24 de março de 2007

 

A escritora Simone e a juíza Sara

O jornalista Vitor Hugo Soares, Editor de Opinião do jornal A Tarde, de Salvador, escreveu um lindo artigo sobre a juíza Sara de Britto, a ex-militante combatente contra a ditadura que acaba de se tornar desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. Segue na íntegra o artigo que copiei do blog Terra Magazine:

Juíza de direito e força

Em altar da minha estante de livros cultuo com toda devoção A Força das Coisas, terceira parte das memórias de Simone de Beauvoir, que fala de pessoas, livros, filmes e viagens, com muitas páginas sobre o Brasil e a visita à Bahia junto com Sartre.

Além de ser a autora uma das minhas paixões literárias e políticas na juventude e sempre, a obra é um presente ofertado por um casal de amigos especiais, Sara Silva e Pedro Milton de Brito, ambos de trajetória histórica na resistência política e na justiça da Bahia a partir da década de 60.

Ela, Sara, juíza de direito, ex-combatente nas ruas de Salvador e do Rio de Janeiro nos movimentos sociais, foi eleita membro permanente do Tribunal de Justiça da Bahia - tantas vezes citado como um dos mais conservadores do País.

Ele, Pedro, duas vezes presidente da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil e de ação invulgar no Conselho Nacional da OAB, ganhador post-mortem do I Prêmio dos Direitos Humanos da OAB-BA.

A eleição por mérito de Sara para o TJB assume significado duplo de reconhecimento e de justiça. Sob a ótica política, assinala um avanço expressivo do processo de transformação da vida pública e dos poderes no País e no Estado.

A mais nova desembargadora da Bahia nasceu em família modesta do empobrecido e relegado município de Itapicuru. Em estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU), a cidade aparece como a de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo. No império, Itapicuru foi domínio de poderosos barões, senhores da terra e de seus habitantes. Mais tarde, serventia de influentes políticos republicanos no Estado.

Em 64, mesmo ano em que foram rompidas as barreiras do Estado democrático pelo regime discricionário que então se implantava no Brasil, Sara era aprovada no vestibular da ilustre e agitada Faculdade de Direito da UFBA.

Principal líder feminina do movimento estudantil, virou referência por seu comportamento destemido e, às vezes, temerário. Como não notar aquela figura de mulher nordestina equilibrando-se - como uma Simone de Beauvoir nas barricadas de Paris - sobre um pára-choque de ônibus, em frente ao Palácio do Governo, no centro de Salvador?

Dali ela empolgava "a massa" nas passeata baianas, como registraram os jornais na época. Presa inúmeras vezes, Sara teve a sua matrícula cassada - juntamente com dezenas de outros estudantes da UFBA - e foi expulsa da Faculdade de Direito, no último ano do curso, por força do Ato Institucional nº5.

Conseguiu concluir o bacharelado na Faculdade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, onde o baiano Elquisson Soares era presidente do Diretório Acadêmico, mas não escapou das perseguições.

Presa, foi trazida para Salvador e encarcerada na antiga Casa de Detenção do Largo de Santo Antônio, onde ficou por quase três anos. Foi solta por força de habeas corpus impetrado por Pedro Milton, também ex-preso político. Impedido de tomar posse como procurador da República depois de aprovado em concurso entre os primeiros lugares, ele começava a exercer a sua verdadeira vocação, a de advogado.

A força das coisas de que fala Simone em seu livro de memórias começava a agir. Pedro e Sara se casaram e mantiveram a porta da residência do casal aberta para as visitas e encontros indispensáveis com amigos e companheiros de profissão em busca do saber, do afeto e do incrível bom humor que Pedro Milton de Brito compartilhava generosamente.

Lugar de refúgio também dos perseguidos políticos e da gente de todas as classes e profissões, à procura de justiça: dos ex-governadores Waldir Pires, atual ministro da Defesa, e Lomanto Júnior, ao ex-prefeito Mário Kertész; dos jornalistas João Carlos Teixeira Gomes (Joca) e Joaci Goes; dos ex-deputados Chico Pinto, Elquisson Soares e Emiliano José ao atual bispo de Feira de Santana, Itamar Vian, e até a líder indígena da Bolívia Domitila Barrios.

Na despedida prematura de Pedro, que não viu a chegada do século XXI, em que apostava esperanças de otimista imbatível, Waldir Pires afirmou à beira do caixão: "Se foi um representante da Bahia digna". O jornalista Bob Fernandes, em texto comovido, completava dias depois na revista Carta Capital: "Não há quem duvide, mesmo os representantes indignos".

Com a chegada da desembargadora Sara Silva de Brito ao Pleno do TJB - a posse está marcada para hoje -, um sinal cristalino de que a Bahia de que falam o ministro e o jornalista sobrevive.


*Vitor Hugo Soares é jornalista, editor de Opinião de A Tarde. Escreve para o Blog do Noblat. 23 de março de 2007.

23 de março de 2007

 

Lula convida Franklin Martins para Ministério e enfrenta máfia da Rede Globo e seguidores fiéis

O jornalista Franklin Martins aceitou (quinta, 22) o convite do presidente Lula para ser o ministro encarregado da área de comunicação social do governo. "Tive hoje uma segunda conversa com o presidente e aceitei o convite", disse Franklin ao jornalista Ricardo Amaral, da agência Reuters.

O jornalista vai cuidar de relações com a imprensa, publicidade e também do projeto de uma rede nacional pública de TV, com status de ministro. No entanto, Franklin não será o porta-voz do governo. Atualmente, ele é comentarista da TV Bandeirantes e mantém um blog no portal iG.

A escolha revela uma ligeira audácia de Lula em relação às poderosas Organizações Globo.

Um dos mais prestigiados jornalistas de Brasília, Franklin perdeu o emprego de comentarista político da TV Globo pouco depois de ter sido atacado pelo colunista Diogo Mainardi, na revista Veja. Mainardi o acusou de fazer jornalismo chapa-branca, movido, entre outras coisas, pela conquista de boas posições para parentes seus no serviço público federal.

O jornalista foi brindado com a solidariedade dos colegas e dos políticos (inclusive da oposição), que não compraram a interpretação do colunista para a trajetória profissional de integrantes da sua família. Filho do ex-senador Mário Martins (MDB-RJ), cassado pela ditadura militar, Franklin é irmão da premiada escritora Ana Maria Machado, recentemente contemplada com uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, e de Victor Martins, diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Mas não teve a mesma solidariedade da Globo, que logo em seguida o demitiu. Em entrevistas a veículos especializados da área, embora de modo elegante, o jornalista manifestou publicamente sua estranheza com a coincidência entre a crítica ofensiva de Mainardi – a quem ele processa na Justiça – e seu afastamento da Globo. A emissora, como costuma fazer em situações do tipo, não se pronunciou. Mas, obviamente, não gostou.

Ex-militante do MR-8, Franklin Martins foi um dos principais responsáveis pelo seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em setembro de 1969. Assim como o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que também participou da operação, até hoje Franklin é proibido de entrar nos Estados Unidos.

O jornalista nasceu em 1948, em Vitória (ES), mas foi criado no Rio de Janeiro. Estudou na Faculdade de Ciências Econômicas da UFRJ e foi vice-presidente da União Metropolitana dos Estudantes do Rio de Janeiro, no período de maior enfrentamento entre o movimento estudantil e o regime militar. (Site Congresso em Foco - Sylvio Costa e Rodolfo Torres).

 

O talento em tempos de cólera

“Sempre cultivei uma inveja danada dos escritores. Daqueles seres que conseguem traduzir o mundo em seus personagens. Quando a gente os lê, parece que não há nada mais simples. Você, que acha isso, tente. Não há nada mais difícil do que esse mistério do escrever inventando gente, decifrando o mundo. Mas, o curioso é que eles não inventam. São pessoas iluminadas, capazes de apreender a humanidade de um modo diverso, muito diferente da apreensão feita pelos mortais. Gabriel García Márquez é um desses seres agraciados pelos deuses. Ou pelos demônios que povoaram sua infância em Aracataca, na Colômbia, de onde surgiu para assombrar e encantar o mundo há 80 anos. Ele foi uma bênção para essa sofrida América Latina. Com ele, foi possível perceber não só a miséria, como os sonhos. A magia pode nascer do povo. Dele é que vieram tantos amores, tantas dores, tantas viagens por esse Continente de tanto amor em tempos de cólera. Longa vida para Gabriel García Márquez.

Artigo publicado na Página de Opinião, do Jornal A Tarde, dia 17/03/2007.

LEIA A ÍNTEGRA EM
www.emilianojose.com.br

 

ACM e seus capachos são desmascarados na Bahia

"O Brasil precisa saber o que se passava na Bahia carlista", afirmou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) em pronunciamento na Câmara dos Deputados.

A Deputada federal Alice Portugal (PC do B-BA) se pronunciou sobre a descoberta da sala secreta na Secretaria de Segurança Pública, onde "se escondiam 520 processos protegidos pelo manto dos ex-governadores Paulo Souto, Antônio Carlos Magalhães, César Borges, e sob os auspícios dos ex-secretários Kátia Alves e Francisco Neto e do hoje Secretário de Segurança Pública do Estado de Alagoas, Coronel Edson Sá Rocha".

Veja a íntegra do pronunciamento:

"Os acontecimentos da Bahia relatados pelo orador que me antecedeu são muito graves. Esta semana, assistimos a um episódio dantesco na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania com alguns próceres do ex-Governo da Bahia que lamentavam a não instalação de uma CPI, mas não olhavam para os próprios acontecimentos daquele Estado.

Na Bahia, dezenas de CPIs deixaram de ser implantadas para análise de improbidades comprovadas dos sucessivos governos carlistas e, neste momento, os seus próceres apresentam-se como vestais da moralidade.

Aqui estão os jornais da Bahia, em que se constata o aparecimento de uma sala secreta na Secretaria de Segurança Pública. Nela se escondiam 520 processos protegidos pelo manto do ex-Governador Paulo Souto, do ex-Governador Antonio Carlos Magalhães, do ex-Governador César Borges, sob os auspícios dos ex-Secretários Kátia Alves e Francisco Neto e do hoje Secretário de Segurança Pública do Estado de Alagoas, Coronel Edson Sá Rocha.

O jornal A Tarde noticia, e o Secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, com quem tive contato agora à tarde — e aproveito esta oportunidade para parabenizar a sua atitude pronta — , abriu inquérito administrativo e encaminhou ao Ministério Público o pedido de abertura de inquérito para analisar os 520 documentos de Prefeitos, de outros políticos e, lamentavelmente, também de policiais envolvidos com malversações ou mesmo crimes no Estado da Bahia.

Precisa ser de conhecimento nacional o tipo de prática que se exercitava na Bahia, exatamente para fazer com que a sociedade brasileira dê ouvidos a quem tem efetivamente credibilidade para ser ouvido. Parabéns ao Secretário de Segurança Pública da Bahia! Muito obrigada, Sr. Presidente".

Postado por Guina do blog Tribuna Petista
http://www.tribunapetista.blogspot.com/

Fonte: Portal Vermelho

22 de março de 2007

 

PIB com Lula cresceu mais que PIB com FHC

Nos três primeiros anos do Governo Lula, o Brasil cresceu a uma média de 3,25% ao ano. No segundo mandato de FHC a média de crescimento foi de 2,12%. Nos três últimos anos do primeiro mandato de FHC a coisa foi pior, a média ficou em apenas 1,84%. Os cálculos são do IBGE.

O PIB brasileiro recalculado pelo IBGE acaba com a exploração barata de parte da mídia e de seus representantes no Congresso Nacional. Ou seria o contrário?

As afirmações da mídia segundo as quais "o mundo cresce mas o Brasil não acompanha" ficam respondidas pelos novos cálculos do IBGE.

Nesse exato momento as teclados dos jornalistas de aluguel devem estar tecendo textos do tipo: isso é manipulação do IBGE, isso é politização do IBGE.

A verdade é que qualquer que seja o resultado tem gente que só escreve contra o governo.

A íntegra da matéria está em Terra Magazine

21 de março de 2007

 

Geddel (PMDB) e Suplicy (PT) apóiam retomada dos debates sobre transposição do rio São Francisco

Pessoalmente sou contra fazer qualquer média com d. Luiz Flávio Cappio. Ele não vai mudar de idéia e o debate será eterno. Mas, tanto o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) quanto o senador Eduardo Suplicy-PT (Jornal do Brasil, 20/03/07) concordam em reabrir os debates sobre a transposição do rio São Francisco.

Estou sentindo que o diálogo será retomado. Com uma diferença. Desta vez não serão somente o PFL e o bispo de Barra a usar a mídia para defender suas posições. Também o Ministério da Integração Nacional deverá implementar uma ampla campanha de esclarecimento através da mídia. Sem paixão, sem greve de fome, sem demagogia, sem ocupação grosseira da TV-E da Bahia, sem manipulação nas manchetes dos jornais.

Sou contra perder mais tempo. O projeto de Integração do rio São Francisco com outras bacias hidrográficas do Nordeste objetiva acabar com a seca numa boa parte do semi-árido brasileiro. Não adianta repetir que ninguém está se enganando e achando que o projeto vai acabar com a seca em TODO o Nordeste. Eles têm ouvidos de surdo.

Não adianta dizer que o Plano Plurianual (PPA) de 2004/2007 priorizou ações no setor hídrico nordestino envolvendo 1) Transposição do rio São Francisco, 2) Integração das Bacias, 3) Revitalização ambiental, 4) Irrigação da região, 5) implementação do Proágua para suprimento das cidades ribeirinhas.

Não adianta dizer que o Governo Lula investiu em 2004 cerca de R$ 26 milhões na revitalização do rio São Francisco, que em 2005 investiu R$ 100 milhões nas áreas do meio-ambiente, que o Ministério das Cidades está aplicando R$ 620 milhões em projetos de saneamento básico e abastecimento d`água em 86 cidades da Bacia do São Francisco.

O que eu fico me perguntando é o que os prefeitos do PFL (e partidos satélites) das cidades da Bacia do São Francisco fazem com 6% do faturamento bruto da CHESF. São R$ 90 milhões repassados por ano aos municípios e Estados. A CHESF já repassou R$ 1 bilhão e 350 milhões para as cidades do rio São Francisco. Tudo deveria ser obrigatoriamente aplicado na revitalização do rio.

Tudo isso me deixa indignado porque enquanto prefeitos corruptos desaparecem com milhões que deveriam ir para a revitalização do rio, o bispo d. Luiz Flávio Cappio faz essa campanha idiota contra o Governo Lula que pretende promover a igualdade de oportunidades para os brasileiros que vivem na região do semi-árido, não apenas levando água para beber, mas também incentivando iniciativas industriais, comerciais e agrícolas. Por que o bispo não faz greve de fome contra a corrupção de seus amigos prefeitos?

Fico indignado com o professor Aziz Ab´Saber, que acompanhou o presidente Lula na caravana da cidadania pelo rio São Francisco, ao confundir e não esclarecer a questão do projeto de transposição. Claro que o Governo Federal tem consciência da escala. O semi-árido tem 750 mil kms quadrados. Claro que a transposição das águas não vai resolver o problema em TODO o Nordeste. Mas o cientista esquece os efeitos multiplicadores de uma obra desse vulto.

Sempre teremos outras alternativas. Mas o projeto de abrir poços artesianos, cacimbas, depósitos subterrâneos etc evidentemente não vai mudar a economia da região. No máximo, poderia perpetuar a vida miserável de camponeses sedentos, com um pouco de água no quintal.

O povo nordestino merece mais. Lula sabe disso.

 

Será Jaques Wagner o sucessor de Lula?

A revista Época desta semana (21 de março), não sei com que intenção, joga a idéia na rua. O título da matéria é: O Sucessor de Lula? Com uma frase de apoio: Por que Jaques Wagner, o governador da Bahia, começa a despontar na corrida para a sucessão de 2010. A reportagem do jornalista Ronald Freitas é honesta, diferente dos textos envenenados pelo ódio de classe da revista Veja. O jornalista vê semelhanças entre Lula e Wagner até na barba. A rigor não há novidade no perfil traçado. Época relembra detalhes da década de 70, quando Wagner sofreu um sério acidente de trabalho no Pólo Petroquímico de Camaçari e viaja no tempo falando da casa em que Wagner morou no subúrbio ferroviário de Salvador (Itacaranha) informando que nela vive hoje a família de uma antiga empregada à qual o atual governador doou.

Vale a leitura.

Wagner e Aécio na sucessão de Lula
A TARDE E FOLHAPRESS

A Folha de S. Paulo "chupou" a matéria honesta da revista Época e construiu uma matéria desonesta, que o jornal A Tarde deu o maior destaque. O redator tucano da Folha de S. Paulo não se conformou em ler uma matéria sugerindo Wagner à sucesão de Lula e aranjou um jeito de fazer um comparativo com Aécio Neves de Minas Gerais. Uma infelicidade total colocar Wagner da Bahia e Aecinho no mesmo barco. O choque de gestão de Aécio em Minas ainda irá para as manchetes dos jornais como escândalos, Wagner está colocando a Bahia nos eixos.

LEIA A MATÉRIA DA FOLHA

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), discursou ontem (19)como possível candidato à Presidência da República em 2010 para cerca de 300 empresários em São Paulo. Outro nome citado como provável candidato ao Palácio do Planalto foi o governador Jaques Wagner, do PT, que mereceu extensa reportagem sobre o assunto na revista Época que passou a circular no fim de semana.

A reportagem destaca que os laços de amizade entre o governador baiano e o presidente Lula são mais fortes do se imagina. “Wagner é cotado como um dos nomes fortes do PT na disputa presidencial de 2010. Mais que isso: ele está despontando como o candidato preferido de Lula.

Todos os envolvidos afirmam – como é de esperar – que ainda é cedo para especular sobre a eleição de 2010. Mas a verdade é que o jogo já começou a ser jogado”, escreveu a revista.

ADMINISTRAÇÃO – Ao ser indagado se aceitaria ser candidato à Presidência da República, Wagner respondeu: “Não descarto nenhuma possibilidade.Mas é cedo. Primeiro, é preciso que eu e o presidente Lula façamos um bom governo para que haja condições de eu disputar pelo menos a reeleição, o caminho natural”.

Conforme ainda Época, “para os observadores da cena política, a inclinação de Lula pelo governador da Bahia ficou evidente no processo de reforma ministerial. Antes de oferecer o Ministério do Turismo a Marta, o presidente a expôs a uma rotina quase diária de reivindicar uma vaga – qualquer uma – no primeiro escalão. Wagner, ao contrário, teve tratamento preferencial. Pediu a Lula que desse um ministério ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB), seu parceiro na eleição da Bahia. Para atender Wagner, Lula contrariou três de seus aliados mais próximos: os senadores peemedebistas Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) e o deputado Ciro Gomes.

CAUTELA – O tucano Aécio, adotando o tradicional estilo mineiro, não assumiu a candidatura oficialmente, mas não descartou a possibilidade de estar preparado caso haja consenso em torno de seu nome.

“Se as circunstâncias políticas construírem um consenso com certa naturalidade, certamente tenho que estar preparado”, afirmou, sendo aplaudido pela platéia.

“Mas estou muito mais disposto a ajudar a construir esse consenso em torno de um projeto político para o País do que trabalhar pessoalmente para a candidatura”, afirmou o governador mineiro.

A declaração do político tucano foi uma resposta aos empresários sobre sua possível candidatura em 2010. Mais tarde, questionado pela imprensa sobre sua declaração, Aécio amenizou e disse que “ninguém pode ser candidato de si próprio” e que será um “desserviço à nação pensar as eleições de 2010 antes de 2008. Eu não tenho projeto pessoal de ser presidente da República. Não acredito em candidatura presidencial fruto da vontade unilateral de quem quer que seja e sem avançar pelo País”, disse.

Durante o almoço, o governador fez uma retrospectiva de seus primeiros quatro anos de governo e, ao responder a perguntas dos empresários, fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O atraso na formação da equipe de governo, o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e o novo programa para a educação foram alguns dos alvos de Aécio. Ao ser questionado sobre qual conselho daria a Lula, Aécio disse que não tem a pretensão de aconselhar um presidente que foi reeleito com uma votação expressiva.

20 de março de 2007

 

Duda Mendonça, a Receita e a mídia

Quando Duda Mendonça estava no meio do foguetório, a grande mídia dava manchetes. Quando a Receita Federal divulga que Duda está quites com os tributos e normas legais, a grande mídia faz de conta que de nada sabe. A Receita Federal de São Paulo já confirmou que não existem irregularidades nas movimentações empresariais de Duda Mendonça em 2006. A grande mídia brasileira cumpre essa função anti-cidadã, de execração pública, uma espécie de ditadura, condenação sem processo e sem direito à absolvição, muito menos reparação.

Leia jornais desconfiando sempre.

19 de março de 2007

 

Minas e PT perdem ex-líder operário Dazinho

Morreu dia 16 de março, aos 84 anos, vítima de pneumonia, o ex-sindicalista, ex-deputado estadual e ex-preso político José “Dazinho” Gomes Pimenta. Dazinho nasceu em Virginópolis (MG) e iniciou sua vida de trabalho bem cedo vendendo jornais nas ruas de Belo Horizonte. Trabalhou como mineiro em Nova Lima, onde foi secretário e presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Exploração de Ouro e Metais Preciosos de Nova Lima. Era portador de silicose, doença que acomete trabalhadores de mineradoras.

Em 1962, foi eleito deputado estadual pelo PDC (Partido Democrata Cristão). A princípio Dazinho não gostou da idéia. "Eu resisti porque era analfabeto, ganhava salário mínimo, tinha dez meninos. Como é que eu iria enfrentar uma eleição capitalista?” revelou no Memória e Poder, um programa da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, de caráter histórico-documental, que faz o registro de vida de personalidades que se destacaram na construção da história do País.

OPERÁRIO NO PARLAMENTO

Mesmo eleito, Dazinho continuou trabalhando como operário da Mineração Morro Velho. De manhã ia para a mina, voltava ao meio dia, tomava um banho e ia para a Assembléia. Percorreu o interior de Minas Gerais fundando sindicatos rurais e ajudando trabalhadores e grupos de necessitados com o salário que recebia como deputado. "O salário que eu recebia era fruto de exploração, não era fruto de trabalho", disse.

Logo após o Golpe Militar de 1964, Dazinho teve seu mandato cassado e perdeu os direitos políticos por dez anos. Ao lado de Clodesmidt Riani e Sinval Bambirra, foi o primeiro do país a ser destituído, considerado uma ameaça à ordem da ditadura. Julgado e condenado a 20 anos de prisão, cumpriu pena por dois anos e meio. Na cadeia, passou por interrogatórios e foi torturado. “O evangelho é minha referência na luta”, era sua frase comum.

Em 1986, já no Partido dos Trabalhadores, foi candidato ao Senado. Em 1994 a Assembléia Legislativa de Minas Gerais lhe concedeu pensão especial e reconheceu que a cassação de seu mandato teve motivação exclusivamente política da parte dos militares, sem direito à defesa. O corpo de Dazinho foi enterrado (17) no Cemitério da Consolação, em Belo Horizonte.

 

Geddel vai tocar prá frente a transposição. Água para o Nordeste.

O ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, está com a cabeça no lugar. Vai realizar uma ampla discussão sobre o projeto de integração das bacias do Nordeste, mais conhecido como Transposição do São Francisco. Mas, junto com a discussão vai promover um amplo esclarecimento à população. Por estupidez da mídia, a população só lê a versão do bispo que fez greve de fome. A Bahia tem uma relação sentimental com o “velho Chico”, mas os 16 anos de governos carlistas não respeitaram essa relação de amor. Praticamente nada fizeram pela revitalização do rio. As prefeituras do PFL, então, transformaram o São Francisco em vaso sanitário.

A apresentação da entrevista da Tribuna da Bahia (19/03/2007) é bastante editorializada. Cheia de opiniões. Já parte do pressuposto de que a transposição do São Francisco é um projeto megalomaníaco. Quanta bobagem. Geddel Vieira Lima certamente não irá ceder à propaganda do bispo, dos desinformados e do PFL dos grotões. Debater com lideranças ad infinitum não dá. O Nordeste tem pressa. O Brasil da seca tem pressa. Como ministro do Brasil e guardião dos interesses da Bahia, Geddel pretende desmistificar o projeto da transposição das águas, que será um motor de investimentos federais para a Bahia e estados nordestinos.

Uma única pergunta da Tribuna da Bahia revela o pressuposto ideológico (não será religioso?) da reportagem.

- Mas o que a Bahia ganha com a transposição ou revitalização das bacias?

Geddel responde - Vamos ser muito beneficiados com a questão da revitalização, com a idéia de através de PPP (Parceria Público Privada) concluir o projeto do Salitre e o projeto do Baixio de Irecê(...) dar seguimento ao projeto de irrigação de Dom Basílio, Livramento de Nossa Senhora, além da construção do sistema integrado de abastecimento de água de Santana com mais 100 quilômetros de adutora(...) A Bahia ganhará com investimentos em saneamento, prevenção de enchentes, construção de barragens e obras de adutora.

Não precisaria ir tão longe. O Nordeste é Brasil. Se o Nordeste é Brasil a Bahia ganha.

18 de março de 2007

 

Zé Dirceu rebate as calúnias da revista veja

A revista Veja morre de medo de José Dirceu. Tanto que volta-e-meia paga seus redatores de aluguel para assinarem verdadeiras obras de ficção. De baixa qualidade, mas com a força da calúnia, da intriga e da difamação. Muitos não teriam coragem de rebater os ataques. Mas Zé Dirceu tem coragem e não deixa por menos. A edição desta semana passa dos limites. Até quando o Brasil vai suportar a presença desta revista financiada com dinheiro estrangeiro?

LEIAM A RESPOSTA DE ZÉ DIRCEU À REVISTA VEJA:

Fonte: http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/

17/03/2007 18:00
As calúnias de Veja

A revista Veja desta semana publica mais uma de suas matérias caluniosas e ofensivas à minha honra e à minha imagem. Para dar ao leitor a impressão de que a matéria é verdadeira, mistura fatos reais com mentiras. Sonega informações, como as que eu mesmo dei em entrevista à revista na quinta-feira, desqualifica minha vida profissional, imiscui-se em minha vida familiar e privada. O objetivo é claro: combater-me politicamente, destruir minha vida profissional, desconstruir minha história, prejudicar minha vida pessoal. A revista quer manter sua campanha contra mim e mostrar que tinha razão em me transformar do dia para a noite em bandido e chefe de quadrilha.

VEJA NÃO PUBLICOU RESPOSTAS DE ZÉ DIRCEU

Para a revista, não basta eu ter sido cassado injustamente e acusado sem provas. Não basta eu ter perdido o mandato e ficado inelegível. Veja não se conforma por eu ter retomado minha atividade política e ter construído uma vida profissional para assegurar o sustento de meus filhos e o meu. Sempre trabalhei na vida. Como disse à revista, que não publicou minhas respostas e negativas diante de mentiras, fui office-boy, almoxarife, arquivista, atendente, auxiliar de contabilidade, coordenador de escritório, assessor jurídico, assessor parlamentar. Na década de 70 tive uma alfaiataria, uma loja de confecções e uma pequena fábrica de confecções. Nunca deixei de trabalhar e de me sustentar, inclusive em Cuba, onde vivi exilado.

Hoje tenho um escritório de advocacia. Há vinte anos sou advogado, com muito orgulho. Em 1980, quando voltei da clandestinidade, matriculei-me na PUC de São Paulo e, trabalhando e estudando, terminei meu curso de Direito, tendo prestado o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil em 1985.

Sou também consultor de empresas, como tantos profissionais sérios e respeitados no país. Afinal, me qualifiquei para isso. Disciplinado, ao longo da minha vida profissional e política, estudei muito, li muito, conversei muito, viajei bastante. Conheço bem a realidade do Brasil e seus problemas, assim como sou um estudioso da América Latina, de seus países e relações. Em muitos deles, construí relações políticas e profissionais. Portanto, é natural que seja convidado a dar palestras e consultorias. Mas cita indiscriminadamente empresas e empresários a quem não dei e não dou consultoria, como se fossem meus clientes.

VEJA ESCREVE MENTIRAS SOBRE DIRCEU

Além de me combater no campo político e de defender minha injusta cassação, Veja quer inviabilizar minhas atividades profissionais legítimas e legais. Há pouco tempo, a revista publicou matéria de duas páginas para impedir uma palestra minha no Banco Credit Suisse. Falou de problemas desse banco com a justiça só para intimidar empresas que me convidavam para dar palestras - o que conseguiu, pois as empresas têm medo de sofrerem acusações na revista caso me contratem, e todos sabem que, para Veja, acusações não precisam ser baseadas na verdade.

Veja não se conforma porque, apesar de tudo que fez comigo, eu reconstruí minha vida profissional e retomei minha vida política, recebendo o reconhecimento de pessoas que não aceitam as injustiças. Veja calunia e ofende porque é impossível apagar meus quarenta anos de vida pública e o fato de que nada foi provado contra mim até hoje.

Veja e outras publicações escondem de seus leitores que houve a retratação em juízo do irmão de Celso Daniel, que não fui citado judicialmente no caso Waldomiro Diniz, que nada provaram contra mim em nenhuma investigação, apesar da quebra de meus sigilos telefônico, fiscal e bancário.

VEJA ESCONDE INFORMAÇÕES

Veja também esconde que em toda minha vida nunca fui processado por qualquer crime, a não ser – o que me honra - na época da ditadura militar, quando fui preso, banido do país e tive a nacionalidade brasileira cassada, sendo obrigado por duas vezes a entrar clandestinamente na minha pátria.

Segundo a matéria, freqüento o restaurante Massimo. Poderia freqüentá-lo, mas é mentira. A ultima vez em que estive lá, das poucas que fui e como convidado, foi há anos, com Marco Aurélio Garcia, para uma conversa com Elio Gaspari. Veja quer insinuar que levo um nível de vida elevado, diz que tenho ganhos pessoais de 150 mil reais, querendo enganar deliberadamente seus leitores, ao confundir faturamento com rendimento. Meus escritórios de advocacia e de consultoria podem até faturar isso, mas têm que cobrir suas despesas, como os salários dos funcionários, aluguel, impostos, etc. Logo, meu pró-labore e minha participação nos lucros não serão nunca maior do que 15% desse valor.

Mas fica a idéia caluniosa que estou me enriquecendo ilicitamente, fazendo lobby. Para isso a matéria fala, sem publicar o que contei ao repórter, de um almoço meu com Guilherme Lacerda, meu amigo e companheiro há mais de 25 anos, e um empresário do setor de transporte ferroviário. Disse ao repórter que não trabalho para concessionárias de serviços públicos, mas ele desconheceu e publicou o contrário.

VEJA QUER DESTRUIR ZÉ DIRCEU

A matéria invade criminosamente minha privacidade, com mentiras, falsidades e querendo induzir o leitor a fazer juízos contrários a mim. Faz, por exemplo, uma referência sobre minha vida clandestina no Paraná de forma a levar o leitor à idéia de que enganei minha esposa ao não revelar a ela minha real identidade. Na verdade, eu protegi sua vida e, ainda hoje, a tenho como amiga e conselheira. Com ela tenho uma relação afetiva e humana, apesar dos mais de 25 anos de separação. Tanto que passei o final do ano em sua companhia, de nosso filho, minha filha e nossa neta.

Mas o objetivo da revista é atingir minha imagem e destruir o que tenho de mais sagrado, minha vida e minha luta, mostrar-me como um monstro que trai sua própria mulher.

Veja mente sobre vários fatos e insiste na mentira mesmo quando ouve a verdade de entrevistados. Desconhece o que é dito para fortalecer suas versões interesseiras. Há muito tempo o que se diz nos meios jornalísticos é que se os fatos não confirmam as teses dos editores de Veja, azar dos fatos.

É inominável o que Veja fez com minha vida privada e não tenho palavras para descrever minha indignação e revolta, mas acredito que fica o alerta para o perigo que representa esta revista para a democracia e para a liberdade de imprensa, por ela violadas semanalmente ao não reconhecer e a negar os direitos individuais daqueles que procura atacar e destruir.

VEJA DESRESPEITA A DEMOCRACIA

O desrespeito de Veja pelos princípios democráticos, pela liberdade de imprensa e pela ética do jornalismo é tão forte que a revista sequer dá aos agredidos e ofendidos o direito de resposta. Não publica suas cartas ou corta trechos arbitrariamente, suprimindo o que não convêm a seus propósitos.

Para mim só há o caminho da justiça, ao qual já recorri - tenho uma audiência no dia 19 num processo que movo contra um de seus jornalistas - - e ao qual recorrerei quantas vezes for necessário.

Por fim, Veja fala de minha anistia, sobre os apoios que tenho no PT e, pasmem, sobre uma candidatura minha à Presidência da República em 2010. É verdade que tenho o apoio e o apreço da imensa maioria dos petistas em todo nosso Brasil. Também é verdade que a campanha em apoio à minha anistia ainda não começou, mas não pelas razões elencadas por Veja; simplesmente, porque ainda não é hora de deflagrá-la. E não será Veja que determinará esse momento e muito menos minhas decisões políticas e dos que me apóiam em todo país.

VEJA INVENTA NA MAIOR CARA DE PAU

A absurda referência a uma pretensa intenção minha de disputar a Presidência da República desmascara e desmoraliza toda a matéria da Veja.

A matéria caluniosa e desrespeitosa com a minha honra e a de todos os citados mostra o caráter policial e repressivo que assumiu esse tipo de jornalismo pretensamente investigativo, mas que, na verdade, é instrumento de posições político-ideológicas e de interesses econômicos. Não fui julgado, sequer fui processado, mas a revista Veja já me condena. Citando Ivan Lessa, diz que o Brasil esquece tudo a cada quinze anos. Ou seja, já fui condenado pela Veja e, agora, aposto no esquecimento.

Não é o meu caso. Quero ser julgado pelos tribunais, não quero impunidade ou prescrição. Já disse e repito: tenho direito a lutar pela anistia, fui cassado sem provas e, depois de quase dois anos, nada foi provado contra mim. Ao contrário, a cada investigação sou inocentado.

Quero justiça, e rápida. Não aceito prescrição ou impunidade, vou ser absolvido e recuperar meus direitos.

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