9 de fevereiro de 2011

 

Sindicato dos Jornalistas da Bahia protesta contra demissão de repórter pelo jornal A Tarde

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia divulgou nota de protesto contra a demissão do repórter Aguirre Peixoto pelo jornal A Tarde, ocorrida nesta terça-feira (8). Na nota, assinada pela presidente Marjorie Moura, o sindicato diz que a demissão decorreu da coragem do jornalista “em denunciar erros e atentados contra o meio ambiente na cidade de Salvador em reportagens publicada sobre a construção do Centro Tecnológico do Governo do Estado, na Avenida Luis Viana Neto (Paralela).¨

Leia a íntegra da nota:

“A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (SINJORBA) protesta veementemente conta a demissão de Aguirre Peixoto, que, já é alvo de ações judiciais, criminais e cíveis, por sua coragem em denunciar erros e atentados contra o meio ambiente na cidade de Salvador em reportagens publicada sobre a construção do Centro Tecnológico do Governo do Estado, na Avenida Luis Viana Neto (Paralela), numa forma de punição por enfrentar forças tão poderosas.

Agora vem o golpe final, desferido justamente pelo Jornal A TARDE, a empresa a que inicialmente autorizou a publicação do material e que deveria protegê-lo de todas as formas para que não maculasse sua história quase centenária, como representante dos interesses da sociedade baiana.

Fazer jornalismo é uma opção muito difícil na vida de qualquer pessoa, apesar de todo o glamour que cerca nossa profissão. É preciso ter uma paixão incrível pela vida, pelos indivíduos e principalmente pela verdade. E nem sempre a retorno é agradável e positivo, fazendo com que muitos desistam.

Nos últimos anos a redação de A Tarde vem sofrendo todo tipo de pressão interna, como o objetivo de adequar a reportagem a interesses comerciais e de marketing. Nada poderia estar mais distante do que fazer o bom jornalismo, onde precisamos nos colocar ao lado dos reais interesses da sociedade.

Nessa batalha vimos muitos bons colegas serem retirados sob os mais variados argumentos. Mas, para a surpresa dos encarregados de comandar essa operação de aviltamento e acovardamento dos jornalistas, a cada nova leva de jovens contratados, difícil é não encontrar quem não tenha em si o gérmen da busca constante pelo que é certo e pelo que atenda ao real interesse da sociedade.

Agora, retiram da redação um desses novos colegas, numa demonstração de que é preciso cortar rebentos cada vez mais novos, contaminados pelo bom fazer jornalístico que inclui as palavras ética, coragem, profissionalismo. Ninguém abraça essa profissão para ter uma vida normal, mas sim para fazer a diferença num mundo onde o individualismo pesa, mas onde nunca foi tanto necessário combater as pressões comerciais e publicitárias que tentam modificar nosso jeito de viver, sem pesar as consequências para nosso futuro próximo.

Nosso colega Aguirre Peixoto está passando pela prova de fogo que todos nós jornalistas, passamos em algum momento de nossas vidas e sai vitorioso, preparado para as novas batalhas, que, como profissional competente que vem se mostrando, buscará a cada momento de sua trajetória profissional que está apenas começando.”

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