19 de março de 2007

 

Minas e PT perdem ex-líder operário Dazinho

Morreu dia 16 de março, aos 84 anos, vítima de pneumonia, o ex-sindicalista, ex-deputado estadual e ex-preso político José “Dazinho” Gomes Pimenta. Dazinho nasceu em Virginópolis (MG) e iniciou sua vida de trabalho bem cedo vendendo jornais nas ruas de Belo Horizonte. Trabalhou como mineiro em Nova Lima, onde foi secretário e presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Exploração de Ouro e Metais Preciosos de Nova Lima. Era portador de silicose, doença que acomete trabalhadores de mineradoras.

Em 1962, foi eleito deputado estadual pelo PDC (Partido Democrata Cristão). A princípio Dazinho não gostou da idéia. "Eu resisti porque era analfabeto, ganhava salário mínimo, tinha dez meninos. Como é que eu iria enfrentar uma eleição capitalista?” revelou no Memória e Poder, um programa da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, de caráter histórico-documental, que faz o registro de vida de personalidades que se destacaram na construção da história do País.

OPERÁRIO NO PARLAMENTO

Mesmo eleito, Dazinho continuou trabalhando como operário da Mineração Morro Velho. De manhã ia para a mina, voltava ao meio dia, tomava um banho e ia para a Assembléia. Percorreu o interior de Minas Gerais fundando sindicatos rurais e ajudando trabalhadores e grupos de necessitados com o salário que recebia como deputado. "O salário que eu recebia era fruto de exploração, não era fruto de trabalho", disse.

Logo após o Golpe Militar de 1964, Dazinho teve seu mandato cassado e perdeu os direitos políticos por dez anos. Ao lado de Clodesmidt Riani e Sinval Bambirra, foi o primeiro do país a ser destituído, considerado uma ameaça à ordem da ditadura. Julgado e condenado a 20 anos de prisão, cumpriu pena por dois anos e meio. Na cadeia, passou por interrogatórios e foi torturado. “O evangelho é minha referência na luta”, era sua frase comum.

Em 1986, já no Partido dos Trabalhadores, foi candidato ao Senado. Em 1994 a Assembléia Legislativa de Minas Gerais lhe concedeu pensão especial e reconheceu que a cassação de seu mandato teve motivação exclusivamente política da parte dos militares, sem direito à defesa. O corpo de Dazinho foi enterrado (17) no Cemitério da Consolação, em Belo Horizonte.

Comments:
Fiquei encantada e surpresa hoje,em apresentação de um trabalho na UFMG. sobre Paulo Freire fiquei sabendo que minha colega do mesmo grupo é filha do Dazinho.Que honra!!!!parabéns Monica Pimenta.
 
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