7 de janeiro de 2011

 

Albino Rubim: “novo livro de Emiliano José é contribuição para democracia brasileira”

O professor doutor Antonio Albino Canelas Rubim assina o Prefácio do novo livro de Emiliano José intitulado “Jornalismo de campanha e a Constituição de 1988”, editado pela EDUFBA em parceria com a Assembléia Legislativa da Bahia, e que seá lançado no próximo dia 28 de janeiro, às 18h, na Livraria Cultura (Shopping Salvador).

Albino Rubim construiu uma sólida e reconhecida carreira acadêmica na Universidade Federal da Bahia. Em seu currículo tem passagem pela direção da Faculdade de Comunicação, pela direção do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos e pela presidência do Conselho Estadual de Cultura da Bahia.


SEGUEM TRECHOS DO PREFÁCIO:

“No ano de 2008 mais uma crise abalou a economia e a sociedade de todo o planeta. Desemprego, fome, sofrimentos, miséria, falência são faces dramáticas da crise mundial. A convicção do chamado “pensamento único” de que o mercado pode tudo – regular a economia, a sociedade, a cultura, enfim, toda vida humana – começou a ser posta em cheque depois de uma brutal hegemonia ideológica nos anos 80 e 90.

Os mais empedernidos partidários e advogados do neoliberalismo não tiveram dificuldades de esquecer – de modo oportunista e momentâneo – todas as afirmações peremptórias feitas acerca das virtudes de um mercado todo poderoso e, sem nenhuma vergonha, recorreram e pediram socorro aos estados nacionais, entes antes tão menosprezados e vilipendiados em suas pregações.

Nenhuma palavra de autocrítica foi pronunciada. Com oportuno pragmatismo, as certezas foram deixadas de lado. O esquecimento do dito e do escrito tornou-se uma postura quase generalizada.

Espantosa e paradoxalmente, a crise com toda a sua força e contundência não conseguiu atingir a grande mídia brasileira. Apenas o proselitismo deixou de ser tão escancarado e aberto.

Na nova circunstância de desmentido cristalino das teses neoliberais da crença cega no oráculo do mercado, a mídia apenas atenuou seu discurso apologético, mas nas entrelinhas continuou destilando muitas e velhas palavras de ordem do pensamento neoliberal contra: o estado, o serviço público, a regulação do mercado e outras verdades tão caras ao deus mercado.

Os colunistas, que há pouco adoravam o todo poderoso, se fizeram de desentendidos e, mais que isto, esconderam a responsabilidade que os desmandos do mercado desregulado tiveram no desencadear da crise. Tão somente desvios particulares foram noticiados e condenados. O sistema capitalista não. O modelo neoliberal tampouco.

(...) O livro de Emiliano José trata justamente da conformação do discurso neoliberal no Brasil, tomando como objeto de estudo a relação entre imprensa e organização legal e institucional da sociedade brasileira, através de sua lei maior, a Constituição Federal.

Eis aqui, com toda sua potência, uma das marcas da atualidade deste livro: sua fina sintonia com a necessidade de desvelar a impregnação da ideologia neoliberal no País, em especial em alguns de seus setores mais poderosos, como é o caso da mídia.

(...) O livro trata de tema atualíssimo. Mas sua atualidade advém igualmente daquilo que Evelina Dagnino chamou de “convergência perversa”, ou seja, a infelizmente simultaneidade temporal que obrigou o embate entre o discurso democrático, construído coletivamente na luta contra a ditadura, e o discurso neoliberal que aportou no País nesta conjuntura.

Emiliano José resgata criticamente a atuação perversa da imprensa, como agente de primeira hora e linha, neste embate que fez prevalecer a ideologia neoliberal no País, tomada como ideário imprescindível para a modernização e inserção do Brasil no novo mundo globalizado.

(...) A leitura do livro de Emiliano José (...) inscreve-se na boa luta ideológica para transformar o Brasil em um país mais democrático, justo, solidário, sustentável e culturalmente diversificado”.

 

Em novo livro, Emiliano José disseca o triste papel da mídia na imposição do projeto neoliberal

O jornalista, escritor, professor de comunicação e agora deputado federal Emiliano José (PT) lança, no próximo dia 28 de janeiro, às 18h, na Livraria Cultura (Shopping Salvador), seu novo livro intitulado “Jornalismo de campanha e a Constituição de 1988”.

A obra é baseada em sua tese de doutorado defendida na Faculdade de Comunicação da UFBA. O autor pesquisou o discurso da mídia por dez anos - 1988 a 1998 - e descreve criticamente como a imprensa mergulhou de cabeça na desconstrução da Constituição de 1988 e na implantação do projeto neoliberal no Brasil.

O “jornalismo de campanha” criticado por Emiliano José começa na Era Collor, assume a ideologia neoliberal, faz lobby por reformas antissociais, demoniza as empresas estatais, santifica as privatizações, constrói um contexto-catástrofe, defende o desmantelamento da Previdência, a extinção de direitos trabalhistas, o enterro do nacional-desenvolvimentismo, o primado do deus-mercado, o estado mínimo – a tal ponto que prevalece o pensamento único, inclusive com perversão da linguagem: antirreforma passa a ser reforma, privatizar é modernizar, estatizar é atraso, demitir é enxugar, Previdência é “terrível monstro”.

Jornalismo de campanha e a Constituição de 1988”, editado pela Edufba em parceria com a Assembleia Legislativa da Bahia, tem prefácio do professor doutor Albino Rubim. Segundo ele, “Emiliano resgata criticamente a atuação perversa da imprensa, como agente de primeira hora e linha, no embate que fez prevalecer a ideologia neoliberal do Brasil, tomada como ideário imprescindível para a modernização e inserção do país no novo mundo globalizado”.

LIGAÇÕES PERIGOSAS

A obra de Emiliano José guarda total coerência com outro estudo anterior, publicado em 1996 e fruto de sua tese de Mestrado, com o título “Imprensa e Poder – Ligações perigosas”, em que analisa a CPI do PC Farias, do Collor e do Orçamento.

Neste mesmo dia (28), Emiliano José lança também a 2ª edição de “Imprensa e Poder”. Nesta obra ele critica a complacência do jornalismo brasileiro e celebra o episódio de jornalismo investigativo que redundou no impeachment de Collor, com depoimentos de protagonistas como Clóvis Rossi, Bob Fernandes, Gilberto Dimenstein e do jornalista e marqueteiro João Santana.

Com relação ao jornalismo Emiliano José é pessimista: “Não carrego ilusões (...) estamos em tempos de monopólio (...) na era dos Murdoch, Marinho, Berlusconi. São eles que dão o tom”. Isso dito em 1995. Agora, em 2011, ele reafirma: “A imprensa tem escolhas, tem lado, programa político. Apoiou FHC e combateu Lula. As oligarquias midiáticas não aceitam redistribuição de renda”.

Sem perder a esperança, Emiliano mantém a expectativa de mudanças no jornalismo, “que deve ter a ética do cidadão, não mentir, não inventar, não produzir matérias à base do “teste de hipóteses”.

5 de janeiro de 2011

 

Não chores por mim, Argentina

Site da revista CartaCapital publica artigo de jornalista, escritor, professor e agora deputado federal eleito Emiliano José (PT). Ele escreve sobre Jorge Rafael Videla, o general monstro que torturou e matou milhares de pessoas na Argentina.

LEIA NA ÍNTEGRA EM CARTACAPITAL

4 de janeiro de 2011

 

Ministro Afonso Florence afirma que Emiliano é um emblema do PT

O Blog BAHIA NOTÍCIAS, do velho jornalista Samuel Celestino, entrevistou o deputado federal eleito Afonso Florence, logo após sua indicação para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Numa das perguntas o entrevistador citou o nome do deputado federal Emiliano José (PT).

BAHIA NOTÍCIAS - Mas as pessoas que votaram em Afonso Florence como deputado federal agora terão no lugar Emiliano José. O senhor acha que o seu mandato estará bem representado?

AFONSO FLORENCE - "São duas coisas distintas. Primeiro, com certeza, o PT e o eleitorado baiano estarão bem representados com o deputado Emiliano José. Um intelectual, de trajetória reta, de compromisso social, da esquerda democrática, do projeto que nós construímos para o Brasil. Ele é um emblema nosso.

Agora, o deputado tem o mandato que ele conquistou, que o povo baiano sufragou e ele não vai me substituir. Ele vai exercer o mandato que corresponde à trajetória política dele.

Eu me apresentei como candidato, logrei êxito com o apoio de um verdadeiro exército de homens e mulheres, jovens, militantes do movimento social, e tive uma votação muito capilarizada na Bahia, em diversos segmentos sociais. Estou muito comprometido com essas lutas sociais que esses segmentos que construíram essa candidatura organizam e representam, mas fui convocado para outra tarefa. Terei que conseguir acompanhar a luta política, a organização social desses segmentos, como cidadão e como militante, e, ao mesmo tempo, exercer as minhas atribuições de gestor público.

Continuarei a ser deputado federal. Estarei apenas licenciado. Nos horários vagos de ministro, vou fazer minha militância política, como sempre fiz. Vou colaborar com todos os deputados federais da Bahia e do Brasil, em particular com a base de sustentação da presidenta Dilma, com os deputados do meu partido, o PT, e com o deputado Emiliano, que é meu amigo e por quem eu nutro uma maior admiração.

Mas não há uma substituição. Ele tem uma história, uma trajetória, um peso e uma representatividade política que não se confundem com aquela que me foi atribuída pelo eleitorado da Bahia".

 

Na posse, Rose, a ex-prisioneira, deu gargalhadas...

O jornalista Paulo Henrique Amorim, da TV Record, entrevistou a jornalista Rose Nogueira, presidente do grupo "Tortura Nunca Mais" de São Paulo, e ex-prisioneira da Torre das Donzelas, do presídio Tiradentes, juntamente com Dilma Rousseff.

Onze mulheres (Rose entre elas) receberam convite da Presidenta Dilma para assistir à posse.

As 11 pagaram o avião e o hotel em Brasília.

É preciso que isso fique claro, antes que o PIG envenene a notícia.

Rose ficou presa 9 meses e, na tortura, perdeu a capacidade de ser mãe.

Por 5 meses, Rose conviveu na cadeia com a companheira Dilma, também torturada.

É claro que elas falavam sobre o que chamavam de “mundão”, o mundo lá fora.

E, às vezes, discutiam as notícias que recebiam de forma precária e irregular.

Um dia, souberam que o regime militar tinha ampliado a soberania do Brasil de 12 para 200 milhas mar adentro.

Estabeleceu-se uma polêmica.

Todas foram contra.

Suspeitavam de mais uma armadilha dos militares.

Depois que todas falaram, Dilma sentenciou: “um dia, nós vamos sair daqui e ver que ter 200 milhas é melhor do que 12″.

Paulo henrique Amorim (este ordinário blogueiro, como se auto-intitula) perguntou a Rose se ela tinha chorado quando a Presidenta disse que não se arrependia da opção política que fez na juventude.

Rose respondeu: “Eu chorei o discurso inteiro”.

E vocês todas, o que se diziam, o que comentavam ?, perguntou:

- Nós davamos muitas gargalhadas, respondeu Rose.

Nada como uma dia atrás do outro.

Com informações do portal CONVERSA AFIADA.

3 de janeiro de 2011

 

A Lei de Responsabilidade Fiscal não é intocável, defende deputado Nelson Pelegrino (PT-BA)

"No Brasil, é comum a criação de mistificações para se atingir objetivos políticos. É o caso da Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse estandarte do PSDB só entrou em vigor em 4 de maio de 2000, faltando cerca de um ano e meio para o fim da era tucana, depois de uma longa farra fiscal e cambial. Isso diz muito sobre a importância que os tucanos deram à LRF.

A aprovação tardia desta lei atendeu a um objetivo: o estabelecimento de uma âncora fiscal para cobrir enormes rombos dos cinco primeiros anos da gestão tucano-pefelista.

Entre 1995/99, o Brasil pagou um altíssimo preço pelo populismo cambial: elevados déficit público e taxas de juros e baixo crescimento da economia. Fora três visitas ao FMI de pires na mão.

Governos devem ser julgados não pelos discursos, mas pela prática. No caso da responsabilidade fiscal, os números fiscais de FHC são um rosário de desastres. Em 1994, a dívida total do setor público era de 30% do PIB; em 2002, depois de todas as privatizações feitas supostamente para abater a dívida, saltou oficialmente para 51% do PIB (o número foi manipulado , na verdade alcançou 57%).

Nos governos Lula, sem privatizar nada e nem maquiar números, caiu para 41% do PIB. E a presidente Dilma já estabeleceu meta, para 2014, de 30% do PIB. Nada contra metas e limites para despesas com pessoal e para endividamento público, mas discordamos quando os tucanos querem transforma a LFR em artigo de fé intocável.

O técnico de futebol pode aplicar uma retranca num dia e jogar mais aberto no outro. O presidente Lula fez ajuste fiscal no seu primeiro ano de governo, para tapar os enormes rombos de FHC. Lula fortaleceu o Brasil e pôde ir para o ataque em 2008, para enfrentar a crise mundial, com exitosas políticas anticíclicas.

Os tucanos, ao renunciarem ao projeto nacional, parecem que querem condenar o Brasil a uma eterna política de ajuste fiscal. Ora, governantes eleitos pelo PT sempre praticaram a responsabilidade fiscal por óbvio dever de consciência, mesmo antes da LRF.

Em 2002, o governo FHC instituiu um prêmio para homenagear autoridades municipais que praticaram com mais rigor a responsabilidade fiscal, e um dos principais premiados foi o prefeito petista Neodi Saretta, de Concórdia (SC). Mas o PT foi proibido de filmar a premiação, no Palácio do Planalto. O episódio sugere que o PSDB pensa que é o dono da responsabilidade fiscal. Certamente não é. A responsabilidade fiscal deveria ser dever de todos os que se atrevem a entrar na vida pública.

Passada a campanha eleitoral, os governadores eleitos - entre eles o de São Paulo - descobriram vícios importantes na sacrossanta LRF. Chegaram à conclusão de que os estados vão desembolsar em 2010 R$34 bilhões para pagar a dívida para com a União.

Ainda assim, o estoque da dívida aumentará em R$22 bilhões. Pode-se concluir que agora, passadas as eleições, os tucanos querem fazer algumas alterações na LRF. Acho que o PT - bem como o governo Dilma - pode aceitar este debate, desde que ele seja travado em termos racionais".

NELSON PELLEGRINO é deputado federal (PT-BA).

 

Afonso Florence defende integração de políticas do setor agrário

Ao assumir hoje, segunda-feira (3), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence disse que sua meta é a integração das políticas de desenvolvimento agrário e reforma agrária com as políticas de transferência de renda e inclusão social de outros ministérios.

Com isso, Florence espera atingir rapidamente os objetivos centrais do governo: "combate à pobreza e melhoria da qualidade do povo brasileiro, do povo do campo". Segundo o novo ministro, estudos apontam que ainda há 4,9 milhões de pessoas na condição de extrema pobreza na agricultura familiar brasileira.

Eleito deputado federal pelo PT da Bahia, Florence assumiu a pasta no lugar do gaúcho Guilherme Cassel, ministro desde 2006, que foi aplaudido de pé por todos os presentes à cerimônia e fez um pequeno balanço das realizações do MDA nos últimos oito anos, como o assentamento de aproximadamente 620 mil famílias e a retirada de 4,8 milhões de pessoas do campo da condição de pobreza.

O novo ministro prometeu garantir a manutenção do canal de comunicação com os movimentos sociais organizados e também com o empresariado ligado ao setor. Formado em história pela Universidade Federal da Bahia, Florence é professor da Universidade Católica de Salvador e integra a chamada Democracia Socialista do PT, a mesma de Cassel. Ele foi secretário estadual de Desenvolvimento Urbano no primeiro mandato do governador Jaques Wagner. (Agência Brasil).

 

Ministro Afonso Florence defende reforma agrária e agricultura familiar na posse

Empossado hoje, segunda-feira (3) o ministro do Desenvolvimento Agrário Afonso Florence (PT), disse em entrevista à Folha de S. Paulo, que sua pasta não defenderá a invasão de propriedades rurais produtivas. Porém, o diálogo com os sem-terra será "mantido e aperfeiçoado. Os movimentos são vistos como aliados nossos. E é verdade, é justo, é correto".

"O Brasil ainda é um país com grande concentração de terra. Nós precisamos modernizar o campo. Ampliar o crédito, ampliar a assistência técnica, produzir mais alimentos", disse o ministro. Segundo ele, a reforma agrária é "necessária" no país.

"A reforma agrária é uma concertação nacional, um projeto de Brasil includente. Ela é necessária e continua a ser necessária. Os resultados da agricultura familiar mostram isso."

 

Videla, o general monstro argentino, finalmente vai para a cadeia

Com o título “Não chores por mim Argentina”, o jornal A Tarde (03/01/2011) publica artigo do jornalista, escritor e agora deputado federal eleito Emiliano José (PT). Ele escreve sobre a Enguia, apelido do general assassino Videla que, durante a ditadura militar, torturou e matou milhares de cidadãos. Matava e torturava e depois ia à missa. Aos 85 anos, o monstro não se arrepende de nada. Foram 30 mil mortos. Um holocausto. O mal em estado puro. A Enguia vai passar o resto de sua triste vida na cadeia. Acaba de ser condenado à prisão perpétua pelas atrocidades que cometeu. E os generais do Brasil?

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Médicos cubanos no Haiti deixam o mundo envergonhado

FONTE: Nina Lakhani - The Independent | Londres

Eles são os verdadeiros heróis do desastre do terremoto no Haiti, a catástrofe humana na porta da América, a qual Barack Obama prometeu uma monumental missão humanitária dos EUA para aliviar. Esses heróis são da nação arqui-inimiga dos Estados Unidos, Cuba, cujos médicos e enfermeiros deixaram os esforços dos EUA envergonhados.

Uma brigada de 1.200 médicos cubanos está operando em todo o Haiti, rasgado por terremotos e infectado com cólera, como parte da missão médica internacional de Fidel Castro, que ganhou muitos amigos para o Estado socialista, mas pouco reconhecimento internacional.

Marcello Casal Jr/ABr

O consumo de água não potável provocou uma epidemia de cólera no Haiti, deixando mais de mil mortos

Observadores do terremoto no Haiti poderiam ser perdoados por pensar operações de agências de ajuda internacional e por os deixarem sozinhos na luta contra a devastação que matou 250.000 pessoas e deixou cerca de 1,5 milhões de desabrigados.

De fato, trabalhadores da saúde cubanos estão no Haiti desde 1998, quando um forte terremoto atingiu o país. E em meio a fanfarra e publicidade em torno da chegada de ajuda dos EUA e do Reino Unido, centenas de médicos, enfermeiros e terapeutas cubanos chegaram discretamente.

A maioria dos países foi embora em dois meses, novamente deixando os cubanos e os Médicos Sem Fronteiras como os principais prestadores de cuidados para a ilha caribenha.

Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30.000 doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera.

Um outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastre e em emergência, chegou recentemente, deixando claro que o Haiti está se esforçando para lidar com a epidemia que já matou centenas de pessoas.

Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latinoamericana de Medicina em Cuba (Elam), um dos programas médicos mais radicais do país. Outros 400 estão sendo treinados na escola, que oferece ensino gratuito - incluindo livros gratuitos e um pouco de dinheiro para gastar - para qualquer pessoa suficientemente qualificada e que não pode pagar para estudar Medicina em seu próprio país.

John Kirk é um professor de Estudos Latino-Americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: "A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado.".

Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou um punhado de médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto, seguido por uma equipe de 50 a Argélia em 1963. Isso foi apenas quatro anos depois da Revolução.

Os médicos itinerantes têm servido como uma arma extremamente útil da política externa e econômica do governo, ganhando amigos e favores em todo o globo.

O programa mais conhecido é a "Operação Milagre", que começou com os oftalmologistas tratando os portadores de catarata em aldeias pobres venezuelanas em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhões de pessoas em 35 países, incluindo o de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.

BRIGADAS DA PAZ

A Brigada Henry Reeve, rejeitada pelos norteamericanos após o furacão Katrina, foi a primeira equipe a chegar ao Paquistão após o terremoto de 2005, e a última a sair seis meses depois.

A Constituição de Cuba estabelece a obrigação de ajudar os países em pior situação, quando possível, mas a solidariedade internacional não é a única razão, segundo o professor Kirk. "Isso permite que os médicos cubanos, que são terrivelmente mal pagos, possam ganhar dinheiro extra no estrangeiro e aprender mais sobre as doenças e condições que apenas estudaram. É também uma obsessão de Fidel e ele ganha votos na ONU."

Um terço dos 75 mil médicos de Cuba, juntamente com 10.000 trabalhadores de saúde, estão atualmente trabalhando em 77 países pobres, incluindo El Salvador, Mali e Timor Leste. Isso ainda deixa um médico para cada 220 pessoas em casa, uma das mais altas taxas do mundo, em comparação com um para cada 370 na Inglaterra.

Onde quer que sejam convidados, os cubanos implementam o seu modelo de prevenção com foco global, visitando famílias em casa, com monitoração proativa de saúde materna e infantil. Isso produziu "resultados impressionantes" em partes de El Salvador, Honduras e Guatemala, e redução das taxas de mortalidade infantil e materna, redução de doenças infecciosas e deixando para trás uma melhor formação dos trabalhadores de saúde locais, de acordo com a pesquisa do professor Kirk.

A formação médica em Cuba dura seis anos - um ano mais do que no Reino Unido - após o qual todos trabalham após a graduação como um médico de família por três anos no mínimo. Trabalhando ao lado de uma enfermeira, o médico de família cuida de 150 a 200 famílias na comunidade em que vive.

Este modelo ajudou Cuba a alcançar alguns índices invejáveis de melhoria em saúde no mundo, apesar de gastar apenas $ 400 (£ 260) por pessoa no ano passado em comparação com $ 3.000 (£ 1.950) no Reino Unido e $ 7.500 (£ 4,900) nos EUA, de acordo com Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento.

A taxa de mortalidade infantil, um dos índices mais confiáveis da saúde de uma nação, é de 4,8 por mil nascidos vivos - comparável com a Grã-Bretanha e menor do que os EUA. Apenas 5% dos bebês nascem com baixo peso ao nascer, um fator crucial para a saúde a longo prazo, e a mortalidade materna é a mais baixa da América Latina, mostram os números da Organização Mundial de Saúde.

As policlínicas de Cuba, abertas 24 horas por dia para emergências e cuidados especializados, é um degrau a partir do médico de família. Cada uma prevê 15.000 a 35.000 pacientes por meio de um grupo de consultores em tempo integral, assim como os médicos de visita, garantindo que a maioria dos cuidados médicos são prestados na comunidade.


Imti Choonara, um pediatra de Derby, lidera uma delegação de profissionais de saúde internacionais, em oficinas anuais na terceira maior cidade de Cuba, Camagüey. "A saúde em Cuba é fenomenal, e a chave é o médico de família, que é muito mais pró-ativo, e cujo foco é a prevenção. A ironia é que os cubanos vieram ao Reino Unido após a revolução para ver como o HNS [Serviço Nacional de Saúde] funcionava. Eles levaram de volta o que viram, refinaram e desenvolveram ainda mais, enquanto isso estamos nos movendo em direção ao modelo dos EUA ", disse o professor Choonara.

A política, inevitavelmente, penetra muitos aspectos da saúde cubana. Todos os anos os hospitais produzem uma lista de medicamentos e equipamentos que têm sido incapazes de acesso por causa do embargo americano, o qual que muitas empresas dos EUA de negociar com Cuba, e convence outros países a seguir o exemplo. O relatório 2009/10 inclui medicamentos para o câncer infantil, HIV e artrite, alguns anestésicos, bem como produtos químicos necessários para o diagnóstico de infecções e órgãos da loja. Farmácias em Cuba são caracterizados por longas filas e estantes com muitos vazios. Em parte, isso se deve ao fato de que eles estocam apenas marcas genéricas.

Antonio Fernandez, do Ministério da Saúde Pública, disse: "Nós fazemos 80% dos medicamentos que usamos. O resto nós importamos da China, da antiga União Soviética, da Europa - de quem vender para nós - mas isso é muito caro por causa das distâncias."

Em geral, os cubanos são imensamente orgulhosos e apóiam a contribuição no Haiti e outros países pobres, encantados por conquistar mais espaço no cenário internacional. No entanto, algumas pessoas queixam-se da espera para ver o seu médico, pois muitos estão trabalhando no exterior. E, como todas as commodities em Cuba, os medicamentos estão disponíveis no mercado negro para aqueles dispostos a arriscar grandes multas se forem pegos comprando ou vendendo.

As viagens internacionais estão além do alcance da maioria dos cubanos, mas os médicos e enfermeiros qualificados estão entre os proibidos de deixar o país por cinco anos após a graduação, salvo como parte de uma equipe médica oficial.

Como todo mundo, os profissionais de saúde ganham salários miseráveis em torno de 20 dólares (£ 13) por mês. Assim, contrariamente às contas oficiais, a corrupção existe no sistema hospitalar, o que significa que alguns médicos e até hospitais, estão fora dos limites a menos que o paciente possa oferecer alguma coisa, talvez almoçar ou alguns pesos, para tratamento preferencial.

Empresas internacionais de Cuba na área da saúde estão se tornando cada vez mais estratégicas. No mês passado, funcionários mantiveram conversações com o Brasil sobre o desenvolvimento do sistema de saúde pública no Haiti, que o Brasil e a Venezuela concordaram em ajudar a financiar.

A formação médica é outro exemplo. Existem atualmente 8.281 alunos de mais de 30 países matriculados na Elam, que no mês passado comemorou o seu 11 º aniversário. O governo espera transmitir um senso de responsabilidade social para os alunos, na esperança de que eles vão trabalhar dentro de suas próprias comunidades pobres pelo menos cinco anos.

Damien Joel Soares, 27 anos, estudante de segundo ano de New Jersey, é um dos 171 estudantes norte-americanos; 47 já se formaram. Ele rejeita as alegações de que é parte da máquina de propaganda cubana. "É claro que Che é um herói, mas aqui isso não é forçado garganta abaixo."

Outros 49.000 alunos estão matriculados no "Novo Programa de Formação de Médicos Latino-americanos", a ideia de Fidel Castro e Hugo Chávez, que prometeu em 2005 formar 100 mil médicos para o continente. O curso é muito mais prático, e os críticos questionam a qualidade da formação.

O professor Kirk discorda: "A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum."

Há nove milhões de haitianos que provavelmente concordariam.

2 de janeiro de 2011

 

Do presídio Tiradentes à presidência da República

Não sei de quem foi a idéia. Provavelmente da própria Dilma. Inicialmente divulgou-se que onze companheiras de cela no presídio Tiradentes foram convidadas para a posse. Como de fato foram. Pesquisei, pesquisei, mas consegui identificar todas.

Vi na Internet um vídeo gravado por um celular. Dilma foi até a mesa das ex-presas políticas, as companheiras da Torre das Donzelas, como ficou conhecida a ala feminina do presídio. Elas foram à posse no Palácio do Planalto e ao coquetel no Itamaraty.

Entre as convidadas a imprensa destacou a presença da economista Maria Lúcia Urban, que atualmente é diretora do Centro de Formação estatística do Paraná. Ela chegou grávida e recebeu cuidados de Dilma. Construíram uma relação muito forte.

Muitas não se viam há 40 anos. Foi, portanto, um reencontro histórico de grande simbolismo.

Fui pescando identidades.

Lá estava a Lenira Machado, socióloga, responsável pelo convite às demais companheiras do Tiradentes. Lenira Machado trabalha com projetos e programas do Ministério do Turismo. Ela foi torturada no DOI-CODI e, em 2008, reconheceu seu torturador e o denunciou publicamente.

Lá estava Rita Sipahi, que militava na Ação Popular (AP), advogada e integrante da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

A jornalista Rose Nogueira estava na festa. Ela se recorda do apego da petista aos livros. De todos os tipos, de teorias da economia aos clássicos da literatura universal. Nos trabalhos manuais na cela, Dilma tinha predileção, segundo Rose, pelo crochê. Segundo Luiz Carlos Azenha (blog Vi o Mundo) Rose Nogueira comprou uma camélia vermelha para usar na posse, representando todas que não puderam estar lá.

As outras colegas de cela identificadas: a arquiteta Maristela Scofield; a uruguaia Maria Cristina de Castro, que trabalha no Ministério das Minas e Energia; a psicóloga Lúcia Maria Salvia Coelho; a arquiteta Ivone Macedo; Francisca Eugênia Soares e as irmãs Iara de Seixas Benichio e Ieda Akselrud de Seixas, de uma família que atuou na oposição aos militares.

Segundo matéria de Aryssa Borges, do portal Terra, a ex-presa Ieda Akselrud de Seixas passou 3 dias chorando sem parar de tanta emoção. Ela se sentia como se todos aqueles que morreram nos anos de chumbo também tivessem chegado ao poder neste 1º de janeiro. Com lágrimas nos olhos, ouviu Dilma homenagear, no discurso de posse, aqueles que tombaram durante a ditadura.

 

No Maranhão, a oligarquia da famiglia Sarney continua a mandar

O povo do Maranhão continua sob o tacão da famiglia Sarney. Há 45 anos a famiglia Sarney controla o Estado. Não há perspectiva de mudança com a vitória de Dilma Rousseff. Além da eleição de Roseana Sarney ao governo estadual, dois peemedebistas conservadores – Edson Lobão e Pedro Novais – integram o ministério de Dilma Rousseff. É um preço alto.

Como ocorreu na Bahia (com a morte de ACM), somente a morte do patriarca Sarney vai descortinar mudanças democráticas.

Os índices sociais do Maranhão são alarmantes. Perto de 80% das cidades não têm sistema de água tratada, apenas 1,4% dos municípios tem saneamento básico. O estado detém um dos mais altos índices de pobreza do país. Quase um terço da população vive em situação de pobreza absoluta, com renda per capita de um quarto do salário mínimo. Mais da metade da população é beneficiada por programas de transferência de renda como o Bolsa Família.

Pela sua própria natureza, o poder da famiglia Sarney não consegue quebrar o ciclo de miséria do Maranhão. A corrupção é endêmica. Excetuando-se o Bolsa Família, que chega diretamente às famílias sem passar pela máquina pública, os recursos nunca chegam ao seu destino final.

A famiglia Sarney domina politicamente o Maranhão desde 1965. Como ACM na Bahia, cresceu com a ditadura militar. Na Bahia, somente a morte do coronel abriu uma porta de esperança. No Maranhão, somente a morte do patriarca vai quebrar a oligarquia.

Erradicar a miséria, como quer Dilma Rousseff, é um desafio gigantesco. Quase impossível.

 

Entidades lançam proposta para legalização do aborto

Entidades feministas lançaram (27/12/2010), em Recife, a Plataforma para a Legalização do Aborto no Brasil, com propostas para garantir o direito ao aborto e acabar com a criminalização das mulheres.

A plataforma defende a retirada da prática de aborto do Código Penal e a garantia de atendimento do SUS a mulheres que, por livre decisão, queiram interromper a gestação até a 12ª semana. O documento também prevê o atendimento público para abortos, até a 20ª semana, em casos de gravidez resultante de violência sexual.

“Os países que criminalizam o aborto são os mesmos que registram um grande número de mortes maternas, atendimento precário para situação de abortamento e violações dos direitos humanos”, afirmou Paula Viana, coordenadora do grupo pernambucano Curumim, destacando que o objetivo da plataforma é reduzir a mortalidade materna, estimular o planejamento familiar e, inclusive, reduzir o número de abortos.

O documento será encaminhado a diversas organizações nacionais que integram o movimento, entidades profissionais de médicos, enfermeiros e juristas, além de parlamentares. O intuito é sensibilizar essas categorias a respeito do tema e buscar adesões e contribuições para a elaboração de uma lei que descriminalize o aborto e regulamente a assistência gratuita à saúde.

O Blog BAHIA DE FATO está com a Plataforma para Legalização do Aborto.

Chega de hipocrisia, salvem as mulheres!.

 

Rescaldo de 2010: 17,5 milhões foram ao dentista no Governo Lula

A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada em 177 cidades e divulgada pelo Ministério da Saúde, mostra que 17,5 milhões de passaram a ir ao dentista no Governo Lula e que o Brasil agora está no grupo dos países com “baixa prevalência de cárie”.

O índice de pessoas com dentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D) – adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – indica que em 2003 o País estava com nota de 2,8. Em 2010, o índice CPO-D brasileiro chegou a 2,1.

Países com nota abaixo de 2,6 são considerados como sendo de “baixa prevalência de cárie”. Na América do Sul, por exemplo, apenas Chile (1,9), Venezuela (2,1) e Colômbia (2,3) possuem níveis aceitáveis de cáries, perdas dentárias e obturações.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, atribui o bom desempenho na diminuição do CPO-D nacional aos investimentos feitos na Odontologia. “Aumentamos de R$ 56 milhões para R$ 600 milhões o investimento na área e criamos emprego para 20 mil odontólogos. São 5,5 mil novos consultórios e 20 mil equipes de saúde bucal”, enumera.

DESAFIO AGORA É PRÓTESE

O próximo desafio das políticas públicas de saúde bucal será solucionar o problema da produção de próteses, avalia Temporão. Enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) tem condições de produzir apenas meio milhão de próteses por ano, existe uma demanda de 3 milhões de próteses totais (dentes superiores e inferiores) e de 4 milhões de próteses parciais. “A solução pode ser uma parceria com a iniciativa privada”, aponta.

Desde 2002, o número de equipes de saúde bucal foi ampliado de 4,2 mil para 20,3 mil. Com isso, a cobertura do atendimento odontológico passou de 41% para 85% das 5.565 cidades brasileiras. O governo federal também distribuiu 72 milhões de kits contendo escova e pasta de dente, e o número de odontólogos trabalhando em postos de saúde foi ampliado de 40,2 mil para 59,2 mil.

Estima-se que um em cada três dentistas brasileiros trabalhe hoje nos programas governamentais.

Houve redução de 27% para 13% do número de adolescentes que sofreram algum tipo de perda dentária. No grupo de adultos entre 35 e 44 anos, a queda do CPO-D foi de 19% em sete anos, passando de 20,1 para 16,3.

A contratação de mais profissionais e a distribuição dos produtos para higiene bucal, reduziu em 30% o CPO-D de adolescentes entre 15 e 19 anos. Nessa faixa etária, 18 milhões de dentes deixaram de ser atacados pela cárie. (Fonte: Brasília Confidencial).

 

Rescaldo de 2010: Lula diz que Dirceu é um dos políticos mais competentes do Brasil

Em entrevista à TV Brasil, na noite de quarta-feira (29 de dezembro), o presidente Lula disse que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) é um dos políticos mais competentes do país. Dirceu deixou o governo em 2005 por suposto envolvimento no escândalo do suposto mensalão e teve seu mandato de deputado federal cassado por causa do episódio, que redundou numa tentativa de um abortado golpe branco contra Lula.

"Dirceu é um dos políticos mais competentes que o Brasil tem. Tem pouca gente com a competência de formação política que ele tem. O erro foi trazer para a Casa Civil todas as tensões políticas da República", disse.

Sobre o suposto mensalão, Lula disse que quer dar uma olhada "com mais carinho" no caso ao deixar o governo e ver o que aconteceu de fato. "O cidadão que acusou [deputado federal cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi cassado porque não provou a acusação.

“Se eu não provo a acusação, porque a acusação vai ser considerada? (...) Se tudo é verdade, não sei. Se tudo é mentira, não sei. Quero conversar muito e ler muito sobre o que aconteceu, conversar com as pessoas", afirmou o presidente.

 

Dilma e Wagner prometem lutar pela erradicação da miséria

Logo após tomar posse no Congresso Nacional, Dilma Rousseff fez o primeiro pronunciamento como presidenta da República. Ela reafirmou o seu compromisso de trabalhar de maneira obstinada pela erradicação da miséria e de consolidar o processo transformador pela qual passa o país, após oito anos de mandato do presidente Lula.

Aqui em Salvador, o governador reeleito Jaques Wagner disse a mesma coisa. Prioridade é erradicar a miséria, focar educação, saúde, e enfrentar a questão da segurança. Aliás, Wagner lembrou que há ainda um estoque de um milhão de analfabetos na Bahia. É a herança maldita do coronelismo. O programa TOPA alcançou 750 mil analfabetos, há 250 mil prestes a se formar e resta outro milhão.

 

Catadores agradeceram apoio do Governo Lula

Os catadores de material reciclável promoveram em dezembro a Expocatadores (SP), um evento internacional onde os trabalhadores do ramo expõem o fruto de seu trabalho.

No último dia, quinta-feira, 23 de dezembro, o presidente Lula esteve lá.

Matilde Ramos, liderança do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) fez uma balanço da atividade durante o Governo Lula. Olhando para o presidente ela perguntou com firmeza: “O senhor tem dimensão do que fez pela gente? Graças a você conseguimos sair de uma vida desumana”. Lula só pôde reagir com um abraço.

Lula assistiu às apresentações culturais de catadores, emocionou-se muitas vezes. Para os líderes dos catadores o trabalho de coleta seletiva garantiu dignidade a partir do Governo Lula. Cerca de duas mil pessoas, segundo a Rede Brasil, estavam presentes durante a visita de Lula. Tinha catador de todos os estados, baianos, mineiros, paranaenses e de outros países como peruanos e equatorianos.

NÃO À INCINERAÇÃO

Adalvina Ribeiro, 62 anos, de Maringá (PR), há 30 anos no ramo, exibia uma foto dela com Lula datada de 2005. O mestre de cerimônia do evento incentivava o coro: Não, não à incineração. A queima de resíduos é considerada uma das maiores vilãs pelos catadores, que consideram que a solução pode representar vantagens para prefeituras e problemas para eles.

Pressionadas pelo poder econômico, as administrações podem colocar em risco a profissão relacionada à separação de materiais recicláveis.

Entusiasmado com o protesto contra os incineradores, Ubiratan Santa Bárbara, líder da Cooperativa de Agentes Ecológicos de Canabrava (Caec), de Salvador (BA), analisa que há alternativas. Para ele, a Lei de Resíduos Sólidos assinada por Lula facilitará o trabalho diário da categoria.

A legislação recém modificada responsabiliza empresas pela chamada "logística reversa", que é o recolhimento de produtos descartáveis pelos fabricantes. A medida favorece a integração de municípios na gestão dos resíduos e responsabiliza mais setores da sociedade pelo lixo gerado.

Ubiratan pede às prefeituras que vejam os catadores com "bons olhos" e passem a apoiar as cooperativas e a coleta seletiva. "Eles têm de ver que não será um favor para nós, catadores, mas sim para a sociedade e para o meio ambiente". E avisa: "É com a iniciativa de vocês (prefeitos) que isso chegará aos cidadãos catadores".

A catadora Luana Guanaluiza, liderança da associação de catadores da cidade de Quito, no Equador, veio ao Brasil para saber “como o governo brasileiro conseguiu fazer com que o trabalho dos catadores pudesse ser reconhecido”.

"No Equador não somos reconhecidos por ninguém, nem pelo governo", lamenta. "Lula é o primeiro presidente do mundo que oferece pelo menos um dia de sua agenda para os catadores", reconhece.

Que Dilma siga os passos de Lula.

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