11 de fevereiro de 2010

 

Só a droga não explica o aumento da violência na Bahia

Leio na revista digital Terra Magazine que “só a droga não explica o aumento da violência na Bahia”. A afirmação é da jornalista baiana Rosane Santana, que se encontra em Boston (EUA) onde fez Mestrado em História e atualmente estuda em Harvard.

É fato que a violência aumentou na Bahia. Ela tem razão ao rejeitar a explicação simplista de que a droga seria a causa da violência. O crack é apenas uma das causas. Outra pode ser a ausência durante anos de uma política de segurança estadual. Uma terceira é a total omissão neste quesito, por parte de sucessivos governos carlistas.

ACM, Antônio Imbassahy, César Borges, Paulo Souto, outra vez Paulo Souto, todos eles têm grande responsabilidade pelo que está acontecendo. Como lembra Rosane Santana, antes de Wagner “já tínhamos o Morro da Águia, endereço conhecido por qualquer taxista, onde Ravengar fazia a festa”. Não só taxistas sabiam dos caminhos, mas, também jornalistas, cara Rosane. No mais, procurem nos aparelhos policiais as causas. Chamem o ladrão, chamem o ladrão.

 

Câmara Federal promove post mortem o poeta Vinicius de Moraes

A Câmara Federal aprovou (09/02/2010) o Parecer do deputado Emiliano José (PT-BA) que promove post mortem o poeta e diplomata Vinicius de Moraes ao cargo de Ministro de Primeira Classe dentro da carreira diplomática do Ministério de Relações Exteriores. A proposição resgatou uma dívida histórica. O poeta Vinicius de Moraes, diplomata de carreira, foi arbitrariamente expulso do Itamaraty pela ditadura militar.

“Um homem que viveu assim, com tal intensidade, que conseguiu, vivendo apaixonadamente, criando apaixonadamente, revelar o mais profundo do Brasil, o mais poético e criativo de sua cultura, um homem assim, merece essa promoção pós-mortem inegavelmente”, salientou o relator Emiliano José.

Vinicius morreu em 1980 e em 2006 uma cerimônia de homenagem reintegrou o poeta ao quadro do Itamaraty. A promoção pós-morte permitirá que os dependentes de Vinícius possam receber pensão relativa ao novo cargo. No Itamaraty, o poeta exerceu cargos em Los Angeles, Paris e Montevidéu.

Segundo Emiliano José (PT-BA), o projeto de lei, justifica-se pelo fato de que, embora tenha encerrado precocemente sua carreira de diplomata como Primeiro Secretário, “Vinicius de Moraes prosseguiu a brilhante trajetória artística que vinha desenvolvendo em solo brasileiro e também no exterior. (...) Pode-se afirmar, sem qualquer dúvida, que o extraordinário trabalho artístico desenvolvido por Vinicius de Moraes durante décadas fez dele, mais do que divulgador ímpar do Brasil, um verdadeiro embaixador da cultura brasileira. Nada mais justo do que prestar-lhe o devido reconhecimento, elevando-o, também como servidor público e diplomata, à posição que merece ocupar”.

LEIA A ÍNTEGRA DO VOTO DO RELATOR

10 de fevereiro de 2010

 

Tese de doutorado na USP prova que racismo inventou a tal “preguiça baiana”

A Internet é um perigo. Informações precisam ser checadas. A tese de doutorado que prova que racismo inventou a tal “preguiça baiana” não é da PUC Campinas, como corre fartamente na Internet, e sim da USP. O Blog Bahia de Fato corrige assim a confusão que causou. Eu soube que a professora Elisete Zanlorenzi ameaça processar a PUC por suposta divulgação do trabalho. Na verdade, esse assunto circula há alguns anos por centenas de blogs.

Segue o texto:

A famigerada “manemolência” ou “preguiça baiana”, na verdade, não passa de uma faceta do racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida em setembro de 2009, pela professora de Antropologia Elisete Zanlorenzi (USP). A pesquisa que resultou na tese durou quatro anos. O estudo sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de “festa eterna”.

Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. “Quem se diverte é o turista”, diz a antropóloga.

O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatório contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia. O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista.

A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão?).

Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para desconstruir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de “proteção” dos seus empregos.

Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. “Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil”, diz Elisete.

Até Caetano se contradiz quando vende uma imagem e diz: “A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo”'. Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente. “Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.”

Para tirar as conclusões acerca da origem do termo “preguiça baiana”, a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas.

O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnaval na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A única diferença é no São João (dia 24/06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia). Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o número de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada).

Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil). Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados “desocupados” (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros.

A Bahia aparece em 13° lugar. Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos recursos para o estado e inflando a economia, sobretudo de Salvador, o que tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos, financeiras e empresas prestadoras de serviços como escritórios de advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro setor).

 

Governador Jaques Wagner escreve para revista Teoria e Debate

Além do governador da Bahia, Jaques Wagner, escrevem na edição especial da revista Teoria e Debate, que já está circulando, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, a economista Maria da Conceição Tavares, Wladimir Pomar, Olívio Dutra, Renato Simões, Gilberto Carvalho, Patrus Ananias, Fernanda Estima, Valter Pomar, Pedro Tierra, Emir Sader, Iriny Lopes, Ana Júlia Carepa, José Eduardo Dutra, José Eduardo Martins Cardoso, Luiza Erundina, Venício A. de Lima e Geraldo Magela.

 

Todos perguntam “Que partido é este?”. Nilmário Miranda responde.

O texto abaixo, da autoria do presidente da Fundação Perseu Abramo, Nimário Miranda, foi publicado na 86º edição da revista Teoria e Debate, que trata sobre a trajetória de 30 anos do PT.

QUE PARTIDO É ESTE?
O PT, desde seus primeiros passos, rejeitou os modelos clássicos de organização partidária da esquerda. Afastou-se do modelo dos partidos comunistas do “centralismo democrático”, que conferia ao Comitê Central poderes sem limites e, com o argumento de repelir as frações, dificultava a convivência com as divergências, resultando em dissidências e expurgos. Também não seguiu o modelo dos partidos socialdemocratas e trabalhistas europeus, organizados em torno dos chefes parlamentares e mandatários do Executivo.

Ao estabelecer o direito de tendência, o PT promoveu a convivência entre os sindicalistas combativos que o fundaram, os intelectuais socialistas, os militantes de organizações de esquerda remanescentes da resistência à ditadura e as comunidades cristãs de base da igreja popular.

Ao mesmo tempo foi rejeitada a proposta de constituir uma frente de partidos, em que cada agrupamento teria direção e disciplina próprias. O direito à constituição de tendências internas garantiu a pluralidade política e ideológica e a unidade de ação. Se o partido assume a democracia como valor universal e maior das conquistas dos movimentos socialistas dos trabalhadores, nada mais coerente do que praticá-la em seu interior.

Passados trinta anos, o PT conta poucas dissidências: o PSTU, oriundo da Convergência Socialista, que sempre manteve estrutura partidária no interior do partido, e mais recentemente o PSOL. Do mesmo modo, o PT desvinculou-se da tradição dos execráveis expurgos.

Nos primórdios, no final da década de 1970, enquanto trabalhadores ocupavam o cenário realizando greves de massa, o debate sobre a construção de um novo partido colocava a questão se este deveria ser um “partido popular” ou um partido dos trabalhadores.

“Queremos um partido dos trabalhadores organizado e dirigido pelos trabalhadores, e não um partido para os trabalhadores votarem”, foi o argumento que prevaleceu.

Na tradição anterior dos partidos comunistas, socialistas, de esquerda, um grupo de intelectuais redigia o sacrossanto programa, baseado numa “teoria revolucionária” em torno da qual os grupos se constituíam. O PT nasce invertendo essa lógica, se organizando a partir de seu Manifesto de Fundação. A teoria viria da reflexão sobre a própria experiência, sem desconsiderar o legado das esquerdas no Brasil e no mundo.

Para financiar o partido, optou-se pela forma mais simples: quem constrói sustenta.

Até a aprovação da Lei do Fundo Partidário, em 1995, o PT foi sustentado pela contribuição compulsória dos parlamentares e mandatários de cargos executivos, que assinavam compromisso prévio de destinar percentual de suas remunerações ao partido, e dos seus militantes. Também houve quem tenha deixado o PT para não cumprir o compromisso assumido antes da eleição.

Os mandatos são do partido. A partir desse princípio foi estabelecida a fidelidade partidária.

O PT sempre se antecipou ao que depois viraria lei. Cortamos em nossa carne, por exemplo, em 1985, ao desligarmos companheiros queridos e respeitados que insistiram em votar no Colégio Eleitoral que elegeria Tancredo Neves. Tínhamos oito deputados federais apenas e ficamos com cinco.

O saudoso sociólogo Eder Sader resumiu em uma frase a postura do PT para se constituir como partido radicalmente democrático dentro de um regime autoritário que pretendia controlar, inclusive, as regras da atividade política: o PT tem de caminhar nas fímbrias, no limiar da institucionalidade, tensionando-a.

Desse modo, para conciliar a democracia interna necessária com as leis vigentes, criamos os núcleos de base, precedendo as comissões oficiais que asseguravam o controle do partido pelos chefes políticos, criamos os encontros democráticos com delegados eleitos pela base.

As convenções oficiais eram realizadas apenas para cumprir a lei e homologavam as decisões democraticamente assumidas pelos encontros. Depois viriam os congressos. Enquanto os encontros decidem sobre questões conjunturais, aos congressos ficaram reservadas as decisões programáticas ou estratégicas. Congressos, encontros, diretórios com participação de todas as correntes garantida pela proporcionalidade, núcleos, setoriais, PED, prévias... Enfim, lançamos mão de todos esses instrumentos para a difícil construção da democracia interna.

O PT foi o primeiro partido a adotar uma cota de mulheres nas direções e nas chapas, depois transformada em lei, visando ampliar a participação feminina na política, represada há séculos por uma sociedade patriarcal.

Desde os primeiros passos acolheu homossexuais, desafiando o preconceito arraigado, e estimulou candidaturas em todos os níveis. Do mesmo modo, teve entre os núcleos fundadores o movimento pela igualdade racial e de combate ao racismo.

Outra opção fundamental que afastou o PT da tradição dos partidos de esquerda foi a defesa intransigente da autonomia do movimento sindical e popular em relação ao partido, de não usar os sindicatos como correia de transmissão do partido. A ponto de seu Estatuto prever que o militante priorize o sindicato em caso de conflito com a decisão partidária.

Ao recusar ligar-se a internacionais com caráter vinculante, o PT desenvolveu um “novo internacionalismo”. Isso permitiu se relacionar com partidos comunistas, da nova esquerda, socialistas, socialdemocratas e trabalhistas. Dessa visão nasceu o importante Foro de São Paulo, em 1990.

A relação entre o partido e seus governos municipais e estaduais foi construída de maneira interessante, a um só tempo o partido procurou definir “um modo petista de governar”, sem criar uma camisa de força. Também a relação com os parlamentares segue na mesma direção: não cair no que se denominava “cretinismo parlamentar” e desenvolver a cultura de decisões coletivas, com o partido só tomando decisões peremptórias em última instância.

O PT contribuiu para a democracia ao lutar pelo fundo partidário, montante destinado aos partidos proporcional a sua representação na Câmara dos Deputados. Desse valor, 20% é obrigatoriamente destinado a fundações ou institutos para o desenvolvimento da cultura política democrática e republicana.

Nosso partido instituiu a Fundação Perseu Abramo (FPA), sucessora da Fundação Wilson Pinheiro, que há treze anos guarda e organiza o uso de seus documentos, preservando a memória partidária essencial, constituiu uma importante editora e incorporou a revista Teoria e Debate; organiza debates teóricos, seminários, oficinas; colabora com o PT nas relações internacionais; faz pesquisas que subsidiam o partido, governos, universidades e movimentos sociais.

Por fim, o partido, mais recentemente, organizou a sua juventude e a Escola Nacional de Formação (coordenada por sua Secretaria Nacional de Formação e pela FPA), e foi o primeiro partido a instituir um código de ética. Nenhuma dessas conquistas democráticas foi adotada sem disputa, choros e ranger de dentes.

Nilmario Miranda,
Presidente da Fundação Perseu Abramo

 

Edição especial da revista Teoria e Debate conta história dos 30 anos do PT

Ninguém mais precisa ler as bobagens que o jornalista Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, escreve sobre o PT. Acaba de sair a 86ª edição da revista Teoria e Debate. A revista recupera, com profundidade, o processo de construção partidária por meio de suas principais vertentes: o sindicalismo, a Igreja, a esquerda marxista e os movimentos sociais.

Ao completar três décadas em 10 de fevereiro de 2010, o PT faz a transição de um ciclo que começou com a democratização do país e vai até o fim do segundo mandato do governo Lula. É sobre essa fase que os intelectuais, parlamentares, dirigentes, personalidades da estrutura partidária expressam suas opiniões abalizadas.

Como serão os próximos trinta anos do PT? Esta é uma boa pergunta para o PT.

Maria da Conceição Tavares, por exemplo, não vê como o partido possa manter sua bem-sucedida trajetória se não incorporar a sua base a grande maioria de pobres que conferem, ao presidente Lula, índices de mais de 80% de popularidade. Levando em conta que o partido está na fase de transição para a vida adulta e que seus fundadores não são mais tão jovens, é fundamental pensar quem dará prosseguimento ao projeto político-partidário assumido no Colégio Sion.

Afinal, quanto do “modo petista” tem o governo Lula?

Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, faz um balanço no qual vincula as políticas públicas adotadas nos mandatos Lula com a elaboração do PT ao longo de sua história, seja no partido, seja nos movimentos sociais e nas suas administrações municipais e governos estaduais.

A marca petista também foi estampada na política externa brasileira, destacadamente a pluralidade na interlocução internacional e a ênfase latino-americana, segundo Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do partido.

 

Demissão de general não encerra o assunto da tortura não

O chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército, general Maynard Marques de Santa Rosa, foi exonerado do posto pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, hoje, quarta-feira (10), depois de fazer críticas à terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) em uma carta que circula na internet atribuída a ele.

A decisão foi anunciada pelo próprio ministro quarta-feira (10), durante a cerimônia de despedida do ministro da Justiça, Tarso Genro, do cargo, que transmitiu o posto para o secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto. “Acabei de encaminhar ao presidente da República a exoneração da chefia do Departamento Geral de Pessoal e deixei a sua colocação à disposição do Exército.

O assunto está encerrado”, afirmou Jobim.

Aí é que ele se engana. Assunto encerrado coisa nenhuma.

Se um general do Exército se manifesta publicamente contra o Plano Nacional dos Direitos Humanos, muito provavelmente ele defende a impunidade aos torturadores, assassinos e criminosos de lesa-humanidade que atuaram nos porões da ditadura militar.

Pior. O general pode defender a perpetuação da tortura na grade escolar dos oficiais do Exército. Essa é uma história sem fim.

9 de fevereiro de 2010

 

Deputados do PT reagem à molecagem política de José Aleluia (DEM)

José Carlos Aleluia (DEM-BA) aproveitou o assalto ocorrido segunda-feira (8) às agências lotéricas da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil de Amargosa, no interior baiano, para caluniar o PT. Mais que uma provocação política é uma verdadeira molecagem. José Carlos Aleluia não é uma pessoa séria. Não pode ser. Em seu twitter ele construiu a seguinte gracinha:“13 pessoas fantasiadas assaltaram dois bancos em Amargosa? Quantos fantasiados de 13 assaltaram o Brasil?”.

Ao PT cabe processar o palhaço. Os deputados federais Emiliano José e Zezéu Ribeiro reagiram. Ao blog Bahia Notícias, o deputado Emiliano José (PT-BA) se disse inconformado com a analogia feita pelo político do DEM. Para Emiliano, “a declaração do opositor é uma MOLECAGEM. Ele vem de uma oligarquia, uma quadrilha longeva que assolou a Bahia por décadas. Não adianta ficar com outro tipo de resposta para um moleque desses”, que já não mais se surpreende com o método chulo de fazer política adotado pelo adversário.

Já o deputado federal Zezéu Ribeiro (PT-BA) afirmou que Aleluia tem sido infeliz nas declarações e procura chamar o holofote para si: “Aleluia perdeu a diversão da política. Tenta inventar umas coisas sem sentido para fazer mídia. Ele perdeu as estribeiras e agora bate de forma frágil ou parte para uma agressividade verbal inconseqüente e senil. E olhe que ele não é mais velho do que eu”.

Fiquei triste com o respeitável blog Bahia Notícia afirmando ser esta palhaçada a “Pérola do dia”. Pareceu-me mais a merda do dia.

José Carlos Aleluia está perdendo o respeito de si mesmo!

 

Imprensa Marginal, um blog a serviço da democracia

O jornalista Humberto Carvalho Jr, do blog Imprensa Marginal, escreveu-me trocando idéias. “Em países como o nosso, tanto os meios de produção material como os simbólicos pertencem à elite econômica. E, obviamente, a elite usa as ferramentas que possui para manter o status quo ou fazer com que o povo aceite seu modelo de democracia”. E foi por aí, seguindo o ritmo do artigo “Mídia e ideologia: realidades políticas pelas lentes da grande imprensa brasileira”, publicado por ele.

Concordando com os argumentos do jornalista Humberto Carvalho Jr, visitei o blog Imprensa Marginal. Fiquei animado com o slogan de Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons”.

Minha gente. A visita ao Imprensa Marginal é essencial. Nesta segunda-feira (8), por exemplo, ele postou a matéria: “A culpa é dos pretos e pobres: o Jornal Nacional batalha contra as igualdades sociais”. Nada a estranhar numa rede que prega que racismo no Brasil é mito, conforme outro texto publicado pelo blog. Imprensa Marginal recoloca a verdade sobre o governo Hugo Chávez, critica a Rede Globo, reproduz textos e vídeos substanciais sobre a mídia golpista. Sobretudo, defende o Plano Nacional dos Direitos Humanos. Gostei muito do texto desmascarando a revista Veja sobre mais uma notícia fantasiosa contra o MST.

Eu freqüento o blog Imprensa Marginal

8 de fevereiro de 2010

 

Editora FPA lança Guia dos Direitos Sociais

O título completo é “Guia dos Direitos Sociais – A igualdade social e as diferenças entre a esquerda e os liberais”. Editado pela Fundação Perseu Abramo o livro, da autoria do sociólogo José Prata Araújo, traça um painel dos direitos sociais no Brasil, previstos no artigo 6º da Constituição Federal: saúde pública, previdência e assistência sociais, educação e segurança públicas, habitação, lazer e esportes, entre outros.

Aborda ainda, em linguagem direta, as políticas de promoção da igualdade em relação a diversos segmentos sociais, fundamentais para que o Brasil seja uma país mais igualitário e democrático.

Escrito pelo especialista em direitos sociais, José Prata Araújo, o Guia dos Direitos Sociais, na introdução de cada capítulo, traz uma breve exposição histórica da conquista de cada um dos direitos sociais e as diferenças políticas entre esquerda e direita no que se refere ao tema.

 

“O Haiti precisa de um novo Plano Marshall”

O deputado federal Emiliano José (PT-BA) depois que voltou da missão parlamentar que visitou o Haiti, em depoimento à revista digital Terra Magazine, declarou: “O Haiti precisa de um novo Plano Marshall” propondo um programa semelhante ao que recuperou a Europa destruída pela Segunda Guerra Mundial.

A entrevista ao jornalista Cláudio Leal continua repercutindo fortemente na Internet, nas emissoras de rádio e em alguns programas seletivos de TV. A mídia impressa desconheceu solenemente a visita dos parlamentares ao Haiti. Como se o monitoramento de R$ 1 bilhão que o Brasil pretende gastar nas ações de solidariedade ao povo haitiano não tivesse muita importância. Para não dizer que não li alguma coisa, a coluna Tempo Presente, do jornal A Tarde, registrou a visita.

Como integrante da missão parlamentar, o deputado federal Emiliano José (PT-BA) conversou com os comandos militares, com o presidente René Préval, com embaixadores, com integrantes da ONG Viva Rio que está lá prestando socorro e ainda visitou locais atingidos pelo terremoto de janeiro deste ano.

Emiliano usou a metáfora do Plano Marshall implementado pelos EUA a partir de 1947, para recuperar a Europa completamente devastada pela Segunda Guerra Mundial, por entender que as nações ricas do mundo inteiro, sob coordenação da ONU, precisam reconstruir inteiramente o Haiti.

O deputado petista explicou que o povo do Haiti precisa de imediato, além de comida e remédios, de pelo menos 200 mil barracas de lona para abrigar 1 milhão de pessoas que se encontram espalhadas pelas ruas. As atuais barracas de pano não resistirão a chuvas fortes. Falta água potável e isso é um problema sério.

Não se pode pensar apenas na capital Porto Príncipe, mas, no conjunto do país cuja economia é 80% agrícola. Sobretudo, o governo do Haiti que foi eleito é que tem que gerenciar a ajuda humanitária, sob coordenação da ONU. A proposta de Celso Amorim, de eliminar as taxações aos produtos haitianos é muito boa. O deputado elogiou o trabalho da Missão de Paz Brasileira no Haiti (Minustah).

O Brasil tem cumprido um papel importante. Há uma relação excelente com a população haitiana, não há conflito nenhum. Agora, acho que o Brasil e a ONU vão ter que refletir. Neste momento, a ajuda é essencial. Foi dito pelo presidente Préval: "É essencial a presença brasileira aqui. Por tudo".

Vai chegar o momento em que o Brasil vai ter que se debruçar com as instituições internacionais, principalmente a ONU, para entregar o destino do Haiti aos haitianos, exclusivamente. Não pode, não deve ser feito agora. A nossa responsabilidade é grande. A missão da ONU é importante, mas essa questão tem ser posta, nesse processo, pelo Brasil e por outras nações.

O Plano Marshall é apenas uma metáfora, como houve com a Europa depois da guerra: o Haiti devastado por uma história de devastação tem que ser ajudado por todos os países. Depois, deve-se entregar o destino do Haiti aos haitianos.

VEJA AS FOTOS E A ENTREVISTA DADA A TERRA MAGAZINE AQUI

 

O PSDB decide mentir sobre o PAC como estratégia eleitoral, com cumplicidade de certa imprensa

N Bahia, o líder do PSDB, João Almeida, usa números de agosto de 2009 sobre o PAC como se fossem atuais; em São Paulo, o presidente do PSDB estadual, Mendes Thame, mente sobre os números do PAC. Está evidente que o PSDB decidiu mentir sobre o PAC como estratégia de campanha eleitoral. Em ambos os casos, com total cobertura da imprensa. Primeiro, as mentiras viram grandes manchetes, depois, vem o desmentido em letras miúdas. Falta ética aos tucanos.

Leio na Internet que “Dilma mostra e prova que o PSDB mente”. O PAC Drenagem destinou R$ 1,1 bilhão para conter enchentes em São Paulo, entretanto, o deputado Mendes Thame (PSDB-SP) “confunde” projetos do PAC com a MP das Enchentes e faz acusação infundada. E a mídia engole. Falta ética a certa mídia.

No caso da fraude comunicacional de João Almeida (PSDB-BA), os jornais se viram obrigados a desfazer o “equívoco”. Até o site do PSDB foi obrigado a se desmentir depois que o portal CONTAS ABERTAS explicou o uso incorreto dos números de agosto de 2009 sobre o PAC, como se fossem de fevereiro de 2010. No caso de Mendes Thame (PSDB-SP), a própria Assessoria de Imprensa da Casa Civil da Presidência da República publicou nota divulgando os números verdadeiros e desfazendo a mentira midiática.

LEIA A INFORMAÇÃO CORRETA

O governo federal destinou, desde junho do ano passado, R$ 1,1 bilhão para investimentos em obras de prevenção de enchentes em 24 municípios do Estado de São Paulo, inclusive a capital, distribuídos em 41 projetos. Foram R$ 487,2 milhões do Orçamento Geral da União, totalmente contratados, e R$ 616,1 milhões em financiamentos do FGTS e FAT/BNDES, para obras de drenagem urbana e manejo de águas pluviais no Estado.

Estes recursos fazem parte do Programa Manejo de Águas Pluviais do PAC (PAC Drenagem), que compreende R$ 4,7 bilhões de investimentos em todo o país. O anúncio dos 186 projetos selecionados para este programa foi feito pelo presidente Lula em junho de 2009, beneficiando 109 municípios de 19 estados.

Foi ao PAC Drenagem que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, se referiu em entrevista, quinta-feira, ao descrever ações do governo federal para prevenir enchentes nas grandes cidades.

Os recursos do PAC Drenagem não se confundem com os R$ 880 milhões, previstos na Medida Provisória 463/2009, editada em maio para dar socorro emergencial a municípios afetados pelas chuvas no final de 2008 e início de 2009.

Quem se confundiu, lamentavelmente, foi o presidente do PSDB de São Paulo, deputado Mendes Thame. Em nota, o deputado refere-se aos recursos da MP 463/2009 como se fossem os investimentos do PAC Drenagem citados pela ministra Dilma Rousseff, o que não é correto. O parlamentar fez afirmações que não correspondem à verdade.

Do total de R$ 1,1 bilhão destinados pelo PAC Drenagem a cidades de São Paulo, 70% destinam-se a obras na Capital e Região Metropolitana, onde se concentram os maiores problemas relacionados às enchentes no Estado. Já foram contratados R$ 329 milhões do OGU para projetos na Capital e Região Metropolitana.

Para correta informação da população de São Paulo, eis a lista dos municípios daquele Estado com projetos aprovados no PAC Drenagem: São Paulo, Americana, Bauru, Campinas, Carapicuíba, Embu das Artes, Ferraz de Vasconcelos, Hortolândia, Itapevi, Jandira, Mauá, Nova Odessa, Osasco, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São José do Rio Preto, São Vicente, Sumaré, Taboão da Serra, Tupã e Valinhos. (Assessoria de Imprensa da Casa Civil da Presidência da República).

 

O problema do DEM da Bahia é que não tem desconfiômetro

Leio no jornal A Tarde que o ex-governador da Bahia, Paulo Souto (DEM), que evidentemente não conta mais com as 150 prefeituras que tinha em 2004, alimenta a ilusão de que pode contar com o peso de sua obra administrativa para conquistar um novo mandato de governador. Agora, Paulo Souto, que já disputou todas as eleições majoritárias de 1990 para cá e governou o estado por duas vezes, conta apenas com uma diminuta coligação partidária. Na verdade, ele conta com um PSDB que não cresceu e com o nanico PTN.

Pior, deixou uma herança maldita de desgoverno. Como explicar aos eleitores a negociata da Ilha do Urubu, paraíso na região de Trancoso, vendido no apagar as luzes de seu governo para gente ligada a José Serra? Como explicar aos eleitores a herança de mais de dois milhões de analfabetos no Estado? Como explicar a ausência de hospitais regionais? A lista de omissões de Paulo Souto é enorme. A violência que grassa hoje na Bahia se deve em grande parte à omissão dos governos anteriores ao de Jaques Wagner.

O problema de Paulo Souto é que ele não tem mesmo desconfiômetro.

7 de fevereiro de 2010

 

João Almeida (PSDB-BA) erra feio sobre PAC e leva jornais e site do próprio PSDB a errar também.

Deu no site Portal Vermelho. A matéria poderia levar o título: "O apressado come cru". No afã de mostrar serviço, o recém eleito líder do PSDB na Câmara dos Deputados, deputado João Almeida (BA) ERROU feio ao criticar os dados apresentados pela ministra Dilma Rousseff (4) sobre o balanço de três anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Com base em números do site Contas Abertas ainda de agosto do ano passado, ou seja, fora do contexto, o líder do PSDB divulgou nota dizendo que a ministra não mostrava a realidade.

Os jornais Folha de S.Paulo e o Globo deram espaço (5) para o GROSSEIRO equivoco do parlamentar. Sequer observaram uma nota distribuída pelo próprio Contas Abertas na quarta (3) danto conta de que “o confronto de informações de agosto de 2009 com as divulgadas hoje pelo comitê gestor do programa, referentes a dezembro de 2009, é absolutamente incorreto.”

Já tardiamente, o site do PSDB publicou nota (5) afirmando que a matéria postada na quinta (4) no site do partido era equivocada ao citar as informações do site Contas Abertas.

O site do PSDB dizia que o governo Lula só conseguiu executar apenas 10% das obras previstas contra os 40,3% anunciados pela ministra Dilma Rousseff. “Segundo o governo, 40,3% das ações previstas foram concluídas, mas levantamento do site Contas Abertas aponta que, quando se leva em conta o número de obras prontas – dado que não conta no balanço-, o índice de conclusão chega a 10% dos cerca de 1.230 empreendimento”, diz equivocadamente matéria da Folha com base na nota tucana.

“Pelas contas do governo, 50% das obras estão concluídas, o PSDB soltou ontem nota acusando Dilma de manipular o programa alegando que só 9,8% das obras terminaram”, diz a matéria do Globo.

Nota do Contas Abertas desmentindo João Almeida

“O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida, errou ao utilizar de forma
equivocada informações do Contas Abertas sobre balanço do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) referente a agosto de 2009. O parlamentar mencionou os dados
de agosto de 2009, publicados pelo Contas Abertas, como se fossem comparáveis aos
divulgados hoje. Com base nas informações distorcidas, o site do PSDB produziu
matéria acusando a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de ter manipulado os
números”, abre a nota do site Contas Abertas.

Segundo o documento, o erro grosseiro também envolveu um economista do site: “É importante sublinhar que a entrevista que o economista Gil Castello Branco, do Contas Abertas, concedeu sobre o assunto ao portal R7, mencionada no site do PSDB, referiu-se a dados de agosto do ano passado, não tendo qualquer relação com os dados hoje divulgados no balanço do PAC 3 anos.”

MORAL DA HISTÓRIA - Querendo ou não, João Almeida manipulou a mídia.

Fonte: Portal Vermelho.

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