18 de outubro de 2006
O Diretor de Redação da Folha "não sabia de nada"...
Ao ler a matéria de CartaCapital, ainda na noite de sexta-feira, 13/10, fiquei estarrecido, perplexo, embasbacado e... revoltado, para dizer o mínimo. Levantei-me, de imediato, e me dirigi ao computador para enviar uma mensagem ao ombudsman da Folha (com cópia para a direção do jornal) em que dizia, resumidamente, as seguintes, e singelas, palavras: “Estou estarrecido/estupefato/boquiaberto com informações que obtive através de matéria do jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, na revista CartaCapital dessa semana.
Através dessa matéria, fiquei sabendo que dois jornalistas da Folha, certamente com a cumplicidade das suas respectivas chefias (ou, nesse caso, seria legítimo dizer que o Diretor de Redação não sabia de nada?), sabendo de uma certa realidade, criou matérias jornalísticas manipulando essa realidade de tal sorte a servir ao propósito de prejudicar a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Certamente, a essa altura dos fatos, o eminente ombudsman já deve ter lido a referida matéria e procurado ouvir o outro lado, o dos repórteres citados. Diante de tal grave fato, só restam duas alternativas: ou o Diretor de Redação da Folha diz-se traído pelos seus funcionários [na verdade, um dos funcionários citados não é propriamente um repórter, é a editora-executiva da Folha, sra Eleonora de Lucena] e demite a ambos ou, caso contrário, no caso de não haver nenhuma punição exemplar por parte do jornal aos seus jornalistas, é a vez do senhor, preservando sua dignidade como profissional, pedir demissão.
Pois, mais vale a dignidade do que um emprego. Não estou certo? Pode estar certo que, em caso de prevalecer a segunda alternativa, o acompanharei, junto com muitos outros leitores, abandonando o jornal, cancelando de imediato a assinatura.”
Desnecessário dizer que não obtive resposta do ombudsman ou mesmo da direção do jornal, tampouco tive minha carta publicada no Painel do Leitor. Afinal, eles são isentos e pluralistas – e quem manda, no fim das contas, ou, melhor dizendo, na linha editorial do faz-de-conta, é o assinante/leitor.
Além do que, cabe a pergunta: há resposta possível?Essa matéria de CartaCapital, como tantas outras excelentes matérias veiculadas por esse semanário, certamente não obterá a repercussão necessária, pois esse é um veículo típico daquela imprensa que não tem vergonhas a mostrar ou esconder. Como sabemos, é um pequeno Davi enfrentando os gigantes da nossa mídia – lembro-lhes que a tiragem de Veja é de cerca de 1.100.000 exemplares contra algo em torno de 60.000 da valorosa e valente CartaCapital.
Porém, é nossa obrigação de cidadãos difundir essa matéria para quantos for possível. Além de, é claro, lê-la com a máxima atenção e discuti-la com o nosso próximo – como quem compartilha as idéias nossas de cada dia.
Foi vergonhoso e infame o triste papel feito pelos jornalistas e chefes de jornalismo da Folha, do “Estadão” e da TV Globo, bem como a inconfessável teia de sordidez em que se enredaram. E que artimanhas torpes como essas não nos levem, ao final da eleição, a dar de cara com “o imponderável” – como adverte o jornalista Tão Gomes.
Afinal, vai ser difícil explicar, ao povo e aos movimentos sociais notadamente, os métodos heterodoxos – para usar de um eufemismo – de que se utilizaram a mídia e os donos do poder para tirar da Presidência um dos presidentes mais populares e queridos da história da República. Que o imponderável não nos faça uma surpresa – o que seria por demais desagradável, decerto.
Lula Miranda – Agência Carta Maior
Através dessa matéria, fiquei sabendo que dois jornalistas da Folha, certamente com a cumplicidade das suas respectivas chefias (ou, nesse caso, seria legítimo dizer que o Diretor de Redação não sabia de nada?), sabendo de uma certa realidade, criou matérias jornalísticas manipulando essa realidade de tal sorte a servir ao propósito de prejudicar a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Certamente, a essa altura dos fatos, o eminente ombudsman já deve ter lido a referida matéria e procurado ouvir o outro lado, o dos repórteres citados. Diante de tal grave fato, só restam duas alternativas: ou o Diretor de Redação da Folha diz-se traído pelos seus funcionários [na verdade, um dos funcionários citados não é propriamente um repórter, é a editora-executiva da Folha, sra Eleonora de Lucena] e demite a ambos ou, caso contrário, no caso de não haver nenhuma punição exemplar por parte do jornal aos seus jornalistas, é a vez do senhor, preservando sua dignidade como profissional, pedir demissão.
Pois, mais vale a dignidade do que um emprego. Não estou certo? Pode estar certo que, em caso de prevalecer a segunda alternativa, o acompanharei, junto com muitos outros leitores, abandonando o jornal, cancelando de imediato a assinatura.”
Desnecessário dizer que não obtive resposta do ombudsman ou mesmo da direção do jornal, tampouco tive minha carta publicada no Painel do Leitor. Afinal, eles são isentos e pluralistas – e quem manda, no fim das contas, ou, melhor dizendo, na linha editorial do faz-de-conta, é o assinante/leitor.
Além do que, cabe a pergunta: há resposta possível?Essa matéria de CartaCapital, como tantas outras excelentes matérias veiculadas por esse semanário, certamente não obterá a repercussão necessária, pois esse é um veículo típico daquela imprensa que não tem vergonhas a mostrar ou esconder. Como sabemos, é um pequeno Davi enfrentando os gigantes da nossa mídia – lembro-lhes que a tiragem de Veja é de cerca de 1.100.000 exemplares contra algo em torno de 60.000 da valorosa e valente CartaCapital.
Porém, é nossa obrigação de cidadãos difundir essa matéria para quantos for possível. Além de, é claro, lê-la com a máxima atenção e discuti-la com o nosso próximo – como quem compartilha as idéias nossas de cada dia.
Foi vergonhoso e infame o triste papel feito pelos jornalistas e chefes de jornalismo da Folha, do “Estadão” e da TV Globo, bem como a inconfessável teia de sordidez em que se enredaram. E que artimanhas torpes como essas não nos levem, ao final da eleição, a dar de cara com “o imponderável” – como adverte o jornalista Tão Gomes.
Afinal, vai ser difícil explicar, ao povo e aos movimentos sociais notadamente, os métodos heterodoxos – para usar de um eufemismo – de que se utilizaram a mídia e os donos do poder para tirar da Presidência um dos presidentes mais populares e queridos da história da República. Que o imponderável não nos faça uma surpresa – o que seria por demais desagradável, decerto.
Lula Miranda – Agência Carta Maior