16 de outubro de 2006
Jornalistas repudiam complô anti-Lula revelado pela revista Carta Capital
Desde sexta-feira (13/10), um escândalo revelado pela revista CartaCapital é motivo de protesto e indignação da parte de profissionais de imprensa. Em matéria de capa, a revista detalhou como o delegado Edmilson Pereira Bruno tramou com diversos veículos da mídia para prejudicar a disputa à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e forçar o segundo turno. Luis Nassif fala da morte do jornalismo, Mino Carta lembra a baixaria de Collor e Paulo Henrique Amorim chega a falar em golpe de Estado. Ainda há jornalistas sérios no país.
O texto, assinado por Raimundo Rodrigues Pereira e intitulado ''Os fatos ocultos'', recebeu comentários de jornalistas e personalidades que mantêm blog ou sites em grandes portais. O portal Vermelho, por meio do editorial de segunda-feira (16), também registrou seu repúdio aos desmandos da mídia brasileira.
Seguem, abaixo, algumas opiniões divulgadas na internet, sobre o complô e a reportagem da CartaCapital.
LUIS NASSIF:
RÉQUIEM DO JORNALISMO
''Nos últimos anos houve vários exemplos de matérias encomendadas, várias evidências de mistura de jogadas empresariais e reportagens, e várias coberturas em que se misturavam cumplicidade com a polícia e autodefesa de jornalistas''
''Mas em nenhum desses casos houve uma abrangência tão grande de veículos e uma falta de limites tão acentuada - independentemente da gravidade dos episódios cobertos - quanto a cobertura da foto dos maços de notas que seriam utilizados para a compra do 'dossiê Vendoin'''
''A reportagem de Raimundo (...) é fria e lógica como uma cirurgia de especialista. Não desperdiça palavras, não gasta acusações, apenas confronta princípios básicos de jornalismo com a atitude de cada veículo, repórteres e direção, no episódio em pauta''
''A exemplo de tantas campanhas absurdas dos anos 90, não adianta invocar a presença do 'inimigo', do crime a ser combatido pouco importando os meios''
''Os 67 mil exemplares da CartaCapital não se equiparam à tiragem das grandes publicações. Mas cada exemplar com a matéria de Raimundo ficará pairando no ar, como um alerta sobre o que ocorre com jornalistas e publicações, quando colocam paixões e interesses acima dos princípios jornalísticos''
LUIS WEIS:
VÍDEO DIVULGADO, ÁUDIO OCULTADO
''A reportagem, a ser verdadeira, como tudo indica, é um libelo contra a grande mídia brasileira - no caso, Folha, Estado e Globo''
''Enquanto esses órgãos de mídia não provarem o contrário, a sua posição é insustentável''
''Ontem e hoje, pelo menos um importante blog e um grande jornal repercutiram, como se diz, matéria da nova edição da Veja''
''Mas por que - ouso perguntar com santa ingenuidade - nem uma única, mísera linha sobre a reportagem de Raimundo Pereira?''
MINO CARTA: 1989
''A reportagem de CartaCapital (...) traz imediatamente à memória a lembrança dos lances finais da campanha do segundo turno de 1989''
''Primeiro, veio à tona a história da menina Lurian, que a mídia contou qual fosse pecado mortal a aventura amorosa de um viúvo. Depois aconteceu a manipulação do debate de encerramento, comandada pessoalmente por Roberto Marinho''
''Os donos do poder estavam então dispostos a agarrar em fio desencapado, no caso o outsider Fernando Collor. A trama atual tem sabor igual, é mais sutil, porém. Mais velhaca''
PAULO HENRIQUE AMORIM:
O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O SEGUNDO?
''Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno.''
''(A reportagem) merecia um sub-título: 'A radiografia da imprensa brasileira'''.
''O golpe funcionou''
''Em 1982, no Rio, quase tomaram a eleição para Governador de Leonel Brizola. Os militares, o SNI, e a Policia Federal (como o delegado Bruno, agora, em 2006) escolheram uma empresa de computador para tirar votos de Brizola e dar ao candidato dos militares, Wellington Moreira Franco''
''O golpe era quase perfeito, porque contava também com a cumplicidade de parte de Justiça Eleitoral e, com quem mais? Quem mais?''
''O golpe contava com as Organizações Globo (tevê, rádio e jornal, como agora) que coonestaram o resultado fraudulento e preparam a opinião pública para a fraude gigantesca''.
''Quantos outros delegados Bruno há na Policia Federal (de São Paulo, de São Paulo!)''
''E se for tudo parar na Justiça Eleitoral? O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello já deixou luminosamente claro, nas centenas de entrevistas semanais que concede a quem bater à sua porta, que é favor da candidatura Alckmin''
''E o segundo golpe? Está a caminho. As peruas da GW já saíram da garagem.''
O texto, assinado por Raimundo Rodrigues Pereira e intitulado ''Os fatos ocultos'', recebeu comentários de jornalistas e personalidades que mantêm blog ou sites em grandes portais. O portal Vermelho, por meio do editorial de segunda-feira (16), também registrou seu repúdio aos desmandos da mídia brasileira.
Seguem, abaixo, algumas opiniões divulgadas na internet, sobre o complô e a reportagem da CartaCapital.
LUIS NASSIF:
RÉQUIEM DO JORNALISMO
''Nos últimos anos houve vários exemplos de matérias encomendadas, várias evidências de mistura de jogadas empresariais e reportagens, e várias coberturas em que se misturavam cumplicidade com a polícia e autodefesa de jornalistas''
''Mas em nenhum desses casos houve uma abrangência tão grande de veículos e uma falta de limites tão acentuada - independentemente da gravidade dos episódios cobertos - quanto a cobertura da foto dos maços de notas que seriam utilizados para a compra do 'dossiê Vendoin'''
''A reportagem de Raimundo (...) é fria e lógica como uma cirurgia de especialista. Não desperdiça palavras, não gasta acusações, apenas confronta princípios básicos de jornalismo com a atitude de cada veículo, repórteres e direção, no episódio em pauta''
''A exemplo de tantas campanhas absurdas dos anos 90, não adianta invocar a presença do 'inimigo', do crime a ser combatido pouco importando os meios''
''Os 67 mil exemplares da CartaCapital não se equiparam à tiragem das grandes publicações. Mas cada exemplar com a matéria de Raimundo ficará pairando no ar, como um alerta sobre o que ocorre com jornalistas e publicações, quando colocam paixões e interesses acima dos princípios jornalísticos''
LUIS WEIS:
VÍDEO DIVULGADO, ÁUDIO OCULTADO
''A reportagem, a ser verdadeira, como tudo indica, é um libelo contra a grande mídia brasileira - no caso, Folha, Estado e Globo''
''Enquanto esses órgãos de mídia não provarem o contrário, a sua posição é insustentável''
''Ontem e hoje, pelo menos um importante blog e um grande jornal repercutiram, como se diz, matéria da nova edição da Veja''
''Mas por que - ouso perguntar com santa ingenuidade - nem uma única, mísera linha sobre a reportagem de Raimundo Pereira?''
MINO CARTA: 1989
''A reportagem de CartaCapital (...) traz imediatamente à memória a lembrança dos lances finais da campanha do segundo turno de 1989''
''Primeiro, veio à tona a história da menina Lurian, que a mídia contou qual fosse pecado mortal a aventura amorosa de um viúvo. Depois aconteceu a manipulação do debate de encerramento, comandada pessoalmente por Roberto Marinho''
''Os donos do poder estavam então dispostos a agarrar em fio desencapado, no caso o outsider Fernando Collor. A trama atual tem sabor igual, é mais sutil, porém. Mais velhaca''
PAULO HENRIQUE AMORIM:
O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O SEGUNDO?
''Um golpe de Estado levou a eleição para o segundo turno.''
''(A reportagem) merecia um sub-título: 'A radiografia da imprensa brasileira'''.
''O golpe funcionou''
''Em 1982, no Rio, quase tomaram a eleição para Governador de Leonel Brizola. Os militares, o SNI, e a Policia Federal (como o delegado Bruno, agora, em 2006) escolheram uma empresa de computador para tirar votos de Brizola e dar ao candidato dos militares, Wellington Moreira Franco''
''O golpe era quase perfeito, porque contava também com a cumplicidade de parte de Justiça Eleitoral e, com quem mais? Quem mais?''
''O golpe contava com as Organizações Globo (tevê, rádio e jornal, como agora) que coonestaram o resultado fraudulento e preparam a opinião pública para a fraude gigantesca''.
''Quantos outros delegados Bruno há na Policia Federal (de São Paulo, de São Paulo!)''
''E se for tudo parar na Justiça Eleitoral? O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello já deixou luminosamente claro, nas centenas de entrevistas semanais que concede a quem bater à sua porta, que é favor da candidatura Alckmin''
''E o segundo golpe? Está a caminho. As peruas da GW já saíram da garagem.''