21 de outubro de 2006

 

Acidente mata sindicalistas, Wagner suspende programação de campanha neste domingo

Acidente mata dois coordenadores da campanha de Lula na Bahia. Jaques Wagner suspende programa de campanha deste domingo em Senhor do Bonfim e Serrinha

O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, suspendeu toda a programação de campanha pela reeleição do presidente Lula, neste domingo (22). O cancelamento da programação em Senhor do Bomfim e Serrinha foi motivado pelo falecimento dos sindicalistas integrantes do Comitê Sindical de Apoio ao Presidente Lula – Antônio Jorge Nascimento da França e Antônio Carlos Marocci Rivas – em acidente de carro na estrada perto de Oliveira dos Brejinhos (BA), vindo de Barreiras, Oeste do Estado. O carro em que eles viajavam se chocou, por volta das 11h deste sábado, de frente com uma carreta de soja.

Jaques Wagner, que estava em São Paulo para participar do Comício dos Nordestinos, organizado pela campanha do presidente Lula, retornou à Bahia. Amanhã, domingo, às 15h30, no Jardim da Saudade, os corpos dos militantes do PT serão enterrados, com a presença do governador eleito. Transportados pela Petrobrás, os corpos dos sindicalistas chegam a Salvador amanhã, pela manhã.

Rivas, 39 anos, 2 filhos, era funcionário da Transpetro, e Jorge França, 40 anos, 1 filho, era petroleiro da Petrobrás. Os dois eram dirigentes do Sindicato do Ramos Químico, Petroquímico e Petroleiro do Estado da Bahia.

 

Até Michael Löwy vota em Lula

O sociólogo marxista Michael Löwy considera que uma vitória de Alckmin seria uma verdadeira catástrofe. Radicado na França há mais de 40 anos, Löwy tem cidadania brasileira e afirma que votará em Lula. Ele votou em Heloísa Helena no primeiro turno. Em entrevista à Agência Carta Maior, o intelectual afirmou que via, sim, diferenças entre um possível segundo governo Lula e um eventual governo tucano: “Acho que existem diferenças, sim. São duas variantes da política liberal, mas mesmo assim não são equivalentes. Um governo Alckmin seria catastrófico para os trabalhadores brasileiros. Seria um governo reacionário, que buscará a privatização do pouco que resta de empresas nacionais, como a Petrobras, e dos serviços públicos, e investirá na repressão aos movimentos sociais”.

Ressaltando que falava em nome pessoal, e não do PSOL, Löwy garantiu que vai exercer seu direito de voto no dia 29, na embaixada brasileira na França, e vai de Lula, convencido de que é importante evitar que chegue ao poder um personagem perigoso, identificado com a Opus Dei, e com a versão mais brutal, repressiva e antipopular do capitalismo selvagem”.

20 de outubro de 2006

 

ACM já trama como prejudicar futuro Governo Wagner

Segundo o jornal A Tarde (20/10/06) o senador ACM, além de admitir a derrota de Alckmin, já articula a oposição ao Governo Wagner. As articulações começaram nesta semana em Feira de Santana e Alagoinhas. Esta é uma péssima, mas, previsível notícia. O hamster, a fera ferida, não hesitará em prejudicar a Bahia, desde que isso sirva aos seus objetivos políticos de voltar ao poder a qualquer custo. Assim foi feito quando a deputada federal eleita Lídice da Mata foi prefeita de Salvador. À época, ele vetou repasses dos governos Federal e Estadual e ainda cercou a prefeitura através do Poder Judiciário, que ele controlava com mão de ferro.

O eixo do mal articulado pelo senador ACM inclui o serviçal senador César Borges, o iracundo deputado federal ACM Neto, o deputado federal José Carlos Aleluia e os derrotados Paulo Souto, Eraldo Tinoco e Rodolfo Tourinho, além da bancada carlista na Assembléia Legislativa da Bahia. É um direito do senador ACM fazer oposição, mas, prejudicar a Bahia tentando atrapalhar o futuro Governo Wagner não será tolerado nem haverá espaço. Enquanto o senador ACM trama o mal contra o povo, o governador eleito, Jaques Wagner, percorre o Estado pregando a união política suprapartidária pelo bem da Bahia.

LEIA MATÉRIA QUE APONTA ARTICULAÇÃO DO HAMSTER:
ACM já admite a derrota de Alckmin
SUCURSAIS FEIRA E ITABUNA
borges@grupoatardecom.brnaco@grupoatarde.com.br

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) deu a entender, ontem (19), que já considera impossível a vitória do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, ao apelar para que seus correligionários trabalhem para diminuir a vantagem do candidato do PT, Luiz Inácio Lula Silva. “Cada um de vocês aqui é uma liderança capaz de conseguir uma vitória nas próximas eleições (em 2008) e pelo menos diminuir a diferença agora”, disse o senador.

Antonio Carlos Magalhães começou a articular, ontem, em Alagoinhas, a linha de ação do PFL e partidos coligados baianos para enfrentar Jaques Wagner no governo da Bahia e o segundo mandato de Lula na Presidência.

O senador deixou bem claro que Jaques Wagner e Luiz Inácio Lula da Silva serão retaliados na Assembléia Legislativa da Bahia e no Congresso Nacional, caso os municípios baianos governados por pefelistas e aliados sejam discriminados com repasses de recursos: “Vamos nos manter unidos, prefeitos, deputados e senadores, para não votar nada que interesse a eles (o PT)”.

ANESTESIA – O senador falou duas vezes, em dois trechos do discurso, da necessidade de união dos carlistas e correligionários, “para que possamos derrotá-los nas eleições de 2008 e 2010”. Ele lembrou o que aconteceu quando Waldir Pires venceu em 1986 e disseram que o carlismo estava morto.

Nesse encontro de Alagoinhas, os apelos em torno da união dos carlistas e aliados foram destoados, publicamente, nos discursos do vice-governador Eraldo Tinôco e do governador Paulo Souto. O primeiro atacou os programas sociais do governo Lula, enquanto o segundo tentou amenizar, para evitar o mesmo estrago eleitoral que as críticas ao Bolsa Família causaram no primeiro turno.

“Vencer o segundo turno não é uma das tarefas mais fáceis, principalmente no Nordeste, onde a influência de alguns programas do governo federal está anestesiando o povo”, disse Eraldo Tinôco, no discurso de abertura. “O Nordeste precisa dos programas sociais que estão aí, mas necessita de muito mais, de perspectivas de vida, de esperança e de emprego para o povo”, disse Souto, ao discursar depois.

ITABU NA – A reunião que a cúpula do PFL fez, ontem, em Itabuna, para fortalecer a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), junto a lideranças regionais, foi chamada pelo senador Antonio Carlos Magalhães de encontro da resistência e da reação contra o governo da corrupção e da covardia.

ACM disse que o povo está extasiado com a demagogia e não enxerga o valerioduto, os dólares na cueca e os sanguessugas. E insinuou que “vai aparecer o escândalo do cartão de crédito, para desmoralizar Lula e toda a sua família, que vivem às custas do País”.

O senador disse que a democracia “nos faz suportar quatro anos do preguiça que venceu Paulo Souto, referindo-se ao governador eleito, Jaques Wagner (PT), mas nós vamos virar com Alckmin para cobrar dele (Wagner) todas as obras de que a Bahia precisa e completar a vitória em 2010”.

 

Fundador do PSOL agora vota em Lula

Chico Oliveira deu a testa. Vai votar em Lula no segundo turno. Sociólogo, 72 anos de sabedoria, professor titular aposentado do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, coordenador do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (USP), Francisco de Oliveira divergiu do PT e do Governo Lula, sendo um dos fundadores do PSOL. É autor, entre muitos outros títulos, de “Crítica à Razão Dualista – o onitorrinco”.

Votou na doida. Agora vota em Lula e explica as diferenças entre as candidaturas do PSDB e do PT:

“Acho que a reeleição é uma nova eleição. Os espaços que tínhamos em 2002, de outra forma, voltam a se apresentar, como a questão das privatizações. Esse era um tema proibido durante o governo Lula e ainda mais na era de FHC. Os que dissentiram foram marginalizados. Por que esse tema volta agora a ser central? Por que se abre uma nova disputa. Por isso, eu considero a possibilidade de se votar em Lula.

Várias forças que atuaram dentro do PT voltam a ter chance de disputar esse governo. Estou disposto a voltar a correr esse risco, embora o governo não me agrade, seja capitalista e poderia ter avançado muito mais. Acho o voto nulo um equívoco. Há um espaço que pode se alargar. Há diferenças entre o governo Lula e um possível governo Alckmin.

Não espero mudanças na política econômica, ela continuará mesma. Mas há uma pequena chance de mudança. Por isso voto em Lula agora. E devemos usar oportunisticamente o fato de Lula precisar de votos agora, para colocar reivindicações que seu governo soterrou. Temos de atacar pelo lado social”.

 

Dom Mauro Morelli vota em Lula

Dom Mauro Morelli é bispo emérito da diocese de Duque de Caxias. De São Paulo, no Dia da Criança, em carta pública, recomendou o voto em Lula. Leia o trecho da longa carta em que explicita o voto em Lula:

"Espero que Lula receba mais um mandato

(...) Sem erradicar o analfabetismo o Brasil não sai do atoleiro da corrupção e da miséria. O Papa João Paulo II já nos advertia que o analfabeto quase sempre é explorado econômica e politicamente!

Em conclusão, não quero discutir virtudes e pecados dos governantes e de seus auxiliares. Arrogância, mediocridade, mesquinharia, futricas e corrupção normalmente vicejam nos palácios.

Recomendaria aos governantes, na escolha de seus colaboradores, que levassem em consideração os conselhos de Jetro a seu genro Moisés (Êxodo 18,21).

Depois de dois anos de árdua e leal cooperação com o Governo Alckmin/Lembo, como conselheiro e presidente do CONSEA-SP, não coloco esperança alguma na candidatura da coligação Por Um Brasil Decente em relação à defesa e à promoção do direito humano ao alimento e à nutrição, pelo contrário temo retrocesso.

Espero que o Presidente Lula receba mais um mandato e que possa superar as contradições que caracterizam o Estado Brasileiro e afetam seu governo.

Não se trata apenas de combater a corrupção, mas cultivar uma proposta ética de desenvolvimento. Impossível servir a dois senhores, o Mercado e o Povo. Voto por uma economia com mercado, justa e solidária.

Reine a Ética, governe a Política e submeta-se o Mercado.Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em 16 de Outubro de 2006, Dia Mundial da Alimentação, participo da inauguração de mais um centro municipal de recuperação de crianças em estado grave de desnutrição para reafirmar meu compromisso com um Brasil livre da miséria e da fome.

Presidente Lula, cultivando a sabedoria, a coragem, a ousadia e a humildade, com a graça de Deus e a participação do povo, poderá fazer um grande governo.

Quando o pão é partilhado com o faminto e injustiçado, brilha a Luz! (Isaias 58, 6-8). Não tenha medo de ser feliz!"

Dom Mauro Morelli
Bispo Emérito da Diocese de Duque de Caxias
Indaiatuba, SP, 12 de Outubro de 2006 -- Dia da Criança

19 de outubro de 2006

 

Programa de Lula anuncia pólo de microeletrônica na Bahia

A definição governamental pela TV Digital vai gerar pólos de desenvolvimento da microeletrônica e semicondutores em cinco estados, entre eles a Bahia. Também serão favorecidos Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, embora o núcleo inicial seja mantido na zona franca de Manaus. O anúncio da criação dos pólos foi feito no programa eleitoral do presidente Lula. O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, já começa a colher os frutos de sua relação com o presidente Lula. Até agora, falava-se somente em pólos para Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que já possuem projetos de desenvolvimento tecnológico voltados para TV Digital.

A Bahia, entretanto, já tem condições de abrigar investimentos neste setor intensivo de tecnologia. É bom sinal que o anúncio tenha sido feito no programa eleitoral. É um compromisso de campanha. A Bahia já possui um pólo industrial importante e a indústria de microeletrônica pressupõe a produção de uma série de componentes que podem ser fabricados em diferentes locais. A Medida Provisória que deverá incentivar a produção de semicondutores ainda não está pronta. Só deverá ser editada após as eleições. Tudo depende do presidente Lula. E de Wagner, o governador da Bahia.

 

Com Alckmin o país ficaria ingovernável

Seria um verdadeiro inferno. Se, por uma imensa desgraça, Alckmin for eleito, o país ficará ingovernável.

Isso não se dará por radicalização ou vingança dos que apóiam o governo Lula.

Uma eventual eleição de Alckmin tornará o país ingovernável por causa do aumento dos juros, aumento do dólar e da inflação, queda da credibilidade de investidores, arrocho salarial, aumento do desemprego, queda nas exportações, diminuição drástica nos programas sociais, como o Bolsa Família, diminuição do crédito.

Alckmin trará de volta o caos econômico e social. Todos serão atingidos: sem emprego não há salário, sem salário as vendas despencam, sem vendas a produção industrial cai e o desemprego aumenta.

Alckmin, sem investimentos estrangeiros, terá que privatizar e recorrer ao FMI. Vai entregar nossas estatais, como a Petrobras, e trazer de volta a política recessiva do FMI.

Vão voltar as falências das empresas, os despejos por falta de pagamento, o aumento da miséria, o aumento da violência.

Alckmin espera que o povo assista a tudo isso sem reagir?

É obvio que o povo vai reagir. É certo que os movimentos sociais vão às ruas para uma reação contra a incompetência de um governo Alckmin.

Destruir tudo o que foi feito até agora em benefício de dezenas de milhões de brasileiros e voltar a governar para uma pequena e rica parcela da sociedade é pedir uma reação violenta do povo.

O povo, com o governo Lula, acostumou-se com dignidade e respeito, com avanços sociais e econômicos.

O governo Lula não desmontou o Estado, não privatizou, não usou o FMI (ao contrário, livrou-nos do FMI). O governo Lula, diferentemente de FHC do PSDB de Alckmin, criou mais de 7 milhões de empregos.

Alckmin não vai tolerar o PROUNI, não vai querer gastar dinheiro com pobres -- vai acabar com o PROUNI.

Ele não vai ampliar o Bolsa Família, nem sequer vai manter as 11.1 milhões de famílias que estão sendo atendidas, pelo simples motivo de que o PSDB/PFL de Alckmin não governa para os mais necessitados.

Alckmin não vai discutir com os movimentos sociais, ele vai fazer como fez em SP com os estudantes, vai mandar a policia descer o cassetete no povo para acabar com as manifestações.

Ao contrário do que se espalha, não são os movimentos sociais que impossibilitarão um governo Alckmin, o povo apenas irá reagir contra a ingovernabilidade.

Os que comporiam o governo Alckmin são os mesmos que foram governo durante 8 anos e afundaram o Brasil.

FHC quebrou o país 3 vezes. FHC só volta a ser governo pelas mãos de Alckmin, pois o povo não o elegerá nunca mais, e ele sabe disso. O empenho de FHC para eleger Alckmin é imenso, pois ele quer voltar ao poder mesmo contra a vontade do povo.

Pensem nessa situação: Alckmin se elege, traz para serem seus ministros FHC, Garotinho, Saulo PCC, ACM ou ACminho, A. Virgilio 3% e outros trastes que não conseguiram reeleger-se.

Acabou o Brasil. Para evitar tudo isso, para continuarmos a ter emprego, diminuição da miséria, redistribuição de renda, uma economia sólida e crescimento duradouro, é Lula de novo com a força do povo.

Jussara Seixas

 

Petistas querem tornar o partido "menos paulista"

Lideranças petistas pretendem ampliar a participação de grupos de vários estados e correntes políticas na estrutura partidária da legenda, tornando o PT "menos paulista" e "mais brasileiro". Entre os defensores do "novo PT" estão os governadores Jorge Viana (Acre) e Wellington Dias (governador reeleito do Piauí), além dos governadores eleitos Marcelo Déda (Sergipe) e Jaques Wagner (Bahia).

JAQUES WAGNER:
"Acho que é racional e importante essa antecipação para discutirmos mudanças", disse o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner. "O Brasil é um país imenso. Se o PT quiser ser racional, tem que ter toda essa riqueza representada na sua estrutura", afirmou o Wagner.

MARCELO DÉDA:
Déda afirmou que o PT precisa "traduzir o crescimento que o partido teve nas urnas, com uma cara mais diversificada de organização". Para o governador eleito de Sergipe, a "dinâmica partidária não pode reproduzir automaticamente a vontade de uma regional". "Não se trata de demonizar São Paulo, que é um estado grande e importante, mas é preciso que a agenda interna do partido incorpore a agenda dos demais estados, que tenha um sotaque político diferente, multifacetado", declarou.

WELLINGTON DIAS:
O governador do Piauí, Wellington Dias disse que defenderá no próximo Congresso do PT a integração automática dos presidentes estaduais à Executiva Nacional do partido. "A partir do resultado da eleição, teremos uma força maior na estrutura do partido", declarou. "Não culpo esse ou aquele estado, mas quando a direção tem gente demais de um só estado e essa direção entra em crise, todo mundo sofre com a crise", disse Wellington Dias .

JORGE VIANA:
O governador do Acre, Jorge Viana, disse que o PT deve "repactuar publicamente" seus princípios e admitir os erros cometidos. "Vamos ter que mostrar que entramos na água barrenta, suja, mas que conseguimos sair. Quem não quiser, que deixe o partido”. De acordo com Viana, o Acre tem boa representação no partido. "O Sibá participa de todas as reuniões e pela primeira vez o partido vai governar um estado pela terceira vez consecutiva. Mas essa representatividade não está valendo para o resto do país", afirmou o governador acreano.

TARSO GENRO:
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, também é favorável à idéia de que o PT deve passar por transformações. "O Partido dos Trabalhadores tem que deixar de ter seu eixo exclusivo de controle político a partir de São Paulo. Isso não significa desprestígio de São Paulo. Significa uma proposta de compartilhamento e de renovação. Na minha visão, até de reestruturação profunda do partido", afirmou. De acordo com o ministro, "o excesso de poder de um determinado grupo leva a deformações em tudo o que é partido". "A visão de exclusivismo leva ao aparelhismo. Ele vai ser um dos partidos da coalizão democrática, em cima de um programa mínimo", afirmou o ministro. (Rodolfo Torres).

 

Federação Única dos Petroleiros vota em Lula

MANIFESTO DA FUP

Os petroleiros sempre lutaram por um projeto político democrático e popular, voltado para a classe trabalhadora e para os milhões de brasileiros que durante séculos e séculos foram excluídos pelas elites do nosso país. Por isso, em 2002, os petroleiros apoiaram a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República e foram para as ruas lutar pela vitória do povo brasileiro.

Pela primeira vez na história do nosso país, elegemos um presidente operário, nordestino e representante da classe trabalhadora.
Nestes quatro anos, os petroleiros e os demais trabalhadores brasileiros participaram das mudanças e transformações mais significativas da história do nosso país.

Fizemos renascer o Brasil do semi-árido nordestino, o Brasil dos Josés e Marias que jamais haviam tido oportunidades de exercerem a cidadania. O Brasil soberano, comprometido com o desenvolvimento e a justiça social, está vencendo o Brasil do atraso e da exclusão. O Brasil dos trabalhadores está desatando as mordaças impostas pelos coronéis e pelas elites.
Por isso, os petroleiros estão novamente nas ruas, apoiando a reeleição do presidente Luiz Inacio Lula da Silva. Queremos que este novo Brasil siga adiante e avance.

Não podemos permitir jamais o retrocesso. Portanto, neste momento em que as forças políticas conservadoras tentam de tudo para retomarem o poder, temos que redobrar a nossa luta em defesa da reeleição do presidente Lula.
Estamos diante de dois projetos opostos de Brasil.

De um lado, o Brasil representado por Geraldo Alckmin, o candidato das elites, do capital financeiro, dos grandes empresários e corporações estrangeiras, que tem o apoio explícito dos principais veículos da imprensa brasileira.

Do outro lado, o Brasil que o presidente Lula está reconstruindo, cuja continuidade e avanços dependem de nós. Por isso a candidatura Lula é defendida pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e, principalmente, pela força do povo.
Os petroleiros estão com Lula porque sabem que a sua reeleição fará o Brasil continuar a crescer de forma sustentável, gerando empregos, distribuindo renda e garantindo políticas sociais de inclusão, como o Bolsa Família e o Pró-Jovem.

Os petroleiros estão com Lula porque o seu governo retomou o papel de empresa pública da Petrobrás, que voltou a crescer, gerar empregos e riqueza para o Brasil, transformando o nosso país auto-suficiente na produção de petróleo.

Os petroleiros estão com Lula porque viveram na pele os ataques e repressão do governo FHC e os efeitos de sua política de entrega do patrimônio público ao capital privado e internacional.
Os petroleiros estão com Lula, em defesa do povo brasileiro, da soberania nacional e da integração latino-americana!

Vamos fazer o Brasil avançar, com a força do povo. É Lula de novo!

 

Dom Pedro Casaldáliga decide votar em Lula

Segundo Turno
Dom Pedro Casaldáliga *

O segundo turno nos coloca diante de uma alternativa clara:

1. Votar em Lula é votar a favor de uma possibilidade real de política popular e na crescente construção de uma democracia que seja também econômica, social, étnico-cultural.

É votar pela liberdade de ação dos movimentos populares e pela possibilidade de cobrar do governo atual os seus melhores compromissos.

É votar pela segurança de termos, em alguns ministérios, pelo menos, ministros autenticamente bons.

É votar por uma política exterior que siga promovendo a verdadeira integração latino-americana e caribenha, possibilitando a presença e a palavra dos povos do terceiro mundo e contestando o neoimperialismo.

Isso sim: Votando contra toda corrupção e contra toda impunidade.

2. Votar em Alckmin é votar abertamente a favor do capitalismo neoliberal, com tudo o que isso significa contra os direitos da maioria popular.

É votar a favor da minimização do estado, tornando-o impotente.

É votar a favor da flexibilização do trabalho, abafando a dignidade e as reivindicações legítimas do povo trabalhador.

É votar a favor da dilapidação do patrimônio publico em privatizações entreguistas.

É deixar de lado oficialmente toda luta contra a depredação da Amazônia, contra os transgênicos, contra o agronegócio ecocida e de só exportação.

É satanizar o movimento popular, sobretudo nas reivindicações dos povos indígenas e nas lutas pela reforma agrária contra o latifúndio e pela moradia contra a especulação imobiliária.

É sepultar o sonho e o compromisso de uma Nossa América fraternalmente integrada.

É votar pelo velho-novo imperialismo, pelo velho-novo capitalismo das elites privilegiadas.

É votar pela exclusão da maioria popular.

* Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) e um dos mais importantes militantes brasileiros pelos direitos humanos.

 

Beth Carvalho decide votar em Lula

LEIA CARTA ENDEREÇADA AO PRESIDENTE DO PDT

Rio, 13.10.2006

Carta ao PDT de Beth Carvalho, vice- presidente de honra do PDT, título dado carinhosamente por Brizola em seus governos.

Estimado amigo Carlos Lupi, Presidente Nacional do PDT.

Cumprimentando-o cordialmente, quero expressar minha estranheza diante de notícias indicando que o PDT iria apoiar o candidato Geraldo Alckmin no segundo turno.

Nada mais absurdo.

Seria como uma vergonhosa conciliação do trabalhismo com a UDN de hoje e de sempre, os que defendem os interesses estrangeiros no Brasil e que realizaram o maior processo de privatização e internacionalização de patrimônio público de que se tem notícia no mundo!

Se bem é verdade que o atual governo tem limites e erros, inclusive muitos de gravidade, seria uma infantilidade imaginar que o Alckmin, que acaba de privatizar por 1 bilhão de reais a Empresa de Transmissão de Energia Elétrica de São Paulo, avaliada em 11 bilhões, poderia algum dia ser aliado dos trabalhistas. Jamais!

Vale registrar que nesta privatização, ocorrida em julho, o edital, estranhamente, proibiu a participação de empresas estatais brasileiras no leilão - e havia a COPEL do Paraná interessada - com o que uma empresa lucrativa terminou nas mãos de uma empresa estatal colombiana, cujo controle acionário, hoje, está em mãos de capital norte-americano. Esse é o Alckmin.

Os erros do governo Lula devem ser corrigidos urgentemente, tarefa da qual se ocupa hoje todos os movimentos sociais que também apóiam criticamente o atual governo, mas não se pode negar que houve algumas alterações políticas corretas e nada desprezíveis.

A política externa brasileira, pela primeira vez em muitos anos, defende corretamente os interesses nacionais.

Houve um freio no processo de privatização que estava em curso desde Collor de Mello, ampliou-se, ainda que timidamente, os investimentos em programas sociais, o protagonismo do estado começa a ser retomado, como por exemplo na recuperação da indústria naval , está em curso a recuperação do salário mínimo e os movimentos sociais deixaram de ser criminalizados.

É claro que estes pontos positivos não esgotam a necessidade de um projeto de nação mais definido, tal como sempre nos lembrava constantemente o nosso saudoso Leonel Brizola. Porém, o candidato Alckmin é representante de um projeto rigorosamente antagônico a tudo o que o trabalhismo sempre defendeu e defende.

Entretanto, quero chamar a atenção para um aspecto que me parece importantíssimo na política do Governo Lula: a defesa da integração latino-americana!

Não por acaso os EUA criticam constantemente o Itamaraty, como também a mídia controlada pelos anunciantes multinacionais. E esta integração latino-americana é estratégica para consolidar Cuba e Venezuela, para permitir uma autonomia dos países latino-americanos frente aos grilhões da política dos EUA, assim como, para garantir uma alternativa concreta, solidária e cooperativa, dos nossos povos diante da pressão estadunidense para impor a ALCA, que o candidato Alckmin já indicou ser defensor.

Não poderia deixar de falar que no plano cultural há uma política pública, que, mesmo sendo aquém do necessário, ela prioriza a retomada do cinema brasileiro, o acesso do público a espetáculos musicais que circulam todo o país, como o Projeto Pixinguinha, a criação dos Pontos de Cultura junto a comunidades carentes.

É claro que ainda falta uma mudança substancial na política de comunicação, mas quando se fez uma tentativa, com a proposta da Ancinav, os representantes do império e o coronelismo eletrônico tupiniquim, fizeram uma devastadora campanha de desconstrução da proposta, até que fosse retirada.

Neste sentido, não há o menor cabimento do PDT ter sequer dúvidas sobre quem apoiar: deve apoiar o companheiro Lula, numa aliança que inclui até mesmo Hugo Chávez, Nestor Kirchner e Evo Morales, os movimentos sociais, os intelectuais e artistas progressistas, a igreja popular, os sindicatos, o empresariado nacional.

É isto o que está em jogo agora: Lula, com um projeto em construção, passível de ser corrigido e aprofundado, em defesa dos interesses populares e nacionais, e Alckmin, com o outro projeto, que favorece ao capital estrangeiro, à retomada do controle do estado pelos neoliberais levando o Brasil a um distanciamento da América Latina, à uma submissão à Washington, e uma volta à repressão aos movimentos sociais como se viu na triste era FHC, cuja meta, como lembram-se todos, era destruir a Era Vargas!

O PDT deve recomendar o voto em Lula e apresentar um programa com pontos programáticos trabalhistas a serem incluídos na política do próximo governo.

Saudações Brizolistas e trabalhistas.

Beth Carvalho

PS: Infelizmente o PDT optou pela neutralidade. Na minha opinião ficar neutro neste momento grave da história brasileira é, de fato, negar os ideais de Vargas,Brizola, Jango, Pasqualini e tantos outros trabalhistas. É omissão, é favorecer a direita.
Beth Carvalho
Rio,17/10/2006

18 de outubro de 2006

 

Na Bahia, o fim de um reinado

Na Bahia, o fim de um reinado - Por Alberto Dines em 17/10/2006
Editorial do programa Observatório da Imprensa na TV nº 394, no ar em 17/10/2006.

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Os resultados do primeiro turno trouxeram muitas surpresas. Uma delas, de grande significado histórico, foi tratada de forma, digamos, comedida. A derrota do senador Antônio Carlos Magalhães não significa apenas o fim de um poderoso clã regional, o carlismo. Representa também o fim de uma era na grande imprensa nacional.

Chamado de vice-rei da Bahia, ACM foi um dos controladores da mídia brasileira nos últimos 30 anos. Sempre nas sombras. Deu as cartas durante a ditadura, a distensão e mesmo depois da redemocratização. Tinha ligação direta com os donos de jornais e revistas, mas também com os mais importantes jornalistas, aos quais alimentava com notícias exclusivas.

Como ministro das Comunicações no governo Sarney, ACM iniciou a farta distribuição de canais de rádio e TV aos políticos aliados e às empresas de comunicação amigas, o que explica a relativa discrição com que foi noticiado o fim do seu reinado.

A perseguição de ACM ao Jornal da Bahia é um dos episódios mais dramáticos da história da imprensa brasileira contemporânea. Ao revivê-lo em detalhes, este Observatório da Imprensa pretende lembrar que a liberdade de expressão é uma conquista parcial. Outros coronéis continuam no poder e insistem em ameaçá-la.

LEIA TAMBÉM ARTIGO PUBLICADO NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA:

CALÚNIA & DIFAMAÇÃO
MEUS PROBLEMAS ACABARAM
Por Jorge L. M. Lima em 17/10/2006

Eu nasci pobre. Casei, duas vezes, com mulheres pobres. Sou um emérito azarado em qualquer tipo de jogo. Passei anos achando que ia ganhar no Totó-Bola, até descobrir que era uma fraude e ver seus donos serem presos. Não tenho conhecimento técnico para inventar algo que seja um estrondoso sucesso de vendas.

Mas meus problemas acabaram. Lendo um artigo no Observatório da Imprensa descobri um nicho de mercado para ganhar muito dinheiro. Só que vou ter que esperar a aposentadoria para pôr em prática meu plano de enriquecer.

Nababescos honorários

Eduardo Guimarães, em seu artigo "Imprensa, meias verdades e mentiras inteiras", me deu a luz. Como advogado, vou me especializar em processos indenizatórios contra os meios de comunicação. Considerando a fartura de calúnias, acusações sem provas, condenações baseadas em engajamento político e na obtusidade, para não dizer mau-caráter mesmo, de editores, articulistas e demais adeptos da "Lei de Lynch" estabelecidos nas redações, estou com a vida feita.

Claro que há alguns problemas a serem resolvidos. Em primeiro lugar tenho de torcer para que o presidente Lula seja reeleito. Só isso já garante, pelos próximos quatro anos, que os principais meios de comunicação continuem a investigar, julgar e condenar qualquer petista que lhes cruze o caminho. Os da safra atual já estão na mão de advogados.

Em segundo lugar, preciso rezar para que algumas figurinhas carimbadas não sejam reduzidas à miséria em conseqüência dos processos de que já são alvos. Em terceiro, esperar que algumas linhas editoriais tipo "É petista? Mata, esfola e come!" continuem sucesso de crítica e público.

Tendo a sorte de que esse estado de coisas se mantenha, tenho certeza de que, em uns 10 anos, estarei dirigindo um importado de alto luxo, bebendo uísque 18 anos e passando férias na Europa, graças aos nababescos honorários que arrancarei do cofre dos nossos elitistas meios de comunicação.

 

O Diretor de Redação da Folha "não sabia de nada"...

Ao ler a matéria de CartaCapital, ainda na noite de sexta-feira, 13/10, fiquei estarrecido, perplexo, embasbacado e... revoltado, para dizer o mínimo. Levantei-me, de imediato, e me dirigi ao computador para enviar uma mensagem ao ombudsman da Folha (com cópia para a direção do jornal) em que dizia, resumidamente, as seguintes, e singelas, palavras: “Estou estarrecido/estupefato/boquiaberto com informações que obtive através de matéria do jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, na revista CartaCapital dessa semana.

Através dessa matéria, fiquei sabendo que dois jornalistas da Folha, certamente com a cumplicidade das suas respectivas chefias (ou, nesse caso, seria legítimo dizer que o Diretor de Redação não sabia de nada?), sabendo de uma certa realidade, criou matérias jornalísticas manipulando essa realidade de tal sorte a servir ao propósito de prejudicar a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Certamente, a essa altura dos fatos, o eminente ombudsman já deve ter lido a referida matéria e procurado ouvir o outro lado, o dos repórteres citados. Diante de tal grave fato, só restam duas alternativas: ou o Diretor de Redação da Folha diz-se traído pelos seus funcionários [na verdade, um dos funcionários citados não é propriamente um repórter, é a editora-executiva da Folha, sra Eleonora de Lucena] e demite a ambos ou, caso contrário, no caso de não haver nenhuma punição exemplar por parte do jornal aos seus jornalistas, é a vez do senhor, preservando sua dignidade como profissional, pedir demissão.

Pois, mais vale a dignidade do que um emprego. Não estou certo? Pode estar certo que, em caso de prevalecer a segunda alternativa, o acompanharei, junto com muitos outros leitores, abandonando o jornal, cancelando de imediato a assinatura.”

Desnecessário dizer que não obtive resposta do ombudsman ou mesmo da direção do jornal, tampouco tive minha carta publicada no Painel do Leitor. Afinal, eles são isentos e pluralistas – e quem manda, no fim das contas, ou, melhor dizendo, na linha editorial do faz-de-conta, é o assinante/leitor.

Além do que, cabe a pergunta: há resposta possível?Essa matéria de CartaCapital, como tantas outras excelentes matérias veiculadas por esse semanário, certamente não obterá a repercussão necessária, pois esse é um veículo típico daquela imprensa que não tem vergonhas a mostrar ou esconder. Como sabemos, é um pequeno Davi enfrentando os gigantes da nossa mídia – lembro-lhes que a tiragem de Veja é de cerca de 1.100.000 exemplares contra algo em torno de 60.000 da valorosa e valente CartaCapital.

Porém, é nossa obrigação de cidadãos difundir essa matéria para quantos for possível. Além de, é claro, lê-la com a máxima atenção e discuti-la com o nosso próximo – como quem compartilha as idéias nossas de cada dia.

Foi vergonhoso e infame o triste papel feito pelos jornalistas e chefes de jornalismo da Folha, do “Estadão” e da TV Globo, bem como a inconfessável teia de sordidez em que se enredaram. E que artimanhas torpes como essas não nos levem, ao final da eleição, a dar de cara com “o imponderável” – como adverte o jornalista Tão Gomes.

Afinal, vai ser difícil explicar, ao povo e aos movimentos sociais notadamente, os métodos heterodoxos – para usar de um eufemismo – de que se utilizaram a mídia e os donos do poder para tirar da Presidência um dos presidentes mais populares e queridos da história da República. Que o imponderável não nos faça uma surpresa – o que seria por demais desagradável, decerto.

Lula Miranda – Agência Carta Maior

 

A mídia expõe suas vergonhas - lições de um jornalismo sórdido

Foi vergonhoso e infame o triste papel feito pelos jornalistas e chefes de jornalismo da Folha, do “Estadão” e da TV Globo, bem como a inconfessável teia de sordidez em que se enredaram.
Leia artigo de Lula Miranda na Agência Carta Capital.

 

Artistas baianos estão ficando para trás na campanha de Lula

Acostumados ao mecenato de Estado do PFL, há 16 anos mamando nas tetas da viúva, os artistas baianos, de modo geral, estão caladinhos neste segundo turno das eleições. No Rio de Janeiro, muitos artistas se manifestam a favor de Lula. Nesta terça-feira (17), no Canecão, muitos se manifestaram: Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Dercy Gonçalves, Augusto Boal, a atriz Tássia Carmargo, todos eles se juntaram a jogadores de vôley como Maurício e Fernandão para apoiar Lula.

Nesta quarta-feira (18) no Ceará, acontece ato público com presença de artistas. Será divulgado um manifesto de apoio a Lula com 200 assinaturas. O ministro Gilberto Gil costuma elencar as conquistas do Governo Lula na área cultural. A cultura deixou de ser somente para consumo da classe média e começou a ser feita pelo povo e para o povo. Talvez seja esta a dificuldade dos artistas baianos, acostumados a trabalhar para as elites.

Aqui tem gente que se péla de medo só de pensar em apoiar Lula abertamente.

 

Se existisse "Mentirobrás", Alckmin a privatizaria

Tem hora que só apelando para o humor. É tão evidente o objetivo de Alckmin de retomar o escandaloso processo de privatização que dá pena vê-lo negar a idéia. Tentando negar esse objetivo escuso, Alckmin chegou a afirmar que o Governo estaria criando a “Mentirobrás”. O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, respondeu na hora: se existisse “Mentirobrás”, Alckmin a privatizaria.
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Alckmin tenta negar que acabaria também com o programa Bolsa-Família. É evidente que acabaria com o Bolsa-Família. A elite paulista acha que é um desperdício de dinheiro gastar com programas sociais. Para a elite paulista dinheiro tem que ir para as empresas, só para as empresas.
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Coisa engraçada é ver o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) integrando a coordenação nacional de Alckmin. Ele não se sustenta das pernas nem na Bahia. Sumiu. Outro dia mesmo estava reunido em Recife com a turma tucana. José Carlos Aleluia pensa que vai substituir o decadente senador ACM na política da Bahia. E até já convenceu jornalista da Bahia dessa idiotice.

 

Lula sobe nas pesquisas, novo golpe se aproxima

A cada pesquisa Lula dispara. Resta ao PSDB/PFL o caminho do golpe. Há um desespero no ar. Todos se perguntam nas ruas: o que a direita fará agora? O primeiro golpe já aconteceu, com o comprovado complô da grande imprensa, que interferiu no processo político e levou ao segundo turno. Tudo está muito bem explicado pela revista Carta Capital. É uma vergonha para jornais e jornalistas. A banda sadia da imprensa deve ficar de olho.

A segunda pesquisa Datafolha, após o debate na TV realizado no último dia 8, aponta que a vantagem de Lula subiu de 11 pontos para 19 pontos em relação ao adversário tucano. A pesquisa encomendada pela Folha e pela TV Globo foi divulgada nesta terça-feira (17) pelo "Jornal Nacional".

Confira:Lula subiu de 51% para 57%;Alckmin caiu de 40% para 38%.Considerando apenas os votos válidos ( excluindo brancos, nulos e indecisos )Lula subiu 56% para 60%;Alckmin caiu de 44% para 40%.

A vantagem de Lula sobre Alckmin subiu de 12 pontos para 20 pontos nos votos válidos.Os tucanos estão em desespero. A sanha golpista das elites está como libido de cachorra no cio. Há que se ter o maior cuidado com a imprensa suja. Os “formadores de opinião” são capazes de tudo. Lembrem-se do golpe midiático que levou ao segundo turno. Querem ganhar no tapetão. Olho vivo.

 

Prejuizo com venda de livros explica fúria da Abril contra Lula

"As empresas não têm ideologia, têm negócios". Esta definição, pinçada dos estudos sobre cultura de massa dos filósofos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), pode estar na origem da ira da Editora Abril e sua principal ponta-de-lança, a revista Veja, contra o PT e o governo Lula.

A artilharia da revista para a dinamitação de um então hipotético segundo mandato de Lula teve início na edição de 25 de maio do ano passado, com a capa do rato trajando terno, gravata vermelha e uma cigarrilha entre os dedos.

Nesse período, aponta reportagem do jornal Valor Econômico, intitulada "Editoras menores vendem mais ao governo federal", já se preparava no Ministério da Educação a portaria 2.963 , que viria a ser publicada dois meses depois no Diário Oficial.

Assinada pelo ministro Fernando Haddad, a portaria 2.963, "dispõe sobre as normas de conduta para o processo de execução dos Programas do Livro", proíbe a distribuição de brindes e vantagens, veta a publicidade e a produção de eventos promocionais nas escolas, entre outros recursos de marketing que pudessem induzir os professores à escolha dos livros que iriam usar nas salas de aula.

"As regras para a divulgação de livros didáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte", diz o Valor.

O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) vai comprar 102 milhões de exemplares para distribuição gratuita nas escolas públicas.

A mudança nas regras de divulgação não foi nada boa para a Abril, pois colocou na ilegalidade suas práticas de marketing e divulgação junto aos professores. Ao Valor, o diretor-geral da Abril-Educação, João Arinos dos Santos, diz: "Reconhecemos que pode ter havido excessos na divulgação, mas acreditamos que a forma de coibir isso não é proibir a divulgação".

O descontentamento de Santos mora na queda do faturamento da Abril entre o último orçamento do PNLD de FHC e o do ano que vem. Em 2004, as duas editoras de livros didáticos da Abril – Ática e Scipione – ocupavam o primeiro e o quarto lugar entre as maiores fornecedoras, totalizando contratos de R$ 128,7 milhões.

Com o fim dos "excessos na divulgação", perderam 30% do mercado – ambas vão faturar R$ 88,4 milhões – ou R$ 40 milhões a menos do que em 2004. Pior ainda, perderam espaço em um mercado que cresceu: em 2004, o PNLD gastou R$ 412,4 milhões; no ano que vem, vai desembolsar R$ 456,7 milhões.

Fonte: blog do Alceu Nader -


 

PT denuncia manobra e vai levar revista Veja à Justiça

A coordenação da campanha Lula denunciou uma manobra da oposição que coloca em risco as instituições democráticas brasileiras. Ao tentar mobilizar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e outras instituições contra a Polícia Federal — se utilizando, para isso, de informações falsas e fatos "requentados" - os adversários políticos de Lula estão criando um clima de instabilidade no processo eleitoral que pode levar à tentativa de "fraudar a vontade popular".

A denúncia foi feita pelo presidente interino do PT e coordenador-geral da campanha Lula, Marco Aurélio Garcia, e pelos governadores eleitos pelo PT, Jaques Wagner (Bahia) e Marcelo Déda (Sergipe), em entrevista coletiva à imprensa, em Brasília. "O fato objetivo é que a oposição está tentando mirar no presidente Lula e está acertando na democracia brasileira", acusou Déda.

Parte dessa operação foi desencadeada pela revista Veja que, na edição desta semana, requentou supostas informações para animar setores da oposição a retomar acusações levianas contra a candidatura Lula. Utilizando-se dessas supostas informações, representantes de partidos de oposição se reuniram na segunda-feira para traçar estratégia contra a Polícia Federal, tentando envolver o Congresso, o Judiciário e a OAB.

"Eles (a oposição) estão envolvendo a OAB não para colaborar com um processo democrático, mas para colocá-la em rota de choque com outra instituição democrática, que é a PF, sem nenhum dado ou prova. Sem nenhum fato objetivo", disse o governador eleito de Sergipe, para quem a oposição está sofrendo de "pesquisite aguda" — uma síndrome que às vezes acomete os políticos que estão diante de pesquisas que lhe são amplamente desfavoráveis, explicou Déda.

"O PSDB, o PFL e os seus aliados estão agora vivendo um caso clássico dessa patologia política."Segundo Marco Aurélio Garcia, a campanha não aceitará passivamente a tentativa de setores da oposição de "vencer no tapetão" e atuará para preservar a vontade popular.

MEDIDAS CONTRA VEJA

Marco Aurélio Garcia se reuniu ontem (16) com os líderes do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e vice-líderes do PT. Chinaglia afirmou que "várias ações estão sendo tomadas no âmbito partidário, no sentido de representar juridicamente contra a revista Veja", disse.

"Não há nenhuma dúvida que a revista Veja, intencionalmente ou por erro, levou informações completamente erradas e mentirosas ao seu público leitor. Em cima do publicado na Veja a oposição, de forma muito excitada, acha que vai envolver o próprio Poder Judiciário numa manobra que traduz um sentimento da oposição de derrota e de não aceitar o jogo democrático", afirmou.

Na reunião os líderes informaram ao presidente do PT as iniciativas no Congresso "tanto no ponto de vista de fazer o debate público como também de trabalharmos junto com líderes da base aliada, no sentido de entender que este enfrentamento político garanta a lisura do pleito. Creio que é uma reunião que faz parte de uma divisão de trabalho entre os que apoiamos o presidente Lula", acrescentou Chinaglia.

Segundo o líder do PT , deputado Henrique Fontana, percebe-se um favoritismo crescente do presidente Lula, e "estaremos extremamente atentos para evitar qualquer tipo de manobra para que a oposição tente desestabilizar o processo político e a vontade do povo brasileiro", disse.

Fonte: www.informes.org.br

17 de outubro de 2006

 

Wagner critica revista Veja por tentar desestabilizar Polícia Federal

“Na mão grande não vão ganhar” disse o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, integrante da Coordenação Nacional da Campanha de Lula, referindo-se à tentativa do PSDB e PFL de desestabilizar a Polícia Federal como estratégia para reverter a vantagem de Lula nas pesquisas de intenção de voto.

Segundo ele, trata-se de uma leviandade, oportunismo, desespero eleitoreiro querer levantar a lebre sobre essa instituição para “virar o jogo e ganhar na mão grande”. Ele estava se referindo à matéria da revista Veja sobre o Dossiê do Serra.

O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, ao lado dos governadores eleitos da Bahia e de Sergipe, Jaques Wagner (PT) e Marcelo Déda (PT), acusaram o PSDB e o PFL de tentarem desestabilizar a PF como estratégia para reverter a vantagem de Lula nas pesquisas de intenção de voto.

A campanha Lula sabe que a oposição está usando a revista "Veja" em prol da candidatura do tucano Geraldo Alckmin (PSDB). Garcia disse que a coordenação de Lula vai ingressar na Justiça com pedido de direito de resposta e ação cível de reparação de danos morais contra a revista "Veja".

Os responsáveis pela matéria da "Veja" sobre o dossiê cometeram os crimes de calúnia, injúria e difamação.

"Não vamos aceitar esse tipo de ofensiva passivamente. Queremos que a vontade popular seja preservada. Não será com factóides, subterfúgios ou leguleios", disse Garcia.

A campanha de Lula vai reunir os presidentes dos partidos aliados para discutir medidas contra a ação do PSDB e do PFL. Os governadores aliados também vão se reunir para mobilizar os aliados de Lula com medidas que desmascarem os ataques da campanha de Alckmin.

Segundo Déda, o PSDB e o PFL estão "desesperados" por terem percebido a larga vantagem de Lula nas pesquisas, mesmo depois da mudança de postura de Alckmin, que partiu para o ataque contra Lula.

"A oposição sofre de "pesquisite aguda", uma doença com a qual se deparam quando estão com o cenário desfavorável nas pesquisas. A febre e o delírio provocam horizonte longe do mínimo de normalidade", ironizou Déda. E tenta a qualquer custo ganhar a eleição no chamado "tapetão". "Alguns partidos de oposição, no desespero de mudar o cenário eleitoral, querem desrespeitar as instituições brasileiras", criticou Wagner.


 

Só a vitória de Alckmin salvaria o carlismo da extinção

A vitória de Alckmin é a tábua de salvação de ACM

Com a manchete acina, a revista Fórum está nas bancas, com o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, na capa, com foto de Manu Dias. Wagner conta a história da grande vitória sobre o carlismo, enumera como fatores: o cansaço dos eleitores com o PFL, os xingamentos do senador ACM contra o presidente Lula, o acerto da colagem de sua imagem à imagem de Lula, a união dos partidos de oposição e à independência do Poder Judiciário, que antes era atrelado aos políticos. Wagner faz campanha para Lula porque uma vitória de Alckmin representa a ressurreição de um modo de fazer política que o povo baiano acaba de rejeitar. Seria um retrocesso.

LEIA MATÉRIA DA REVISTA CARTA CAPITAL

A vitória de Alckmin é a tábua de salvação de ACM

Por Glauco Farias

Após protagonizar a vitória mais expressiva do PT nas eleições de 2006, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, passou à coordenação da campanha de Lula no segundo turno e adquire ainda mais peso no cenário nacional. Também por conta disso, acha que o PT deve, passadas as eleições, se “federalizar” de fato. Isso não significa privilegiar uma ou outra região, o que seria “uma besteira, uma substituição de uma coisa por outra igualmente errada”, assegura. Wagner também atribui parte dos méritos de sua vitória à agressividade de ACM contra o presidente Lula e garante que o grupo carlista vê em uma eventual eleição de Alckmin para presidente sua “tábua de salvação”. “Vão pedir ministérios, o PFL vai querer direcionar as verbas federais da Bahia e farão isso não pra tentar ajudar a Bahia a crescer, mas para atrapalhar o governo do estado”.

Acompanhe abaixo entrevista exclusiva concedida à Fórum por telefone.

FÓRUM - A sua vitória na Bahia foi talvez a mais simbólica desse primeiro turno, mas até o último momento as pesquisas indicavam a vitória do candidato de ACM. Como o senhor viu todo esse processo de virada?

JAQUES WAGNER - Esse é um processo que começa em 2002, quando fui candidato pela primeira vez e as pessoas achavam que era uma loucura eu ser candidato. Disse que seria candidato independente da loucura porque acreditava que na Bahia existia uma vontade de mudança, de alternância de poder político. Saí com apenas quatro partidos coligados e dois minutos de televisão, e tivemos a primeira surpresa: as pesquisas me davam 18%, fiz 38,% e a soma das oposições deu 47%. Ou seja, já em 2002, a vitória do governador foi apertada. Quando saí daquela eleição, saí com uma convicção: o tamanho do PFL na Bahia corresponde a 30% do eleitorado. A gente perdia eleição porque não conseguia motivar 35% do eleitorado para votar na oposição, que era fragmentada.
Nas eleições de 2006, o cenário não era diferente de 2002, eu tinha 3%, 4% e todos diziam que era uma loucura sair do ministério para enfrentar uma montanha de problemas. Qual é a diferença de 2002 para 2006? Primeiro, conseguimos unir a oposição, a nossa coligação tinha nove partidos e mais de 70 prefeitos nos apoiando. Registro também a participação do PSDB, que na Bahia não lançou candidato e não apoiou o candidato do PFL. Tinha quase nove minutos de televisão enquanto o lado de lá tinha minguado e eram 16 anos de governo, o que traz um desgaste natural.

FÓRUM - A que fatores o senhor atribui sua vitória?

JAQUES WAGNER - Primeiro, o cansaço do PFL na Bahia; segundo, a aprovação do governo Lula, que teve 67% no primeiro turno e ficou claro que eu, por ter sido ministro dele, representava esse projeto na Bahia. Por fim, a agressividade exagerada do senador [ACM] contra o presidente Lula também gerou uma reação de gente que não concorda com essa falta de educação. Além disso, de 2002 pra cá o Judiciário baiano se afirmou como um poder independente politicamente. Antes se dizia que era controlado totalmente pelo grupo do PFL. Isso também causou um impacto muito grande no interior, porque as pessoas que temiam ficar contra porque teriam dificuldades no Judiciário se deram conta de que isso não acontecia mais. Na campanha das ruas, ficou claro pra mim que tínhamos conseguido falar com o coração e a mente dos baianos. As pessoas me abraçavam, as crianças falavam comigo, os idosos me diziam “nos liberte dessa gente” e pensei: o segundo turno está garantido. E nos últimos dez dias, quando chegávamos nas cidades, o movimento cresceu muito, o povo vinha pra rua sem banda nem nada, só pra nos ver, daí pensei que tínhamos chance de ganhar no primeiro turno. Só eu falava isso. Minha equipe ficava calada, mas ouvia. Nossas pesquisas também mostravam o mesmo número, por isso precisamos analisar qual o problema delas. Não tinha nenhuma pesquisa interna dizendo que eu iria ganhar, valeu o sentimento de rua nosso. Há um problema metodológico, pode haver um problema de manipulação, mas não vou acusar sem ter provas, a verdade é que em 2002 e em 2006 houve um erro grosseiro da ordem de 20%.Mas o resultado está aí e confirmou a minha tese. O julgamento não foi em relação propriamente ao Paulo Souto, que é um dos melhores quadros deles, mas ao PFL baiano. Ele teve dois milhões e seiscentos mil votos, ou seja, 29% do total do eleitorado de pouco mais de nove milhões. Nós tiramos muito pouco deles, o que nós fizemos foi despertar a Bahia insatisfeita com eles a aprovar nosso projeto. Desde 1990, a votação deles era cerca de 30% do colégio eleitoral, o que dava mais de 50% dos votos válidos. Eles não cresciam, mas nós também não. Agora, a diferença é que estava ao lado do presidente Lula, as acusações contra o PT não bateram em mim, a militância foi pegando gosto, fizemos uma coligação grande e está aí o resultado. Concordo com você que é a vitória mais inesperada e mais simbólica das eleições desse ano.

FORUM - Ainda mais considerando que Paulo Souto é uma tentativa de renovação dentro do carlismo...

JAQUES WAGNER - O erro dele foi esse. Ele é um quadro diferenciado, mas não tinha força para produzir essa renovação por conta do controle do “velho”. A visão de mundo e a postura dele é diferente, mas não conseguiu acumular força interna para alterar esse quadro.

FORUM - Em relação à sua saída do governo, foi um momento difícil já que o senhor foi uma peça fundamental na recuperação do governo após a crise política? Como o presidente encarou isso?

JAQUES WAGNER - Já tinha combinado com ele, até porque sou uma pessoa que respeita o projeto e a hierarquia. Quando falo de hierarquia, não é que me submeto, mas sei que existe uma escala de prioridades. Em março, a situação já estava bem melhor e falei com o presidente que na Bahia o PT não tinha preparado outro quadro e achava muito ruim isso acontecer justamente no território de Antonio Carlos, do PFL mais duro contra o presidente. No jogo eleitoral nacional isso também ia pesar. Se isso fosse fatura liquidada, não tivesse nenhuma candidatura para enfrentá-los, iam jogar soltos em nível nacional. Como no futebol, era preciso fazer uma marcação sob pressão aqui. Discuti com o presidente, em um primeiro momento também tinha dúvidas, mas decidimos ir embora.

FÓRUM - A sua vitória, assim como os triunfos petistas no Piauí, Acre e Sergipe, sinalizam que o PT deve ser menos paulista e se tornar, no comando, um partido mais nacional?

JAQUES WAGNER - Toda vez que você sai das urnas, tem-se uma nova radiografia de poder. Sempre defendi que o PT tem que ser mais federalizado possível e temos que pensar nisso na reestruturação do partido. Passado o segundo turno, é necessário uma reflexão, não para dizer “agora quem manda somos nós”, porque acho isso uma besteira, uma substituição de uma coisa por outra igualmente errada. Acho que a gente tem que oxigenar. Por exemplo, o Nordeste foi a última região a ter um deputado federal pelo PT, eu e Alcides Modesto fomos os dois primeiro eleitos em 1990. Depois o partido se espraiou mais e foi se consolidando. Lógico que isso é reflexo de uma política de desenvolvimento regional do governo Lula e o Nordeste faz parte dessa política não só em políticas sociais, mas em investimento em infra-estrutura, na captação de novos negócios, na geração de empregos. O Nordeste se deu conta de que este é um governo da federação, que não governa apenas para as regiões mais poderosas. Isso se reflete na urna e, repito, não é só programa social, é a postura de trazer refinarias, siderúrgicas, investimentos, potencializar a agricultura familiar. Os quadros do PT aqui na região, até pela dificuldade de o partido se afirmar no começo, foram treinados para superar problemas. Mas não quero dizer que agora o PT é nordestino, isso é uma bobagem. Por que o presidente ganha em uma região e perde em outra? Em Santa Catarina, por exemplo, onde éramos aliados do Luiz Henrique e rompemos, quanto isso contribuiu para o resultado ali? No Rio Grande do Sul, tem uma crise econômica no estado e estão responsabilizando o governo federal.

FÓRUM - O problema do dossiê pesou na já que o senhor foi uma peça fundamental na recuperação do governo após a crise política? Como o presidente encarou isso?

JAQUES WAGNER - Já tinha combinado com ele, até porque sou uma pessoa que respeita o projeto e a hierarquia. Quando falo de hierarquia, não é que me submeto, mas sei que existe uma escala de prioridades. Em março, a situação já estava bem melhor e falei com o presidente que na Bahia o PT não tinha preparado outro quadro e achava muito ruim isso acontecer justamente no território de Antonio Carlos, do PFL mais duro contra o presidente. No jogo eleitoral nacional isso também ia pesar. Se isso fosse fatura liquidada, não tivesse nenhuma candidatura para enfrentá-los, iam jogar soltos em nível nacional. Como no futebol, era preciso fazer uma marcação sob pressão aqui. Discuti com o presidente, em um primeiro momento também tinha dúvidas, mas decidimos ir embora.

FÓRUM - Hoje o senhor participa da coordenação da campanha de reeleição do presidente. Pelas reuniões que o senhor participou, existe um consenso em relação às razões que teriam levado a eleição presidencial para o segundo turno?

JAQUES WAGNER - Não participei de avaliação de diagnóstico e entrei na fase de implementação. Vou dar uma opinião pessoal. Ir para o segundo turno não é um defeito, faz parte da regra. Infelizmente o pessoal fica doutrinando com “vamos ganhar no primeiro turno”, daí vence, porque teve mais votos no primeiro turno, e fica com o gosto de que perdeu. Disse o tempo todo que a regra do jogo eram dois tempos, esse é o normal. Você ter 48,5% dos votos é espetacular.Óbvio que o dossiê influenciou, já que ele chega em um momento de reta final e é um momento de definição do voto. Isso teve impacto até na Bahia. Meu processo de crescimento, logo que saiu o dossiê, continuou, mas diminuiu em um primeiro momento a velocidade porque as pessoas ficaram com dúvida. Soube que houve comemoração no comitê de Paulo Souto, que comemorava essa redução de velocidade de crescimento. Quero dizer até que a eleição ter ido para o segundo turno produzirá uma tranqüilidade maior para o presidente Lula em um segundo mandato, porque fica líquida e certa a vontade da nação. E aí acho que a raiva que alguns segmentos destilavam ocorreu do primeiro para o segundo turno e acho que podemos ter um governo com uma relação mais madura democraticamente. O Serra, o Aécio, eu, os governadores eleitos, vão querer governar e os trabalhadores e empresários não querem que a relação entre o governo e oposição vire uma guerra de escaramuças. Oposição e governo são duas faces de uma mesma moeda, imprescindíveis, desde que racionais. Não acho que o PSDB e o PMDB vão querer fazer o jogo da rasteira. Tentaram fazer isso para o presidente perder a reeleição e não deu certo. Agora as pessoas vão olhar pra frente, governar pensando em 2010. Creio que teremos um momento de maior maturidade política, uma relação que pode ser dura, mas em outro padrão.

FÓRUM - Em relação ao debate, pelo que se via nas análises da grande imprensa, dava impressão que Geraldo Alckmin tinha vencido por larga margem o debate, mas as pesquisas que se seguiram mostraram que o presidente Lula ampliou sua vantagem. Como o senhor vê essa discrepância entre o que falou a mídia e os dados das pesquisas?

JAQUES WAGNER - Acho normal que o olho da mídia analise o desempenho pontual, enquanto o olho da população mire o futuro. Diria que, teatralmente, performaticamente, ele teve um desempenho avaliado como bom, mas digo que saí do debate empolgado, porque pra mim ficou clara a inconsistência e a falta de profundidade dele.

Pra mim, a questão do avião ia tirar voto dele, não dar, porque é um populismo de quinta categoria. As pessoas falam do avião como se fosse um brinquedo do presidente, mas as Forças Armadas não eram reequipadas há muito tempo. Pergunta pro pessoal da Aeronáutica se eles querem vender o avião. Aquela agressividade exagerada era tanto encomendada quanto artificial. Ele vendeu uma outra imagem e quer na reta final mostrar que mudou da água pro vinho? Ouvi muita gente dizer que ele foi mal educado, grosseiro, por isso saí do debate empolgado. Óbvio que o presidente pode render mais do que rendeu, mas creio que o que está dando nas pesquisas é a leitura da população.

Agora, no segundo turno, são dois caminhos que a pessoa tem que escolher. Na hora da urna, ela olha para o que o Brasil tem e para o que o Brasil tinha. Quando pergunto a alguém em quem vai votar, questiono se a pessoa quer o caminho que o Brasil vem trilhando nos últimos três anos e dez meses ou quer o modelo FHC de governar, porque é isso que o Alckmin representa. Por isso ele tem que ficar no monotema da ética. Não pode discutir projeto político de país porque vai ter que falar do que ele participou. Ele animou a torcida organizada dele, mas não ganhou voto.

FÓRUM - O carlismo sofreu uma derrota dupla na Bahia, perdendo a disputa pelo governo e pelo senado. O senhor acha que esse grupo vê como tábua de salvação a eleição de Alckmin para presidente?

JAQUES WAGNER - Sem dúvida. E isso quero dizer com todas as letras, não só para os baianos, como para os paulistas, cariocas, gaúchos... Sei que minha vitória foi comemorada nos quatro cantos como uma derrota de um estilo de fazer política que fraudou o painel do senado, grampeou telefones e representa um modo dos mais arcaicos. Uma vitória do Alckmin para eles é a tábua de salvação, porque vão pedir ministérios, o PFL vai querer direcionar as verbas federais da Bahia e farão isso não pra tentar ajudar a Bahia a crescer, mas para atrapalhar o governo do estado. A eleição do Alckmin representa ressuscitar essa coisa que a gente conseguiu derrotar com a vontade dos baianos.

16 de outubro de 2006

 

Jornalistas repudiam complô anti-Lula revelado pela revista Carta Capital

Desde sexta-feira (13/10), um escândalo revelado pela revista CartaCapital é motivo de protesto e indignação da parte de profissionais de imprensa. Em matéria de capa, a revista detalhou como o delegado Edmilson Pereira Bruno tramou com diversos veículos da mídia para prejudicar a disputa à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e forçar o segundo turno. Luis Nassif fala da morte do jornalismo, Mino Carta lembra a baixaria de Collor e Paulo Henrique Amorim chega a falar em golpe de Estado. Ainda há jornalistas sérios no país.


O texto, assinado por Raimundo Rodrigues Pereira e intitulado ''Os fatos ocultos'', recebeu comentários de jornalistas e personalidades que mantêm blog ou sites em grandes portais. O portal Vermelho, por meio do editorial de segunda-feira (16), também registrou seu repúdio aos desmandos da mídia brasileira.

Seguem, abaixo, algumas opiniões divulgadas na internet, sobre o complô e a reportagem da CartaCapital.

LUIS NASSIF:
RÉQUIEM DO JORNALISMO

''Nos últimos anos houve vários exemplos de matérias encomendadas, várias evidências de mistura de jogadas empresariais e reportagens, e várias coberturas em que se misturavam cumplicidade com a polícia e autodefesa de jornalistas''

''Mas em nenhum desses casos houve uma abrangência tão grande de veículos e uma falta de limites tão acentuada - independentemente da gravidade dos episódios cobertos - quanto a cobertura da foto dos maços de notas que seriam utilizados para a compra do 'dossiê Vendoin'''

''A reportagem de Raimundo (...) é fria e lógica como uma cirurgia de especialista. Não desperdiça palavras, não gasta acusações, apenas confronta princípios básicos de jornalismo com a atitude de cada veículo, repórteres e direção, no episódio em pauta''

''A exemplo de tantas campanhas absurdas dos anos 90, não adianta invocar a presença do 'inimigo', do crime a ser combatido pouco importando os meios''

''Os 67 mil exemplares da CartaCapital não se equiparam à tiragem das grandes publicações. Mas cada exemplar com a matéria de Raimundo ficará pairando no ar, como um alerta sobre o que ocorre com jornalistas e publicações, quando colocam paixões e interesses acima dos princípios jornalísticos''


LUIS WEIS:
VÍDEO DIVULGADO, ÁUDIO OCULTADO

''A reportagem, a ser verdadeira, como tudo indica, é um libelo contra a grande mídia brasileira - no caso, Folha, Estado e Globo''

''Enquanto esses órgãos de mídia não provarem o contrário, a sua posição é insustentável''

''Ontem e hoje, pelo menos um importante blog e um grande jornal repercutiram, como se diz, matéria da nova edição da Veja''

''Mas por que - ouso perguntar com santa ingenuidade - nem uma única, mísera linha sobre a reportagem de Raimundo Pereira?''


MINO CARTA: 1989

''A reportagem de CartaCapital (...) traz imediatamente à memória a lembrança dos lances finais da campanha do segundo turno de 1989''

''Primeiro, veio à tona a história da menina Lurian, que a mídia contou qual fosse pecado mortal a aventura amorosa de um viúvo. Depois aconteceu a manipulação do debate de encerramento, comandada pessoalmente por Roberto Marinho''

''Os donos do poder estavam então dispostos a agarrar em fio desencapado, no caso o outsider Fernando Collor. A trama atual tem sabor igual, é mais sutil, porém. Mais velhaca''


PAULO HENRIQUE AMORIM:
O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O SEGUNDO?

''Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno.''

''(A reportagem) merecia um sub-título: 'A radiografia da imprensa brasileira'''.

''O golpe funcionou''

''Em 1982, no Rio, quase tomaram a eleição para Governador de Leonel Brizola. Os militares, o SNI, e a Policia Federal (como o delegado Bruno, agora, em 2006) escolheram uma empresa de computador para tirar votos de Brizola e dar ao candidato dos militares, Wellington Moreira Franco''

''O golpe era quase perfeito, porque contava também com a cumplicidade de parte de Justiça Eleitoral e, com quem mais? Quem mais?''

''O golpe contava com as Organizações Globo (tevê, rádio e jornal, como agora) que coonestaram o resultado fraudulento e preparam a opinião pública para a fraude gigantesca''.

''Quantos outros delegados Bruno há na Policia Federal (de São Paulo, de São Paulo!)''

''E se for tudo parar na Justiça Eleitoral? O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello já deixou luminosamente claro, nas centenas de entrevistas semanais que concede a quem bater à sua porta, que é favor da candidatura Alckmin''

''E o segundo golpe? Está a caminho. As peruas da GW já saíram da garagem.''

 

Reeleito deputado federal Zezéu agradece 92.327 votos

Neste domingo (15), de bermudas e barrigão de fora, o deputado federal Zezéu Ribeiro contraternizava com os integrantes de seu Comitê Eleitoral pela vitória da reeleição, na Barraca do Luciano, na Praia de Pituaçu. O ambiente ficou mais alegre ainda quando os petistas que faziam panfletagem na Orla Marítima chegaram com suas camisas e bandeiras vermelhas. Leia a nota de agradecimento divulgada por Zezéu.

MAIS UM MANDATO, MAIS UM COMPROMISSO

O resultado dessa eleição renova o meu compromisso, não só com cada um dos 92.327 eleitores que me confiaram o seu voto, mas com todo o povo baiano e brasileiro. Pela segunda vez, serei seu representante na Câmara dos Deputados. Você mostrou sua força elegendo Wagner por uma Bahia mais justa, de todos nós. Agora só falta uma parte, é reeleger Lula presidente. Essa parceria (Lula e Wagner) é a melhor para o nosso Estado, para a Bahia de Todos Nós.

Agradeço a todos que me reconduziram à Câmara dos Deputados para mais um mandato, e todos aqueles que creditaram ao nosso companheiro Jaques Wagner o governo do Estado, em uma virada histórica, para construir uma nova Bahia. Com Lula reeleito presidente, Wagner à frente do governo e a nossa bancada no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa, vamos inaugurar um novo momento na cultura da política brasileira e baiana.

Zezéu Ribeiro

15 de outubro de 2006

 

PT foi o partido mais votado do país

Pois é. Leio aqui no Valor Econômico que o Partido dos Trabalhadores foi a legenda mais votada do país, com 4,9 milhões de votos. O primeiro turno das eleições desmente asssim as previsões catastróficas sobre o desempenho do PT nessas eleições. O PT foi o partido que obteve mais votos de legenda em nível nacional, com 21,3% do total dos 23 milhões de eleitores. Ficou em primeiro lugar para a Câmara dos Deputados (quase 14 milhões de votos) e em segundo lugar para as Assembléias Legislativas e Câmara Distrital do DF. Isso significa que o PT pode ser o partido mais votado em 2008 nas eleições municipais.

Para destruir o PT não basta nem o desejo dos "formadores de opinião" nem a corrupção deslavada que grassam nas redações!

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