de comentário.

Dei muita risada com os comentários de Sírio Possenti no artigo intitulado “Cinco notas”, publicado na revista digital Terra Magazine. Ele comentava o artigo de Carlos Heitor Cony (Folha de S. Paulo) intitulado “O Morfema”. Ora, como é que Cony, cronista, jornalista, romancista, membro da Academia de Letras, afirma que não conhece a palavra “morfema”? Essa palavra circula há pelo menos 80 anos. É como se um engenheiro não conhecesse a palavra “átomo”, ou um médico a palavra “gene”.

Pois é. Heitor Cony admite publicamente que não sabe o que é “morfema”, José Serra chega numa sala de aula e fala coisa desencontrada, Beluzzo solta uma frase solta. Eles não são o alvo, não são notícia. Lula é o alvo.

Aliás, lembrei-me de Marcos Bagno, doutor em Lingüística, autor da obra “A norma oculta”. Ele detona os preconceitos de professores e colunistas de jornal que se dedicam a impor a norma culta aos infelizes brasileiros.

Como dizia, a imprensa partidarizada já tentou ridicularizar o presidente Lula, de origem operária, por ter usado "menas verdade". Pois Marcos Bagno comenta que o caso Lula é especialíssimo, porque ele foi se apropriando das normas linguísticas ditas cultas e de prestígio, sem abandonar as expressões populares.

Lula é um ator linguístico de boa qualidade, e até brincou com isso uma vez: "Lembram-se quando eu falava "menas"? Pois agora eu falo "concomitantemente".

Segundo o pesquisador Marcos Bagno, Lula não trocou uma coisa pela outra, continua usando esses dois conjuntos de falares quando lhe interessa usar esse ou aquele.

As elites acham que o brasileiro fala mal o português. O caso do uso de "menas" pelo presidente Lula é de interpretação muito simples para um lingüista. Temos aqui um advérbio. Os advérbios em princípio são invariáveis, não assumem flexão de gênero e número, mas são muito parecidos com os adjetivos, que se flexionam.

Por exemplo: o advérbio "meio". Machado de Assis tem um conto que fala: "Filomena era muito bonita, porém meia triste". A isso chama-se concordância por atração. É o mesmo que acontece com a expressão "menas corrupção". Ou seja, Machado de Assis pode falar menas, mas Lula não pode. Só mesmo nos textos safados de jornalistas babacas.

Pelo sim, pelo não, o presidente Lula parou de usar "menas verdade", mas não se cansa de usar outras expressões populares para se comunicar com o povo, o que a Folha de S. Paulo com suas normas cultas não consegue. Sou mais Lula. E não perdôo as babaquices de José Serra.

 

Escutas telefônicas flagram jornalistas vendendo “notícia” online

As escutas telefônicas da Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, conduzida em parte pelo delegado Protógenes Queiroz, produziu alguns efeitos colaterais.

Segundo reportagem da revista Carta Capital (15 de julho) o ex-diretor da Construtora Andrade Gutierrez, Roberto Amaral, foi designado por Daniel Dantas para um trabalho específico: “plantar notícia de interesse da quadrilha na imprensa brasileira (...) assim, a dupla (Roberto Amaral e Daniel Dantas) “foi pega em meio a uma negociata de suborno com pelo menos dois jornalistas: Gilberto De Pierro (o Giba Um) e Cláudio Humberto Rosa e Silva, ex-porta-voz do ex-presidente Fernando Collor de Mello, cassado em 1992 por corrupção”.

A revista Carta Capital afirma que “ambos (Gilberto Di Pierro e Cláudio Humberto) publicavam notas em colunas online contra desafetos de Dantas, por valores que variavam entre 5 mil e 20 mil reais”.

A revista Carta Capital completa: “Cláudio Humberto também foi remunerado, segundo e-mail interceptado pela PF, em 117 mil reais referentes a anúncios publicados no Jornal de Brasília”.

A carta Capital é cruel. Na legenda das fotos dos dois jornalistas escreveu:

“ARAUTOS. Das boas ações do orelhudo, também conhecido como “olhos verdes sensuais”, De Pierro e Cláudio Humberto saíram barato para o corruptor”.

16 de julho de 2009

 

Em informação dos “birutas de aeroporto” não se pode confiar

O jornalista Daniel Pinto, em Brasília, caiu na besteira de repassar uma “notícia” baseada no depoimento do chefe dos birutas de aeroporto da Bahia, Roberto Maia.

A nota, publicada no site Bahia Notícias, do jornalista Samuel Celestino, dizia que “na ocasião, o presidente da UPB, Roberto Maia, chamou Lula em um canto e disse que tinha realizado uma marcha assim na Bahia, mas que o evento foi tratado como um manifesto político pelo governador Jaques Wagner. O presidente balançou a cabeça em sinal de reprovação”.

Nesta quinta-feira (16) comecei a ficar desconfiado quando li uma nota do jornalista Levi Vasconcelos, na coluna Tempo Presente do jornal A Tarde, que jogou dúvida sobre o balançar de cabeça do presidente Lula: “Lula olhou, balançou a cabeça, com jeito de quem reprovou. Se Wagner ou Maia, não se sabe”...

Só depois li o desmentido da Secretaria de Imprensa da Presidência da República, no mesmo site Bahia Notícias.

“A Secretaria de Imprensa da Presidência da República, em contato com o Bahia Notícias, negou que o presidente Lula tenha aprovado ou desaprovado a atitude do governador Jaques Wagner em relação à marcha realizada em Salvador pela União dos Municípios da Bahia (UPB).

De acordo com a assessoria, o presidente Lula não manteve qualquer conversa com o líder da entidade, Roberto Maia, e o suposto gesto de desaprovação deve ter sido mal interpretado pelo peemedebista. Conforme o órgão federal, muita gente falava com o presidente enquanto ele deixava o local onde ocorreu a cerimônia e ele fez alguns acenos, mas não houve contato direto com ninguém na saída do auditório do Hotel Alvorada, em Brasília.

Agora entendi porque Jaques Wagner chamou alguns prefeitos baianos de “birutas de aeroporto” num desabafo público.
Nem em informação de biruta de aeroporto se pode confiar.

15 de julho de 2009

 

Deputado da Bahia garante audiência pública para debater fim da exigência do diploma de jornalista

O jornalista e deputado federal Emiliano José (PT-BA) garantiu na Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal (dia 15/7) a realização de audiência pública para debater a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da não exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

Segundo o parlamentar, já havia um requerimento da professora e deputada Raquel Teixeira (PSDB) solicitando o debate. Como ela não estava presente, Emiliano subscreveu a proposta e garantiu a aprovação da audiência, que será realizada na plenária da Comissão de Educação e Cultura em conjunto com a Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática, com data ainda a ser definida.

Emiliano lembrou a “ofensiva do STF contra a sociedade brasileira”, recordando as decisões tanto da revogação da antiga lei de imprensa como do fim da exigência do diploma para o exercício do jornalismo. O deputado já havia apresentado uma proposta ao presidente da Câmara, Michel Temer, pedindo a elaboração de projeto de uma nova lei de imprensa que, segundo ele, irá garantir a democratização dos meios de comunicação e proteger a sociedade dos crimes cometidos pela imprensa.

 

A revista IstoÉ desta semana traz matéria revelando os podres do DEM no Senado

A revista IstoÉ desta semana traz matéria revelando que tramita na 12ª Vara Federal de Brasília, em segredo de Justiça, um processo que revela um personagem chave que começa a jogar luz sobre a caixa-preta em que se transformou a primeira-secretaria do Senado, controlada há 12 anos com mão de ferro pelo antigo PFL, hoje DEM. Trata-se de Aloysio de Brito Vieira, conhecido como Matraca, ex-presidente da Comissão de Licitação da Casa, que se tornou o operador de um esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propinas que funciona com a conivência ou participação de alguns senadores do DEM, de acordo com a revista.

Ainda segundo IstoÉ, o 1º secretário Efraim Morais (PB) recebeu R$ 300 mil/mês do esquema. Quem pagava era a empresa Ipanema, que manteve contrato no valor de R$ 30 milhões até março passado, para fornecer mão-de-obra à agência, TV e rádio Senado. Vamos aguardar o fim do processo e ver o destaque que será dado na mídia. (Ricardo Mello - Blog ZD)

14 de julho de 2009

 

Na Câmara, deputado desce a lenha em Paulo Souto

Paulo Souto do DEM é um péssimo candidato ao governo da Bahia. A oposição vai penar o diabo para fazer a defesa dele. Uma pequena amostra do perfil de Paulo Souto o deputado federal Emiliano José (PT-BA) traçou em discurso na Câmara Federal. "Paulo Souto deixou uma dívida de R$ 205 milhões dos quais R$ 15 milhões são refentes a repasses para o SAMU 192". O que terá feito Paulo Souto com o dinheiro do SAMU?

Tem mais. "Paulo Souto deixou de aplicar quase R$ 5 milhões em ações no combate à dengue (...) ele deveria ter gasto R 13 milhões na aquisição de remédios básicos e só aplicou R$ 4,4 milhões. Ao contrário dele, o Governo Wagner investiu R$ 21 milhões na compra de medicamentois da Farmácia Básica para os municípios baianos (...) o grande feito de Paulo Souto foi ter fechado a Bahiafarma, uma das maiores fábricas públicas de medicamentos. Ao contrário dele, Wagner está recriando a Bahiafarma"

LEIA O PAU NA ÍNTEGRA

 

O jogo que Geddel quiser jogar eu topo, diz Wagner em Terra Magazine

A revista digital Terra Magazine, editada pelo jornalista Bob Fernandes, continua a esquentar a política baiana. Sua reportagem lembra que o ministro da Integração Nacional do governo Lula, Geddel Viera Lima, do PMDB, busca viabilizar-se como candidato ao governo da Bahia. “Chegou a verbalizar ali e acolá a idéia de ser um candidato de consenso entre as oposições contra o governador Jaques Wagner, do PT”.

Como oposição na Bahia significa também o DEM, tal movimento implicaria, naturalmente, em ter um outro candidato à presidência da República que não o candidato do presidente Lula. O problema para Geddel é que o ex-governador Paulo Souto, do DEM, nome forte no estado, também já se anuncia candidato ao governo, contra Wagner. Donde, se tornada concreta a candidatura Souto, a tal união de oposições não se daria como imaginado pelo ministro.

Em entrevista a Terra Magazine, Geddel confirmou o rompimento com o governo Wagner.

Na segunda, 13, o deputado federal Emiliano José (PT-BA), muito próximo a Jaques Wagner e ao ex-governador Waldir Pires bateu duro em Geddel. Para tentar entender todo esse molejo, essas ondas na política baiana, Terra Magazine ouviu o governador Jaques Wagner no início da madrugada desta terça-feira.

Disse o governador:

- O que eu quero, o meu desejo, é continuar com a aliança (...) nesse projeto o ministro Geddel, naturalmente, disputaria a senatoria (...) mas se ele romper ele sai, não sou eu quem vai botá-lo pra fora (...) quero manter a aliança, mas se ele quiser sair... o jogo que ele jogar, quiser jogar, eu topo.

LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA

Terra Magazine - Governador, o que temos aí na Bahia? O PMDB do ministro Geddel, integrante da aliança que elegeu o senhor, rompeu com o seu governo?

Jaques Wagner - Eu já disse e repito que ganha quem junta, quem agrega, reúne, e não quem separa. O que eu quero, o meu desejo, é continuar com a aliança de nove partidos que me elegeu e chegou comigo ao governo em 2006. E as várias conversas que tive com o ministro Geddel foram no sentido de manter o projeto, onde, naturalmente, ele iria para a senatoria, disputaria a vaga de senador dentro dessa aliança em 2010. Foi sempre esse o rumo da nossa conversa.

Quando foi a última conversa?

Há umas três semanas, eu, ele e o irmão dele, Lúcio, que é o presidente do PMDB na Bahia. Em algum momento ele começou a levantar a suspeita que o PT não queria votar nele, que poderia atrapalhar, e eu disse "se você diz, sugere que não está, não estará na aliança, aí sim pode surgir esse problema... porque o PT votaria em você se você diz não querer integrar a aliança?". Mas as conversas, de minha parte, e em consonância com o projeto do presidente Lula para 2010, foram sempre no sentido de manter, agregar...

Mas nessa última conversa ele não falou em deixar o seu governo?

Ele falou que precisava fazer um movimento para fortalecer as bases do partido, ouvir as bases do partido, e então, em setembro, ele vai avaliar. Olha, é um direito dele sair e montar um chapa para concorrer ao governo.... não sei quem ele vai apoiar para presidente se fizer isso, mas eu sigo meu caminho; apoio a Dilma, sou candidato à reeleição e estou organizando minha chapa.

Mas, insisto, ele não disse que deixaria o seu governo?

Não, me disse que ouviria o que querem as bases.

E ele seria candidato ao governo?

Como hipótese isso existe, mas se ele romper ele sai, não sou eu quem vai botá-lo pra fora. Não faço questão de romper, repito que prefiro juntar, agregar, mas que fique claro: o jogo que ele jogar, quiser jogar, eu topo. Agora, eu sou pelo menor caminho entre dois pontos e o menor e melhor caminho seria manter a aliança e até ampliar se for possível. Se não for, enfrentaremos o jogo que vier. Eu escolho aliados, não escolho adversários. Tenho interesse em manter, mas se não houver interesse, paciência, vamos para o jogo.

Fonte: Terra Magazine

 

PT de Salvador convida para lançamento de novo site com palestra e samba

O Diretório Municipal do PT de Salvador, presidido pela vereadora guerreira Vânia Galvão, lança nesta quinta-feira, 16, seu novo site oficial com festa e pompa.

Durante o evento o Secretário de Comunicação do Estado da Bahia, Robinson Almeida e o Deputado Federal Emiliano José farão palestras sobre comunicação e conjuntura. A festa de Lançamento acontecerá na sede do Partido, na Ladeira da independência, nº 16, às 19h.

Quem informa é a jornalista Roberta Di Pierro, assessora de comunicação do PT de Salvador.

13 de julho de 2009

 

Deu no site Política Livre: “O que era tragédia com ACM, é farsa com Geddel”

Em entrevista ao site Terra Magazine, o deputado federal Emiliano José (PT) criticou o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Segundo ele, Geddel tem sido grosseiro com um aliado e “com um governo no qual tem secretarias”. “O ministro copia gestos e reproduz ecos do passado, da antiga oligarquia baiana (…) Numa oligarquia lá atrás, com ACM, era tragédia, pela voz do Geddel é farsa”.

Emiliano disse ainda que sempre afirmou em reuniões internas do PT que o rompimento entre o PMDB e o seu partido estava próximo porque o ministro estaria sempre destacando o trabalho das secretarias estaduais sob responsabilidade do PMDB e não defendendo as realizações do governo Wagner.

O petista disse também que “não gostaria de citar quem já não está”, referindo-se a ACM, com quem teve inúmeros entreveros, mas diz que agora o faz porque ao ser questionado sobre semelhanças com Antônio Carlos Magalhães o ministro Geddel tem respondido com críticas a Jaques Wagner e Waldir Pires. “Ao comparar Wagner a Waldir ele não agride nem a um nem a outro, apenas pretende que isso seja uma agressão (…) e creio que ACM não gostaria dessa comparação com o ministro Geddel, creio por recordar tudo o que ele disse sobre Geddel quando era vivo”.

 

Traição anunciada: Geddel rompe com Wagner e põe cargos à disposição

Depois de uma aliança de três anos com o PT baiano, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), decidiu lançar-se candidato ao governo da Bahia e pôs os cargos dos peemedebistas à disposição do governador Jaques Wagner (PT). Aconteceu sábado (11/07/09), mas foi apenas o desfecho de uma traição anunciada.

O ministro confessou que não consultou o presidente Lula antes de tomar a decisão, mas que ainda apoia a candidatura de Dilma Rousseff à presidência da República. "Comuniquei que havia uma tendência de o PMDB vir a apresentar um candidato e que o nome que estava sendo colocado era o meu. E que se sentisse à vontade, portanto, com as posições que o PMDB ocupa no governo", disse Geddel à revista eletrônica Terra Magazine.

A traição foi completa. Geddel Vieira Lima não comunicou ao presidente Lula o rompimento, mas correu para comunicar ao candidato da oposição, Paulo Souto (DEM). E ainda achou o ato “um dever de lealdade” com o político carlista.

 

Deputado Emiliano José (PT-BA) reage e desce o pau no ministro Geddel

Bob Fernandes, editor da revista eletrônica Terra Magazine entrevistou o deputado federal Emiliano José (PT-BA), repercutindo o rompimento do chefe do PMDB baiano, Geddel Vieira Lima, com o Governo Wagner. O título da matéria é “O que era tragédia com ACM, é farsa com Geddel”. Emiliano critica Geddel pela grosseria política, copiando gestos da antiga oligarquia baiana, ecos do passado como o mandonismo político. Geddel tem feito um jogo de palavras comparando Wagner a Waldir Pires, como se fosse defeito e não mérito. Com ACM isso tudo era uma tragédia, com Geddel não passa de farsa.

LEIA NA ÍNTEGRA O PAU QUE EMILIANO DÁ EM GEDDEL

O que era tragédia com ACM é farsa com Geddel

Terra Magazine – Por Bob Fernandes

Emiliano José é deputado federal (PT-BA). Suplente, assumiu há pouco a vaga de Nelson Pellegrino. Jornalista, professor da Faculdade de Comunicação na Universidade Federal da Bahia, ex-preso político por 4 anos, Emiliano é autor de 8 livros, entre eles "Lamarca, Capitão da Guerrilha" (com Oldack Miranda) e "Imprensa & Poder, Ligações Perigosas". Amigo e de estreita ligação política com o ex-governador e ex-ministro Waldir Pires e com o governador da Bahia, Jaques Wagner, Emiliano rompe o silêncio tático nesta entrevista a Terra Magazine.

Como se viu aqui no sábado último, Geddel Viera Lima, ministro da Integração Nacional no governo Lula, um dos líderes de uma das facções do PMDB, anunciou rompimento com o governo Wagner, no qual tem, entre outras posições, duas secretarias. Geddel rompeu e tem, na paróquia, dito que Jaques Wagner é igual a Waldir Pires. Pretende o ministro que tanto seja uma crítica. O deputado Emiliano esquece o silêncio reinante, mais mineiro do que baiano, e bate:

- Geddel tem sido grosseiro com um aliado, com um governo no qual tem secretarias. O ministro copia gestos e reproduz ecos do passado,da antiga oligarquia baiana (...) Numa oligarquia lá atrás, com ACM, era tragédia, pela voz do Geddel é farsa.

O deputado Emiliano José ressalva que "não gostaria de citar quem já não está". Refere-se a ACM, com quem teve inúmeros entreveros, mas diz que agora o faz porque ao ser questionado sobre semelhanças com Antônio Carlos Magalhães o ministro Geddel tem respondido com críticas a Jaques Wagner e Waldir Pires:

- Ao comparar Wagner a Waldir ele não agride nem a um nem a outro, apenas pretende que isso seja uma agressão (...) e creio que ACM não gostaria dessa comparação com o ministro Geddel, creio por recordar tudo o que ele disse sobre Geddel quando era vivo.

TERRA MAGAZINE - Deputado, o que se passa na Bahia? O ministro Geddel Viera Lima anunciou no fim de semana o rompimento com o governo do petista Jaques Wagner, onde ele tem, entre outros cargos, duas secretarias muito fortes.

EMILIANO JOSÉ - Quem tenha me ouvido em diversas reuniões do PT se lembrará que eu dizia ser essa a crônica de um rompimento anunciado. Dizia porque percebia a movimentação do ministro no interior do próprio governo Wagner, desenvolvendo atividades nitidamente paralelas, nunca destacando as realizações do governo Wagner, sempre ressaltando apenas o trabalhos das secretarias sob seu domínio e com uma cultura, um linguajar político que lembra muito mais o passado oligárquico da Bahia do que os novos tempos, republicanos e democráticos, conduzidos pelo governador. Geddel prenunciava o rompimento...

TERRA MAGAZINE - E o rompimento se deu...

EMILIANO JOSÉ - Havia um esforço do governador em preservar a aliança, Wagner levou sempre em consideração o PMDB no quadro nacional, no governo Lula, enquanto Geddel foi esquentando a hipótese do rompimento, aparentemente como se vivesse um dilema hamletiano, mas foi sempre um dilema confortável porque amparado nas secretarias de Infraestrutura e Indústria e Comércio. Dois anos e meio depois ele rompe. É um direito dele sair, disputar o governo, mas o que me impressiona é a cultura política que ele revela, na verdade volta a revelar, porque ele é o que sempre foi.

TERRA MAGAZINE - A que "cultura" você se refere?

EMILIANO JOSÉ - Nitidamente a ecos do passado. Isso que estamos ouvindo são ecos do passado oligarca, de mandonismo. O ministro copia gestos e atitudes da oligarquia que governou a Bahia por muito tempo.

TERRA MAGAZINE - Deputado, sutilezas e eufemismos à parte, o sujeito presente mas ausente nas suas frases é Antônio Carlos Magalhães. Ou não?

EMILIANO JOSÉ - É, mas eu não gostaria de fazê-lo, tento não fazê-lo. Ele já não está - entre nós e eu que tive com ACM divergências públicas, explícitas, inclusive de natureza nacional, não gostaria de citá-lo, até por respeito à família...

TERRA MAGAZINE - Mas...

EMILIANO JOSÉ - Mas como eu soube que essa comparação entre ele e ACM tem sido eventualmente citada e ele responde com o que imagina serem ataques ao governador Wagner e ao ex-governador Waldir Pires, não posso deixar de notar que são evidentes as semelhanças entre as atitudes do ministro e antigas atitudes e práticas do ex-governador Antônio Carlos.

TERRA MAGAZINE - O que foi dito que o incomodou?

EMILIANO JOSÉ - Nos últimos dias, perguntado se gostava ou se incomodava-se ao ser comparado a ACM, Geddel disse que não se incomodava e não se incomodava porque havia também quem comparasse Wagner a Waldir. Ora, isso de um lado reflete a cultura da grosseria, a falta de civilidade política de quem é aliado do governo, está dentro do governo, e ainda assim pretende agredir duas figuras do porte do governador e de Waldir, essa figura extraordinária da vida brasileira. Não agride nem a um nem a outro, apenas pretende, e ao fazê-lo cada vez mais se parece com o que havia de pior em quem já não está entre nós.

TERRA MAGAZINE - ACM?

EMILIANO JOSÉ - ...E creio que ACM não gostaria dessa comparação com o ministro Geddel, creio por recordar tudo o que disse sobre Geddel quando era vivo. Mesmo que eu não entre no mérito do que era dito, não tenho como esquecer que tudo aquilo foi dito e repetido inúmeras vezes. O que não se contesta, nem se pode contestar, é uma candidatura dele ao governo; isso é da vida política, é um direito, mas é necessário contestar os métodos e os meios: estando dentro do governo, sendo teoricamente um aliado, passar a agredir ao governador e a Waldir não tem sentido, não educa politicamente. Não revela respeito algum por nada, é o poder pelo poder. Não pretendemos e não vamos ouvir ecos das vozes do passado. Numa oligarquia lá atrás, com ACM, era tragédia, pela voz do Geddel é farsa.
Fonte: Terra Magazine

12 de julho de 2009

 

Mais informações sobre o livro que conta a história do líder petroleiro Mário Lima

O atual deputado federal Emiliano José (PT-BA) há anos vem escrevendo a história da ditadura militar sob a ótica dos ex-presos políticos da Bahia. O título da obra é “Galeria F - Lembranças do Mar Cinzento”. Em 2005, ele lançou o segundo volume. Na contracapa do livro o ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, afirma que sem o resgate da verdade histórica o Brasil não conseguirá construir uma sociedade democrática de fato. A obra de Emiliano José resgata a memória dos ex-presos políticos que passaram pela Penitenciária Lemos de Brito, na Bahia.

A obra “Galeria F – Lembranças do Mar Cinzento – Parte 2”, que em sete capítulos resgata a história de luta de Mário Lima, é prefaciada pelo jornalista e escritor Alípio Freire (editor da Revista Sem Terra e membro do Conselho de Redação da Revista Teoria e Debate). Na mesma obra Emiliano José resgata as histórias de Theodomiro Romeiro dos Santos, prisioneiro condenado à morte pela ditadura militar, e de comunistas importantes na vida política baiana como Ana Montenegro, Luís Contreiras, Mário Alves de Souza (de Alagoinhas), Everardo Públio de Castro (de Conquista) e Péricles de Souza, dirigente do PCdoB. Também resgata a história do militante cristão Sérgio Gaudenzi.

OS SETE CAPÍTULOS ESTÃO NO SITE DE EMILIANO

 

Emiliano José, no livro “Galeria F – Lembranças do Mar Cinzento – Parte 2” resgata a vida e a luta de Mário Lima o líder petroleiro

Abaixo o Capítulo 20:

Em fevereiro de 1958 a Refinaria de Mataripe, da Petrobrás, abriu concurso para operadores. Mário Lima, 23 anos, passa em 14o lugar. No dia 17 de março do mesmo ano é contratado como estagiário. Deveria, então, fazer um curso e o estágio para só então ingressar ou não na empresa. Ao final de seis meses, outro exame e ele passa em 1o lugar. Está na Petrobrás até hoje. Já durante o curso, Mário Lima era sempre chamado para falar com a chefia quando surgiam problemas – comida, instalações, alojamento. Foi afirmando-se como liderança. E com 24 anos já era operador-chefe.

Uma noite, 2hs da madrugada, a comida veio estragada e Mário Lima reclamou com o restaurante. Nada podia ser feito, disseram os funcionários. A dispensa estava fechada. “Então abre”, disse Mário Lima, acrescentando que se não o fizessem seriam responsabilizados por quaisquer problemas que pudessem surgir. Afinal, os operadores são os que controlam a refinaria, como se fossem os motoristas dela. Não podiam. Só acordando o chefe da administração, e eles os trabalhadores da cozinha não se dispunham a fazer isso. Tinham medo do homem.

O homem chamava-se Castro Neves. Mário Lima disse então que caso não o chamassem ele tocaria o alarme e aí não tinha jeito: ele seria acordado e seria muito pior. Um funcionário então ligou e passou o telefone para Mário Lima. A voz do outro lado da linha era de poucos amigos, grosseira. Mário Lima explicou que a comida viera estragada. “Como o senhor sabe que a comida está estragada?”. Pacientemente, explicou-lhe que bastou a primeira garfada para perceber. A nova comida chegou por volta das 3,30hs. E a repercussão da atitude de Mário Lima foi grande. Ninguém ousara até ali confrontar-se com chefe da administração. E a liderança ia crescendo.

Já existia a Associação Profissional dos Trabalhadores na Indústria de Destilação de Petróleo, cujo presidente era Osvaldo Marques de Oliveira. Osvaldo era um negro forte, que havia feito CPOR, liderança respeitada, conhecido por dois apelidos: Tenente e Lumumba. Numa das encrencas em que se meteu, Mário Lima foi suspenso.

Estava no alojamento esperando o momento de pegar o ônibus e foi procurado por Wilson Maranhão, um operador. “Você deveria ajudar a fundar o sindicato”. E foi parar numa reunião preparatória da fundação do sindicato em Candeias.

Osvaldo disse-lhe que há havia ouvido falar dele e que precisava de ajuda. “Já que está suspenso, terá tempo de ir ao Rio de Janeiro para ver como vamos trazer a nossa carta sindical”. Foi. E voltou com o Diário Oficial da União debaixo do braço, com o reconhecimento do sindicato, assinado pelo ministro Parcival Barroso, ministro do Trabalho de Juscelino Kubitschek Foi uma alegria enorme para todos. O próprio Mário Lima reconhece que isso não revelava mais competência que os demais companheiros. É que a suspensão lhe dera mais tempo. Era abril de 1960. Marcou-se a eleição para maio.

Chapa único, Osvaldo Oliveira na cabeça, Mário Lima como secretário. Osvaldo era muito querido, respeitado por todos, inclusive pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Já havia o sindicato da extração (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Petróleo do Estado da Bahia - Stiep) tido como acomodado. Houve a eleição e tudo correu bem. Estava constituído o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Destilação e Refinação de Petróleo do Estado da Bahia. Agora era marcar a data da posse.

Acontece que 15 dias antes da posse, Mário Lima discutiu com um superior da refinaria e foi demitido. Osvaldo protestou e foi demitido também. Tomaram posse sem emprego. Curiosamente, o governador Juracy Magalhães compareceu à solenidade sindical, realizada em Candeias. Talvez porque soubesse que os dois não pertenciam aos PCB. A presença do governador naturalmente teve repercussão.

Em julho, Kubitschek viria a Salvador inaugurar as novas unidades da Refinaria de Mataripe. O cerimonial do governo federal queria um trabalhador saudando o presidente da República. “Nós só iremos se uma pessoa do sindicato puder saudar o presidente”, informou Osvaldo Oliveira quando consultado. “E o nosso orador será Mário Lims”. O presidente da Petrobrás, general Idálio Sardenberg, desembarcou na Bahia para tentar contornar o problema. Mandou chamar Mário Lima para conversar. “Você vai se referir às demissões”, perguntou o general. “Vou”, respondeu Mário Lima, sem pestanejar. Os dois foram readmitidos, Mário Lima saudou o presidente e então começou a funcionar a primeira diretoria do Sindipetro.

Mário Lima nasceu no dia 19 de fevereiro de 1935, em Glória, nordeste da Bahia. Veio para Salvador em outubro de 1947. Estudou no Severino Vieira, onde fez os quatro anos de ginásio...

NB – O atual deputado federal (PT-BA), Emiliano José, é jornalista, autor de Galeria F - Lembranças do Mar Cinzento, uma série que resgata a história de ex-presos políticos da ditadura militar.

A história de Mário Lima está disponível no site do deputado federal EMILIANO JOSÉ

 

Lula, Petrobras e petroleiros do Brasil lamentam morte de Mário Lima

O presidente Lula em nota oficial lamentou a morte do ex-deputado federal da Bahia, Mário Lima. O presidente lembrou que Mário Lima foi pioneiro ao fundar o primeiro sindicato de petroleiros do Brasil. “Lima destacou-se pela combatividade durante toda a vida”, disse o presidente.

NOTA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

“Mário Lima destacou-se pela combatividade durante toda a vida, tanto na trincheira do sindicalismo quanto na do Parlamento, e deu uma contribuição extraordinária ao País com sua carreira de mais de 50 anos de Petrobras. Foi um pioneiro, fundando o primeiro sindicato de petroleiros do País - o da Bahia, na década de 50 - e tornando-se um dos mais influentes líderes sindicais do País.

Em 1964, era deputado federal e, em função de sua atuação corajosa em favor dos trabalhadores e do País, foi preso e teve os direitos políticos cassados. Anistiado, voltou à Câmara Federal e depois à vida sindical, mostrando a mesma disposição de luta do início. Neste momento de dor, envio meu abraço de solidariedade a seus amigos, parentes e a seus companheiros de atuação política e sindical”.

Mário Lima morreu aos 74 anos, sexta-feira, 10 de julho, no Hospital Aliança, em Salvador, vítima de um acidente vascular cerebral. Seu corpo foi enterrado sábado (11), às 15h, no Cemitério Jardim da Saudade.

NOTA OFICIAL DA PETROBRÁS

Mário Lima se foi – fica a sua causa em defesa da Petrobras
11 de julho de 2009 / 14:58

A Petrobras lamenta informar o falecimento do empregado Mário Soares Lima, ontem (10/07), aos 74 anos. Mário tinha mais de 50 anos de carreira na empresa. Admitido na Petrobras em março de 1958, Mario Lima era assessor da presidência da Petrobras desde 1992.

Nascido em Glória, no sertão da Bahia, Mário Lima ingressou na Petrobras após ser aprovado em concurso. Eleito deputado federal em 1962, foi preso um dia depois do golpe militar de 1964 e chegou a ser confinado em Fernando de Noronha.

Mario Lima foi demitido da Companhia ainda em 1964, mas voltou aos quadros da empresa em 1979, por decisão da Justiça. Retornou à Câmara Federal em 1985, ao assumir como suplente, pelo PMDB. Em 1986 foi reeleito deputado federal e participou da Constituinte.

Sindicalista, foi fundador e depois presidente do Sindicato dos Petroleiros da Bahia, o primeiro do Brasil. Mário Lima não chegou a se aposentar e trabalhava ativamente na Companhia.

UM LÍDER PETROLEIRO

Fundador do primeiro sindicato de petroleiros do País, no fim da década de 1950, na Bahia, Mário Lima foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1962, pelo PSB. Teve seu mandato cassado em 1964 pelo governo militar, chegou a ser preso pelo regime e transferido para Fernando de Noronha. Também teve seus direitos políticos suspensos até 1979.

Em 1985 voltou à Câmara, pelo PMDB, na vaga de Carlos Sant'Anna - que havia assumido o Ministério da Saúde. Em 1986, ele foi eleito para mais um mandato pelo mesmo partido. De volta à Bahia, presidiu o Sindicato dos Petroleiros da Bahia – Sindipetro, quando a categoria tinha dois sindicatos, além do SINDIPETRO, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Extração do Petróleo – STIEP.

Em 2004 foi candidato a vice-prefeito de Salvador na chapa de Lídice da Mata, pelo PSB. Em 2008, Mário Lima comemorou 50 anos de trabalho e luta sindical na Petrobras, onde ainda trabalhava na ativa como assessor técnico. Mário Lima nunca se aposentou.

CONVIVEU COM JANGO E JUSCELINO

O Jornalista Vitor Hugo Soares, no blog BAHIA EM PAUTA lembrou bem:

Mário Lima, nascido na cidade de Glória, no Vale do São Francisco (...) foi o principal e mais combativo líder petroleiro da Bahia e um dos mais importantes líderes sindicais do País, na fase que antecedeu o fortalecimento do movimento sindical dos metalúrgicos do ABC, em São Paulo, do qual surgiria Lula, atual presidente da República.

O ex-dirigente do Sindipetro conviveu proximamente com ex-presidentes, como Juscelino Kubitschek, mas principalmente com João Goulart. “Não precisava marcar audiência para ser recebido por Jango, em Brasilia, e discutir com o presidente trabalista (PTB), diretamente, os problemas e reivindicações dos trabalhadores do petróleo”, costumava dizer o ex-deputado.

Com a queda de Jango, no golpe militar, em 1964, o dirigente sindical foi perseguido, afastado do Sindipetro e preso, primeiro em quarteis do Exército, em Salvador, depois transferido para a Ilha de Fernando de Noronha, onde ficou ao lado dos ex-governadores de Pernambuco, Miguel Arraes, e Seixas Dória, de Sergipe, entre outros presos e perseguidos político da época.

No Congresso constituinte, já no MDB, teve atuação também destacada e conviveu proximamente com lideres do porte de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, dos quais o ex-parlamentar baiano sempre recebeu tarefas importantes e palavras de elogio.

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