28 de julho de 2007

 

Chamem Waldir Pires de volta. Revista Veja está dizendo que erro do piloto causou acidente da TAM

Depois de fazer parte do cerrado ataque da mídia ao presidente Lula, a revista Veja publica hoje (28) uma reportagem segundo a qual um ERRO do comandante do Airbus 320 causou a tragédia que matou cerca de 200 pessoas em São Paulo, no último dia 17, quando a aeronave não conseguiu pousar no aeroporto de Congonhas. De acordo com a publicação, os investigadores já têm essa informação, graças à análise das caixas pretas.

Claro que a revista Veja ainda assim vai continuar a pregar irresponsavelmente, como a grande mídia, que Lula é o culpado. É ridículo mas é real. A revista Veja acentua que “o fato de a pista ser curta demais do aeroporto e a falta de área de escape foram “decisivos” para que tantas mortes acontecessem. E culpa de quem? Do governo, do Lula.

Segundo a reportagem da Veja, as “ caixas pretas do Airbus mostram que uma alavanca – o manete – que regula a turbina estava fora de posição no momento em que o avião pousou em Congonhas. “O erro fez com que as turbinas funcionassem em sentidos opostos: enquanto a esquerda ajudava o avião a frear, como era desejado, a direita o fazia acelerar. Com isso, o avião, que pousou a cerca de 240 quilômetros por hora, não conseguiu parar”.

Os dados da investigação permanecem em sigilo. Na próxima semana, o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Jorge Kersul Filho, promete revelar o conteúdo das caixas pretas do avião à CPI do Apagão Aérero da Câmara, mas em sessão secreta. Ontem (27), ele afirmou que o conteúdo dos diálogos dos pilotos foi preservado.

O povo brasileiro precisa reagir à mídia golpista. Democracia não é liberdade para que donos de jornais e revistas desestabilizem governos, provoquem demissão de ministro, divulguem injúrias, difamações e vendam seus produtos com a exploração da tragédia da TAM.

Isso não é liberdade de imprensa. Isso é imprensa a serviço de golpistas.

A Venezuela é aqui.

 

Só falta agora a marcha da família com Deus pelo golpe militar

Comentário postado pelo iluminado Mino Carta, em seu blog, prevê que estamos às vésperas da volta da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade. Agora, a nova versão vem com o nome de Movimento Cívico pelos Direitos dos Brasileiros e com o nome fantasia "Cansei". Claro que os “brasileiros” são eles, os ricaços que se apavoram com o cenário social e violento que eles mesmo criaram. Nizan Guanaes e João Dória Jr se prestam à preparação da classe média para a pregação golpista dos militares. Guanaes é um babaca riquinho, mas João Dória Jr sequer tem vergonha de apoiar um movimento igual ao de 1964 que cassou o mandato parlamentar do próprio pai, João Dória “Beleza”.

LEIA O COMENTÁRIO DE MINO CARTA:

A Marcha

Estamos às vésperas do retorno da Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade. Agora passa a se chamar Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros.

Trata-se de uma fórmula mais elaborada, mais complexa, mas os objetivos são os mesmos.

O movimento foi lançado pela OAB de São Paulo, e conta com o respaldo de figuras importantes da Fiesp e da Associação Comercial paulista, e com a divulgação de televisões e rádios, por ora não melhor especificadas.

A idéia inicial faísca no escritório de João Dória Jr., o Iconoclasta Mor, aquele que destruiu a pauladas o monumento dedicado a Cláudio Abramo, o grande jornalista, em uma pracinha do Jardim Europa. Ali desceu o Espírito Santo, e iluminou os primeiros carbonários da grana, unidos em torno do slogan: Cansei.

Uma campanha publicitária, oferecida de graça por Nizan Guanaes, gênio da propaganda nativa de inolvidável extração tucana, mais badalado entre nós do que George Clooney no resto do mundo, insistirá em peças destinadas a expor o pensamento dos graúdos envolvidos: “cansei do caos aéreo”, “cansei de bala perdida”, “cansei de pagar tantos impostos”.

É do conhecimento até do mundo mineral a quem esses valentes senhores atribuem a culpa por os males que denunciam: nem é ao governo como um todo, e sim ao Lula, invasor bárbaro de uma área reservada aos doutores. Mas o presidente da OAB paulista, certo D’Urso, diz que o movimento não tem conotação política.

Enquanto isso, às sorrelfas, o pessoal pede instruções aos mestres.

Alguns ligam para Fernando Henrique Cardoso, outros para José Serra. São os derradeiros retoques da tucanização da elite brasileira, a mesma que sentou-se em cima de um tesouro chamado Brasil e só cuidou de predá-lo, com os resultados conhecidos.

Incompetência generalizada, recorde mundial em má distribuição de renda, baixo crescimento, educação e saúde descuradas até o limite do crime, miséria da maioria etc. etc. Acorda Lula, chama o teu povo.

 

A resistência da grande feira popular de São Joaquim

Se você for à Bahia não deixe de visitar a feira de São Joaquim. Ela é a ligação de Salvador com sua história mais profunda, com suas raízes, sua origem e atualidade negra. Se a palavra povo tiver alguma força conceitual, ela é um dos territórios sagrados do povo de Salvador e de todo o Recôncavo. É ponto de encontro. Por ela, é possível viajar no tempo. Ir e voltar. Revisitar a velha Salvador, olhar o novo imbricado com o antigo. O escritor e jornalista Emiliano José, dirigente estadual do PT da Bahia, metido até os ossos com a luta da feira popular, escreve suas impressões em artigo publicado no jornal A Tarde (27/07/07).

LEIA ARTIGO NA ÍNTEGRA:

A grande feira
Emiliano José*

A Feira de São Joaquim é a ligação de Salvador com sua história mais profunda, com suas raízes, sua origem e atualidade negra. Se a palavra povo tiver alguma força conceitual, ela é um dos territórios sagrados do povo de Salvador e de todo o Recôncavo. É ponto de encontro. Por ela, é possível viajar no tempo. Ir e voltar. Revisitar a velha Salvador, olhar a nova imbricada com a antiga.

A feira continua viva, com suas cores, gritos, alegria, comércio, barganha, carrinhos de mão, menino chupando manga, descascando tangerina, mastigando banana, trabalhador no balcão ou na mesinha pegando a xepa. Negra, negra feira, negra cidade, retrato da Bahia.

Ali o candomblé deita raízes, busca alimento, convive, vive. Quem é de santo, está quase sempre na feira. Raízes de uma terra que, vivendo a escravidão, viu o povo negro ancorar-se em sua cultura para não morrer, para manter-se íntegro, para dizer-se de uma civilização própria, para revelar e orar para os seus orixás, misturado com Senhor do Bonfim, Oxalá. Convivem ali todas as crenças, no entanto.

Desde há muito, convivo com a grande feira.

Fiz matéria sobre o incêndio de Água de Meninos muitos anos depois do ocorrido. Era meados dos anos 70. Quem me contava a história era uma liderança calejada, marcada pela vida e pela feira - penso que lembro o nome inteiro: Francisco Porcino Julião, um negro forte, impressionante figura, fiel às suas origens, tinha o fogo nas veias, o fogo que queimara tudo, e que ele tinha convicção ter sido criminoso. Era de luta.
Mais tarde, vi-me envolvido de novo com a feira.

Agora, pelas mãos de outra liderança, mais jovem: Joel Anunciação. Uma curiosa história de vida.

Fora meu aluno na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Estudava também na Universidade do Estado da Bahia. E tinha - como tem - barraca na Feira de São Joaquim.

Sustenta a família com ela. Orgulhosamente.

E participei de outra luta - a da derrubada do muro. Ao lado de Anunciação, Nilton Ávila, outra importante liderança.

A história do muro revela uma concepção - a de que era necessário esconder a feira. São Joaquim, na visão dos que governavam Salvador naquele momento, era feia demais. Era preciso construir um muro e escondê-la do resto da cidade.

Foi construído. E foi ao chão. Pela ação dos feirantes, pela disposição deles em defender o seu patrimônio - o econômico e o cultural. Não, nunca consideraram a feira como um estorvo na paisagem. Ela é a síntese mais perfeita da Salvador pobre, e negra, e bela, e alegre.

Agora, a Fundação Palmares, impulsionada por tantas lutas, e com o nosso Zulu Araújo à frente, antes com o professor Ubiratan Araújo, mostra disposição de tombá-la, torná-la um patrimônio intangível da Cidade da Bahia. Já há um belo, cuidadoso Laudo Antropológico do professor Vicente Deocleciano Moreira, a sustentar a oportunidade do tombamento. Todos nós, os que amamos Salvador e a Bahia, estamos lutando por isso, com a esperança de que aconteça o mais rapidamente possível.

 

Waldir Pires sai com lealdade e de cabeça erguida

Em artigo publicado no jornal A Tarde (26/07/07), o jornalista, escritor e membro da Comissão Executiva Estadual do PT da Bahia, Emiliano José, afirmou que a vida política nunca é feita de linhas retas. Há curvas, idas e vindas. Waldir sai do Ministério da Defesa num momento de ataque cerrado de uma parte considerável da mídia ao governo Lula.

A elite conservadora brasileira, de que faz parte a corrente hegemônica da mídia concentrada no Centro-Sul, jamais vai aceitar Lula na Presidência da República. Há uma exploração política criminosa da tragédia do acidente da TAM. A direita busca atingir o presidente Lula. No mesmo espaço, A Tarde publicou artigo supostamente escrito pelo senador César Borges, que não diz coisa com coisa. Não vou sujar meu blog transcrevendo bobagens.

LEIA O ARTIGO NA ÍNTEGRA:

Leal e de cabeça erguida
Emiliano José*

A vida política nunca é feita de linhas retas. Há curvas, idas e vindas. Waldir sai do Ministério da Defesa num momento, outro, de ataque cerrado de uma parte considerável da mídia ao governo Lula. Volto a dizer: a elite conservadora brasileira, de que faz parte a corrente hegemônica da mídia concentrada no Centro-Sul, jamais vai aceitar Lula na Presidência da República.

Os números positivos da economia, a melhoria das condições de vida, a auto-estima fortalecida do povo brasileiro, nada disso importa.

Interessa é buscar ganchos para superdimensionar episódios, jogando-os sempre no colo do presidente Lula.

Waldir sai nesse contexto.

Não importa que o problema seja estrutural. Que seja um acúmulo de anos. Que seja decorrência de gestões tucano-pefelistas, que deixaram a infra-estrutura ir pro ralo.
Toda essa análise parece que não cabe ao jornalismo. Os fatos são recortados segundo as conveniências, e explorados segundo uma nítida visão política destinada a desgastar o governo Lula. O jornalismo brasileiro é um dos mais partidarizados do mundo. Se não deu certo nos dois anos anteriores, quem sabe agora...

Ninguém há de negar a existência de uma crise no setor aéreo. A deficiência estrutural na rede física e uma cadeia de comando mal articulada explicam essa crise. E o governo, por tudo que faça, não irá resolver isso de uma hora para outra. Como não tem condições de resolver de súbito o grave problema das estradas brasileiras, grande parte delas em situação muito precária. Há um programa de desenvolvimento em andamento que pretende enfrentar tais problemas numa perspectiva de médio prazo.

A exploração criminosa dos sentimentos dos familiares das vítimas, a exacerbação do clima emocional, é algo que está à vista e que visa, sempre, longe de uma cobertura isenta, atingir o governo, particularmente o presidente Lula. E enxergaram em Waldir Pires, no primeiro momento, a cabeça a ser pedida. Waldir sai, no entanto, certo do dever cumprido. Sabia, quando aceitou o cargo de ministro da Defesa, que este era um ministério a ser construído.

Existia apenas de fachada. Não tinha atribuições, como não tem, de controlar o tráfego aéreo, como sabido de todos, inclusive da mídia. Tal atribuição era e é da Aeronáutica, com toda autonomia.

Com toda lealdade ao presidente Lula, que persiste e persistirá, Waldir apresentou ao governo não só caminhos de enfrentamento dos problemas do tráfego aéreo, como uma nova concepção para o Ministério da Defesa, voltada para a compreensão do papel estratégico do Brasil na América Latina e no mundo.

Deixará esse legado nas mãos do presidente, que naturalmente o levará em conta.
Waldir conhece bem a vida política. Sabe que ela não tem bem-querer. Que, em determinados momentos, é de uma crueldade ímpar.

Tem consciência de que Lula, se pudesse, não o tiraria.

Ninguém desconhece o apreço do presidente por Waldir. O peso do bombardeio midiático, particularmente da mídia televisiva global, é que teria levado Lula a tal decisão. Eu imagino o encontro dos dois, ontem: pleno de emoção e, apesar da decisão, a reafirmação de uma amizade e solidariedade inabaláveis.

Waldir não se abala com facilidade. O século XX, com todas suas esperanças, decepções e lutas, o temperou de modo definitivo.

É um personagem digno da lembrança da máxima de Guevara: é duro e nunca perde a ternura. É confortante vê-lo, já com suas várias décadas de vida e de política, com tanto ânimo, tanta esperança, com tanta confiança de que outro mundo e outro Brasil são possíveis.

Ele continua a ser um dos nossos inspiradores em busca da realização desse sonho.

 

A luta de classes está em todo lugar

Enquanto o ex-deputado estadual Emiliano José (PT), neste sábado, 28, visitava Abaíra, no interior da Bahia, juntamente com o Secretário Estadual da Agricultura da Bahia, Geraldo Simões (PT), seu ex-comitê eleitoral, agora transformado em Escritório Político, baseado no Rio Vermelho, Salvador, ardia em chamas provocadas pelo debate teórico-ideológico.

Em tempos de combate acirrado da burguesia brasileira ao primeiro governo de esquerda do Brasil, nada mais necessário que reavivar a certeza de que enfrentamos uma guerra de posições, de luta pela hegemonia, de poder. O debate “Marxismo nos dias de hoje” acendeu uma luz. O conceito de esquerda e direita não está morto. As forças duplamente derrotadas, em 2002 e 2006, pelo ex-metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva, jamais o aceitarão como presidente da República e, por essa razão, não lhe dão trégua.

Conduzida pelos professores Mauro Castelo Branco (UFBA) e Alfredo Mata (UNEB), a palestra sobre marxismo para mais de 30 professores, estudantes e militantes políticos, ultrapassou a linha do tempo e foi buscar a formação do capitalismo da Europa do Século XIX e a teoria de Karl Marx sobre os caminhos da burguesia européia e o seu projeto de domínio do planeta.

O recado forte do professor Alfredo Mata, citando Gramsci, de que “a luta de classes está em todo lugar”, reforça a tese de que a militância de esquerda brasileira não pode baixar a guarda. É preciso combater a todo momento para defender o governo Lula e os demais governos estaduais e municipais administrados pelo PT e partidos aliados, mandatos conquistados democraticamente nas urnas.

O escritório político de Emiliano José inaugura com essa palestra uma série de encontros sob o título de “Diálogos”, para debater os temas políticos da atualidade. Ocorrerão a cada 15 dias, sempre aos sábados, às 09h00, no Largo de Santana, 3 – Edf. Goya, sala 201.

O telefone para mais informações é 71-3334-1464 e o email é escritorioemiliano@yahoo.com.br.

LEIA MAIS EM www.emilianojose.com.br

27 de julho de 2007

 

Estou entrando no movimento "Cansei"

A fina flor da burguesia brasileira está lançando um tal “Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros”. Seus publicitários querem popularizar o nome do movimento como ”Cansei”.

Eu também cansei. Cansei da mídia, cansei do Jornal do Brasil, cansei do jornal O Globo, cansei da Folha, cansei do Estadão, cansei da Rede Globo, cansei das emissoras de TV e rádio. Cansei da picaretagem da OAB, cansei do tucano colarinho-branco João Dória, cansei da hipocrisia dos empresários. Tá bom, também estou cansado de bala perdida, de queda de avião por causa da ganância das empresas de aviação e até de pagar como assalariado tantos impostos.

Particularmente, acho que a burguesia nacional está mesmo cansada é de pagar impostos. Os empresários choram muito. Ganham dinheiro, mas, não querem pagar pelo gueto social que construíram ao longo de séculos. Cansei de políticos corruptos e de empresários corruptores. Cansei de movimentos cívicos que dizem não ter viés político e que fazem política ao respirar. Cansei da falsa esperteza.

Cansei dos formadores de opinião, cansei de Dora Kramer, cansei de Tales de Farias, cansei de Eliana Cantanhede, cansei de Miriam Leitão, cansei de Clovis Rossi. Sobretudo, cansei da Veja e destas porcarias de revistas semanais sensacionalistas.

Cansei dos padres que só sabem criticar. Cansei dos evangélicos que adoram dinheiro. Cansei dessa palhaçada de “fazer “ um minuto de silêncio” para vender jornal às custas da dor alheia. Cansei de publicitários e jornalistas que usam a imprensa em causa própria.

Cansei dos intérpretes da indignação coletiva. Cansei de publicitários que ganham contas por seus contatos com políticos e anunciam na maior cara de pau que não têm ligações políticas. Cansei.

Ah! Cansei das vaias ao Lula. As de Sergipe foram impressionantes, uma multidão de 40 pessoas vaiou o presidente. Cansei.

26 de julho de 2007

 

Ostras contaminadas matam. Bahia continua a ignorar ostreicultura.

Ostras contaminadas matam. Só há uma saída: criar ostras em cativeiro, mas a Bahia continua a ignorar os riscos.

A morte do percussionista da Banda Eva, Fabrício Scaldaferry dos Santos, foi uma tragédia esperada por especialistas, mas não anunciada. O músico deu entrada no Hospital da Bahia com infecção intestinal provocada pela ingestão de ostras na praia de Piatã. Ostras são mariscos que se alimentam de microorganismos, funcionam como filtros de água, abrem suas conchas, engolem a água, retêm os microorganismos e “cospem” a água filtrada. Em suas entranhas fica tudo que tem na água, inclusive bactérias e tudo o mais que provoca infecção intestinal.

A única maneira de consumir ostras com segurança é saber sua origem, se coletada em águas não poluídas por coliformes fecais ou se vem da ostreicultura, criação de ostras em cativeiro em que, antes de chegar ao consumo, o marisco passa por tanques de depuração durante três dias, no fim dos quais depurou seus intestinos de microorganismos mortais.

HÁ OSTRAS SAUDÁVEIS

As autoridades sanitárias da Bahia não podem alegar desconhecimento. Há anos uma ONG chamada Associação Baiana de Aqüicultura e Pesca – ABAQ trabalha para introduzir na Baía de Todos os Santos a criação de ostra em cativeiro.

Com exceção de um ou dois projetos financiados pela Petrobrás, a criação de ostra em cativeiro não tem conseguido sensibilizar as autoridades baianas.

O governador Jaques Wagner conhece bem o sistema, pois é “freguês” das ostras criadas em cativeiro pela ABAQ.

ÓRGÃOS IGNORAM

Mesmo com admiração do governador, a ABAQ não consegue sensibilizar os órgãos competentes. A ABAQ detém toda a tecnologia para criação de ostras em cativeiro, através de anos de pesquisa em Santa Catarina para onde vão praticamente todos os recursos do Governo Federal.

Parece até que Santa Catarina e o grupo que José Fritz, ex-Secretário Nacional da Pesca, representa, fecharam um “acordo” com Brasília. Tudo para Santa Catarina, nada para a Bahia.

E assim a população ignorando os riscos que corre, à medida em que a poluição aumenta, vai consumindo ostras contaminadas por coliformes fecais.

Quem acompanha sabia que qualquer hora dessas iria acontecer uma tragédia. Aconteceu, com Fafá, o jovem músico da Banda EVA.

Leio em A Tarde que comunidades do Orkut prestam homenagens ao percussionista falecido. Melhor homenagem não há que exigir das autoridades campanhas de esclarecimento e apoio à criação de ostras em cativeiro.

ABAQ VAI AO PARÁ

Ignorada pelo Sebrae da Bahia, a ABAQ foi prestar seus serviços de consultoria ao Sebrae do Pará. Ignorada há anos pela Bahia Pesca, que sempre privilegiou apoio a projetos empresariais, a ABAQ buscou apoio com a Petrobrás. Alguns projetos-pilotos foram financiados, mas nada que mude o cenário da produção nas comunidades de pescadores. É fácil checar o que digo. Há projetos da ABAQ no Iguape, sem financiamento, sem apoio.

A tragédia da morte do músico repercutiu na imprensa por causa da Banda Eva. Mas a enteroparasitose consome meninos e meninas de comunidades da Baía de Todos os Santos, com ocorrências rotineiras de perda alimentar, causadas por diarréias, anemia, desnutrição, cegueira e até a morte. Eles consomem mariscos. E não há manchetes nos jornais.

LEIA MAIS EM http://www.abaq.org.br/

25 de julho de 2007

 

Mídia eleva o tom contra Lula e militar sugere golpe

Editoriais e colunistas falam em “colapso do lulismo”, “corriola governamental” e incapacidade de governar o país. A direita ataca. Ministro do Superior Tribunal Militar sugere golpe ao dizer que “pessoas de bem vão se pronunciar como já fizeram em um passado não muito distante”. Há um caldo de cultura perigoso formando-se no ambiente político brasileiro.

Marco Aurélio Weissheimer – Agência Carta Maior

PORTO ALEGRE – O tom das críticas ao governo Lula, em função da crise no setor aéreo, vem subindo crescentemente na mídia. O editorial do jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira (24), fala em “governo desacreditado” e “colapso do lulismo em matéria de permitir, em última análise, que o país funcione”. O Estadão refere-se ao Presidente da República como “o inexperiente Lula, o qual na irrefutável constatação de Orestes Quércia, em 1994, nunca dirigiu nem um carrinho de pipoca, antes de ambicionar o Planalto”. Na mesma direção, o colunista Clóvis Rossi, pergunta hoje, na Folha de S. Paulo: “se o país é incapaz de segurar um avião na pista, vai segurar o quê?”.

O jornal O Globo, também em editorial, diz que “a crise é mais profunda do que se quer fazer crer”. Também no Globo, Dora Kramer diz que “à corriola governamental tudo é permitido: agredir o público com grosseria, com leviandade, com futilidades, com fugas patéticas ao cumprimento dos deveres, com indiferença, vale qualquer coisa se a anarquia tem origem nas hostes governistas”. “Corriola”, em seu uso informal, significa “grupo de pessoas que agem desonestamente ou de forma inescrupulosa; quadrilha”.

Ministro do STM sugere golpe
O tom das palavras sobe também em alguns setores da sociedade. Além da desqualificação do governo federal, com o uso de adjetivos cada vez mais pesados, começam a aparecer também discursos de caráter golpista. Um exemplo:

“O que podemos dizer a esses ilustres jovens militares. Não desistam. Os certos não devem mudar e sim os errados. Podem ter certeza de que milhares de pessoas estão do lado de vocês. Um dia, não se sabe quando, mas com certeza esse dia já esteve mais longe, as pessoas de bem desse País vão se pronunciar, vão se apresentar, como já fizeram em um passado não muito longe, e aí sim, as coisas vão mudar, o sol da democracia e da Justiça brasileira vai voltar a brilhar”.

A declaração foi feita pelo ministro do Superior Tribunal Militar, Olympio Pereira da Silva Junior, durante a entrega de espadins a alunos que ingressaram nas academias militares do Exercito, Marinha e Aeronáutica, em julho deste ano. Ao saudar os novos alunos, Olympio Junior critica a situação política do país, faz uma apologia da honra, da moral e do patriotismo, lamentando que os jovens cadetes não poderão manusear os instrumentos militar que conhecerão no treinamento. Ele diz:

“Aqueles jovens, ainda puros, não sabem que vão estudar (e como vão estudar, durante toda a carreira) tudo sobre a arte da guerra e do combate e vão conhecer e aprender tudo sobre equipamentos e instrumentos militares, os mais modernos do mundo, mas que na realidade nunca irão manusear porque, no nosso País, não se acredita ser necessário a compra de armamento/equipamento militar para ficarmos em igualdade bélica a outras nações”. E critica a condição dos militares em relação aos demais funcionários públicos:

“Preparam-se, por toda a carreira, para dedicarem-se e ser fiel à Pátria, cuja honra, integridade e instituições deverão ser defendidas mesmo com o sacrifício da própria vida e têm, mesmo assim, seus vencimentos tão diferenciados de outros funcionários públicos que nunca deram nem vão dar nada ao País, pois dele só querem benesses, vantagens e lucros e o que é pior, porque ninguém faz nada a respeito e calam-se diante dessa imoralidade”.

O texto do ministro foi publicado em sites nacionalistas de direita como “A verdade sufocada” e “Terrorismo nunca mais”. Bacharel em Direito, Olympio Junior ingressou na carreira do Ministério Público Militar em 1976, tendo sido designado pelo então presidente, general Ernesto Geisel, para assumir a Procuradoria junto à Auditoria da Justiça Militar, em Juiz de Fora (MG). Desde 18 de novembro de 1994, é ministro do STM.

O ministro do STM, que já presidiu o órgão, é um velho conhecido do presidente da República. Há 23 anos, Olympio Junior, então na condição de promotor militar, pediu a prisão preventiva de Lula, então líder metalúrgico, por crime contra a segurança nacional em razão de um discurso feito no Acre em companhia de Chico Mendes.

Qual é mesmo o papel da Justiça Militar no Brasil? Segundo o site do STM, é julgar “apenas e tão somente os crimes militares definidos em lei”. O texto de apresentação do órgão faz um elogio da “independência, altivez e serenidade do órgão”: “no período de regime militar de 1964 a 1984, levou juristas famosos na luta em defesa dos direitos humanos, como Heleno Fragoso, Sobral Pinto e Evaristo de Morais, a tecerem candentes elogios à independência, altivez e serenidade com que atuou o Superior Tribunal Militar na interpretação da Lei de Segurança Nacional e na aplicação dos vários Atos Institucionais”.

Há um caldo de cultura perigoso formando-se no ambiente político brasileiro.

 

Tragédia do vôo da TAM tem servido de pretexto para ataques políticos a Lula

LEIA ARTIGO LÚCIDO DE JOSÉ GENOÍNO:

Sobre a tragédia do vôo da TAM
José Genoino

O Brasil, nesta última semana, foi palco da disputa política e ideológica mais intensa e radical do segundo mandato do presidente Lula. A tragédia que matou 200 passageiros de um vôo da TAM, serviu de pretexto para a mídia cerrar fileiras no ataque ao governo.

A linha editorial da cobertura da mídia sobre este horrível acontecimento está sendo feita objetivando atacar o governo, ao mesmo tempo em que alivia e contemporiza com as empresas envolvidas. Contrapõe pareceres técnicos a opiniões de leigos, cientistas políticos e pessoas diretamente atingidas pela tragédia com o intuito de confundir, promover o espetáculo e atacar o governo. O último exemplo foi a repercussão dos comentários precipitados dos deputados da CPI que estão acompanhando as análises da caixa preta do avião nos Estados Unidos.

É nesse contexto que devemos repudiar a cobertura politizada, tendenciosa e com base em pré-julgamentos dada ao gesto do professor Marco Aurélio Garcia. A mídia tentou transformar um gesto explícito de indignação contra sua cobertura num ato de desrespeito às vítimas. Alguns veículos de comunicação, ao invés de informar as possíveis causas do acidente - levando em conta laudos técnicos e perícias -, preferem projetar fatos com o objetivo de atacar o governo.

Para nós, é imperiosa a necessidade do governo agilizar as medidas para enfrentar a crise na viação civil. O governo precisa restabelecer a autoridade e o controle dessa área tão sensível para toda a população brasileira.

Ao mesmo tempo, apoiamos todas as medidas anunciadas, trabalhando no Congresso Nacional para sua concretização. Mas temos o dever de compreender que setores da mídia estão mais interessados em atacar o governo do que informar sobre todos os aspectos da crise e da tragédia com o avião da TAM, da mesma forma que a oposição está mais preocupada em culpar o governo do que em ajudar a encontrar um caminho para a superação de uma crise, que é do país.

José Genoino é deputado federal pelo PT-SP.

 

Grupo Tortura Nunca Mais convida para lançamento de "A Ditadura dos Generais"

Não li ainda, mas, se o Grupo Tortura Nunca Mais da Bahia indica é uma referência que merece fé. O livro A Ditadura dos Generais é da autoria de Agassis Almeida. O lançamento será nesta sexta-feira, 27, Livraria Siciliano, Shopping Iguatemi, às 19h.

LEIA O TEXTO ENVIADO:

Livro sobre ditadura é lançado em Salvador

O pensador e homem público Agassiz Almeida, autor de A República das Elites, obra internacionalmente celebrada por nomes como José Saramago, lança em Salvador, na próxima sexta-feira, 27, às 19h, na livraria Siciliano do Shopping Iguatemi, sua nova obra, A Ditadura dos Generais (Editora Bertrand Brasil), descrevendo o sombrio e trágico mundo em que surgiu o nazimilitarismo na América Latina.

Nascida do encontro do autor com o escritor Ernesto Sábato, em 1984, o livro, apesar de conter relatos autobiográficos, é resultado de longos anos de pesquisas, sob a visão da Sociologia Política e da História. Uma análise profunda e vasta de um contexto histórico que se desatou nas primeiras décadas do século XX e teve seu desenlace na América Latina a partir de 1964.

O autor inicia seu texto estudando o militarismo alemão do século XX, para logo depois detalhar a fenomenologia dos crimes de lesa-humanidade e chegar ao epílogo com o pungente calvário de sua prisão pelas masmorras da ditadura militar, destacando a ilha de Fernando de Noronha. Agassiz ressalta: "Somos egressos de uma geração indignada que desafiou o absurdo do militarismo e sustentou no fundo do abismo a esperança e o ideal conspurcados".

Jorge Fernando Hermida, escritor uruguaio, doutor pela Unicamp e professor visitante da Universidade de Salamanca (Espanha), destaca: "Esta obra, como todas as grandes obras, tem algo de grave e melancólico; leva-nos a sombrios cárceres e, ao mesmo tempo, ao cume das montanhas, onde gerações de intimoratos deixaram as suas liberdades e vidas".

Para Wellington Pereira, doutor em Sociologia pela Universidade René Descartes-Paris V- Sorbone, afirma que "este livro traz algo de novo no sentido metodológico; o foco narrativo está dentro dos acontecimentos, e o escritor estabelece sua posição a partir dos personagens, dissecando pela fenomenologia da violência os porões do Estado militar".

A Ditadura dos Generais , de Agassiz Almeida, mostra 57 elementos que levam o leitor a identificar o nazimilitarismo latino-americano com o nazismo alemão. O imprevisto a cada página denuncia e varre os torturadores e genocidas deste período da história. É uma obra que estuda um tempo de misérias morais e dignificações humanas.

Sobre o autor

Agassiz Almeida veio do Nordeste brasileiro e entrou na história dos protomártires camponeses junto com João Pedro Teixeira e Pedro Fazendeiro. Ao lado de Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e Luis Carlos Prestes lutou contra a ditadura militar de 1964.

Seguia o pensamento de Lênin, Gramsci, Lukács e Althusser; atuou como deputado federal na Assembléia Nacional Constituinte de 1986. Esteve ao lado de Pablo Neruda, Astúrias, Ernesto Sábato e Saramago contra os tiranos que ensangüentaram a América Latina no século XX. Pela Bertrand Brasil, publicou também A República das Elites.

 

A direita fascista ganhou. Sai Waldir Pires do Ministério da Defesa

O Governo Lula vai ficando cada vez mais pobre.

Como não tenho a menor confiança no que escreve a mídia brasileira, segue a informação oficial da Radiobrás/Agência Brasil:

Ministério da Defesa precisa ter força para mudanças que precisam ser feitas, diz Lula

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil - 25/07/07

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso se repensar o Ministério da Defesa. Ao participar da solenidade de posse, no Palácio do Planalto, do novo ministro Nelson Jobim, Lula disse que nos momentos de crise, "precisamos sofrer menos e fazer as coisas que precisam ser feitas". "É preciso que a gente tenha o ministério com a força suficiente para fazermos as mudanças que precisam ser feitas: desde de se discutir a modernização, reaquipar a estruturação das Forças Armadas brasileiras até colocar pessoas para tomar conta de tudo aquilo que é pertinente às Forças Armadas", disse.

"É preciso repensar, porque o ministério [da Defesa], tal como ele está, está aquém daquilo que é a exigência da sociedade brasileira", disse. Lula afirmou que a sociedade, assim como o governo, precisa aproveitar os "momentos difíceis" para tirar lições e fazer as mudanças que precisam ser feitas. O ex-ministro da Defesa, Waldir Pires, deixa a pasta após uma série de críticas sobre o papel das autoridades do governo sobre a regulação do setor aéreo.

"O ministro Waldir e os ministros sabem que muitas vezes a gente vai criando instituições e muitas vezes é difícil você comandar esse conjunto de instituições. Hoje nós temos a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], o Conac [Conselho Nacional de Aviação Civil], a Infraero [Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária], o Ministério da Defesa. É um conjunto de instituições que nós precisamos aproveitar nesse momento para fazer com que essas instituições tenham uma única cabeça pensante e que decida", disse.

Nelson Jobim assumiu o cargo no lugar de Waldir Pires. Desde a manhã, a versão oficial da assessoria de comunicação do Palácio do Planalto foi mudada. Inicialmente, a assessoria informou que o cargo foi colocado à disposição pelo ministro. Pouco depois, corrigiu a versão oficial divulgada aos jornalistas ao confirmar que o presidente Lula pediu o cargo do ministro. Durante o discurso, Lula reafirmou a primeira versão de que Pires colocou o cargo à diposição.

Waldir Pires compôs a equipe ministerial de Lula durante todo o primeiro mandato. Primeiramente, como ministro da Controladoria Geral da União e, a partir de março do ano passado, assumiu o Ministério da Defesa.

QUEM É JOBIM

O novo ministro da Defesa, Nelson Azevedo Jobim, nasceu em 12 de abril de 1946, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1968. Foi deputado federal por duas vezes consecutivas, representando o PMDB do Rio Grande do Sul. Seus mandatos foram de 1987 a 1991 e de 1991 a 1995.

Em 1995, Jobim assumiu o cargo de ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso. Ficou no cargo até abril de 1997, quando foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, na vaga decorrente da aposentadoria do ministro Francisco Rezek.

Assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho de 2001, e presidiu o processo eleitoral de outubro de 2002. Foi eleito presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2003. Como presidente do STF, exerceu também o cargo de presidente do Conselho Nacional de Justiça. Aposentou-se em 2006.

 

Ao sair, Waldir Pires diz que há uma SANHA para atingir Lula

Ao sair, Waldir Pires diz que há uma SANHA para atingir Lula e uma INSÂNIA dos que não aceitam o resultado das eleições. Leia entrevista ao terra Magazine.

Bob Fernandes - Quarta, 25 de julho de 2007, 14h01

Waldir Pires deixou o ministério da Defesa. Agora à tarde, Nelson Jobim toma posse e a transmissão do cargo será amanhã. Em entrevista exclusiva a Terra Magazine, Waldir Pires contou que a conversa com Lula na manhã desta quarta-feira foi "emocionante, de pessoas que se respeitam", e revelou o que disse ao presidente da República:

- Presidente, há uma sanha para atingi-lo. Novamente se movem para atingir o senhor e seu governo, é a mesma sanha de sempre, e desta vez me usam para este fim.

Pires reafirma que o ministério da Defesa não tem hoje atribuições ou poder para ordenar, controlar o setor aéreo, e diz ter uma preocupação:

- Com essa eleição que não querem terminar nunca, com essa sanha que retorna a cada episódio, ainda que sob o disfarce de crítica a isso ou àquilo, ainda que sob o disfarce das boas intenções. Deixo o ministério honrado, mas me preocupa essa insânia que não aceita a decisão do povo, que não respeita de verdade as instituições democráticas.

LEIA NA ÍNTEGRA A ENTREVISTA COM WALDIR PIRES

Terra Magazine - Ministro, o senhor deixa o ministério...

Waldir Pires - Sim, vínhamos conversando, o presidente e eu, e hoje tivemos uma conversa de meia hora.

Terra Magazine - Como foi?

Waldir Pires - Uma conversa tranqüila, carinhosa, emocionante, de pessoas que se respeitam e compreendem o que está em jogo, e devo dizer que diante de tudo o presidente resistiu bastante...

Terra Magazine - O senhor certamente não me dirá o que disse o presidente, mas eu pergunto o que o senhor disse para ele.

Waldir Pires - Eu disse: 'Presidente, há uma sanha para atingi-lo. Novamente se movem para atingir o senhor e seu governo, é a mesma sanha de sempre, e desta vez me usam para este fim'.

Terra Magazine - Isso...

Waldir Pires - Houve uma tragédia, é um momento de dor imensurável das famílias, é um momento de grande dor para todos nós, mas nada disso se leva em consideração, a sanha, o desejo de atingir o presidente e seu governo é o mesmo de sempre.

Terra Magazine - O senhor era o ministro da Defesa...

Waldir Pires - Por isso mesmo não tenho atribuição alguma, nem poder algum, sobre o setor aéreo. Isso pode vir a ser modificado, mas hoje o ministro da Defesa não tem atribuição, mecanismos ou poder de atuar nesse setor. Tantos que escrevem e falam sobre isso devem saber disso; se não sabem deveriam saber. O ministro da Defesa não tem tais atribuições. Por isso eu tenho a convicção e a manifestei ao presidente: a verdadeira intenção é atingi-lo, sempre.

Terra Magazine - Diziam que o senhor...

Waldir Pires - Diziam que eu tenho 80 anos e que, portanto... eu tenho 80 anos de luta pelo Brasil e de dignidade. Eu tenho 80 anos e há mais de 50 vivo e acompanho essa luta de perto, de dentro. Uma luta para construirmos instituições que tornem a vida do nosso País justa e decente. O Brasil tem uma posição cada vez mais importante no diálogo pela preservação da civilização humana, para o fortalecimento das instituições que construam a paz.

Terra Magazine - O que o senhor diria ao deixar o Ministério da Defesa?

Waldir Pires - Há hoje um desafio posto para o mundo inteiro, num tempo em que já não há a Guerra Fria, mas não há paz, pelo contrário. Neste cenário, ainda que seja um dos raros países a assinar o compromisso de não utilização de armas atômicas, o Brasil não pode renunciar à conquista das tecnologias mais modernas. Sei que é uma preocupação das Forças Armadas, e preocupação justa, com nossas responsabilidades no Atlântico Sul e com a preservação da Amazônia.

Terra Magazine - O senhor sai triste?

Waldir Pires - Como tanto disseram, tenho 80 anos. Lutas se ganham, se perdem, e às vezes não se conclui uma missão, mas as raízes ficam plantadas. Me senti honrado por essa tarefa no outono da minha vida, não a concluí mas as raízes estão plantadas.

Terra Magazine - Que preocupação o senhor deixa?

Waldir Pires - Com essa eleição que não querem terminar nunca, com essa sanha que retorna a cada episódio, ainda que sob o disfarce de crítica a isso ou àquilo, ainda que sob o disfarce das boas intenções. Deixo o ministério honrado, mas me preocupa essa insânia que não aceita a decisão do povo, que não respeita de verdade as instituições democráticas.

23 de julho de 2007

 

Jornalista e escritor Emiliano José publica em seu site as lembranças da ditadura

O jornalista e escritor Emiliano José já publicou dois volumes de “Galeria F - Lembranças do Mar Cinzento”. São histórias e testemunhos de ex-presos políticos que passaram pela Penitenciária Lemos de Brito, na Bahia, durante a ditadura militar. No momento, está escrevendo o terceiro volume, voltado completamente para o depoimento do ex-governador e atual Ministro da Defesa, Waldir Pires. Os capítulos estão sendo publicado em seu site www.emilianojose.com.br. A história de Waldir Pires já está no capítulo 26.

Emiliano José recupera os primeiros momentos de Waldir Pires depois do golpe militar de 1964. A fuga para o Uruguai, ao lado de Darcy Ribeiro, num pequeno avião monomotor Cessna, com o tanque cheio de gasolina comum, depois de tomar conhecimento da edição pelos golpistas do Ato Institucional I, que cassou os mandatos dele, de Darcy Ribeiro, Miguel Arraes, João Goulart, Luis Carlos Prestes e depois do Ato Institucional II que cassou outros 40 parlamentares.

Os militares golpistas não perdoavam Waldir Pires. Como Consultor Geral da República, foi de sua lavra os decretos presidenciais de nacionalização das minas de ferro, o monopólio da importação de petróleo, a encampação das refinarias, a luta enfim pela soberania nacional e contra a interferência norte-americana nos destinos do país. Também foi da lavra de Waldir Pires o projeto de reforma agrária, a democratização do acesso à terra pelos camponeses, a lei da Remessa de Lucros. Do Uruguai, Pires foi para Paris e passou a dar aulas em universidades para viver.

Emiliano José vai reconstruindo a trajetória de Waldir Pires até sua volta em 1970, ao lado de Oscar Niemeyer, num navio, sem portar passaporte que tinha sido negado pela Embaixada Brasileira na França.

A história não acabou. Hoje, Waldir Pires volta a ser alvejado pelos jornalistas fanáticos de direita que decretam sua “demissão” toda semana.

 

Enterrado o velho ditador, surge esperança de nova era na política baiana, afirma blog da Bahia

Fonte: Blog Jacarandá da Bahia – Madeira de Lei

Depois de anos servindo a ditadores de plantão e montado a maior rede de corrupção da política brasileira, morreu (20) em São Paulo o ex-senador ACM.

Dono de inúmeras empresas de comunicação, conhecido como líder autoritário de um grupo político em decadência, o velho senador morre sem deixar saudades, levando consigo uma era de perseguições, malvadezas e corrupção desenfreada.

Ao longo de décadas mandando de forma grosseira em seu grupo político, conhecido como um homem autoritário e perseguidor, o velho senador não deixa uma obra política da qual poderíamos dizer que os baianos possam se orgulhar, pelo contrario, sua vida e seu estilo de fazer política são contrários à tradição baiana de ser a terra de políticos democráticos e liberais como Ruy Barbosa e João Mangabeira.

Perseguidor e autoritário, com vasta folha de serviços prestados à ditadura militar, ACM parte no momento em que os baianos lhe aplicaram uma grande surra eleitoral, derrotando seu candidato Paulo Souto, ainda no primeiro turno das ultimas eleições ao eleger Jaques Wagner governador do estado e dar a Lula (do qual foi ele grande perseguidor) uma votação extraordinária.

A morte do velho ditador abre espaço para o início de uma nova era na Bahia. Existe uma briga instalada no seu ex-grupo, o espólio já estava sendo disputado em público através de briga aberta entre o neto e Paulo Souto, são todos filhos políticos do velho ditador, mas devem renegar a herança autoritária do velho.

Neste momento, na Bahia, existe tristeza entre os políticos que foram criados ou afilhados do ditador agora morto, já entre os jovens e os políticos honestos o clima é de página virada. Existe, na verdade, uma certa esperança com o início de uma nova era em nosso estado.

 

Água do São Francisco vai beneficiar sete mil pessoas em Abaré

Captação, ou seja, TRANSPOSIÇÃO das águas do rio São Francisco vai beneficiar sete mil pessoas em um único município baiano. As obras do Sistema Integrado de Abastecimento de Água Ibó/Icozeira serão reiniciadas pela Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb). O anúncio foi feito pelo governador Jaques Wagner sábado (21/07), na cidade de Abaré, a 530 quilômetros de Salvador.

O investimento do Estado será de R$ 1,9 milhão e mais de 7 mil pessoas serão beneficiadas, englobando 15 localidades da região de Abaré (Vale do São Francisco) e que sofrem de falta d`água.

Os fanáticos religiosos que não querem transpor água do São Francisco para matar a sede da população nordestina não se manifestaram.

As comunidades beneficiadas são Aroeira, Acaru, Angico, Capoeira, Curral das Pedras, Fazenda Primavera, Fortaleza, Ibó, Fazenda Vaqueiro, Icozeira, Mamede, Pau de Colher, Pedra da Onça, Tuiuiu e Umbuzeiro.

A água é TRANSPOSTA por meio de flutuantes metálicos no Rio São Francisco e levada por adutora com 41 quilômetros. Fazem parte ainda da construção do sistema integrado um reservatório elevado em concreto-armado com capacidade de 50 metros cúbicos, estação de tratamento de água e casa de química, numa área construída de 92 metros quadrados, compreendendo floculador, decantador e filtros para tratamento da água.

Serão construídas também três estações elevatórias de água tratada com 68 metros quadrados e mais duas com 15 metros quadrados. Além disso, vão ser instalados caixas de passagem e dois reservatórios de fibra de vidro com capacidade de 10 metros cúbicos, apoiados em base de alvenaria e chafariz-padrão. As obras estavam paradas desde outubro de 2006 e apenas 18% dos trabalhos foram concluídos pelo governo passado.

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