12 de fevereiro de 2011

 

Decisão de Lula sobre Battisti deveria ser mantida, defende ministro Mello do STF

Marcela Rocha, Terra Magazine

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello afirma que a "tendência é manter" a decisão de Lula sobre o Caso Battisti. Ao fim do mandato, o ex-presidente acatou parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que recomendava a manutenção de Cesare Battisti em território brasileiro e também decidiu pela não extradição.

O STF decidirá agora se a decisão de Lula contrariou ou não tratado bilateral entre Brasil e Itália.

- O presidente encontrou base no tratado e, segundo o contexto, para não entregar. Agora, não creio que o Tribunal possa rejulgar a matéria. Mas vamos esperar o voto do relator e ver o que ocorre - afirma o magistrado.

O ex-ministro da Justiça e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou, em entrevista a Terra Magazine, que o STF "já violou a lei em diversas oportunidades" ao longo desse processo. "Violou a lei quando não interrompeu o processo de extradição mesmo que a legislação - claríssima - diga que quando é concedido refúgio, a extradição deve ser interrompida".

O ministro do STF não responde diretamente a Tarso Genro, mas explica seu voto: "Eu votei contra a extradição, levando em conta que a acusação estava baseada na delação premiada do chefe do grupo, e também porque havia na decisão condenatória 34 referências a crime contra o Estado, que é crime político".

Marco Aurélio ainda pontua que pela nossa legislação, não se concede extradição a partir de crime político”.

 

PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA

Em seu Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães faz comentários pertinentes sobre o primeiro pronunciamento da presidenta Dilma, em rede nacional de rádio e TV. Foi forte o contraste entre a figura embrutecida pela vida de Lula e a imagem suave e bela da mulher que governa o país. Mas não ocorreram contrastes no conteúdo.

“Dilma está bonita. O poder lhe fez bem. E seu gestual demonstra ter sido estudado e construído milimetricamente. Cada sorriso, cada franzir de cenho, cada arquear de sombrancelhas se coadunam com vestimenta, luz e cenário”.

Tudo se resume no novo lema do governo federal, criado por João Santana em parceria com Marcelo Kertész (que vi crescer na casa de Mário Kertész, de quem fui assessor de imprensa). O menino se tornou uma fera na direção de arte.

País rico é país sem pobreza.

Pela síntese criada pelos publicitário é que aderi ao PT-lulismo. Pela continuidade do conteúdo proposto é que aderi a Dilma Rousseff.

Como comenta Eduardo Guimarães, “rico” aqui é mais que o critério de riqueza material. É sinônimo de valores. O lema também poderia ser:

País rico é país justo
País rico é país educado
País rico é país solidário
País rico é país sem violência
País rico é país com habitações dignas
País rico é país com sistema de saúde eficiente
País rico é país democrático
País rico é país governado para todos

“A lista é infindável. Mas o bordão “país rico é país sem pobreza” também é bom, pois faz uma promessa de que, em verdade, país rico é país justo, com igualdade de oportunidades, com Justiça equânime para todos, com garantias individuais e coletivas idênticas para todos os estratos sociais, para todas as etnias, para todos os credos e regiões”.

Eu tô com Dilma, e o bordão criado pelos baianos é ótimo.

LEIA BLOG DA CIDADANIA

 

Santa Maria da Vitória me faz lembrar de Clodomir de Morais, o velho comunista

Há poucos dias, o deputado federal Emiliano (PT-BA), em entrevista à Rádio Cultura FM de Santa Maria da Vitória, dizia que uma das prioridades de seu mandato parlamentar seria a defesa dos interesses daquela centenária cidade plantada às margens do rio Corrente, um afluente do rio São Francisco. Distante, muito distante de Salvador, lá no extremo oeste da Bahia, unida por uma ponte a São Felix do Coribe.

O que Santa Maria da Vitória me fez lembrar?

De lá veio o jornalista Jheová de Carvalho, de saudosa memória, que nos anos 1970 me guiou pelos segredos da noite de Salvador. Da tragédia que foi o assassinato do advogado Eugênio Lyra, defensor dos posseiros, em plena luz do dia, e do combate do Jornal da Bahia pela punição dos criminosos. Da incrível história de Kynkas Lisboa Neto, criador da Biblioteca Campesina, nascida, em plena ditadura, com caixotes de maçã servindo de estantes, e hoje, com seus mais de 30 mil volumes, é uma das mais importantes bibliotecas comunitárias do país.

De tanto falar de Santa Maria da Vitória, Emiliano José, escritor, professor, jornalista, e agora deputado federal, me despertou para a leitura de romances geniais, como os do santamarense Osório Alves de Castro (“Porto Calendário”, “Maria fecha a porta pro boi não te pegar”, “Baiano Tietê”).

São os três ambientados no Vale do Rio Corrente, nas barrancas do São Francisco e receberam elogios de Guimarães Rosa. Há quem diga que o extraordinário escritor baiano, pela ousadia da linguagem, antecipou Guimarães Rosa. “Porto Calendário”, inclusive, tem um clima de realismo fantástico, com seus coronéis e personagens das barrancas do rio.

Sobretudo, Santa Maria da Vitória me faz lembrar do sociólogo Clodomir Santos Morais, lendário comunista, contista e romancista, fundador das Ligas Camponesas (com Francisco Julião), que o então deputado estadual Emiliano me apresentou em 2005, numa palestra na UFBA.

Com muita justiça, Clodomir de Morais recebeu das mãos do presidente Lula, em 2008, o Prêmio Direitos Humanos, na categoria Enfrentamento à Pobreza. Ao lado, estava a então ministra Dilma Rousseff.

A história da vida de Clodomir Morais dá um filme épico. Advogado, fundador das Ligas Camponesas, ex-deputado estadual pelo PCB de Pernambuco, com o golpe militar exilou-se e fez carreira na ONU. Fez Doutorado em Sociologia na Alemanha. Escreveu dez livros, entre eles “Dicionário de Reforma Agrária América latina”, com prefácio de Josué de Castro. Em 1963, antes do golpe militar, organizou um movimento de guerrilha em Dianópolis, Goiás.

Clodomir foi o organizador do Congresso Salvação do Nordeste, que acabou por dar origem ao projeto de criação do Banco de Desenvolvimento de Pernambuco. É o criador da Metodologia da Capacitação Massiva, que através de laboratórios organizacionais estimula a organização dos povos na criação de empresas de propriedade social.

Todas as obras raras dos escritores da terra estão no acervo da Biblioteca Campesina, de Santa Maria da Vitória.

11 de fevereiro de 2011

 

UOL Notícias: Depois de cem anos, jornalistas de A Tarde fazem greve após demissão de repórter

Heliana Frazão
Especial para o UOL Notícias
Em Salvador


Pela primeira vez em praticamente cem anos de existência, o jornal “A Tarde” – um dos mais importantes da Bahia – enfrentou uma greve de jornalistas nesta quarta-feira (9). O movimento ocorreu em repúdio à demissão do repórter Aguirre Peixoto, de 23 anos, segundo o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), supostamente decorrente de pressão feita pelo setor imobiliário baiano. Cerca de 70 jornalistas cruzaram os braços e permaneceram na área externa do diário até o início da noite.

Durante muitos anos, “A Tarde” foi considerado o maior jornal das regiões Norte e Nordeste. Em setembro do ano passado, porém, perdeu a liderança local na vendagem para o concorrente “Correio”. Há rumores sobre a possível venda de “A Tarde” devido a problemas financeiros.

Peixoto, que havia sido contratado há um ano, após dois anos de estágio na empresa, tinha escrito duas reportagens contendo denúncias contra um parque tecnológico que seria construído na avenida Paralela, vetor de crescimento da cidade. As reportagens, respaldadas em denúncia do Ministério Público Federal, davam conta de que o empreendimento teria sido iniciado antes da liberação da licença ambiental.

Segundo alguns repórteres, que pediram para não ser identificados, desde setembro do ano passado o segmento tinha suspendido os anúncios no veículo, descontentes com alguns textos que tratavam de supostas irregularidades das construções na região.
“Na manhã de ontem (terça-feira) recebi um telefonema dizendo que eu deveria passar no setor de Recursos Humanos do jornal. Lá, fui informado da minha demissão, sem qualquer explicação”, conta o repórter. Para ele, não havia outro motivo para a demissão que não as reportagens que estavam sendo criticadas.

A presidente do Sinjorba, Marjorie Moura, define a situação como um “precedente gravíssimo, que fere a liberdade de imprensa e deve ser repudiado por toda a categoria”.
Em assembleia realizada no estacionamento do jornal, a redação decidiu redigir um documento encaminhado à direção do diário, contendo três pontos: explicação formal da direção para a demissão; readmissão do repórter e pedido de explicações sobre alinha editorial do veículo.

Ficou acertada para o meio-dia da quinta-feira (10), uma reunião entre representantes dos Sinjorba e os proprietários do jornal, Renato e Sylvio Simões. O terceiro sócio, o jornalista Ranulfo Bocayuva, que foi contrário à demissão, também participou da paralisação desta tarde.

Após o acordo, os jornalistas retornaram ao trabalho e o jornal deve circular normalmente nesta quinta-feira. O Sinjorba não descarta a realização de outras paralisações.

ABI se manifesta

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) divulgou uma nota lamentando o ocorrido. A nota assinada pelo presidente da entidade, Samuel Celestino, colunista do veículo, classificou o fato como um “retrocesso descabido”.

“Entende a entidade que nenhuma força –econômica, política ou social– se impõe sobre os valores maiores dos homens livres. À frente de tais valores, se agiganta a força da liberdade de imprensa, da livre expressão, do livre dizer, do direito de informar e de ser informado. (....) É nesse conjunto de valores que se sustenta a democracia, essência que alicerça os homens iguais (...). O episódio desmerece a luta empreendida pela imprensa livre desta terra, que sempre encontrou no povo da Bahia o seu principal aliado e defensor.”

Outro lado

A reportagem tentou contato com a direção do jornal, mas a única manifestação pública a respeito do caso se deu por intermédio do sócio Renato Simões que, no seu perfil no Facebook, reagiu questionando: “A quem interessa achincalhar A Tarde? Com que objetivo? Se a empresa toma uma atitude de acordo com seu julgamento, que se ouça os argumentos antes de condená-la à execração”.

 

Jornalistas de A Tarde se recusam a assinar matérias, depois da demissão de Aguirre Peixoto

Cíntia Kelly
Blog Direto da Fonte


Nada é pra já no jornal A Tarde. Após reunião com Sylvio Simões e Renato Simões Filho, a comissão de jornalistas que pedia, entre outras coisas, a readmissão de Aguirre Peixoto aos quadros do vespertino, ouviu dos diretores que a demissão poderá ser revista, mas só depois do carnaval, quando será elaborado um 'manual de conduta'.

Enquanto isso, os jornalistas decidiram entrar em estado de greve. Ou seja, os profissionais, quase 150, vão cruzar os braços todos os dias por algumas horas. A decisão já foi encaminhada para a antiga DRT, que dará legitimidade ao movimento.

Aguirre Peixoto, 23, foi demitido na terça-feira (9), supostamente, por pressão de empresários do setor imobiliário. O repórter havia feito algumas matérias sobre as irregularidades cometidas por construtoras ao longo da Avenida Paralela. Sylvio Simões nega que a demissão tenha sido motivada por pressão. “Não teve ingerência externa. Foi uma questão interna da empresa”. Mais não disse.

Especula-se que além da pressão das construtoras, Sylvio e Renato Filho tentaram enfraquecer o já cambaleante Ranulfo Bocayuva (sócio minoritário do Grupo A Tarde), uma vez que mesmo estando à frente da Redação, só soube da demissão do repórter depois de o fato estar consumado.

Apenas dois jornalistas que estavam presentes à assembleia não votaram favoravelmente à greve. O editor de Esportes, Edmilson Ferreira, que não participou da paralisação anteontem, sequer compareceu à assembleia.

SEM ASSINATURA - Hoje, os leitores de A Tarde vão encontrar todas as matérias sem assinatura dos repórteres. Essa foi a forma que os jornalistas escolheram para protestar contra o motivo da demissão de Aguirre. Segundo a direção, o erro de Aguirre foi ter assinado matérias que incomodaram o setor imobiliário.

Acima dos textos da edição de hoje haverá apenas a inscrição ‘Da Redação’.

 

Revista Terra Magazine começa a dar nome aos bois na crise do jornal A Tarde

Claudio Leal, na Terra Magazine

O editor-chefe do secular jornal baiano "A Tarde", o poeta e jornalista Florisvaldo Mattos, pediu desligamento do cargo, nesta quinta-feira (10), em meio à crise provocada pela demissão do repórter Aguirre Peixoto. Reportagens sobre crimes ambientais de uma obra do governo da Bahia em parceria com as empresas Patrimonial Saraíba e Construtora NM teriam motivado a queda de Peixoto.

Segundo a redação, o jornal atendeu a pressões do mercado imobiliário, acusado de fazer obras predatórias na primeira capital do País. O diretor-executivo de "A Tarde", Sylvio Simões, desmentiu a versão em entrevista a Terra Magazine e atribuiu o episódio a conflitos de "poder interno".

Os jornalistas entraram em "estado de greve" nesta quinta (10) e a crise ganhou repercussão em sites especializados na imprensa brasileira. O pedido de demissão de Mattos ocorre depois de Sylvio Simões ter dito, em reunião com repórteres e editores, que faltava autoridade e que trocaria todo o comando da redação em cinco ou seis meses.

O diretor acrescentou que o jornal só teve comando quando Ricardo Noblat era o editor-chefe, entre dezembro 2002 e outubro de 2003. O diálogo foi tenso e os sócios do jornal se recusaram a readmitir o repórter.

Filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), Sylvio amplia seu poder na direção do mais importante jornal baiano e um dos maiores do Nordeste. Sua mãe, Regina Simões, filha do fundador Ernesto Simões Filho, tem 50% das ações. A empresa sofre uma baixa de circulação e há anos enfrenta conflitos editoriais. Segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), "A Tarde" já foi ultrapassada em tiragem pelo "Correio", da família do ex-senador Antonio Carlos Magalhães.

"Informo aos prezados colegas que, em encontro cordial com os membros da Direção Executiva, apresentei a minha demissão do cargo de editor-chefe e o meu desligamento dos quadros da Empresa A TARDE, de forma inteiramente livre e espontânea", escreveu Florivaldo Mattos à redação. Ele saiu sob os aplausos dos colegas. Em assembleia, os jornalistas de "A Tarde" pediram à direção que definisse uma linha editorial, para evitar a repetição do caso de Aguirre.

Sylvio Simões desmentiu que o jornal esteja negociando a venda de ações com os empreiteiros Francisco Bastos e Carlos Suarez. "Meu amigo, eu vou lhe dizer assim: se por acaso tiver uma ação à venda, do grupo A Tarde, eu e meu sócio compramos (risos) Compramos na mesma hora. Eu mesmo tô doido pra comprar. Se você conseguir aí alguns sócios pra eles venderem, eu compro!", reagiu. Nos bastidores, há uma disputa com o primo e sócio, Ranulfo Bocayuva, que apoia o movimento grevista.

Em conversa com Terra Magazine, o ex-editor-chefe Florisvaldo Mattos preferiu não comentar o pedido de demissão, "em respeito ao jornalismo". Ele ressalta que trabalhou por 21 anos em "A Tarde" e atribui sua saída a episódios acumulados, não apenas a atual crise.

O repórter Aguirre Peixoto responde a quatro interpelações judiciais dos sócios da empreiteira Patrimonial Saraíba: Carlos Suarez, Francisco Bastos, André Duarte Teixeira e Humberto Riella Sobrinho, que participam da obra da Tecnovia, em Salvador. O MPF (Ministério Público Federal), baseado em investigação da Polícia Federal, constatou que o projeto tocado pelo governo baiano "devastou vegetação em área de preservação permanente (APP) e espécies típicas da Mata Atlântica, o que é enquadrado como crime pela lei 9.605 (que trata de infrações ambientais)", como relatou Peixoto em uma de suas reportagens.

 

Crise do jornal A Tarde chega ao blog cubano Geração Y

Dei um Google com o nome “Aguirre Peixoto”. A ferramenta de pesquisa registrou o assunto nas primeiras 25 páginas, quando parei de contar. Só aí são 250 reproduções da notícia sobre a demissão do jornalista de A Tarde, gerada pela pressão de empreiteiras baianas da construção civil.

Se o objetivo era calar a imprensa aconteceu o contrário. Os jornais escritos se calam, mas a notícia “maldita” ganhou o mundo, passou por Terra Magazine, Portal do Luis Nassif, Observatório da Imprensa, Portal da Unifacs, Adital, blogs de Salvador e de praticamente toda a Bahia.

E mais: reproduzem a notícia, com indignação manifesta, blogs da direita, da esquerda, do centro, do alto, de baixo, de todas as regiões da Bahia.

Chamou-me a atenção o assunto ser reproduzido na tradução portuguesa do rebelde site Geração Y, da blogueira cubana Yoany Sánches, de Havana, Cuba.

A censura tem preço.

 

Três vereadores se solidarizam com jornalista demitido pelo jornal A Tarde

A crise do jornal A Tarde, provocada pela demissão do jornalista Aguirre Peixoto, por pressão das empreiteiras da construção civil, chegou discretamente à Câmara Municipal de Salvador. Vânia Galvão (PT), Marta Rodrigues (PT) e Andrea Mendonça (DEM) se solidarizaram com o jornalista.

"O competente jornalista Aguirre Peixoto tem a minha solidariedade. Foi demitido porque desafiou interesses de construtoras fazendo matérias e denunciando irregularidades ambientais", declarou Marta Rodrigues (PT).

Assim como a imprensa escrita da Bahia, a Câmara Municipal de Salvador emudeceu. É que os vereadores têm o rabo preso. Essa história da ofensiva das construtoras contra as áreas verdes da capital começou com liberalidades do Plano Diretor (PDDU) aprovado pelos edis.

 

Carlos Suarez comprou A Tarde?

O blog Política Livre publicou uma nota ardente, com foto.

“Apesar de negada pelos donos, a idéia de que empresários da construção civil compraram o jornal A Tarde ganhou definitivamente as ruas de Salvador. Ou melhor, os muros. Como mostra esta pichação feita num bairro da Orla da cidade, cuja foto foi enviada às 23h de hoje ao Politica Livre por um leitor que pediu para não ser identificado. Ele passava pelo local quando… pimba!… flagrou a frase que, pelo visto, retoma a proposta de pichadores baianos que, na década de 80, marcavam seus protestos políticos com pouca tinta e muito bom humor em espécies de hai kais urbanos. Aliás, para ficar em A Tarde, quem não se lembra da célebre pichação “July come de marmita”, um referência à então mais importante e sofisticada colunista social da Bahia, que até hoje mantém uma coluna diária no matutino?”.

Veja a foto da pichação em Política Livre

 

Segundo a Folha, Geddel quer um empreguinho na Caixa

Deu na Folha: “Durante almoço com Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais), a cúpula do PMDB apresentou uma nova rodada de propostas para acomodação de seus quadros no governo de Dilma Rousseff. Da lista constam Geddel Vieira Lima (BA) e José Maranhão (PB), que o partido gostaria de instalar em vice-presidências da Caixa Econômica Federal, e Orlando Pessuti (PR), oferecido para ocupar a diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil. Os peemedebistas reivindicaram também diretorias da Eletrobras, cuja presidência acabam de perder. A dupla de ministros ficou de submeter o pacote a Dilma.”

 

PT repudia mentiras da mídia e divulga nota de apoio às políticas do Governo Dilma

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), divulgou nota, na qual reitera a decisão da bancada, "por unanimidade", de apoiar as políticas e propostas do governo Dilma, a começar pela política do salário mínimo.

A nota também repudia "as mentiras divulgadas por alguns colunistas/jornalistas que, sem ouvirem os deputados do PT, lhes atribuem irresponsavelmente posicionamentos políticos que não correspondem aos fatos".


Leia a íntegra:

NOTA DA BANCADA DO PT

1. Em seminário, a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados decidiu, por unanimidade, apoiar as políticas e propostas do governo Dilma, a começar pela política do salário mínimo. O Partido dos Trabalhadores tem compromisso histórico com a luta pela democracia, pelos direitos sociais e mobilização da sociedade.

2. O governo Lula, entre outras realizações, provou ser possível elevar a massa salarial (aplicando políticas de aumento real do salário mínimo, do funcionalismo e dos programas sociais), e ao mesmo tempo, manter sob controle a inflação, a responsabilidade fiscal, o crescimento do país e melhorar a vida do povo brasileiro.

3. Assim, repudiamos as mentiras divulgadas por alguns colunistas/jornalistas que, sem ouvirem os deputados do PT, lhes atribuem irresponsavelmente posicionamentos políticos que não correspondem aos fatos.

A bancada do PT tem segurança do seu papel, e tem como norte a defesa de ideias e a sustentação do nosso projeto, representado pelo governo Dilma.

Deputado Paulo Teixeira-PT/SP
Líder da Bancada na Câmara


RESOLUÇÃO DO DIRETÓRIO NACIONAL
DO PT SOBRE O SALÁRIO MÍNIMO


São inegáveis as conquistas da classe trabalhadora durante os oito anos do governo Lula, sendo uma das principais o estabelecimento de uma política de valorização do Salário Mínimo, a partir de um acordo histórico com todas as Centrais Sindicais do país.

Com isso, o Mínimo passou a ter reajustes reais todos os anos, combinando a reposição inflacionária com o índice de crescimento do País (medido pelo PIB) de dois anos anteriores.

O governo Dilma já manifestou sua determinação em prosseguir com essa política.
O PT defende a manutenção das regras até aqui acordadas e o prosseguimento do diálogo com as Centrais Sindicais, para que, também nessa área, o país continue avançando, já que a valorização permanente do Salário Mínimo não só aumenta a renda dos trabalhadores como se constitui em poderoso estímulo à Economia.

Diretório Nacional do PT
Brasília, 10 de fevereiro de 2011

10 de fevereiro de 2011

 

Crise aumenta. Jornal A Tarde vai demitir todos os seus editores

A direção do jornal A Tarde prepara a substituição de todos os cargos de comando da redação, depois da crise aberta com a demissão do repórter Aguirre Peixoto que resultou na decretação de um estado de greve dos jornalistas da empresa hoje (10) à tarde.

O anúncio foi feito hoje pela diretoria da empresa em reunião com a redação. A medida foi justificada como uma necessidade de o jornal se ajustar aos “novos tempos” e deverá ser orientada por uma nova consultoria contratada para fazer mais uma reengenharia na redação.

Este teria sido o motivo porque o professor Florisvaldo Mattos, que oficialmente ocupava o cargo de chefe de redação, decidiu deixar o posto no final da tarde de hoje, quinta-feira (10). Florisvaldo foi surpreendido pela informação sobre as mudanças, passada pelo diretor Sylvio Simões primeiro à redação.

Um dos motivos porque o jornal pretende fazer as mudanças estaria relacionado à perda de mercado para o Correio. A expectativa é que coordenadores de áreas e editores também sejam demitidos pelo jornal, se a consultoria assim recomendar.

Além da consultoria para a redação, uma outra empresa com o mesmo objetivo foi contratada por A Tarde para promover um realinhamento administrativo e financeiro na empresa, o que pode resultar no afastamento também da família Simões do comando do negócio.

Fonte: Blog Política Livre

 

A civilização que A Tarde quer construir

Não se questiona o direito de A Tarde demitir qualquer empregado, ainda que esse seja um aspecto da legislação injusto com a classe trabalhadora. Mas seu diretor, Sílvio Simões, poderia ter se privado de vir a público dizer que o jornal tem "um compromisso substantivo com a cidadania (...) a obrigação na construção de um novo mundo civilizatório" após mandar embora o repórter Aguirre Peixoto por pressão de anunciantes.

Entrevistado pelo jornalista Cláudio Leal - outro profissional brilhante que A Tarde perdeu por intolerância -, Simões dizia palavras quase incompreensíveis sobre os fatos ao repórter do Terra Magazine, que, no entanto, não engoliu a explicação atribuindo a demissão a "uma questão de relações de poder interno" e perguntou: "E por que Aguirre Peixoto foi escolhido?"

A resposta do herdeiro Simões é um primor: "Isso, na realidade, é que é lamentável. É lamentável que tenha acontecido essa questão com Aguirre, é lamentável. Mas a gente lamenta o que aconteceu com Aguirre, foi um desentendimento em relação à questão da visão diretiva do grupo. Isso pode ser reparado no futuro. Não agora, porque aí seria acatar uma posição diretiva de total discordância no centro de decisões da empresa".

Fonte: Blog Por Escrito
Especializado em Política
jornalista Luis Augusto Gomes

 

Diretor de redação de A Tarde, Florisvaldo Matos, pede demissão do cargo. Crise aumenta.

O diretor de redação do Jornal A Tarde, o lendário jornalista e poeta Florisvaldo Matos, acaba de pedir demissão do cargo.

Em sua carta, Flori, como é chamado, diz que sai do jornal “de forma inteiramente livre e espontanea”. Florisvaldo assumiu o cargo com a saída de Ricardo Noblat, em 2003.

Leia o comunicado na íntegra:

"Informo aos prezados colegas que, em encontro cordial com os membros da Direção Executiva, apresentei a minha demissão do cargo de editor-chefe e o meu desligamento dos quadros da Empresa A TARDE, de forma inteiramente livre e espontânea.

Agradeço a todos os integrantes desta Redação todas as atenções e gestos de bondade, afeto, carinho e respeito de que sempre fui alvo. Levo grandes lições de amizade e brio".

Abraços.
Florisvaldo Mattos
SSA/BA, 10.02.2011

 

Imprensa baiana se cala e ignora crise no jornal A Tarde, provocada por demissão de jornalista, sob pressão de empreiteiras


 

Jornalistas declaram estado de greve em A Tarde

Os jornalistas que compõem a redação do jornal A Tarde, depois de uma Assembléia Geral iniciada às 14h desta quinta feira (10), decidiram pelo “estado de greve”, a ser encaminhada à Justiça do Trabalho, por não concordarem com a posição da direção do jornal.

Primeiro, houve uma reunião de uma comissão designada pela assembléia apresentando discordância no que foi considerado como postura equivocada que levou à demissão do jornalista Aguirre Peixoto.

Os dois diretores do jornal, Sylvio Simões e Renato Simões Filho, não aceitaram as reivindicações. Postergaram a readmissão do jornalista demitido para apreciação depois do Carnaval.

Diante do impasse, a Assembléia Geral dos jornalistas, realizada logo após à reunião e encerrada às 17h, na área de estacionamento, decidiu pelo “estado de greve” o que significa uma insatisfação dos jornalistas do veículo.

“A Tarde” circulará normalmente, mas o clima é de intensa tensão envolvendo direção e a redação. Assim posto, ganha-se tempo para um entendimento que possa refluir o estado de tensão observado no maior jornal do Nordeste, posição, aliás, recentemente contestada.

Fonte: Blog Bahia Notícias - Samuel Celestino

 

Vereadora denuncia tropa de elite da Guarda Municipal de Salvador

A vereadora Vânia Galvão, líder do PT na Câmara Municipal de Salvador, enviou oficio ao Superintendente de Segurança Urbana e Prevenção a Violência de Salvador (Susprev), Sérgio Raymundo, cobrando esclarecimentos sobre as funções exercidas pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Guarda Municipal de Salvador.

De acordo com notícia veiculada no site da Susprev no dia 28 de outubro de 2010, 85 agentes participaram do Curso de Controle e Distúrbio Civil, realizado em parceria com o Exército. “A Lei 7.236/2007 limita de um modo geral a atuação destes agentes à proteção do patrimônio público municipal.

É preciso esclarecer à população com que objetivo o treinamento foi realizado, e quais as ocasiões que os agentes estarão participando de ações”, declarou a petista.

O prefeito João Henrique pirou de vez. Criou ilegalmente sua tropa de elite. São os ton ton macoute da Bahia.

 

Jornalistas de A Tarde acusam jornal de demitir repórter por pressão de empreiteiras

Deu no Portal Comunique-se, especializado em notícias sobre a imprensa

Profissionais do jornal A Tarde acusam o veículo de ter demitido o repórter Aguirre Peixoto após uma matéria que prejudicou grandes empreiteiras, algumas anunciantes do jornal. Segundo os jornalistas, que divulgaram uma carta aberta nas redes sociais, o veículo cedeu à pressão de anunciantes.

“Aguirre Peixoto teve a cabeça entregue em uma bandeja de prata a empresas do mercado imobiliário em uma tentativa de atração/reaproximação com anunciantes deste setor. Tentativa esta que pode dar certo ou não”, diz a carta-aberta escrita pelos colegas do jornalista.

Denúncias de crimes ambientais

Peixoto, que trabalhava há três anos no jornal, publicou a matéria “Tecnovia é denunciada por crime ambiental na Paralela” no dia 02/2 e foi demitido no dia 8/2. Em agosto do ano passado, Peixoto foi alvo de ações judiciais, criminais e cíveis, por uma série de reportagens sobre crimes ambientais na construção do Centro Tecnológico do Governo do Estado da Bahia.

Na última semana, Aguirre foi pautado para dar sequência à série e falar da liminar concedida pela 10ª Vara Federal, que cassava multa aplicada ao empreendimento pelo Ibama.

No dia seguinte, a Tribuna da Bahia divulgou que a liminar acabava com o processo criminal contra o empreendimento. No entanto, A Tarde ouviu o MPF e mostrou que havia dois processos diferentes. O da multa, que foi cassada liminarmente, e o criminal, que continuava em tramitação normal. “Essa foi a razão suficiente para o repórter ter a cabeça entregue como prêmio a possíveis anunciantes”, diz a carta-aberta.

Fim de anúncios

De acordo com Peixoto, após a série de reportagens, as construtoras deixaram de anunciar seus empreendimentos no jornal. No entanto, A Tarde não deu explicações para o jornalista sobre a demissão. “Um dos diretores disse que era contra minha demissão, mas que era uma decisão da empresa”, afirmou Peixoto.

O Comunique-se tentou contato com a direção do jornal, mas ainda não teve resposta. Por meio do Facebook, o superintendente de A Tarde, Renato Simões Filho, defendeu o jornal “A quem interessa achincalhar A Tarde? Com que objetivo”? E continuou. “Se a empresa toma uma atitude de acordo com seu julgamento, que se ouçam os argumentos antes de condená-la à execração. Os incendiários e indignados, por favor, se acalmem e venham para o entendimento”.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia protestou contra a demissão do jornalista

Fonte: Comunique-se

 

PT comemora 31 anos. Viva o povo brasileiro.

Resolução do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores
Brasília, 10 de fevereiro de 2011.



1. O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunido em 10 de fevereiro de 2011, celebra não só o 31º aniversário do PT como o início auspicioso do Governo da companheira Dilma Rousseff.


2. O terceiro governo democrático e popular será o da continuidade e do aprofundamento da grande transformação iniciada há oito anos no país pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

3. Um novo período de nossa história foi aberto, cheio de conquistas, promessas e desafios.

4. Nossa vitória nas eleições de 2010 representa um marco fundamental na trajetória dos 31 anos do Partido dos Trabalhadores. O Governo Lula construiu, no imaginário nacional e na vida real do povo brasileiro, um símbolo político de inegável valor: que é possível gerar um modelo de inclusão social como instrumento de desenvolvimento e soberania com nova inserção mundial. O Governo Lula mudou as expectativas do povo em relação à viabilidade de um projeto nacional de desenvolvimento social e econômico. Além de tirar o país da rota da miséria, do subdesenvolvimento e da subserviência, Lula se tornou um líder mundial inconteste. Líderes dos mais diferentes países e ideologias, além de respeitadas publicações internacionais, colocam Lula no topo das personalidades políticas mais importantes do mundo. Isto a direita brasileira também não aceita. Desvalorizar as profundas mudanças ocorridas no país nestes últimos anos e desconstruir a liderança política de Lula são essenciais para o plano da direita brasileira de voltar ao poder e interditar nosso projeto estratégico.


5. O Governo Dilma é a expressão do nosso projeto de construção de um país justo, democrático e soberano. Este projeto está inconcluso e Dilma, pela sua história, coragem e competência e pela força política da sua eleição é a condutora da sua segunda fase. Não há dúvida de que nossa vitória em 2010 foi estratégica para a consolidação do nosso objetivo de tornar o Brasil uma alternativa concreta e bem-sucedida frente aos profundos impasses gerados pelo neoliberalismo. Uma alternativa antagônica à do privilégio e da miséria difundida e imposta em vários países como a única solução para os conflitos gerados por um mundo cada vez mais desigual. Viabilizamos, no Brasil, uma alternativa antagônica a esta. Ela se baseia nos valores da igualdade social, da inclusão, da democracia e da pluralidade. Sua defesa é a questão central e estratégica do nosso partido e define o conjunto das nossas ações.


6. No plano internacional, persistem muitos dos fatores que desencadearam há dois anos a mais grave crise vivida pela economia mundial nas últimas décadas. Ainda que seja difícil prever as transformações em curso na cena mundial, é evidente que um mundo distinto está surgindo.


7. O declínio relativo das grandes potências vem sendo acompanhando pela emergência de nações, como o Brasil, que até bem pouco tempo haviam ocupado um lugar subalterno no mundo. O dinamismo das economias emergentes, a força de suas sociedades e o vigor democrático de muitas delas contrasta com a estagnação econômica de vários países desenvolvidos, que provoca perversos fenômenos sociais e políticos.


8. Todos esses elementos permitem pensar que um novo mundo está surgindo – multilateral e multipolar.


9. Em muitas regiões – como se evidencia hoje em vários países árabes – amplos setores da sociedade demonstram não estar mais dispostos a continuar vivendo como antes: sem esperança, na pobreza, na opressão política, sofrendo humilhações internacionais.


10. O Diretório Nacional do PT expressa sua solidariedade com a luta dos povos árabes contra os governos corruptos e antidemocráticos do Oriente Médio – como no caso do Egito –, aliados das potências que, por mais de um século, infelicitam aquela região.


11. As tarefas centrais do período que se abre com as eleições de outubro passado são as de consolidar e aprofundar o crescimento econômico do país, com expansão do emprego e forte distribuição de renda, equilíbrio macroeconômico e redução da vulnerabilidade externa e preservação ambiental.


12. No centro dessas reivindicações está a meta de eliminar pobreza absoluta, objetivo maior para lograr uma efetiva democracia econômica e social. O fortalecimento desta, da qual depende em grande parte a democracia política, passa igualmente pelo aprofundamento de políticas públicas como as da educação, saúde e segurança pública, bem como pela instituição de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil. O país necessita dar continuidade ao fortalecimento de sua infra-estrutura física e energética e à implementação de uma política industrial baseada em grande medida na inovação tecnológica. Todos esses fatores, junto com uma acertada política comercial, serão fundamentais para aumentar nossa competitividade externa. A redução do custo do crédito e a reforma do sistema tributário são elementos fundamentais para isso.


13. O fortalecimento desse novo desenvolvimentismo, que o Brasil vem implementando nos últimos anos, é condição essencial para assegurar nossa presença soberana no mundo, mediante o prosseguimento de uma política externa altiva e ativa que assegure lugar privilegiado para o Brasil e para a América do Sul no mundo multipolar em formação.


14. Cabe ao PT ser a principal base de apoio do Governo Dilma, mas também corresponde-lhe a tarefa de servir de elo de ligação com a sociedade, especialmente com as demandas dos trabalhadores e dos mais desprotegidos.


15. Cabe, também, ao PT empenhar-se no aprimoramento de nosso sistema democrático, mediante a realização de uma reforma política.


16. A reforma política é condição necessária para o fortalecimento de nossa democracia e de seu sistema representativo. Ela é indispensável para a consolidação de um sistema partidário baseado em valores programáticos e não em interesses subalternos. Ela contribuirá decisivamente para a transparência de nossas instituições e para a lisura dos processos eleitorais.


17. A unidade da base de sustentação do Governo supõe que todos os partidos tenham acesso às responsabilidades da administração. Mas esta participação se fará sempre em base a grandes orientações programáticas e a critérios de capacidade política e técnica e da probidade dos indicados.


18. O Partido dos Trabalhadores e todos os setores democráticos estão também confrontados com o desafio de levar adiante um movimento pela renovação do pensamento e das práticas políticas no país.


19. A CEN também deve convocar uma reunião do Diretório Nacional para discutir e deliberar sobre as questões relacionadas à Reforma Política. Além de ir muito além de uma mera reforma eleitoral, para nós a Reforma Política deve ter um conteúdo democrático e republicano e o seu objetivo deve ser a radicalização da democracia política e eleitoral como um caminho alternativo ao da criminalização e judicialização da política. Devemos abrir este debate em todas as instâncias do PT, organizar um diálogo com os outros partidos, disputar os movimentos sociais e esclarecer o conjunto da sociedade sobre as posições envolvidas e a importância desta luta. Os encaminhamentos e alianças em torno desta questão são de iniciativa do partido e o palco da sua viabilização é a sociedade e o Parlamento. Devemos afirmar a soberania popular na reforma política e a sua expressão máxima: o voto e a participação popular.


20. A viabilização do nosso objetivo central de defender nosso projeto e nosso governo e enfrentar a disputa em torno da Reforma Política são tarefas de todas as instâncias e organismos do PT. A Fundação Perseu Abramo, pela estrutura e instrumentos que possui e pela sua capacitação técnica, deve organizar, sintetizar e divulgar nossa elaboração. O conteúdo de seus cursos de formação política, das suas publicações e seminários deve estar submetido ao objetivo maior de debate e defesa do nosso projeto e do programa do PT, dos quais o legado de Lula e o programa do Governo Dilma são partes fundamentais. Da mesma maneira, os temas relacionados à Reforma Política devem merecer uma atenção especial na elaboração de seu cronograma de trabalho. É tarefa da FPA a promoção de debates e a publicação de revistas específicas sobre as questões que envolvem esta bandeira.


21. O PT deve buscar o aprofundamento e a requalificação da sua relação com os movimentos sociais. A defesa do nosso projeto estratégico de mudar o Brasil e da autonomia dos movimentos sociais são os pilares deste relacionamento.


22. O Partido dos Trabalhadores, igual a toda sociedade brasileira, abriga em suas filas homens e mulheres das mais variadas filiações ideológicas e/ou religiosas, sem que elas se sobreponham aos valores maiores que nos reuniram – a luta por um socialismo democrático, respeitoso dos Direitos Humanos e em favor de um Estado laico.


23. O florescimento de idéias, o debate público e respeitoso das mais variadas alternativas para nosso país são condições indispensáveis para que continuemos no caminho da construção de um Brasil forte e democrático.


24. Para esse debate, convocamos especialmente à juventude do país, a quem cabe hoje – e não apenas amanhã - dar contribuição decisiva para a construção do Brasil que queremos.


25. No limiar de sua quarta década de existência, o Partido dos Trabalhadores olha com orgulho para seu passado. De toda sua trajetória, especialmente de seus momentos de sua criação, quer recolher aqueles sentimentos de combatividade, esperança e generosidade que estiveram presentes em sua fundação e primeiros passos. Em pouco mais de 30 anos nos transformamos em uma alternativa política para um dos maiores países do mundo. Mais do que isso: em um momento de crise de grande parte das esquerdas no mundo – especialmente nos países desenvolvidos – o PT, com erros e acertos, mostra caminhos a serem explorados.


26. Viva o povo brasileiro.

 

PT é uma das mais originais construções partidárias do mundo, afirma deputado federal Emiliano, da Bahia

O deputado federal Emiliano José (PT-BA) fez uma saudação ao Partido dos Trabalhadores, que completa hoje (10) 31 anos de existência, durante entrevista para a Rádio Jacuípe AM, da região do Sisal da Bahia. Segundo ele, o PT é uma das mais originais construções partidárias do mundo.

"Começamos a partir dos anos 1980 como um partido de esquerda, socialista e democrático. A democracia é sempre assegurada no partido. As decisões são sempre colegiadas. Chegamos, em 2002, à presidência da república, uma responsabilidade e honra muito grande para o PT. Com o sucesso do Governo Lula temos muito a comemorar. E, agora, mais ainda, com a eleição de Dilma Rousseff", acentuou.

Na opinião de Emiliano, Dilma tem estilo próprio de governar e é muito correta nos caminhos a seguir no que ele denomina o 3º mandato do mesmo projeto. "Ela vai continuar com o combate à miséria, à desigualdade. Vai seguir o mesmo caminho de Lula, que mudou pra melhor a vida de mais de 60 milhões de pessoas, tirando cerca de 30 milhões da miséria. Mas tudo com a sua forma de governar".

 

Reforma do Cine Marajó garante cultura e arte em Serrinha, no semi-árido da Bahia

O Ministério da Cultura acaba de solicitar à Prefeitura de Serrinha a abertura de conta para repasse da primeira parcela de um convênio no valor de R$ 2.029.438,81 que vai garantir o inicio das obras de reforma do Cine Marajó e a construção de um teatro e uma galeria de artes no município. A parcela a ser repassada será de R$ 623.551,05.

O assunto foi abordado pelo deputado federal Emiliano José (PT-BA) no programa “Passando a Limpo”, da Rádio Regional AM, de Serrinha, município situado no semi-árido da Bahia. O programa é apresentado pelo jornalista José Ribeiro, vai ao ar de segunda a sexta, tendo audiência em cerca de 20 municípios da região do Sisal.

“A reforma do Cine Marajó é uma reinvidicação antiga da região, e, em especial, da população de Serrinha. Apenas fui o intermediário junto ao ex-ministro Juca Ferreira de uma demanda justa e necessária da população. A obra será uma conquista para todos, especialmente os jovens”, disse Emiliano, responsável pela obtenção dos recursos junto ao Governo Federal.

O vereador do PT de Serrinha, Jorge Gonçalves, acredita que o complexo de artes acabará por se transformar num importante instrumento com repercussões positivas na formação da cidadania.

O município de Serrinha está localizado no nordeste baiano e tem uma população de cerca de 74.000 mil habitantes, sendo que 56% destes estão na zona urbana e 44% na zona rural. Na atual gestão, a Prefeitura tem buscado promover o resgate de tradições culturais e históricas da cidade, incluindo o Cine Teatro e Galeria de Arte.

 

Redução dos gastos não afetará programas sociais e obras do PAC em execução

A presidenta Dilma Rousseff vai mesmo decretar a redução de 50% dos gastos administrativos, o equivalente a R$ 50 bilhões, em todos os ministérios, sem prejuízo aos programas sociais e ao Programa de Aceleração do Crescimento. As emendas parlamentares serão atingidas. Serão cortadas em R$ 18 bilhões de um total de R$ 21 bilhões sem sacrifício entretanto das emendas individuais.

O anúncio dos cortes foi feito quarta-feira (9), pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior. Serão suspensos concursos públicos, nomeações, aquisição de carros, compra, reforma e aluguel de novos imóveis. Despesas com passagens aéreas, diárias, energia, água, telefone e material de consumo também serão reduzidas, juntamente com emendas parlamentares.

Os ministros anunciaram ainda a contratação de uma auditoria externa para verificar irregularidades nas folhas de pagamento do governo. A série de medidas tem o objetivo de conter o crescimento da inflação, que em janeiro, foi uma das maiores já registradas para o mês nos últimos seis anos.

Em dezembro do ano passado, ainda como deputado federal, o atual senador Walter Pinheiro (PT) encaminhou ao Congresso Nacional o orçamento que anotava para a Bahia R$ 8,5 bilhões de dotação geral de investimentos e mais R$ 1, 032 bilhão em emendas individuais e de bancada, sem incluir os investimentos das estatais. Os cortes atingem emendas de obras que não estão em execução e despesas de custeio da máquina pública.

SISTEMAS DE FISCALIZAÇÃO

A ministra Miriam Belchior destacou que, até outubro, dois sistemas de fiscalização da folha de pagamentos serão implantados. Um deles emitirá alertas de auditoria para pagamentos fora dos parâmetros estabelecidos. O outro cruzará dados do governo federal com os de estados e do Distrito Federal para identificar acúmulo de cargos e aposentadorias. Até agora, 13 estados já aderiram ao programa de cruzamento de dados.

 

Jornal A Tarde nega pressão do mercado na demissão do jornalista Aguirre Peixoto

A demissão do jornalista Aguirre Peixoto pelo jornal A Tarde já repercute mundialmente. A revista digital Terra Magazine, do Portal Terra (três milhões de acessos) entrevistou o diretor do Grupo A Tarde Sílvio Simões. A manchete disse tudo: “O diretor: A Tarde não recebe pressões do mercado imobiliário”. Não há volta na demissão. A Tarde não está à venda. Tudo não passou de um desentendimento entre diretores.

LEIA A ENTREVISTA:

“O diretor: A Tarde não recebe pressões do mercado imobiliário”

Claudio Leal

O mais antigo jornal baiano em atividade, "A Tarde", fundado em 1912 pelo ex-ministro da Educação do governo Getúlio Vargas, Ernesto Simões Filho, vive uma das suas mais intensas crises, num conflito que envolve os jornalistas e o setor imobiliário de Salvador. Depois de publicar uma reportagem sobre crimes ambientais denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) numa obra realizada pelo governo baiano em parceria com as empresas Patrimonial Saraíba e Construtora NM, o repórter Aguirre Peixoto foi demitido pelo jornal.

Em protesto, a redação emitiu uma carta aberta e fará paralisações diárias de duas horas. Terra Magazine ouviu o diretor-executivo do Grupo A Tarde, Sylvio Simões, que procurou esclarecer o episódio. Segundo Simões, a demissão se deve "muito mais (a) uma questão de relações de poder interno, do que (a) qualquer tipo de penalização por fazer qualquer tipo de matéria". Ele rejeita a informação de bastidores, frequente na blogosfera e nas redes sociais, de que o jornal recebeu pressões de empreiteiros.

- Obviamente, é bom que se saiba, "A Tarde" não sofre pressões, ninguém tem nos pressionado porque sabe da nossa conduta e do nosso comportamento. Foi muito mais um problema de relações da atividade empresarial - afirma Sylvio Simões.

Os repórteres relatam que um dos membros da família proprietária, Ranulfo Bocayuva, teria posto seu cargo à disposição, em desacordo com os primos. O fundador do antigo vespertino, Ernesto Simões, deixou três filhos (Regina, com 50% das ações, Renato e Vera, 25% cada um); o jornal é administrado, atualmente, pelos seus netos Sylvio, Ranulfo e Renato. O IVC (Instituto Verificador de Circulação) indicou que, pela primeira vez na história, a tiragem de "A Tarde" foi superada por um concorrente, o "Correio", da família do ex-senador Antonio Carlos Magalhães.

O diretor-executivo, Sylvio Simões, desmente ainda a venda de ações de "A Tarde" para empresas do mercado imobiliário, principalmente dos construtores Francisco Bastos e Carlos Suarez:

- Não. Meu amigo, eu vou lhe dizer assim: se por acaso tiver uma ação à venda, do grupo A Tarde, eu e meu sócio compramos (risos).

Ele afirma que a demissão pode ser reparada "no futuro", e "não agora".

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

Terra Magazine - O que ocorreu no episódio da demissão do repórter Aguirre Peixoto?

Sylvio Simões - Foi uma atitude da direção em relação a um redirecionamento da nossa atividade de comunicação. É só esse o ponto. É uma coisa que estão dando uma dimensão na qual não faz "A Tarde". "A Tarde" tem uma posição muito clara, muito nítida, muito transparente, em relação aos seus propósitos. É um momento de mudanças muito grandes na empresa. O mundo está mudando e nós estamos mudando. As coisas estão se estabelecendo de uma maneira que, às vezes, há um nível de conflito interno, natural. A gente tem que tocar o barco. Obviamente, é bom que se saiba, "A Tarde" não sofre pressões, ninguém tem nos pressionado porque sabe da nossa conduta e do nosso comportamento. Foi muito mais um problema de relações da atividade empresarial.

TM - O que a redação argumenta é que o repórter foi demitido depois de publicar uma matéria sobre a questão imobiliária, em Salvador. O que vocês dizem?

Sylvio Simões - A razão não foi essa, foi muito mais uma discordância dentro da dinâmica da gestão da empresa. Por ventura, tentaram evidenciar uma carta dando exatamente esse sentido, que não é verdadeiro e o tempo vai exatamente demonstrar que foi muito mais uma questão de relações de poder interno, do que qualquer tipo de penalização por fazer qualquer tipo de matéria, seja em relação ao mundo imobiliário, em relação ao governo, em relação ao mundo agrícola. Sempre tivemos um princípio muito claro: nós temos um compromisso substantivo com a cidadania. Temos a obrigação na construção de um novo mundo civilizatório.

TM - E por que Aguirre Peixoto foi escolhido?

Sylvio Simões - Isso, na realidade, é que é lamentável. É lamentável que tenha acontecido essa questão com Aguirre, é lamentável. Mas a gente lamenta o que aconteceu com Aguirre. Foi um desentendimento em relação à questão da visão diretiva do grupo. Isso pode ser reparado no futuro. Não agora, porque aí seria acatar uma posição diretiva de total discordância no centro de decisões da empresa.

TM - Não há acordo com os jornalistas? Ele estão numa paralisação de duas horas.

Sílvio Simões - Rapaz, eu acho que não. Eles estão obviamente conversando com o sindicato e amanhã nós vamos ter uma conversa exatamente explicitando todos esses pontos que estamos falando. Porque há uma afetividade muito grande dos jornalistas com "A Tarde". Na realidade, foi muito mais um problema de ordem diretiva da empresa, do que estão tentando afirmar. "A Tarde" não tem nenhum tipo de problema com qualquer área da atividade econômica, porque nós temos uma independência muito clara e todo mundo sabe na Bahia disso.

TM - Não houve um corte de anúncios do setor imobiliário?

Sylvio Simões - Nunca houve corte de anúncios. Não é verdade. A construção civil, aqui no Estado da Bahia, neste ano que passou, os insumos subiram muito e houve uma redução da atividade imobiliária. Houve uma redução da atividade imobiliária. Isso aí, se você puder pesquisar, eu até lhe agradeço. Por exemplo, no governo também houve uma redução de publicidade. Porque, você sabe, nas eleições para governador e para presidente da República, fica limitada a possibilidade de fazer publicidade. Teve duas reduções: uma redução do mercado imobiliário, as construtoras pararam de construir como estavam fazendo; e tem a questão da retração do próprio governo. E na área de telefonia também houve um ajustamento.

TM - E as notícias que estão nos blogs, de que "A Tarde"...

Sylvio Simões - Essas notícias que estão nos blogs correm, exatamente, de uma posição adotada, antagônica à posição da direção.

TM - O jornal não está à venda? Circula que o jornal estaria negociando a venda de parte das ações para o mercado imobiliário, com os empresários Francisco Bastos e Carlos Suarez.

Sylvio Simões - Não. Meu amigo, eu vou lhe dizer assim: se por acaso tiver uma ação à venda, do grupo "A Tarde", eu e meu sócio compramos (risos) Compramos na mesma hora. Eu mesmo tô doido pra comprar. Se você conseguir aí alguns sócios pra eles venderem, eu compro! Então, a questão foi muito mais do fórum de conflito diretivo, do qual realmente a gente adotou uma posição. Lamentavelmente, surgiu esse problema, no momento em que estamos fazendo grandes mudanças. Estamos, por exemplo, montando uma nova concepção estratégica. Estamos nos preparando para a festa dos 100 anos. Uma máquina nova, um sistema de governança, com a empresa alinhada para os próximos 20 anos.

TM - Como foi tomada essa decisão de demitir Aguirre? Isso não fica restrito à redação, à secretaria de redação?

Sylvio Simões - Olha, houve uma discordância aí realmente. A parte do corpo diretivo...

TM - Seu primo, Ranulfo Bocayuva?

Sylvio Simões - Não vejo como uma questão de parente, não. Vejo como questão de executivos. Que é uma questão nossa, no primeiro momento. Na área dos executivos, realmente, a gente acabou tomando uma decisão majoritária e aconteceu esse episódio. Mas, obviamente, a gente desenhou a questão do comando da empresa em relação à política da qual a empresa tem estabelecido ao longo de todos os anos. "A Tarde" nunca teve uma posição sistemática. "A Tarde" sempre foi crítica, no momento de ser crítica, e no momento de se elogiar, a gente elogia. A gente não pode adotar posições sistemáticas em relação a coisa alguma. Nesse novo Brasil, é preciso muito mais competência, porque você fazer as mudanças, as transferências de renda, com sensatez, é muito difícil. É o que a gente está tentando fazer aqui. Estou fazendo apenas uma analogia. Esse pano de fundo que está sendo divulgado não é verdadeiro.

TM - Como o senhor vê as críticas à expansão imobiliária em Salvador? É muito agressiva para a cidade?

Sylvio Simões - Olha, essa questão imobiliária em relação à cidade de Salvador não advém de agora. Ela agora tomou uma dimensão maior. O que está faltando é um PDDU bem desenhado e bem definido. Isso cabe à atividade pública, à Prefeitura da cidade do Salvador. Ela precisa sentar com todos os atores e desenhar um plano que acolha a questão do meio ambiente e que acolha também a questão das pessoas. O grande problema do jornal brasileiro é que ele é absolutamente factual. O fato ninguém discute. Mas os jornais da Europa e da América do Sul são analíticos e críticos. Essa é uma grande discussão que a gente precisa ter. A gente não pode transformar o mercado imobiliário como se fosse uma coisa unívoca. Tem empresas que atuam com seriedade, com responsabilidade, etc., e tem outras que muitas vezes não atuam e precisam ser criticadas.

TM - "A Tarde" vai continuar publicando matérias críticas em relação a essa expansão imobiliária?

Sylvio Simões - Ah, sem dúvida, sem dúvida, desde que haja motivo e razão a gente vai tomar posição crítica em relação ao mercado imobiliário e em relação a qualquer mercado. Agora, o que nós temos levantado é o seguinte, em relação a todos os jornais, não só do Brasil, mas do mundo. A gente está perdendo leitores porque o mundo mudou de paradigma e a gente não mudou. Qual é o paradigma? Qualquer atividade é gratificante. Existe uma coisa mais bonita do que trabalhar para construir as coisas? Então, os jornais precisam começar a apoiar a atividade de imóvel. E criticar a operação. O sujeito fez uma ponte errada? Você chega e baixa o cacete, porque a ponte foi mal construída. Sabe o que vai acontecer? Aqueles que constroem pontes erradas, até um Estado socialista vai dizer. Agora, se você transforma aquela ponte quebrada em todos os construtores de ponte constroem pontes ruins, aí é um problema. Até para a relação humana. A nossa reflexão é focar numa análise crítica. Isso é inabalável.

TM - Aguirre foi demitido por causa do posicionamento editorial em relação à construção civil?

Sylvio Simões - De forma alguma, foi muito mais por uma questão de discordância do corpo diretivo, que adotou uma posição. E essa posição não estava sendo estabelecida. As coisas estão caminhando dentro da dinâmica sistemática, e aí transformava todo mundo em japonês. Isso não é possível. A gente só é sistemático quando a gente não tem razão. Quando a gente tem razão, uma matéria bem dada resolve o problema.

TM - Tem lhe incomodado o fato de os jornalistas falarem da vinculação da família Simões com negócios imobiliários?

Sylvio Simões - Não há vinculação nenhuma. Não temos nenhum negócio no mercado imobiliário.

TM - Eles falam de uma empresa de venda de imóveis de sua família.

Sylvio Simões - Nós não temos nenhuma empresa imobiliária. Se tem, é de minha mulher e eu não participo. O jornal, ao contrário, não traz nenhum benefício, nem também nenhum malefício à atividade dela. Por quê? Ela é uma empresa de porte, associada a uma empresa de São Paulo, é a segunda empresa da Bahia. É meu segundo casamento, portanto não tem nada a ver com meu negócio.

TERRA MAGAZINE

 

Deputado Emiliano (PT-BA) destaca avanços do governo Wagner na educação da Bahia

Quando o governador Jaques Wagner,da Bahia, chegou ao poder, eram dois milhões de analfabetos, em quatro anos foram alfabetizados 700 mil cidadãos, pelo maior programa de alfabetização do Brasil – Todos pela Alfabetização. As vagas para qualificação de docentes chegam a 60 mil, num cenário em que os professores em sala de aula, sem formação universitária, não cumpriam a Lei de Diretrizes e Bases. As obras de melhorias nas instalações escolares consumiram R$ 16 milhões.

Em discurso na Câmara Federal (09/02/2011), o deputado Emiliano José (PT-BA) registrou os avanços na educação durante o governo Wagner (PT). Em especial, Emiliano destacou a atuação do Instituto Anísio Teixeira (IAT), durante a gestão do professor Penildon Silva Filho, como centro de formação de professores que, através do Fórum estadual de Formação, reuniu universidades públicas e municípios, garantindo formação de graduação e de pós-graduação a todos os professores de rede pública na Bahia.

“Destaca-se nesse esforço a consolidação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que garante formação de qualidade à distância tanto para professores em exercício como para a população de forma geral. São 26 pólos estaduais e 30 pólos municipais espalhados pelo Estado, número que deve ser ampliado tendo em vista a diretriz do governo Dilma para aprofundar essa política de formação de professores e estímulo à UAB”, disse o deputado Emiliano.

O parlamentar também afirmou:

“O reconhecimento do MEC do trabalho baiano se traduziu numa nova política de apoio à formação continuada de professores, com cursos de capacitação de 120 horas para 8 mil professores em cursos de diversas áreas, sendo que 70% das vagas são reservadas aos professores das redes municipais. O trabalho da Bahia, com seu centro de formação de professores, o IAT, o credenciou junto ao MEC para iniciar essa nova fase da formação dos trabalhadores da educação.

Quero destacar nesse pronunciamento o excelente trabalho desenvolvido pelo professor Penildon Silva Filho, que esteve à frente do IAT durante todo o primeiro governo Wagner, e que agora, por determinação do novo secretário de Educação, foi substituído. Não por acaso, mas pela competência demonstrada, pela seriedade, pela dedicação, o trabalho do IAT tem sido apresentado como uma das melhores realizações da Secretaria de Educação. Espero que esse trabalho continue e seja aprofundado, que não sofra nenhuma solução de continuidade”.

9 de fevereiro de 2011

 

Leia a reportagem sobre a Avenida Paralela que fez construtores pedirem a cabeça de repórter do jornal A Tarde

EIS A MANCHETE:

Tecnologia é denunciada por crime ambiental na Paralela

Por Aguirre Peixoto, A Tarde 02/12/2010

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal crimes ambientais na construção do Parque Tecnológico de Salvador, na Avenida Paralela. A obra é realizada pelo governo baiano em parceria com as empresas Patrimonial Saraíba e Construtora NM.

No processo, o procurador Danilo Cruz pede a prisão dos proprietários das empresas e do ex-secretário de Ciência e Tecnologia Ildes Ferreira, além da aplicação de multa.

Constam como réus, além de Ildes, o proprietário da NM Construtora, Nicolau Martins, e os quatro representantes da Saraíba: Carlos Suarez, Francisco Bastos, André Duarte Teixeira e Humberto Riella Sobrinho.

A denúncia do MPF foi feita em 29 de novembro e baseia-se em investigação realizada pela Polícia Federal. Esta constatou que a construção do Tecnovia, como foi batizado o Parque Tecnológico, devastou vegetação em área de preservação permanente (APP) e espécies típicas da Mata Atlântica, o que é enquadrado como crime pela lei 9.605 (que trata de infrações ambientais).

Licenciamento – O processo ainda diz que a supressão de vegetação desobedeceu aos trâmites de licenciamento ambiental. A obra possuía um alvará, emitido em junho de 2008 pela então Superintendência de Parques e Jardins (ligada na época à Prefeitura de Salvador), que necessitava de uma autorização posterior do Instituto do Meio Ambiente (IMA) para sua efetivação.

A derrubada da vegetação, no entanto, teria começado antes desse aval do IMA, segundo a denúncia. O próprio IMA já havia constatado essa irregularidade, o que gerou uma multa de R$ 40 mil paga pela Secti. A lei de crimes ambientais prevê detenção de um a três anos pelas irregularidades denunciadas, além da aplicação de multa.

A 17ª Vara Criminal da Justiça Federal, onde foi protocolada a denúncia, ainda não notificou os réus. Mesmo assim, procurados pela reportagem, eles afirmaram que a supressão de vegetação só começou após os processos de licenciamentos adequados.

Fonte: Blog Bahia em Pauta

 

Demissão em A Tarde: Folha e G1 mandam equipes à Bahia para investigar relações entre reportagens e poderosos

A inexplicada demissão do repórter de política do jornal A Tarde Aguirre Peixoto num caso que envolveria pressões de setores do ramo imobiliário baiano chamou a atenção de jornais como a Folha de S. Paulo e de sites como G1, da Rede Globo.

Eles já teriam enviado equipes especiais à Bahia para investigar a relação entre as matérias produzidas pelo jornalista e empresários do setor como Carlos Suarez e Francisco Bastos, cuja empresa acionou Aguirre na Justiça.

As informações foram repassadas a jornalistas de A Tarde pelas próprias equipes da Folha e do G1. Suarez teria entrado na mira dos dois grupos porque tem negócios com o governo federal, nas áreas de gás e óleo.

Fonte: Blog Política Livre

 

Demissão de repórter do A Tarde é um atentado à prática do bom jornalismo

O dia 8 de fevereiro foi marcado por um episódio lamentável que suja a história do jornalismo baiano.

Por pressão do setor imobiliário, o repórter de política de A Tarde Aguirre Peixoto foi demitido. A demissão gerou protesto dos funcionários do periódico, dos usuários do twitter e do diretor executivo do Grupo A Tarde, Ranulfo Bocayuva, que ameaçou deixar o cargo, segundo informações dos profissionais do jornal.

A degola teria acontecido depois de Aguirre ter feito matérias que desagradaram os empresários da construção civil. Com interesses contrariados, eles pediram a cabeça do repórter e o A Tarde, sem pestanejar, guilhotinou o profissional.

A informação que se tem é que o jornal estava sem receber publicidade do setor, um dos que mais anunciam. Perde-se um bom profissional, ganha-se dinheiro. Essa é a lógica do A Tarde.

A liberdade de imprensa há muito foi violentada. Nesta quarta-feira (9), os funcionários do A Tarde prometem protestar. Ameaçam, inclusive, cruzar os braços. Não sejamos tolos. O jornal não vai deixar de circular por isso. Matérias existem as pencas nas agências de notícia e profissionais que se ajoelham aos donos do poder também têm aos montes para colocar as matérias nas páginas e mandar o material para a gráfica. Mas o protesto é válido. Silenciar diante de fato tão abjeto seria um crime cometido por todos nós da imprensa.

Cíntia Kelly
Editora Blog Direto da Fonte

 

Em carta aberta, jornalistas de A Tarde protestam contra a demissão do repórter Aguirre Peixoto

Jornalistas de A Tarde protestaram terça-feira (8) contra a demissão do repórter Aguirre Peixoto, reconhecido no mercado por seu profissionalismo, equilíbrio e ética. De acordo com o documento, o jovem jornalista teria sido demitido por pressão de empresários da construção civil. O manifesto da Redação foi assinado por mais de 100 profissionais.

CARTA ABERTA

“Hoje é um dia triste para não só para nossa história pessoal, mas também para A TARDE e, principalmente, para o jornalismo da Bahia. Um dia em que A TARDE, um jornal quase centenário e que já foi o maior do Norte e Nordeste e que tinha o singelo slogan “Saiu n´A TARDE é verdade” se curvou. Cedeu a pressões econômicas difusas e demitiu um profissional exemplar.

Aguirre Peixoto teve a cabeça entregue em uma bandeja de prata a empresas do mercado imobiliário em uma tentativa de atração/reaproximação com anunciantes deste setor.

Tentativa esta que pode dar certo ou não. Uma medida justificada por um suposto “erro grosseiro” não reconhecido pela Diretoria de Jornalismo, pelo Editor-Executivo, pelo Editor-Chefe, por secretários de Redação, Editor Coordenador ou editores de Política.

Uma medida, enfim, que só pode ser entendida como uma demonstração de força excessiva, intimidatória à autoridade da Direção de Jornalismo, à Coordenação de Brasil e à Editoria de Política. Uma demonstração de força desproporcional, porque forte não é aquele que age com força contra algo ou alguém mais fraco.

Forte seria enfrentar, como o jornalismo de A TARDE estava enfrentando, empresários que iludidos pela promessa do lucro fácil e rápido põem em risco recursos financeiros de consumidores, o meio ambiente da cidade e que aviltam, desta forma, toda a cidadania soteropolitana.

Aguirre era o elo mais fraco da corrente. Acima dele havia editores, coordenador, secretários de redação, editor-executivo, editor-chefe, diretor de Jornalismo. Todos, em alguma medida, aprovaram a pauta, orientaram o trabalho de reportagem e autorizaram a publicação da reportagem.

Isso foi feito sem irresponsabilidades, pois não foi constatado nenhum erro, muito menos um “erro grosseiro”. Se algum erro foi cometido, o erro foi o da prática do jornalismo, uma atividade cada vez mais subversiva em época em que propositadamente se misturam alhos e bugalhos para confundir, iludir, manipular a opinião publica, a sociedade, a cidadania. É de se estranhar que uma empresa que se coloca como defensora da cidadania aja de tão vil maneira contra um de seus melhores profissionais.

Recapitulando, Aguirre foi pautado para dar sequência às reportagens que fazia sobre a Tecnovia (antigo Parque Tecnológico). O fato novo era uma liminar concedida pela 10ª Vara Federal em que cassava multa aplicada ao empreendimento pelo Ibama. Era essa a pauta.

No dia seguinte, a Tribuna da Bahia publicou matéria em que dizia que a liminar (decisão que pode ser revista) acabava com o processo criminal contra o empreendimento, que envolve Governo do Estado e duas poderosas construtoras.

A matéria de A TARDE – dentro do padrão de qualidade que um dia fez deste um jornal de referência – ouviu o MPF e mostrou que se tratavam de dois processos distintos. O da multa, que foi cassada liminarmente e que o MPF afirmava que recorreria da decisão; e o criminal, que continuava em tramitação normal.

A matéria de A TARDE estava tão certa que o MPF, posteriormente, publicou nota oficial na qual desmentia o teor da reportagem da Tribuna da Bahia (jornal que serve a interesses não republicanos, para dizer o mínimo). Essa foi a razão suficiente para o repórter ter a cabeça entregue como prêmio a possíveis anunciantes.

O interesse público? A defesa da cidadania? O histórico ético, de manchetes exclusivas, de boas e importantes reportagens? Nada disso importou a A TARDE.

Importou a satisfação a um grupo de empresários, a uma, duas ou três fontes insatisfeitas. Voltamos a tempos medievais, quando fontes e órgãos insatisfeitos mandavam em A TARDE, colocavam e derrubavam profissionais. Tempo em que o jornalismo era mínimo.

“Jornalismo é oposição. O resto é balcão de secos e molhados”. Essa é uma famosa frase de Millor Fernandes. Dispensado o radicalismo dela, é de se ter em mente que Jornalismo é uma atividade que incomoda. Defender o conjunto da sociedade, seu lado mais fraco, incomoda. É preciso que a Direção de A TARDE entenda que a sustentabilidade do negócio jornal depende do seu grau de alinhamento com a sociedade civil (organizada e, principalmente, desorganizada).

A força de um veículo de comunicação não está nos números de circulação ou de de anunciantes, mas nas batalhas travadas em prol dos direitos coletivos e individuais diariamente aviltados pelo bruto e burro poder econômico.

Credibilidade é um valor que se conquista um pouco a cada dia e que se perde em segundos. E, graças a ações como esta, a credibilidade de A TARDE escorre pelo ralo a incrível velocidade, assim como sua liderança, assim como seus anunciantes. Sem jornalismo, o jornal (qualquer jornal) pode sobreviver alguns anos de anúncios amigos. Mas com jornalismo, um jornal sobrevive à história”.

Salvador, 08 de Fevereiro de 2011.

 

Sindicato dos Jornalistas da Bahia protesta contra demissão de repórter pelo jornal A Tarde

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia divulgou nota de protesto contra a demissão do repórter Aguirre Peixoto pelo jornal A Tarde, ocorrida nesta terça-feira (8). Na nota, assinada pela presidente Marjorie Moura, o sindicato diz que a demissão decorreu da coragem do jornalista “em denunciar erros e atentados contra o meio ambiente na cidade de Salvador em reportagens publicada sobre a construção do Centro Tecnológico do Governo do Estado, na Avenida Luis Viana Neto (Paralela).¨

Leia a íntegra da nota:

“A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (SINJORBA) protesta veementemente conta a demissão de Aguirre Peixoto, que, já é alvo de ações judiciais, criminais e cíveis, por sua coragem em denunciar erros e atentados contra o meio ambiente na cidade de Salvador em reportagens publicada sobre a construção do Centro Tecnológico do Governo do Estado, na Avenida Luis Viana Neto (Paralela), numa forma de punição por enfrentar forças tão poderosas.

Agora vem o golpe final, desferido justamente pelo Jornal A TARDE, a empresa a que inicialmente autorizou a publicação do material e que deveria protegê-lo de todas as formas para que não maculasse sua história quase centenária, como representante dos interesses da sociedade baiana.

Fazer jornalismo é uma opção muito difícil na vida de qualquer pessoa, apesar de todo o glamour que cerca nossa profissão. É preciso ter uma paixão incrível pela vida, pelos indivíduos e principalmente pela verdade. E nem sempre a retorno é agradável e positivo, fazendo com que muitos desistam.

Nos últimos anos a redação de A Tarde vem sofrendo todo tipo de pressão interna, como o objetivo de adequar a reportagem a interesses comerciais e de marketing. Nada poderia estar mais distante do que fazer o bom jornalismo, onde precisamos nos colocar ao lado dos reais interesses da sociedade.

Nessa batalha vimos muitos bons colegas serem retirados sob os mais variados argumentos. Mas, para a surpresa dos encarregados de comandar essa operação de aviltamento e acovardamento dos jornalistas, a cada nova leva de jovens contratados, difícil é não encontrar quem não tenha em si o gérmen da busca constante pelo que é certo e pelo que atenda ao real interesse da sociedade.

Agora, retiram da redação um desses novos colegas, numa demonstração de que é preciso cortar rebentos cada vez mais novos, contaminados pelo bom fazer jornalístico que inclui as palavras ética, coragem, profissionalismo. Ninguém abraça essa profissão para ter uma vida normal, mas sim para fazer a diferença num mundo onde o individualismo pesa, mas onde nunca foi tanto necessário combater as pressões comerciais e publicitárias que tentam modificar nosso jeito de viver, sem pesar as consequências para nosso futuro próximo.

Nosso colega Aguirre Peixoto está passando pela prova de fogo que todos nós jornalistas, passamos em algum momento de nossas vidas e sai vitorioso, preparado para as novas batalhas, que, como profissional competente que vem se mostrando, buscará a cada momento de sua trajetória profissional que está apenas começando.”

 

ABI diz que demissão de jornalista de A Tarde desmerece luta da imprensa livre da Bahia

Fonte: Blog Bahia Toda Hora


Em nota distribuída nesta quarta-feira (9), a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) lamenta a demissão do jornalista Aguirre Peixoto pelo jornal A Tarde e diz que o episódio “desmerece a luta empreendida pela imprensa livre desta terra”. No documento, a ABI classifica o fato de “retrocesso descabido” e salienta que “nenhuma força – econômica, política ou social – se impõe sobre os valores maiores dos homens livres”.

Eis a íntegra da nota, que é assinada pelo presidente da entidade, Samuel Celestino:

“A Associação Bahiana de Imprensa (ABI), pela sua Diretoria, fiel às suas tradições que remontam aos princípios erigidos por seus fundadores, vem a público lamentar o episódio envolvendo o jornal A Tarde e a demissão do jornalista Aguirre Peixoto, que impactou a classe dos jornalistas da Bahia. Entende a entidade que nenhuma força – econômica, política ou social – se impõe sobre os valores maiores dos homens livres. À frente de tais valores, se agiganta a força da liberdade de imprensa, da livre expressão, do livre dizer, do direito de informar e de ser informado. Em uma síntese, é nesse conjunto de valores que se sustenta a democracia, essência que alicerça os homens iguais. A ABI lamenta e entende o fato como um retrocesso descabido, que se registra, justamente, quando a imprensa baiana está prestes a completar 200 anos de existência e tem sido, no decorrer do tempo, uma intransigente defensora das liberdades dos cidadãos e da democracia, que sempre encontrou no povo da Bahia o seu principal aliado e defensor”.

 

Demissão de jornalista de A Tarde repercute no Twitter

A demissão do jornalista Aguirre Peixoto do jornal A Tarde, após pressão do mercado imobiliário, repercutiu entre os usuários do twitter de Salvador e até de outras cidades. Os termos “demissão”, “demite” e “@aguirrepeixoto” entraram nos Trending Topics de Salvador, ou seja, ficaram entre os assuntos mais comentados da capital baiana. Parece certo que os responsáveis pela demissão de Aguirre não esperavam tamanha repercussão.

Fonte: Política Livre

 

Jornalista Aguirre cita algozes em reportagem que teria levado à sua demissão do jornal A Tarde

O Blog Política Livre reproduz a reportagem que teria levado à demissão do repórter Aguirre Peixoto do jornal A Tarde na tarde de terça-feira (08). O texto foi publicado no dia 2 de dezembro do ano passado. Se é verdade que Aguirre foi demitido por pressão do mercado imobilário, um dos principais anunciantes do jornal, seus algozes estão citados no texto.

Leia e confira o texto de Aguirre Peixoto abaixo:

“O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal crimes ambientais na construção do Parque Tecnológico de Salvador, na Avenida Paralela. A obra é realizada pelo governo baiano em parceria com as empresas Patrimonial Saraíba e Construtora NM. No processo, o procurador Danilo Cruz pede a prisão dos proprietários das empresas e do ex-secretário de Ciência e Tecnologia Ildes Ferreira, além da aplicação de multa.

Constam como réus, além de Ildes, o proprietário da NM Construtora, Nicolau Martins, e os quatro representantes da Saraíba: Carlos Suarez, Francisco Bastos, André Duarte Teixeira e Humberto Riella Sobrinho.

A denúncia do MPF foi feita em 29 de novembro e baseia-se em investigação realizada pela Polícia Federal. Esta constatou que a construção do Tecnovia, como foi batizado o Parque Tecnológico, devastou vegetação em área de preservação permanente (APP) e espécies típicas da Mata Atlântica, o que é enquadrado como crime pela lei 9.605 (que trata de infrações ambientais).

Licenciamento

O processo ainda diz que a supressão de vegetação desobedeceu aos trâmites de licenciamento ambiental. A obra possuía um alvará, emitido em junho de 2008 pela então Superintendência de Parques e Jardins (ligada na época à Prefeitura de Salvador), que necessitava de uma autorização posterior do Instituto do Meio Ambiente (IMA) para sua efetivação.

A derrubada da vegetação, no entanto, teria começado antes desse aval do IMA, segundo a denúncia. O próprio IMA já havia constatado essa irregularidade, o que gerou uma multa de R$ 40 mil paga pela Secti. A lei de crimes ambientais prevê detenção de um a três anos pelas irregularidades denunciadas, além da aplicação de multa.

A 17ª Vara Criminal da Justiça Federal, onde foi protocolada a denúncia, ainda não notificou os réus. Mesmo assim, procurados pela reportagem, eles afirmaram que a supressão de vegetação só começou após os processos de licenciamentos adequados".

Fonte: Blog Política Livre

 

Empresa de sócio de Suarez acionou Aguirre Peixoto na Justiça

Blog começa a dar nome aos bois na demissão do jornalista de A Tarde:

Além da avaliação geral de que a demissão do repórter de política Aguirre Peixoto do jornal A Tarde foi um ato injusto, outro fato indignou profundamente os colegas dele.

Por conta das matérias sobre construções supostamente irregulares em Salvador, Aguirre responde a ação na Justiça movida pela Patrimonial Saraíba.

O fato de o advogado e empresário Francisco Bastos ser um dos sócios da empresa é o motor das especulações de que ele e o setor imobiliário estariam por trás da demissão de Aguirre.

“Onde já viu demitir um repórter que está sendo processado?”, questiona uma jornalista de A Tarde, acrescentando que o jornal, entretanto, assumiu a defesa do profissional.

Bastos é sócio do megaempresário do ramo de empreendimentos imobiliários Carlos Suarez, que também foi citado em reportagens de Aguirre.

Além do jornalista demitido ontem, outro jovem repórter de A Tarde está sob a mira judicial de Francisco Bastos. Trata-se de Valmar Hupsel, que também teria feito matérias sobre negócios imobiliários em Salvador.

Como se vê, falar sobre o tema é um verdadeiro perigo para jornalistas baianos.

Fonte: Política Livre

 

Blog Política Livre informa que demissão de jornalista pode ter feito parte de acordo de venda de A Tarde a grupo imobiliário

O jornalista Aguirre Peixoto, demitido ontem (08) de A Tarde, pode ter sido a primeira vítima de um processo adiantado de negociação da venda de parte do veículo ao grupo de empresários do ramo imobiliário que estaria insatisfeito com a série de reportagens produzidas pelo matutino sobre supostas construções irregulares em áreas nobres de Salvador.

A avaliação é dos próprios jornalistas de A Tarde, preocupados com os rumores de que o veículo estaria passando por sérias dificuldades financeiras, surgidos depois que veio a público a notícia de que o jornal venderia sua valiosa sede da Avenida Tancredo Neves para o grupo Odebrecht com o objetivo de pagar dívidas trabalhistas.

ATRASOS NOS SALÁRIOS

Acontecimentos administrativos estranhos à rotina quase centenária do jornal, como atrasos nos salários e veto à antecipação do décimo terceiro para jornalistas que saem de férias, teriam reforçado o sentimento dos profissionais de que o veículo estaria passando talvez por sua primeira grande crise financeira.

Os problemas teriam sido turbinados pela queda em circulação do veículo, pela primeira vez ultrapassado em vendas pelo Correio, da família do ex-senador ACM, segundo o Intituto de Verificação de Circulação (IVC), e o lançamento de um novo matutino do mesmo grupo na praça, de caráter popular, o “Massa”.

“A demissão de um repórter que fez seu trabalho pode não ter sido apenas uma demonstração pública de que o jornal tomou providências contra um agente interno que estava incomodando setores do mercado imobiliário, mas que seu afastamento também fez parte da negociação de venda do jornal para esse grupo”, diz um repórter de A Tarde.

CASO SEM PRECEDENTES

Funcionário há anos da casa, ele diz não se lembrar na história do jornal de procedimento semelhante. Pelo contrário, tem na memória inúmeros casos a demonstrar que A Tarde sempre demorara a se curvar a pedidos políticos de demissão de seus funcionários, mesmo nos tempos em que enfrentou um verdadeiro cerco econômico por parte do carlismo.

Naquela época, entretanto, pondera, o jornal detinha invicto a liderança do mercado editorial baiano e não tinha tido ainda sua saúde financeira abalada por um número significativo de ações penais e trabalhistas na Justiça, a maioria das quais decorrentes de uma combinação explosiva:

A contratação de uma esdrúxula consultoria em gestão de redação, que chegou à Bahia em 2004, quando seus métodos já eram ridicularizados por todos os demais jornais do Sul do país com os quais tinha trabalhado, e da inexistência de uma política de recursos humanos que olhasse com mais profissionalismo para a equipe redacional.

O interesse manifesto pelo grupo imobiliário atingido por matérias de Aguirre, entre os quais figuram os poderosos empresários e sócios Carlos Suarez e Francisco Bastos, citados em algumas de suas reportagens, de adquirir um veículo de comunicação no Estado reforçaria a especulação de que haveria uma negociação em curso entre eles e o jornal.

O mesmo jornalista de A Tarde confirma a tese: “Há algum tempo se fala que esse grupo queria fazer um jornal e chegou a pensar em resgatar inclusive a marca Jornal da Bahia para fazer uma versão exclusivamente on line do veículo. É fato que eles desejam o poder que um meio de comunicação confere”.

O Jornal da Bahia pertenceu no passado a outro empresário muito próximo de Bastos, o advogado Carlos Barral, que saiu da cena local depois de enfrentar uma acusação da polícia baiana da qual se desvencilhou na Justiça, o que levantou suspeitas de que fora vítima de uma armação política antes das eleições do ano passado.

Fonte: Blog Política Livre

 

Jornalistas de A Tarde entram em greve de protesto

Em assembleia realizada agora há pouco, os jornalistas do jornal A Tarde resolveram parar as atividades da redação até às 18 horas em protesto contra a demissão do repórter Aguirre Peixoto.

Além disto, a presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura, pedirá explicações formais da direção do jornal por causa da demissão de Aguirre. A redação também redigirá uma nova carta pedindo explicações dos diretores do jornal.

Na assembleia realizada agora à tarde, a redação do jornal A Tarde decidiu redigir um documento, em que serão apresentados três pontos básicos:

1- explicação formal da direção do jornal para a demissão;

2- readmissão do repórter Aguirre Peixoto;

3- explicitar os assuntos que não podem ser escritos no jornal A Tarde.

Amanhã (quinta-feira), um dos proprietários do matutino, Renato Simões, que junto com seu primo Sylvio Simões, apoiou a demissão de Aguirre, receberá uma comissão de jornalistas.

O diretor Ranulfo Bocayuva, que foi contrário à demissão, também participa da paralisação de agora à tarde. Será definido ainda um cronograma de manifestações, em que estão previstas, entre outras ações, novas paralisações.

Fonte: Blog Política Livre

 

ABI divulga nota lamentando demissão de jornalista

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) divulgou uma nota agora à tarde também se posicionando contra a demissão do jornalista Aguirre Peixoto do jornal A Tarde. A nota assinada pelo presidente da entidade, Samuel Celestino, classificou o caso como um “retrocesso descabido”.

Leia a nota na íntegra:

“A Associação Bahiana de Imprensa (ABI), pela sua Diretoria, fiel às suas tradições que remontam aos princípios erigidos por seus fundadores, vem a público lamentar o episódio envolvendo o jornal A Tarde e a demissão do jornalista Aguirre Peixoto, que impactou a classe dos jornalistas da Bahia.

Entende a entidade que nenhuma força – econômica, política ou social – se impõe sobre os valores maiores dos homens livres. À frente de tais valores, se agiganta a força da liberdade de imprensa, da livre expressão, do livre dizer, do direito de informar e de ser informado. Em uma síntese, é nesse conjunto de valores que se sustenta a democracia, essência que alicerça os homens iguais.

A ABI lamenta e entende o fato como um retrocesso descabido, que se registra, justamente, quando a imprensa baiana está prestes a completar 200 anos de existência e tem sido, no decorrer do tempo, uma intransigente defensora das liberdades dos cidadãos e da democracia. O episódio desmerece a luta empreendida pela imprensa livre desta terra, que sempre encontrou no povo da Bahia o seu principal aliado e defensor”.

 

A Tarde demite repórter após pressão do mercado imobiliário

O Jornal A Tarde demitiu na tarde de hoje (09) o repórter de política Aguirre Peixoto, considerado um dos melhores quadros do matutino. Segundo fontes de A Tarde, a demissão teria ocorrido por pressão de um poderoso grupo do mercado imobiliário de Salvador, após uma série de reportagens do veículo que teria desagradado aos empresários.

Por causa das matérias, o jornal teria perdido anunciantes do setor, que exigiram a cabeça do repórter. A demissão de Aguirre causou perplexidade e reação na redação do jornal, onde jornalistas produziram uma carta aberta de repúdio à decisão do matutino.

Segue abaixo um trecho da carta:

Hoje é um dia triste não só para nossa história pessoal, mas também para A TARDE e, principalmente, para o jornalismo da Bahia. Um dia em que A TARDE, um jornal quase centenário e que já foi o maior do Norte e Nordeste e que tinha o singelo slogan “Saiu n´A TARDE é verdade” se curvou. Cedeu a pressões econômicas difusas e demitiu um profissional exemplar.

Aguirre Peixoto teve a cabeça entregue em uma bandeja de prata a empresas do mercado imobiliário em uma tentativa de atração/reaproximação com anunciantes deste setor.

Tentativa esta que pode dar certo ou não. Uma medida justificada por um suposto “erro grosseiro” não reconhecido pela Diretoria de Jornalismo, pelo Editor-Executivo, pelo Editor-Chefe, por secretários de Redação, Editor Coordenador ou editores de Política.

Uma medida, enfim, que só pode ser entendida como uma demonstração de força excessiva, intimidatória à autoridade da Direção de Jornalismo, à Coordenação de Brasil e à Editoria de Política. Uma demonstração de força desproporcional, porque forte não é aquele que age com força contra algo ou alguém mais fraco.

Forte seria enfrentar, como o jornalismo de A TARDE estava enfrentando empresários que iludidos pela promessa do lucro fácil e rápido põem em risco recursos financeiros de consumidores, o meio ambiente da cidade e que aviltam, desta forma, toda a cidadania soteropolitana.

Aguirre era o elo mais fraco da corrente. Acima dele havia editores, coordenador, secretários de redação, editor-executivo, editor-chefe, diretor de Jornalismo.

Todos, em alguma medida, aprovaram a pauta, orientaram o trabalho de reportagem e autorizaram a publicação da reportagem. Isso foi feito sem irresponsabilidades, pois não foi constatado nenhum erro, muito menos um “erro grosseiro”.

Se algum erro foi cometido, o erro foi o da prática do jornalismo, uma atividade cada vez mais subversiva em época em que propositadamente se misturam alhos e bugalhos para confundir, iludir, manipular a opinião publica, a sociedade, a cidadania. É de se estranhar que uma empresa que se coloca como defensora da cidadania aja de tão vil maneira contra um de seus melhores profissionais.

Fonte: Blog Política Livre

 

PSDB parte para a demagogia e defende salário mínimo de R$ 600

A bancada do PSDB no Senado decidiu terça-feira (8) defender um salário mínimo de R$ 600 para se contrapor à proposta do governo federal de R$ 540. Os senadores tucanos embarcam assim na demagogia eleitoral de José Serra durante a campanha presidencial.

A demagogia é tanta que se o governo rever a posição e enviar ao Congresso Nacional uma proposta de R$ 545, assim mesmo eles irão insistir no salário de R$ 600.

A demagogia política pode dar errado. Afinal, o PSDB governa dois estados de economia forte, Minas Gerais e São Paulo, e a legislação permite que os estados adotem salário mínimo maior que o nacional.

O PSDB prega a filosofia do quanto pior, melhor. Não se importa de quebrar a Previdência. Que se linchem os pobres.

 

Revista IstoÉ entrevista ex-ativista Cesare Battisti. Finalmente alguém faz bom jornalismo.

A revista IstoÉ desta semana publica esclarecedora entrevista com o ex-ativista Cesare Battisti, preso ilegalmente no Brasil. Finalmente, alguém se lembrou de entrevistar o próprio. De modo geral, a mídia brasileira reproduz informações viciadas produzidas pelos órgãos de comunicação do mafioso Berlusconi, que governa a Itália, mas que é mais conhecido pelos sucessivos escândalos sexuais com prostitutas menores de idade. A jornalista Luiza Villaméa entrevistou Cesare Battisti. Ele fala de comunismo, guerrilha, arrependimento, autocrítica, inimigos, erros políticos, perseguições e fuga.

O ex-ativista Cesare Battisti nega com muita convicção envolvimento com os homicídios a ele atribuídos na Itália. À época dos assassinatos ele já tinha se afastado do grupo Proletários Armados para o Comunismo (PAC), por discordar da morte do ex-ministro Aldo Moro, pelas Brigadas Vermelhas. Ele não compreende porque todo este barulho contra ele, já que há centenas de ex-militantes iguais a ele. Mas desconfia que a Itália não está absorvendo suas denúncias sobre torturas praticadas nos anos 1970. Era democracia, para no poder estavam a máfia e alguns fascistas.

Afinal, qual era seu papel no PAC? pergunta a jornalista Villaméa. E Battisti responde: “Os PAC tinham um jornal, Senza galera. Significava "sem cadeias". Cadeias no sentido mais amplo, de Michel Foucault, a favela, o gueto. Eu entrei para colaborar com este jornal. Mas comecei a fazer política ilegal muito jovem, com 15, 16 anos. Participei de todas as lutas. Na época tinha luta para o divórcio, o aborto, para a redução das tarifas de eletricidade. Tinha também a luta pela legalização da maconha. Era uma época especial”.

Cesare Battisti morou dez anos no México. Foi fundador de uma revista e de uma bienal de artes gráficas. Vivia dos direitos autorais dos livros publicados na França. Da França, onde tem muitos amigos, foi de carro para Espanha e depois Portugal. De Lisboa foi para a Ilha da madeira e de lá viajou de barco até as Ilhas Canárias, onde pegou um avião para Cabo Verde e em seguida para Fortaleza. Na França, deu cursos de escrita para presos, ajudou a montar bibliotecas em comunidades carentes.

Para ele, a luta armada na Itália foi um erro. Atualmente, está acabando de escrever seu terceiro livro. Preso, ele recebe assistência psiquiátrica e toma antidepressivos. Considera-se muito bem tratado. Não está tranqüilo porque considera desproporcional a pressão da mídia contra ele. Considera uma mentira da imprensa que Carla Bruni tenha intercedido em seu favor. Na Itália, cuja mídia é controlada por seu proprietário Berlusconi, ele é terrorista e assassino, mas, na França muitas pessoas fazem campanha a seu favor. Não se considera um inocente. Não matou ninguém, mas usou armas para cometer pequenos furtos que financiavam as PAC.

O ex-presidente Lula negou a extradição de Cesare Battisti. O governador Tarso Genro defende a libertação de Battisti.

Ao ganhar a liberdade, pretende morar no Rio de Janeiro, trazer suas filhas para o Brasil.

Dia 18 de dezembro comemorou seu aniversário na prisão. Dez amigos trouxeram o bolo com velas. Entre eles, a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenelle.

Vale a pena ler a entrevista na revista IstoÉ

 

PT quer marco regulatório para Comunicação

Segundo o jornalista Paulo Henrique Amorim, da Rede Record, “o deputado federal Emiliano José, do PT da Bahia, notável jornalista, recebeu a incumbência de cuidar da Ley de Medios para a bancada do PT”.

No programa Entrevista Record Atualidade, exibido dia 8 de fevereiro, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, defendeu um marco regulatório para a Comunicação. “E isso nada tem a ver com censura a conteúdo, conforme o PIG quer fazer entender”, escreveu Paulo Henrique Amorim em seu portal CONVERSA AFIADA.

Dutra foi mais longe. Ele é contra a propriedade cruzada num mesmo mercado, assim como a Rede Globo no Rio ou a RBS em Porto Alegre. “Elas são donas do walkie-talk do bondinho do Pão de Açucar e das caixas de som da Gruta Azul”, ironizou Paulo Henrique Amorim. Mandam em todos os pedaços.

Segundo Amorim, “a RBS tentou dar o drible da vaca na Ley de Medios e confundiu “propriedade cruzada”, como a que ela exerce soberanamente, com “convergência de meios”, que qualquer adolescente domina, do twitter ao MSN”.

Dutra foi muito claro na entrevista: o PT quer evitar a concentração, o monopólio. Ou seja, Dutra não tem medo da Globo. Ele distingue alhos de bugalhos. Construir um marco regulatório é indispensável à democracia. “Mas, seria também indispensável porque houve uma revolução nos meios de comunicação, que a legislação atual não contempla”, ressalta Amorim.

Dutra prometeu para breve o início da discussão sobre a Ley de Medios.

“O deputado do PT da Bahia, Emiliano José, notável jornalista, recebeu a incumbência de cuidar da Ley de Medios para a bancada do PT”, finalizou Paulo Henrique Amorim, que desanca Palloci em seu blog.

LEIA NA ÍNTEGRA NO PORTAL CONVERSA AFIADA

8 de fevereiro de 2011

 

Emiliano (PT-BA) assume mandato e defende políticas sociais

LEIA NO INFORME PT NA CÂMARA

 

No primeiro discurso, deputado federal Emiliano (PT-BA) celebra Dilma “que conheceu as masmorras da ditadura” à frente dos destinos do país.

“Assumo o mandato de deputado federal com uma saudação ao povo da Bahia e ao povo brasileiro. E o faço não como um exercício de formalidade parlamentar, nem como uma espécie de repetição fundada no senso comum. Essa saudação é também quase uma celebração, celebração que me vai na alma”, disse o deputado Emiliano José (PT-BA) em seu primeiro discurso na Câmara Federal, segunda-feira, dia 7 de fevereiro.

Emiliano – que vem de uma geração que participou da construção da democracia e que combateu a ditadura militar – disse que é uma alegria ver que a sua geração está conseguindo levar à frente os seus ideais. “E mais ainda ver à frente dos destinos do País uma mulher que conheceu de perto as masmorras da ditadura. A história é surpreendente. Nenhuma ditadura é eterna. Elas estão sempre condenadas ao fim. O povo sempre dá um jeito, pela luta, de tirá-las de cena”.

O parlamentar afirmou que quer fazer um mandato afinado com “o nosso tempo”. “Não há novidade em dizer que vivemos tempos globalizados. Se ontem, há mais de um século e meio, um Marx dizia que não havia mais fronteiras nacionais dada à globalização que tomava conta do mundo, que dizer que hoje, quando o mundo está inteiramente conectado, em rede? Nem deixar o local de lado, nem esquecer que ele está sempre conectado com o global. O trabalhador do sertão baiano está ligado ao trabalhador urbano da grande metrópole que é Salvador e às grandes metrópoles do Brasil e do mundo, e a cidadania de um e de outro são a mesma coisa”.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

“Quero fazer um mandato que defenda nossa soberania diante dos grandes do mundo, como o fez o governo Lula e como o faz a presidenta Dilma, e um mandato que não seja tentado ao nacionalismo tacanho, xenófobo ou racista e que, portanto, seja defensor da livre mobilidade internacional do trabalho e da unificação dos mercados de trabalho, com direito à mobilidade entre todas as nações, assim como o direito à mobilidade interestadual, interurbana e urbana”.

RENDA MÍNIMA

“Um mandato que defenda a renda mínima universal. Que reforce e amplie tudo aquilo que o governo Lula iniciou, com políticas públicas como o Bolsa Família, e que insista, com rigor, para, como direi à frente com mais detalhe, com a universalização da educação pública e gratuita, com a saúde pública e gratuita, com direitos elementares como estes cada vez mais assegurados”.

DEMOCRACIA

“Um mandato que defenda o acesso aos meios de produção, considerada essa sociedade do conhecimento. Que se garanta o acesso à educação e ao consumo e produção da cultura. Ao conhecimento, às novas tecnologias, à assistência técnica. Que se garanta a democratização do crédito, o acesso aos mercados, o acesso à terra, o acesso às redes, com a democratização da Internet com a implantação da banda larga.

Que defenda a afirmação e o crescimento da economia solidária. Que defenda com vigor tudo que é comum, como o meio ambiente, o conhecimento e a cultura, os espaços urbanos públicos, a terra comunitária, os recursos hídricos, os demais recursos naturais. Garantir os direitos da população a tudo que é comum”.

DIREITOS HUMANOS

“Um mandato que defenda os direitos humanos, e que proponha um avanço em relação aos direitos civis, e podemos alinhar o direito à união civil entre os homossexuais, o direito das mulheres em amplo sentido, direitos da juventude, além de ser um mandato que se propõe a combater a discriminação étnica, de gênero ou de qualquer outra natureza. Mandato que afirme a democracia como valor universal, que insista na radicalização democrática, que implica reforma política, reforma do Judiciário e o incentivo à auto-organização do nosso povo para fazer o contraponto com a democracia representativa”.

DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

“Quero fazer um mandato que defenda, sobretudo, os mais pobres. Que contribua para a crescente participação política, social, cultural dos que, incluídos inevitavelmente no processo de globalização, não recebem os benefícios desse processo dado ao escandaloso processo de acumulação de riqueza nas mãos de poucos”.

EDUCAÇÃO

“Meu mandato vai se dedicar à educação como uma tarefa essencial porque ela tem uma importância civilizatória, importância para o desenvolvimento, importância para a cidadania.

Intimamente ligada à educação, situo a política cultural como essencial ao desenvolvimento da cidadania. Não se deve imaginar educação sem uma vinculação com a política cultural. Na linha de um Paulo Freire, de um Anísio Teixeira, não dá para imaginar currículos que não levem em conta a cultura de um povo, suas singularidades, sua criatividade”.

DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

De modo especial, vou me dedicar também aos direitos da comunicação e lutar por uma regulação dos meios de comunicação como o fizeram tantos países democráticos. Uma mídia sem regulação ou com uma regulação fundada em leis tão antigas não se justifica de nenhuma maneira. Especialmente no caso brasileiro, cuja mídia é uma das mais partidarizadas do mundo”.

DIREITOS HUMANOS

“Também vou me deter na questão dos direitos humanos, tanto na observância dos direitos atuais de todos os cidadãos, especialmente dos mais pobres, que são os mais penalizados pela violência e pelo desrespeito, como pretendo lutar pela aprovação da Comissão da Verdade, importante iniciativa para garantir que conheçamos em profundidade os crimes da ditadura, conhecer o quanto os direitos humanos foram violados naquelas mais de duas décadas”.

REFORMA POLÍTICA

“Já o disse de passagem da importância da reforma política. Diria ser ela a mãe de todas as reformas. A crise da democracia representativa está vinculada inegavelmente às regras da disputa eleitoral, que lamentavelmente permitem e estimulam a influência dos capitais privados na disputa democrática, bastante dificultada em ser verdadeiramente democrática exatamente em razão do financiamento privado.

Fortalecimento dos partidos, fidelidade partidária, financiamento público, voto em lista estão mais do que nunca na ordem do dia. Não podemos, de modo nenhum, apenas tangenciar o enfrentamento da reforma política, sob pena de só agravarmos a crise da democracia representativa no País, o que implica dificuldades à própria vida democrática. É necessário que não só o Parlamento se empenhe nisso, como, também, que aproveitemos tudo aquilo que a sociedade civil tem elaborado a respeito. Meu mandato vai se empenhar para valer na consecução da reforma política”.

AGRADECIMENTO

Emiliano concluiu: “Tudo isso são alguns pontos de um programa para balizar o mandato, sempre sujeitos à intervenção dos companheiros mais próximos e de todos, intervenção que considero essencial. Tenho que expressar, para finalizar, o meu agradecimento profundo a todos os que votaram em mim, os que confiaram na possibilidade de um mandato participativo, confiança que procurarei honrar com todas as forças da minha alma”.

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