24 de fevereiro de 2007

 

Igreja Católica avisa que não é contra transposição das águas do São Francisco

O Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo Pedro Scherer anunciou (23) que a entidade não vai se posicionar em relação à transposição das águas do rio São Francisco. Ele considera que atitudes contrárias à obra refletem apenas posições pessoais e não a opinião da Igreja Católica. Para quem acompanha a transposição do São Francisco é fácil saber porque a CNBB tomou essa posição neutra. A maior parte dos bispos do Nordeste é a favor da transposição das águas.

LEIA NA ÍNTEGRA A MATÉRIA:

Secretário-geral da CNBB afirma que entidade não se posicionará sobre transposição do São Francisco

Grazielle Machado
Da Agência Brasil

Brasília - O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo Pedro Scherer, disse hoje (23) que a entidade não vai se posicionar quanto à transposição do rio São Francisco. Ele considera que atitudes contrárias à obra refletem uma posição pessoal, e não a opinião da Igreja Católica como um todo.

Dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA), protocolou carta no Palácio do Planalto, apresentando um plano alternativo às obras de transposição do rio, como se tornou conhecido oficialmente o projeto de integração das águas do rio às bacias do Nordeste setentrional.
Em 2005, Cappio chegou a entrar em greve de fome para chamar a atenção sobre suas idéias.

Ele acredita que o projeto do governo é excessivamente caro, acarreta riscos socioambientais e não vai, garantidamente, beneficiar a população pobre da região do semi-árido nordestino.
Ao se referir ao bispo, dom Odilo afirmou que “quem se manifestou naturalmente está querendo continuar o dialogo”. Ele destacou que a posição de Cappio é pessoal.

Alguns grupos católicos expressaram, ontem, o apoio ao bispo e à reivindicação de que haja mais diálogo entre o governo e a sociedade antes que a as obras para a transposição sejam iniciadas. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), e a Cáritas, entidade que reúne 162 organizações de serviço social da Igreja Católica, declararam apoio à luta do bispo baiano.

Na carta protocolada no Planalto, Cappio sugere, como alternativas à transposição, a revitalização do rio, a construção de mais cisternas (para usar a água da chuva no abastecimento doméstico) e a execução de 530 projetos já existentes da Agência Nacional de Águas (ANA) que, segundo ele, resolveriam os problemas de abastecimento hídrico no semi-árido brasileiro até 2015.

 

Lula não cede à chantagem de fanáticos, coronéis e direitistas

Vejo com grande alívio que o Governo Lula não cedeu à campanha reacionária do PFL/PSDB (e de alguns padres e ongs equivocados) contra o projeto de integração das águas do rio São Francisco. O Nordeste precisa de água para um choque de desenvolvimento. O governo está prestes a lançar os editais para as obras estimadas em R$ 4,5 bilhões.

Os sofismas que contrapõem a revitalização à transposição estão indo por água abaixo. É que o Governo Lula programou o investimento para 2007 de R$ 247 milhões em projetos de revitalização do São Francisco, como tratamento de esgotos em cidades ligadas ao rio, replantio de matas ciliares e recuperação de nascentes, principalmente em Minas Gerais, onde estão 70% dos afluentes.

Os próximos quatros anos serão de crescimento de emprego no Nordeste. O projeto de transposição das águas prevê a construção de dois canais com um total de 662 km. O ramal Norte terá 402 km para levar água ao Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, e o Leste, com 220 km, para Pernambuco e Paraíba.

Tudo é Brasil, mas os coronéis derrotados da Bahia não pensam assim. Na verdade, suas empresas estão de fora da grande obra e eles esperneiam. Sempre manipularam licitações em proveito próprio.

Um convênio de US$ 200 milhões entre o Governo Federal e o Banco Mundial (Bird) vai financiar a construção de barragens e adutoras para preparar os Estados que receberão as águas do São Francisco, num total de 391 cidades.

Somente neste ano o governo federal investirá R$ 2,164 bilhões em obras relacionadas a recursos hídricos. A maior parcela, R$ 1,781 bilhão, será investida no Nordeste. Desse total de recursos, R$ 550 milhões estavam previstos na Lei Orçamentária, e o restante será liberado por meio de crédito extraordinário.

Com certeza, apenas com a perfuração de cacimbas o Nordeste não vai assegurar um futuro mais promissor. Precisa de um espetáculo do crescimento. E vai ter.

 

Bispo fanático protesta contra transposição do São Francisco. De novo.

O bispo de Barra, na Bahia, dom Luiz Flávio Cappio, acaba de divulgar (22) o conteúdo de uma carta entregue ao presidente Lula contra o projeto de transposição do Rio São Francisco.
O religioso pediu a substituição do ministro Pedro Brito, da Integração Nacional, pasta responsável pelo projeto, em entrevista na qual divulgou o conteúdo da carta. Como não sou político, nem candidato a nada, posso falar livremente.

Se o bispo fanático pode pedir a cabeça de um ministro, eu, católico praticante, posso pedir a cabeça dele ao Papa. Vou entregar a carta ao meu arcebispo primaz da Bahia.

No documento divulgado (22), Dom Luiz pede a retomada do diálogo com o governo sobre o projeto, além de ressaltar a atenção sobre a necessidade de se levar em conta projetos alternativos que já existem. Propõe um diálogo de surdos, já que nem de longe passa pela cabeça dele mudar de idéia.

Dom Luiz Flávio afirma na carta que existem cerca de 530 obras propostas pela Agência Nacional de Águas (ANA) que seriam mais baratas que a transposição do São Francisco. É A MAIS PURA BOBAGEM.

Tais obras não excluem a grande obra de integração das bacias do Nordeste com o São Francisco. Este mesmo sofisma já foi usado em relação à revitalização do rio. Está mais que provado que a revitalização do São Francisco está se processando. Daí que o discurso fundamentalista mudou. Agora são 530 obras.

“Infelizmente o Ministério da Integração está atrelado aos interesses do capital. No lugar do Pedro deveria haver alguém mais lúcido, atento e inteligente”, disse ele. Dom Luiz Flávio é aquele bispo que deu mau exemplo aos fiéis fazendo uma greve de fome, em 2005, contra o projeto de transposição do São Francisco – uma questão puramente política.

Ninguém estranhe se ACM, Paulo Souto, Bornhausen, César Maia e os miudinhos do PFL manifestarem solidariedade ao Bispo. É como se ele estivesse do alto de um prédio e a turma do PFL gritasse lá de baixo: pula, pula.

23 de fevereiro de 2007

 

Wagner vai enfrentar a máfia da Rede Globo e TV Bahia

O governador Jaques Wagner anunciou que vai tratar pessoalmente com a direção da Rede Globo de Televisão, na primeira oportunidade, sobre noticiário faccioso veiculado pela emissora sobre o Carnaval da Bahia. Wagner achou que houve "deformação" nas informações transmitidas pela emissora, que, segundo ele, passa a idéia de que o Carnaval baiano está mais violento.

Wagner pensou em enviar uma carta à Rede Globo, mas, decidiu tratar pessoalmente a questão.Segundo o jornal A Tarde, a irritação do governador com as imagens produzidas pela TV Bahia, afiliada da Globo no Estado e controlada pela famiglia do senador ACM (PFL-BA), seu adversário político, foi manifestada à imprensa na terça-feira de Carnaval, à noite, no camarote Expresso 2222, do ministro da Cultura, Gilberto Gil.

"Não sei a quem a Globo está prestando o serviço de difamar o Carnaval da Bahia", reagiu Wagner, indignado com a forma pela qual foi noticiado o aumento nas ocorrências policiais registradas este ano. O total de ocorrências ficou 32% maior em relação ao Carnaval de 2006.

As críticas de Jaques Wagner ao noticiário da Globo não ficaram sem respostas e chegaram a mobilizar o diretor-executivo de Jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, o diretor da Central Globo de Jornalismo, Carlos Henrique Schroder, que está viajando, mas foi consultado por telefone, e até mesmo o presidente da Rede Bahia de Televisão, Antonio Carlos Magalhães Júnior.

"Já que houve uma acusação do governador, nós entendemos que era preciso a emissora se posicionar. Depois de várias conversas, decidiu-se pela carta que enviamos ao jornal", explicou, hoje à noite, o gerente de jornalismo da TV Bahia, Roberto Appel.

Não é só a Globo e a TV Bahia que estão distorcendo os números da violência no Carnaval da Bahia. Também o jornal Correio da Bahia tem publicado manchetes forçadas que nunca correspondem ao texto das reportagens. É fácil saber o que eles querem. Dinheiro. Será um erro ceder à chantagem.

Mais cedo ou mais tarde Wagner vai entender que o governo da Bahia precisa fortalecer sua própria comunicação, independente e pública, porque da máfia que domina as comunicações no Brasil e na Bahia vai conseguir muito pouco de honestidade e ética no jornalismo.

Com informações de www.atarde.com.br

 

Jornalismo aleijado do Correio da Bahia distorce violência no Carnaval

“Violência bate recorde no circuito Barra/Ondina”, é a manchete nesta sexta, 23, do Correio da Bahia, jornal da famiglia ACM. A matéria do jornalista Jairo Costa Júnior é um tiro no pé do carlismo. Afinal, há pelo menos 16 anos que os governadores e prefeitos do PFL moldam o Carnaval do circuito Barra/Ondina. Se a violência chegou ao nível que eles proclamam é por pura responsabilidade deles mesmo.

Durante muitos anos o Correio da Bahia mascarou os números da violência no Carnaval, agora, movido por interesses políticos, distorce a realidade dos números. Há dias o pasquim da família ACM explora o tema. Com a ajuda da TV Bahia, o jornalismo canalha ganhou as páginas da grande mídia. O jornalismo público da AGECOM resolveu repor a verdade. Eis a informação:

Notícias de violência no Carnaval buscam macular a festa, diz Wagner

Durante a posse do novo superintendente da Polícia Federal na Bahia, delegado César Nunes, ocorrida hoje (22) na Fundação Luís Eduardo Magalhães, o governador Jaques Wagner rebateu as notícias veiculadas na mídia nacional de que o Carnaval da Bahia tenha sido um dos mais violentos do Brasil. “Os números não mostram essa violência anunciada. Tivemos duas mortes no circuito este ano, contra três ocorridas no ano passado”, disse.

Os números citados pelo governador são resultado do levantamento realizado pelo Centro de Documentação e Estatística Policial (Cedep), que apresentou diariamente as estatísticas policiais relativas às ocorrências registradas no período da folia. De acordo com os dados do Cedep, os atendimentos nos postos de saúde foram cerca de 20% menores do que o mesmo período de 2006 e os assaltos a ônibus tiveram uma queda de 1,3%. “Estranhamente, alguns segmentos insistem em dizer que esse foi o Carnaval mais violento”, lamentou Wagner, lembrando que apesar da redução, qualquer violência é exagerada: “O ideal é que seja nenhuma”.

O governador explicou ainda que a elevação no número de ocorrências (1.952) é relativa a todos os registros efetuados durante o período do Carnaval. “Nós aumentamos a eficiência, por isso o número de ocorrências registradas aumentou. Mas é preciso ficar claro que essas ocorrências vão do simples roubo de um documento até a agressão física ou morte. Então, se acontecerem 100 ocorrências, sendo 99 por roubo de documento e uma agressão grave, é evidente que a agressão pesa muito mais”, explicou Wagner, para quem é inaceitável a morte de pessoas, seja num período em que deveria reinar apenas a paz e a alegria ou em qualquer outra circunstância.

No seu discurso, ressaltou o empenho do Estado para inibir o crime, informando que a polícia ampliou as estruturas de apoio à festa, não apenas aumentando o seu contingente, mas utilizando recursos tecnológicos como helicóptero, câmeras, celulares, detectores de metal e outros equipamentos utilizados para fiscalizar e conter o uso de armas e a ação de vândalos e criminosos.

O governador considerou lamentável que, apesar de todo o esforço do Estado, tenham ocorrido duas mortes relacionadas com o Carnaval. “O ideal seria nenhuma. Nós tivemos uma festa com redução dos homicídios e de assaltos a ônibus. Os números estão sendo postos na rua. Eu aprendi muito no governo federal e não vamos esconder nada”, frisou.

Wagner destacou que o sentimento dos foliões que vieram brincar o Carnaval foi de segurança e de paz. “Não foi um Carnaval de violência, como alguns que não se acostumaram com o convívio com a democracia insistem em afirmar, buscando macular uma festa que é importante na geração de emprego e na divulgação da cultura do seu povo”, lembrou. O governador finalizou afirmando sentir orgulho da qualidade do trabalho realizado pela polícia baiana.

Fonte AGECOM

 

PAC de Lula propõe levar água e latrina a 25 milhões

Deu na revista eletrônica Terra Magazine. Se o governo Lula cumprir as ações na área de saneamento previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Brasil pode realizar já em 2010 os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio referentes ao setor. O plano prevê que, até o fim do atual mandato presidencial, cerca de 24,5 milhões de pessoas passarão a contar com abastecimento de água e 25,4 milhões com coleta adequada de esgoto. Se esses números forem de fato alcançados, em quatro anos o país asseguraria água a 87% da população e esgoto a 77%, cumprindo assim as metas de 83% e 77%, respectivamente.

Só tomei consciência da enorme importância das metas de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) quando li a reportagem O Cheiro da Pobreza, do escritor peruano Mário Vargas Llosa, publicada na revista Piauí de fevereiro. Ele revela que, para a ONU, o objeto que representa a civilização e o progresso não é o livro, não é telefone celular, nem a Internet e muito menos a bomba atômica.

O que melhor representa a civilização é o vaso sanitário, a privada, a popular latrina. Ele se baseia no relatório da ONU intitulado “A água pra lá da escassez: poder, pobreza e a crise mundial da água”. O modo como os seres humanos esvaziam a bexiga e os intestinos é determinante para saber se estão mergulhados na barbárie ou se já conhecem o progresso.

Um terço da população do planeta, 2,6 bilhões de pessoas, não sabe o que é uma latrina, e faz suas necessidades como animais, no mato, à beira dos córregos e mananciais, ou em sacolas e latas que são jogados no meio da rua. Cerca de 1 bilhão de pessoas utiliza águas contaminadas por fezes humanas e de animais para beber, cozinhar, lavar a roupa e fazer a higiene pessoal. Em conseqüência, 1,8 milhão de crianças morrem a cada ano, vítimas da diarréia, ou seja, cólera, tifo e parasitoses.

Os dados mais recentes sobre a cobertura dos serviços de saneamento apontam que pouco mais de 143,1 milhões de pessoas (78% da população) vivem em domicílios conectados à rede de água e que 123,2 milhões (67%) contam com coleta adequada de esgoto, segundo a PNAD 2005 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com as ações do PAC, o total de atendidos pelos serviços deve saltar para 167,6 milhões em água e 148,6 milhões em esgoto. Se considerada a projeção do IBGE para a população do país em 2010 (192 milhões), as taxas de atendimento superam as metas propostas pela ONU para 2015.

Mesmo que o crescimento da população fique dentro do estimado, o aumento do número de domicílios pode ser mais rápido, o que certamente reduziria o impacto na ampliação da cobertura. Além do número de habitantes beneficiados com as ações em saneamento, o PAC traz o total de domicílios atendidos: 7 milhões em água e 7,3 milhões em esgoto.

Segundo o plano, as ações farão com que a cobertura de água nos domicílios passe de 82,3%, em 2005, para 86%, em 2010; e, em esgoto, de 48,2% para 55%, no mesmo período.
Para estender a cobertura de água, esgoto e coleta de lixo, o PAC prevê investimentos da ordem de R$ 40 bilhões. Desse montante, R$ 12 bilhões viriam do Orçamento Geral da União (sendo R$ 4 bilhões para saneamento em favelas, R$ 4 bilhões para saneamento em grandes cidades e R$ 4 bilhões para pequenas cidades).

Metade dos recursos, R$ 20 bilhões, viria do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Os R$ 8 bilhões restantes devem vir na forma de contrapartida paga pelos Estados, municípios e prestadores de serviço.

O Sudeste, de acordo com as projeções do PAC, será o maior beneficiário: a região mais populosa do Brasil ficará com R$ 15,5 bilhões, o que deve beneficiar cerca de 8,7 milhões de pessoas.

O Nordeste deve ser a segunda região que mais vai receber recursos: R$ 9,6 bilhões para atender 5,4 milhões de pessoas. Em seguida vêm o Sul, que terá R$ 7,4 bilhões para 4,2 milhões de pessoas; o Norte, com R$ 3,9 bilhões para atender 2,2 milhões; e o Centro Oeste, que deve contar com R$ 3,6 bilhões para 2 milhões de pessoas.

Os Objetivos do Milênio tomam como base para traçar as metas o ano de 1990. Como o Brasil não possui dados sobre a cobertura dos serviços de saneamento referentes a este ano, a reportagem usou os indicadores da PNAD 1992 para estimar a meta.

Há 15 anos, cerca de 95,7 milhões de pessoas tinham acesso a água tratada (66% da população) e 77,7 milhões contavam com saneamento adequado (54%). Como os ODM prevêem reduzir à metade, até 2015, a proporção da população que não atendida, as metas são de 83% para água e 77% para esgoto.

Com informações do Terra Magazine

LEIA ABAIXO MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A REPORTAGEM O CHEIRO DA POBREZA, DE MÁRIO VARGAS LLOSA.

 

Revista piauí revela que critério para sair da barbárie é a latrina

A fórmula editorial encontrada pelo cineasta João Moreira Salles para fazer sua revista piauí - assim mesmo com p minúsculo – é inovadora. Mesmo que eu faça restrições à publicidade canalha antilulista (aquela que responsabiliza o ministro Waldir Pires pela crise nos aeroportos do Brasil publicada na edição de fevereiro) editada por seu redator-chefe Mário Sérgio Conti, não há como desconhecer o valor e o resgate do jornalismo verdadeiro. São textos autorais, sem formadores de opinião, sem colunistas, muita reportagem. Um exemplo emblemático é a matéria assinada pelo escritor peruano de Mário Vargas Llosa, intitulada O Cheiro da Pobreza (página 34).

Na matéria O Cheiro da Pobreza, Mário Vargas Llosa, em texto limpo, curto e grosso, mostra que o objeto que representa a civilização e o progresso não é o livro, não é telefone celular, nem a Internet e muito menos a bomba atômica. O que melhor representa a civilização é o vaso sanitário, a privada. Ele se baseia no relatório da ONU intitulado “A água pra lá da escassez: poder, pobreza e a crise mundial da água”. O modo como os seres humanos esvaziam a bexiga e os intestinos é determinante para saber se estão mergulhados na barbárie ou se já conhecem o progresso.

Usar a privada para satisfazer suas necessidades fisiológicas tem conseqüências vertiginosas. “No mínimo, um terço da população do planeta, 2,6 bilhões de pessoas, não sabe o que é um vaso sanitário, uma latrina, uma fossa séptica e faz suas necessidades como os animais, no mato, à beira dos córregos e mananciais, ou em sacolas e latas que são jogados no meio da rua”. O relatório afirma que mais ou menos 1 bilhão de pessoas utiliza águas contaminadas por fezes humanas e de animais para beber, cozinhar, lavar a roupa e fazer a higiene pessoal.

Em conseqüência, 1,8 milhão de crianças morrem a cada ano, vítimas da diarréia. E faz com que doenças infecciosas como cólera, tifo e parasitoses, causadas pela “falta de acesso ao saneamento” provoquem enormes devastações na África, Ásia e América Latina. Em Nairobi, no Quênia, o povo usa as chamadas “privadas voadoras”, sacolas de plástico em que as pessoas fazem suas necessidades e em seguida as atiram nas ruas.

Em Dharavi, na índia, há um sanitário para cada 1.440 pessoas. É um relatório cruel. Quando os pobres têm acesso à água, trata-se de água contaminada por bactérias. Pior, os pobres da Indonésia, Filipinas e Quênia pagam mais caro - cinco a dez vezes mais - pela água do que a população de Nova York e de Londres.

A matéria é fantástica. Infelizmente Mário Vargas Llosa não chegou à parte que fala do Brasil. As sacolas voadoras existem aqui mesmo em Salvador, na Ilha de Maré. Eu vi com estes olhos que a terra há de comer. Ali, boa parte da população defeca em sacos plásticos que são lançados ao mar. Na entrada de São Gonçalo dos Campos, bem ali na periferia de Feira de Santana, em todas as casas da rua de entrada à cidade, a privada até 2006 era o mato. A imprensa baiana precisa sair das redações, seguir o exemplo da revista piauí e fazer jornalismo.

22 de fevereiro de 2007

 

Editora Abril está por trás, na frente e na cabeça do editor da revista piauí

A revista “piauí” - assim mesmo com p minúsculo - vai se firmando no mercado. Lançada em outubro de 2006, com nomes importantes do jornalismo, embora não tenha um EXPEDIENTE transparente, pertence à Videofilmes, empresa dos irmãos Walter e João Moreira Salles, em associação com a editora Abril, responsável por sua impressão e distribuição. Desde o lançamento, seus proprietários afirmam que a Abril não interfere no conteúdo editorial. Perdão, senhores, mas não acredito.

O Editor é Mário Sérgio Conti, jornalista tucano que foi Diretor de Redação da revista Veja por muito tempo. A revista é editada pela Editora Alvinegra comandada por Mário Sérgio Conti. É distribuída pela DINAP, do Grupo Abril. Embora tenha uma fórmula inteligente (ao contrário da Veja que se suicidou), pois é criada e desenvolvida por repórteres pesquisadores e escritores que buscam material exclusivo, a revista obviamente tem uma tendência ideológica. O site Curso Abril de Jornalismo dá destaque especial à revista piauí. E essa gente não dá murro em ponta de faca.

A coisa estava custando a parecer e então explodiu em forma de publicidade. No exemplar de fevereiro de 2007, a redação da revista, comandada por Mário Sérgio Conti, criou uma publicidade de página inteira agradecendo ao ministro Waldir Pires pela crise na aviação brasileira. Publicidade meio cínica, meio humorística, mas de endereço político certo. Com um editor desse, realmente, a Editora Abril não precisa se preocupar em interferir em nada. O pensamento da revista Veja está na cabeça do jornalista Mário Sérgio Conti.

Como não tem EXPEDIENTE transparente não se sabe qual a real relação do editor Luiz Schwarcz, dono da editora Companhia das Letras, com a revista Piauí. O time é de primeira. Tem escritores estrangeiros como o argentino Tomás Eloy Martinez e o inglês Martin Amis. Cineastas como Eduardo Escorel e Eduardo Coutinho. Tem jornalista veterano como Ivan Lessa, resgatado de Londres onde se auto-exilou por 30 anos. Tem Marcos Sá Correa como editor.

Inteligente, a revista não entrou na histeria anti-petista e anti-lulista obsessiva das revistas do Grupo Abril. Não há colunistas “formadores de opinião”. Uma proposta editorial ousada. Reportagens longas. Textos autorais primorosos. Editores como Conti, Sá Correa, Dorrit Harazim, Xico Vargas, Cassiano Machado. Tem ainda nomes conhecidos como Danuza Leão, Rubem Fonseca e Angeli.

Como o público leitor brasileiro emburreceu lendo as revistas do Grupo Abril, com especial destaque para a Veja, o Grupo Abril resolveu investir no que resta de inteligência no país. Uma minoria escassa, já que a tiragem não passa de 50 mil exemplares. João Moreira Salles diz que há grana para suportar dois anos de prejuízo.

Tudo ia muito bem até que a revista agiu como o escorpião da fábula e deu a picada mortal no leitor, com a publicação da peça publicitária sem graça contra o ministro da Defesa Waldir Pires. Qualquer idiota hoje sabe que a TAM é responsável pelos atrasos dos vôos nos aeroportos brasileiros. E que interesses contrariados nas área militar e empresarial forjaram a crise da aviação.

Não é a revista Piauí que manda recado para o ministro Waldir Pires. É o Grupo Abril, estabelecido na cabeça do redator-chefe Mário Sérgio Conti, que manda o recado para o Governo Lula. Como se dissesse: “vamos pegar vocês lá adiante”.

LEIA O TEXTO:
ANÚNCIO SUPOSTAMENTE DIRIGIDO AO MINISTRO WALDIR PIRES

A revista piauí criou anúncio para criticar os atrasos aéreos que castigam os passageiros.
Veja o texto da peça batizada de "Homenagem":

“A redação da revista piauí gostaria de externar os mais sinceros agradecimentos ao excelentíssimo senhor ministro da Defesa, dr. Waldir Pires, pelo êxito na implantação do PAAA - Programa de Aceleração do Atraso Aéreo. Pedimos a compreensão dos passageiros que perderam encontros, cancelaram viagens, adiaram planos, arruinaram férias ou fizeram promessas inalcançáveis a filhos, pais, cônjuges, amigos ou patrões. Mas temos de reconhecer que, impedidos de voar de um lado para outro, os brasileiros puderam finalmente se sentar em casa para ler nossa revista de ponta a ponta. Outrossim, acalentamos o sonho de que, diante da perspectiva de esperar dias dentro de um terminal de aeroporto, na ausência até de cafezinho, e sendo obrigado a aturar crianças ranhetas, senhoras com chilique, funcionários desinformados e espécimes brutos partindo para a ignorância, nossos leitores tenham encontrado no bom humor da revista algum refrigério para a irritação generalizada. Nos nossos quatro meses de existência, já vendemos mais de 120 mil exemplares. Obrigado, ministro".

Logo após o texto, vem a assinatura da publicação: piauí - a revista para quem tem um parafuso a mais.

 

A volta de José Dirceu é inevitável, apesar dos jornalistas de aluguel

O primeiro passo foi a decisão pessoal de José Dirceu. A idéia é a de que movimentos populares recolham 1,5 milhão de assinaturas propondo o retorno do ex-ministro Chefe da Casa Civil ao mundo político.

Embora o jornal Estadão e seus jornalistas de aluguel não queiram admitir, a cassação do mandato parlamentar de José Dirceu foi um ato de força, baixado por um Congresso fraco e acuado pela mídia. No Estadão, até hoje a notícia é condimentada com uma leve sugestão de “escândalo”.

O último artigo foi do jornalista José Nêumane. A verdade é que Zé Dirceu foi cassado por meras suspeitas de envolvimento no equivocadamente chamado escândalo do mensalão. Foi cassado politicamente, sem provas, numa inversão das normas universais do Direito, segundo as quais aos acusadores cabe o ônus da prova e o acusado, até prova em contrário, se beneficia da presunção da inocência. Para os 300 picaretas do Congresso Nacional bastou a presunção da culpa.

Um novo passo pela anistia de Zé Dirceu foi dado quando o Assessor EspeciaL para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio, defendeu abertamente a idéia. “Quando o projeto vier é claro que apóio”, afirmou Marco Aurélio recentemente em São Paulo.

A mídia conservadora, jornalistas de aluguel, do tipo que povoam as redações da Folha de S. Paulo, Estadão e jornais associados como Jornal da Tarde, tentaram confundir a opinião pública misturando a agenda da reunião do PT em Salvador, com a agenda do cidadão e político José Dirceu. Foram desmentidos pelos fatos.

A posição do jornalista José Nêumane é muito estúpida. No Espaço Aberto do Estado de S. Paulo (21/02/207) ele manifesta sua pequenez no artigo intitulado “A Quem Importa a Anistia de José Dirceu?”.

Ele afirma que o assunto não é de interesse público e sim meramente pessoal, restrito a um grupo de aliados, amigos, apadrinhados que têm interesses nas fatias de poder. Chega a ser ridículo o argumento, porque este seria o caminho mais complicado para se chegar a tais “benefícios”. Não cola, cara, não cola.

Nêumane acha que não interessa se a questão é justa ou não. E argumenta que Dirceu foi cassado legalmente, teve amplo direito de defesa. Está obviamente mentindo. Nada provaram contra José Dirceu e até hoje o STF não se pronunciou. E, para justificar o aleijão jurídico dos picaretas do Congresso, lembra que Collor também foi cassado sem provas. Está novamente mentindo o jornalista.

No final, José Nêumane admite que o pleito pode até ser justo, mas, é um pleito exclusivamente dele, Dirceu. Se isso fosse verdade, já bastaria para legitimar o pleito, ou seja, o direito de todo cidadão pleitear justiça.

Nêumane tenta reduzir a liderança política de Dirceu a um grupo de amigos interesseiros. É evidente a má fé. Mesmo sendo jornalista de aluguel – escreve editoriais para seus patrões – não há como desconhecer que José Dirceu exerce enorme influência no mundo político e na sociedade.

Não há como desconhecer quando ele faz declarações públicas ou quando as registra em seu blog. Não se trata de veneração política como quer impor o editorialista de direita.

Muito menos ideologia, como pretende confundir ao vincular Dirceu às ditaduras estalinistas. Esse discurso envelhecido do Estadão não convence mais. Está desmoralizado. Quando os comunistas cassavam seus dissidentes, esse tipo de mídia protestava. Quando os capitalistas do Congresso Nacional cassam politicamente e sem provas eles estão certos?

Nem conheço pessoalmente José Dirceu. Sou a favor de sua anistia. E não leio o Estadão, quando leio, não leio seus editoriais e quando leio seus editoriais não dou a menor importância.

ANISTIA PARA JOSÉ DIRCEU


21 de fevereiro de 2007

 

Aecinho repete ACM e espiona imprensa usando a PM2

Relatório contendo o rastreamento de escutas clandestinas encaminhado ao Ministério da Justiça comprova a espionagem:

Através da Secretaria de Governo, dirigida por Danilo de Castro, e por solicitação da Casa Militar, diversas atividades de espionagem têm sido desenvolvidas pelo governo de Minas Gerais, inclusive gravações de conversas telefônicas.

O alvo das espionagens são deputados estaduais, federais, lideranças sindicais ligadas à categorias profissionais que trabalham em empresas do Estado, seus dirigentes e o portal de notícias Novo Jornal.

Relatório contendo a varredura realizada por técnicos contratados que comprovam esta prática já foi encaminhado para que o Governo Federal, através do Ministério da Justiça, tome as providências necessárias a fim de garantir o respeito aos preceitos constitucionais.

Desde setembro de 2006, a PM2 (serviço secreto da Polícia Militar de Minas Gerais) vem investigando as atividades do portal de notícias Novo Jornal, produzindo diversos relatórios a respeito.

Por incrível que pareça, até mesmo o Ministério Público Estadual incluiu o número do telefone celular do diretor do portal em um pedido de escuta requerido à justiça.É lamentável que dentro do regime democrático permaneçam tais práticas.

Ao Novo Jornal cabe apenas denunciar o fato, pedindo providências às autoridades, e continuar seu trabalho de maneira profissional e independente.

http://www.novojornal.com.br/

 

Aécio Neves é um filhote da ditadura

DEU NO BLOG http://www.grupobeatrice.blogspot.com/

Mas é muito grave. E se fosse um governo do PT???

15/02/2007, 13:43

Lei cria serviço de informação de Minas“Nem tudo que nasce no forno é biscoito”.
Governador Aécio, embora neto de Tancredo, mostra-se um filhote da ditadura.

Reprodução

O que a princípio, para nossa reportagem, parecia uma atividade desenvolvida de maneira clandestina e a serviço da bisbilhotice de um Secretário de Governo despreparado para o exercício do cargo, mostrou-se uma atividade estratégica do governo e autorizada por lei.
Na sombra de uma Lei Delegada, o governador de Minas Gerais Aécio Cunha projeta-se nacionalmente de forma negativa como o primeiro governante a restabelecer o Serviço de Informação do Estado.

Ressalte-se que a Lei Delegada utilizada por Aécio Cunha com esta finalidade é semelhante aos Decretos Lei, editados no período da Ditadura pelos golpistas de 1964. Até hoje, os arquivos das “investigações” da época são motivos de polêmica e temor. Novamente, a sociedade civil mineira vê-se ameaçada pela intromissão do Estado em nome da Ordem Pública.

Certamente que a autorização dada pelo Legislativo mineiro foi utilizada por Aécio Cunha de forma indevida e até mesmo leviana, visando apenas a busca de informações como instrumento de poder para que possa seu governo sufocar e interferir nas prerrogativas constitucionais do sigilo, da privacidade, da livre organização e da manifestação da sociedade civil.

A Lei Delegada 132/2007, em seu Art. 2º - III, foi além até mesmo da famigerada Lei de Segurança Nacional, ao fixar o mesmo tratamento nas informações sobre as instituições militares, a ordem pública e a defesa civil. A intromissão nas instituições militares, embora agrida premissas de uma sociedade democrática, pode escudar-se na justificativa da “disciplina”.
Porém, quanto às seguintes, nada as justificam, pois as mesmas escudam-se nas garantias civis.
Com a Lei Delegada 132/2007, fatalmente ocorrerá como no período militar, podendo o “serviço de informação do governador Aécio Cunha” entender que uma reunião para organização de uma manifestação da sociedade civil com caráter político, classista ou até mesmo religioso, e mesmo uma greve garantia constitucional irá ferir a “ordem pública”.

Desta forma, lá estará a casa civil a “investigar”. Novamente retorna o pesadelo das instituições civis, religiosas, classistas e sindicais, pois estarão sendo vigiadas e tuteladas pelo Estado.
Como poderá alguns deputados da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que defendem a liberdade, a privacidade e a organização da sociedade civil, explicar à sociedade mineira que o Legislativo permitiu a criação deste “monstro”?

Esta prática, comum nos regimes totalitários e ditatoriais, exemplo dos períodos militares recentes, só foi descoberto por que, após chegar ao nosso conhecimento que o portal Novo Jornal estava sendo grampeado, vigiado e investigado pelo Gabinete Militar do Governo de Minas, resolvemos encomendar a um especialista da área um detalhado estudo para que pudéssemos acionar o Estado.

Para nossa supressa descobrimos que a casa militar do Governo de Minas estava amparada por uma lei que a nosso ver é espúria e inconstitucional. Porém, está e ficará vigente até que um dos poderes pertencentes à Democracia Representativa em vigor em nosso país resolva e consiga revogá-la.

Somos os primeiros, porém a história demonstra que não seremos os últimos, nem mesmo os únicos. A única certeza que temos é que continuaremos informando de forma independente os nossos leitores. Porém, confessamos que assusta pensar que o golpe de 1964 nasceu na Polícia Militar mineira, agora instrumentalizada pelo governador Aécio Cunha, embora reconheçamos que a instituição hoje seja outra e que a Lei Delegada também atinja suas entidades de classes.
Necessário indagar até onde irá a ambição de um governante despreparado e conduzido ao poder por um povo pacato e de boa fé, influenciado pela mídia e por uma maciça campanha de publicidade, patrocinada e representando os maiores grupos econômicos nacionais e internacionais da atualidade, bem a exemplo do fascismo de Franco e do nazismo de Hitler.

http://www.novojornal.com.br/politica_noticia.php?codigo_noticia=1665

 

Líder do PFL chega às raias do fanatismo

O deputado Ônix Lorenzoni (PFL-RS) chega às raias do fanatismo. Nas últimas eleições, o PFL perdeu 19 deputados, um senador e fez apenas um governador, no Distrito Federal. A acachapante derrota está levando o principal partido da direita brasileira a até mudar de nome, para Partido Democrático. Ainda assim, o fanático líder do PFL afirma na maior cara-de-pau que o PFL saiu ganhando das eleições.

O fanático do sul tem um seguidor na Bahia. O deputado José Carlos Aleluia repete o mesmo tom quando se trata de difamar o Governo Lula. Ambos, depois de anos e anos achacando o dinheiro público, afirmam que o Governo Lula “é o mais corrupto e incompetente da história”. Não há credibilidade em suas injúrias. Não admitem sequer que perderam o poder nas últimas eleições.

Não dá para levar a sério essa gente. Eles dizem que têm um projeto novo para o país. Esquecem-se de que estavam no poder e levaram o país à miséria em que nos encontramos. Eles apoiaram o Governo FHC que elevou os juros a 26% e agora dizem que a fórmula “imposto alto e juros altos” não nos permitem crescer. Fazem-se de desmemoriados. E julgam que podem enganar o povo mudando o nome do PFL para Partido Democrático. Lorenzoni chega a fazer gracinhas com a terminologia política. Diz que “quem anda para a direita ou para a esquerda não anda para a frente”. Ou é muito ignorante ou está se fazendo de burro.

Li essas sandices todas no site Congresso em Foco

http://congressoemfoco.ig.com.br/

 

Vovô, do Ilê Aiyê, já está em casa e se recuperando

O Vovô do Ilê, Antônio Carlos dos Santos, recebeu alta nesta terça-feira (20), por volta das 11 horas, do Hospital Aliança. Ele estava internado desde a madrugada do último domingo, quando caiu de uma marquise de cerca de três metros, enquanto assistia ao desfile do Ilê. Vovô foi submetido a uma cirurgia no rosto e se recupera em casa, seguindo orientações médicas. Segundo a assessoria do bloco, ele ainda apresenta inchaço na face, mas a recuperação é considerada satisfatória. A marquise fica próxima ao Forte de São Pedro.

19 de fevereiro de 2007

 

Vovô, fundador do Ilê Aiyê, sofreu grave acidente

Antonio Carlos dos Santos, Vovô, fundador e presidente do bloco afro Ilê Aiyê, caiu de uma marquise, com cerca de quatro metros de altura, próxima ao Forte de São Pedro, na madrugada deste domingo, dia 18, quando se debruçou para olhar a passagem da agremiação. Zulu Araújo, presidente da Fundação Palmares me informou preocupado, quando eu passava defronte de Alaíde do Feijão, no Pelourinho.

A Tarde On Line já registrou a triste notícia. Segundo a assessoria do bloco, o presidente do Ilê teve uma fratura no rosto, mas já foi submetido a uma cirurgia nesta tarde e passa bem. O boletim do Hospital Aliança revela que Vovô está lúcido e que irá permanecer internado, em observação, pelas próximas 48 horas. Vovô caiu com o rosto no chão e sofreu traumatismos.

O Ilê Aiyê desfila ainda nesta segunda e terça-feira de Carnaval. Mesmo sem Vovô será o belo dos belos na avenida.

ACIDENTE PREOCUPA MEIO-MUNDO

O grave acidente com Antônio Carlos Vovô, fundador e presidente do bloco afro Ilê Aiyê, ocorrido na madrugada de domingo, está preocupando meio-mundo. Para se ter uma idéia, no dia anterior, sábado, 17, o governador Jaques Wagner esteve presente na saída do Ilê, no bairro Curuzu e chegou a discursar na saída da Band´Aiyê que arrastou multidões em direção ao Plano Inclinado da Liberdade.

Algumas celebridades participaram da festa que celebrou a saída do Ilê Ayê do Curuzu. Regina Casé, Douglas Silva, o Acerola de "Cidade dos Homens", Babson Oladeji, Ministro-Conselheiro da Embaixada da Nigéria no Brasil, Ministra Matildes Ribeiro, Secretária de Promoção da Igualdade Racial, secretários estaduais e municipais e vereadores marcaram presença.

Na saída do Ilê, Jaques Wagner anunciou que vai estimular o debate sobre métodos para combater as desigualdades e vai assegurar mais espaço aos blocos afro no Carnaval de Salvador. Falou em organizar um grupo de trabalho para discutir como democratizar o Carnaval. "Vamos antecipar os debates com o objetivo de melhorar o modelo atual".

HISTÓRIA DE LUTA CONTRA RACISMO

Desde 1975 o Ilê embeleza as ruas de Salvador. São 32 anos de cultura negra e luta contra o racismo. O bloco Ilê Aiyê, foi à rua pela primeira vez no carnaval de 1975 com menos de cem integrantes, cercado pela polícia, consagrou outro ritmo nos trajetos carnavalescos de Salvador e homenageou a maioria dos países africanos, mantendo nos últimos anos a defesa do seu maior patrimônio que é a sua estética cultural e dos fundamentos do candomblé, entendendo sempre que a auto estima do povo negro só seria conquistada pelos valores de nossa cultura.

Um dos primeiros projetos da entidade ligado à questão negra foi a escola Mãe Hilda, matriarca do Ilê Aiyê. O combate ao racismo e a valorização da cultura negra sempre foram as maiores bandeiras do Ilê Aiyê. O bloco afro mais antigo de Salvador comprova que investir em projetos de educação pluricultural é o melhor caminho para garantir um futuro digno às crianças negras, além de ser a forma de luta mais eficaz contra a discriminação.

Pensando nisso, a direção do Ilê fundou a Escola Comunitária Mãe Hilda, que oferece cursos de 1ª a 3ª séries do primeiro grau, atendendo 80 crianças do bairro da Liberdade, um dos mais populosos de Salvador, com cerca de 400 mil habitantes, a maioria negros.

Fundada em 1988, a escola Mãe Hilda desenvolve um modelo pedagógico que tem como base a cultura e a história do povo negro no Brasil e resgata a importância da contribuição dos negros para o crescimento do país.

Foi a experiência da escola Mãe Hilda que permitiu, em 1995, o surgimento de uma proposta arrojada de educação pluricultural: o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê, implementado em três escolas públicas de Salvador.

Com esse trabalho, professores, supervisores e orientadores escolares aprendem, com os educadores do Ilê, sobre a história e a cultura afro-brasileira; desenvolvem o pensamento crítico a respeito de questões como etnia, pluralidade cultural e transferem essa experiência para os alunos.

Outra linha de ação do projeto é a mobilização direta de crianças e adolescentes das escolas envolvidas, que participam de oficinas de indumentárias de origem africana, traçado, capoeira e dança.

O trabalho educativo do bloco Ilê Aiyê ainda atua em outras duas frentes: a Escola de Percussão Banda Erê, que atende crianças e adolescentes de 8 a 16 anos, e em curso de confecção de artefatos em couro e tecidos.

Com o objetivo de oferecer cursos profissionalizantes e de alfabetização para adultos, o Ilê construíu o Centro Educacional Senzala do Barro Preto, um espaço que passou a abrigar os projetos sociais desenvolvidos pela entidade.

Vocês estão pensando que sou especialista em Ilê Aiyê, não é? Nada disso. Apenas fiz uma consulta de dados no site do ex-deputado Emiliano José (PT) - www.emilianojose.com.br - que já fez vários discursos na Assembléia Legislativa da Bahia em homenagem ao Ilê.

18 de fevereiro de 2007

 

Jaques Wagner enterra de vez o carlismo

Ao discursar na abertura da 16ª Legislatura da Assembléia Legislativa da Bahia (15/02/2007), o governador Jaques Wagner (PT) enterrou de vez o carlismo. Em vez de dominar com mão-de-ferro e corrupção o Judiciário e o Legislativo, como historicamente fez o coronelismo baiano, propôs que “os chefes dos três poderes se reúnam periodicamente para tratar da Agenda Bahia. Uma agenda de prioridades compartilhada pelos três poderes para o desenvolvimento econômico e social da nossa gente”.

Wagner voltou a falar na criação da Controladoria-Geral do Estado, aos moldes da Controlaria-Geral da União (CGU), tese que andava meio encolhida. Reafirmou sua vontade de elaborar o Plano Plurianual do Quadriênio 2008-2011 através da participação popular. E também anunciou que vai reforçar o papel institucional do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, como espaço público de manifestação da sociedade.

Mais adiante deu outro golpe mortal na ideologia carlista ao se dirigir ao empresariado. Acabou o ambiente hostil que levou grandes empresas a se transferir para outros estados. O novo governo rejeita a cultura patrimonialista-familiar aqui desenvolvida durante quatro décadas. Os privilégios acabaram. Ou seja, ninguém mais vai extorquir “pedágio” para que aqui se implantem indústrias e negócios de fora, faltou dizer.

URNAS LIBERTADORAS

Parlamentares encabrestados do PFL e partidos satélites ouviram a proposta atônitos. Este é um marco na política baiana. A Assembléia Legislativa finalmente vai poder exercer sua própria natureza, os juízes e desembargadores vão se livrar do mandonismo e das sentenças ditadas por telefone. Wagner entregou ao presidente da Assembléia, deputado Marcelo Nilo, a sua Mensagem contendo as linhas mestras do governo democrático e popular.

Segundo Wagner, “as urnas não derrotaram um governador. Derrotaram um sistema de autoritarismo, incompetência, falta de transparência desses anos de domínio oligárquico. Derrotaram a insensibilidade com o social, o desrespeito com o povo mais humilde da Bahia”.

RESPOSTA AOS ATAQUES

Wagner não deixou passar em branco os ataques ao PT e ao Governo Lula em 2005, por parte da direita e da mídia tucanalha. Disse que “os episódios de 2005 e da reeleição do presidente Lula evidenciaram que o nosso povo soube discernir o que é publicidade informativa e o que é demagogia. Soube separar o que é a busca da verdade do que é tentativa de lhe impor uma mentira”.

Na contramão do discurso da mídia reacionária, salientou que ninguém pode esquecer do sofrimento e da participação popular na caminhada que o levou ao poder na Bahia, “muito menos esta Casa, que é protagonista de uma das mais nobres atividades humanas – a política”.

“E nas últimas décadas, na Bahia, o povo experimentou o autoritarismo da ditadura e a emergência de uma dominação política que não soube conviver com a liberdade. Uma dominação política que tentou macular nossa história, anulando verdadeiros gigantes do pensamento baiano e, com mistificação, criando mitos. Vamos viver agora um novo tempo, uma nova história, que reconhece nossos verdadeiros heróis”.

FIM DA PERSEGUIÇÃO

Mais adiante deu nova estocada no carlismo: “a Bahia, nas últimas quatro décadas, raramente ouviu qualquer formulação sobre o significado do que seja a natureza republicana de governo. Até porque vivíamos sob a dominação de uma oligarquia completamente avessa à noção do republicanismo. Adotava-se a máxima de aos amigos, tudo; aos inimigos, nem a lei.

“Poderíamos completar que aquela dominação privilegiava apenas a alguns poucos amigos, perseguia com rigor os que considerava inimigos. Em nosso governo, a lei e os princípios constitucionais serão nosso guia. Não haverá privilégios. Não se procurará saber de nenhum cidadão sobre sua preferência partidária, religiosa, de crença. Não se perguntará ao prefeito sobre de que lado está, como se fazia regularmente no passado. O governo republicano não distingue, não discrimina. Inclui, garante o direito de todos” salientou Wagner.

É tudo isso que está enterrando o carlismo. Democracia, liberdade, igualdade, participação popular, em lugar de autoritarismo, perseguição, privilégios e mistificação.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?