19 de outubro de 2006

 

Petistas querem tornar o partido "menos paulista"

Lideranças petistas pretendem ampliar a participação de grupos de vários estados e correntes políticas na estrutura partidária da legenda, tornando o PT "menos paulista" e "mais brasileiro". Entre os defensores do "novo PT" estão os governadores Jorge Viana (Acre) e Wellington Dias (governador reeleito do Piauí), além dos governadores eleitos Marcelo Déda (Sergipe) e Jaques Wagner (Bahia).

JAQUES WAGNER:
"Acho que é racional e importante essa antecipação para discutirmos mudanças", disse o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner. "O Brasil é um país imenso. Se o PT quiser ser racional, tem que ter toda essa riqueza representada na sua estrutura", afirmou o Wagner.

MARCELO DÉDA:
Déda afirmou que o PT precisa "traduzir o crescimento que o partido teve nas urnas, com uma cara mais diversificada de organização". Para o governador eleito de Sergipe, a "dinâmica partidária não pode reproduzir automaticamente a vontade de uma regional". "Não se trata de demonizar São Paulo, que é um estado grande e importante, mas é preciso que a agenda interna do partido incorpore a agenda dos demais estados, que tenha um sotaque político diferente, multifacetado", declarou.

WELLINGTON DIAS:
O governador do Piauí, Wellington Dias disse que defenderá no próximo Congresso do PT a integração automática dos presidentes estaduais à Executiva Nacional do partido. "A partir do resultado da eleição, teremos uma força maior na estrutura do partido", declarou. "Não culpo esse ou aquele estado, mas quando a direção tem gente demais de um só estado e essa direção entra em crise, todo mundo sofre com a crise", disse Wellington Dias .

JORGE VIANA:
O governador do Acre, Jorge Viana, disse que o PT deve "repactuar publicamente" seus princípios e admitir os erros cometidos. "Vamos ter que mostrar que entramos na água barrenta, suja, mas que conseguimos sair. Quem não quiser, que deixe o partido”. De acordo com Viana, o Acre tem boa representação no partido. "O Sibá participa de todas as reuniões e pela primeira vez o partido vai governar um estado pela terceira vez consecutiva. Mas essa representatividade não está valendo para o resto do país", afirmou o governador acreano.

TARSO GENRO:
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, também é favorável à idéia de que o PT deve passar por transformações. "O Partido dos Trabalhadores tem que deixar de ter seu eixo exclusivo de controle político a partir de São Paulo. Isso não significa desprestígio de São Paulo. Significa uma proposta de compartilhamento e de renovação. Na minha visão, até de reestruturação profunda do partido", afirmou. De acordo com o ministro, "o excesso de poder de um determinado grupo leva a deformações em tudo o que é partido". "A visão de exclusivismo leva ao aparelhismo. Ele vai ser um dos partidos da coalizão democrática, em cima de um programa mínimo", afirmou o ministro. (Rodolfo Torres).

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