19 de fevereiro de 2007

 

Vovô, fundador do Ilê Aiyê, sofreu grave acidente

Antonio Carlos dos Santos, Vovô, fundador e presidente do bloco afro Ilê Aiyê, caiu de uma marquise, com cerca de quatro metros de altura, próxima ao Forte de São Pedro, na madrugada deste domingo, dia 18, quando se debruçou para olhar a passagem da agremiação. Zulu Araújo, presidente da Fundação Palmares me informou preocupado, quando eu passava defronte de Alaíde do Feijão, no Pelourinho.

A Tarde On Line já registrou a triste notícia. Segundo a assessoria do bloco, o presidente do Ilê teve uma fratura no rosto, mas já foi submetido a uma cirurgia nesta tarde e passa bem. O boletim do Hospital Aliança revela que Vovô está lúcido e que irá permanecer internado, em observação, pelas próximas 48 horas. Vovô caiu com o rosto no chão e sofreu traumatismos.

O Ilê Aiyê desfila ainda nesta segunda e terça-feira de Carnaval. Mesmo sem Vovô será o belo dos belos na avenida.

ACIDENTE PREOCUPA MEIO-MUNDO

O grave acidente com Antônio Carlos Vovô, fundador e presidente do bloco afro Ilê Aiyê, ocorrido na madrugada de domingo, está preocupando meio-mundo. Para se ter uma idéia, no dia anterior, sábado, 17, o governador Jaques Wagner esteve presente na saída do Ilê, no bairro Curuzu e chegou a discursar na saída da Band´Aiyê que arrastou multidões em direção ao Plano Inclinado da Liberdade.

Algumas celebridades participaram da festa que celebrou a saída do Ilê Ayê do Curuzu. Regina Casé, Douglas Silva, o Acerola de "Cidade dos Homens", Babson Oladeji, Ministro-Conselheiro da Embaixada da Nigéria no Brasil, Ministra Matildes Ribeiro, Secretária de Promoção da Igualdade Racial, secretários estaduais e municipais e vereadores marcaram presença.

Na saída do Ilê, Jaques Wagner anunciou que vai estimular o debate sobre métodos para combater as desigualdades e vai assegurar mais espaço aos blocos afro no Carnaval de Salvador. Falou em organizar um grupo de trabalho para discutir como democratizar o Carnaval. "Vamos antecipar os debates com o objetivo de melhorar o modelo atual".

HISTÓRIA DE LUTA CONTRA RACISMO

Desde 1975 o Ilê embeleza as ruas de Salvador. São 32 anos de cultura negra e luta contra o racismo. O bloco Ilê Aiyê, foi à rua pela primeira vez no carnaval de 1975 com menos de cem integrantes, cercado pela polícia, consagrou outro ritmo nos trajetos carnavalescos de Salvador e homenageou a maioria dos países africanos, mantendo nos últimos anos a defesa do seu maior patrimônio que é a sua estética cultural e dos fundamentos do candomblé, entendendo sempre que a auto estima do povo negro só seria conquistada pelos valores de nossa cultura.

Um dos primeiros projetos da entidade ligado à questão negra foi a escola Mãe Hilda, matriarca do Ilê Aiyê. O combate ao racismo e a valorização da cultura negra sempre foram as maiores bandeiras do Ilê Aiyê. O bloco afro mais antigo de Salvador comprova que investir em projetos de educação pluricultural é o melhor caminho para garantir um futuro digno às crianças negras, além de ser a forma de luta mais eficaz contra a discriminação.

Pensando nisso, a direção do Ilê fundou a Escola Comunitária Mãe Hilda, que oferece cursos de 1ª a 3ª séries do primeiro grau, atendendo 80 crianças do bairro da Liberdade, um dos mais populosos de Salvador, com cerca de 400 mil habitantes, a maioria negros.

Fundada em 1988, a escola Mãe Hilda desenvolve um modelo pedagógico que tem como base a cultura e a história do povo negro no Brasil e resgata a importância da contribuição dos negros para o crescimento do país.

Foi a experiência da escola Mãe Hilda que permitiu, em 1995, o surgimento de uma proposta arrojada de educação pluricultural: o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê, implementado em três escolas públicas de Salvador.

Com esse trabalho, professores, supervisores e orientadores escolares aprendem, com os educadores do Ilê, sobre a história e a cultura afro-brasileira; desenvolvem o pensamento crítico a respeito de questões como etnia, pluralidade cultural e transferem essa experiência para os alunos.

Outra linha de ação do projeto é a mobilização direta de crianças e adolescentes das escolas envolvidas, que participam de oficinas de indumentárias de origem africana, traçado, capoeira e dança.

O trabalho educativo do bloco Ilê Aiyê ainda atua em outras duas frentes: a Escola de Percussão Banda Erê, que atende crianças e adolescentes de 8 a 16 anos, e em curso de confecção de artefatos em couro e tecidos.

Com o objetivo de oferecer cursos profissionalizantes e de alfabetização para adultos, o Ilê construíu o Centro Educacional Senzala do Barro Preto, um espaço que passou a abrigar os projetos sociais desenvolvidos pela entidade.

Vocês estão pensando que sou especialista em Ilê Aiyê, não é? Nada disso. Apenas fiz uma consulta de dados no site do ex-deputado Emiliano José (PT) - www.emilianojose.com.br - que já fez vários discursos na Assembléia Legislativa da Bahia em homenagem ao Ilê.

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