16 de agosto de 2008

 

Portal Imprensa detalha censura governamental em Minas Gerais

A jornalista Thaís Naldoni, editora do Portal Imprensa, assina a matéria. A manchete é “Censura tucana ataca de novo em Minas”. A jornalista denuncia que a retirada do ar do site NOVO JORNAL, editado pelo jornalista Marco Aurélio Flores Carone, faz parte de uma operação batizada de “Anonymus”, encabeçada pela “Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos de Minas Gerais” em conjunto com a Polícia Militar de Minas Gerais. É a volta da censura política.

O tucanato mineiro se cobriu. Promotores e PMS confiscaram computadores da redação e o servidor do site “amparados” por um mandado de busca e apreensão. No endereço do site NOVO JORNAL lê-se agora uma mensagem assinada pelo Ministério Público Estadual, afirmando que o site está sendo investigado em razão de “indícios de prática de crimes”

Segundo a assessoria de Comunicação Social do Ministério Público - MG, a investigação ocorre em razão de uma representação criminal, na qual a página era acusada de publicar matérias que afetavam a honra de autoridades públicas. "A Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos recebeu representação criminal de que o site vinha publicando, desde o ano de 2007, diversas matérias atentatórias à honra de autoridades públicas federais e estaduais, dentre as quais o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, em razão de suas funções de chefe do MPE".

Ainda segundo o MPE, foi constatado que o site "não estampava o nome de diretor ou redator-chefe responsável, fato que fere frontalmente a Constituição Federal, que prevê no Art. 5°, IV "- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato". Dessa forma, a suspensão da página e a apreensão dos computadores visam dar "prosseguimento às investigações e a identificar a autoria dos crimes praticados".

O Ministério Público Federal lançou campanha nacional com a marca "O que você tem a ver com a corrupção?". Baseado nesta chamada, o site Novo Jornal colocou em sua página editorial a frase, completando com o nome do procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Dr. Jarbas Soares. "Quando clicava no selo, o internauta era direcionado para um editorial, em que nós questionávamos as ações da procuradoria, que barrava toda e qualquer apuração denunciativa", explica Marco Aurélio Flores Carone, responsável pelo site.

Segundo Carone, o Novo Jornal está no ar há três anos e sempre foi um site 100% combativo. "Sempre fizemos denúncias e elas não são ligadas apenas ao Poder Público e ao governo do Estado de Minas Gerais. Quando foi tirado do ar, estávamos com uma matéria na manchete que falava sobre o ministro Gilmar Mendes".

O site, de acordo com Carone, conta cerca de 80 mil pageviews por dia e tem quatro jornalistas trabalhando em sua atualização. Sua manutenção é paga por anúncios, sempre conquistados via licitação. "Procuramos não atrelar anunciantes à página sem licitação, exatamente para que não haja amarras políticas".

Para o jornalista, que faz parte de uma tradicional família de políticos mineiros e se considera uma espécie de "ovelha negra", esse tipo de atitude do Ministério Público lhe parecia improvável nos tempos atuais. "Me assusta ver esse tipo de ação no Brasil novamente".

O processo contra o site corre em segredo de Justiça. Carone já consultou seus advogados, mas ainda não sabe exatamente quais ações legais deve tomar. A investigação segue a cargo da promotora de Justiça Vanessa Fusco, coordenadora da Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos.

Quanto à exibição da página do MPE no endereço do Novo Jornal, a promotoria informa que este tipo de página-aviso é "largamente utilizada pelo Serviço Secreto Americano e a decisão do juiz da Vara de Inquéritos é pioneira no Brasil". Trata-se, portanto, do primeiro caso em que se tem autorização judicial para a exibição deste texto.

15 de agosto de 2008

 

Imbassahy usa a tática da mordaça contra Rádio Metrópole

O autoritarismo faz parte do DNA de Antônio Imbassahy (ex-PFL), candidato do PSDB à prefeitura de Salvador. Atendendo representação do candidato tucano, a Justiça Eleitoral simplesmente PROIBIU que a Rádio Metrópole faça qualquer menção ao nome “Imbassahy”. Mário Kertész e os demais radialistas não podem falar o nome “Imbassahy” nem contra nem a favor.

É muita burrice política. A proibição não incluiu o jornal nem o site. O jornal semanário Metrópole foi parado na rotativa para mudança de capa. Agora, a manchete de capa é: A Tática da mordaça: contestado, e apavorado, Imbassahy não suporta críticas e censura a rádio Metrópole. De Nova York, onde se encontra a passeio, o dono da emissora, Mário Kertész, sugeriu aos radialistas que somente mencionem “aquele candidato com nome de praia”. É que no Litoral Norte da Bahia tem uma praia chamada Imbassahy.

Distribuído gratuitamente o semanário Metrópole, naturalmente, não vai dar para quem quer.

LEIA MATÉRIA DO SITE METRÓPOLE

Imbassahy consegue liminar que proíbe Metrópole de falar a seu respeito

É público e notório que nem todo mundo tem estrutura para agüentar críticas. E se essas críticas são, na verdade, a mais pura realidade, a carapuça pode caber direitinho. Antonio Imbassahy, duas vezes prefeito de Salvador e ex-cria carlista, reafirmou que no seu DNA ainda estão os resquícios do modo de governar do seu antigo tutor.

Em uma ação judicial contra a Rádio Metrópole, ele conseguiu liminar proibindo a emissora de emitir opinião a seu respeito, seja positiva ou negativa. A liminar foi concedida em 12 de agosto pelo juiz Everaldo Cardoso de Amorim do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia e comunicada a emissora no dia 14. Em caso de descumprimento, a pena é de R$10 mil.

A atitude é um tanto radical, já que a emissora não foi procurada pelo candidato em nenhum momento, e questionável já que Imbassahy pousa de democrata e se alia a partidos de esquerda.

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima questionou a atitude. “A iniciativa não me surpreende. Isso é da própria origem dele. Imbassahy está revestido dessa nova pele, de cordeiro, mas ele é filho adotivo do carlismo”, afirmou.

Geddel disse ainda que a atitude do candidato a prefeito não o surpreendeu. “Ele já entrou na Justiça para cassar a candidatura de João, pediu ao Judiciário uma busca na sede do PMDB e agora está censurando uma rádio. O candidato do PSDB precisa controlar o seu nervosismo", criticou.

Os advogados do neotucano alegam que o candidato se sentiu ofendido porque o apresentador Mário Kertész, durante o Jornal da Bahia no Ar e Jornal do Meio Dia dos dias 5 e 8, comentou que o candidato não havia permitido que sua esposa Márcia Imbassahy concedesse entrevista ao Jornal da Metrópole. Vale ressaltar que a justificativa dada pela assessoria do candidato é que Márcia é uma mulher tímida e que por isso preferia se calar.

O Grupo Metrópole reforça seu compromisso em informar a toda a população os assuntos referentes a cidade. Mais do que isso, reforça os espaços para que todos se manifestem, inclusive àqueles que preferem nos calar ao invés de se defender.

 

Mais uma oposição à Aécio Neves silenciada

Acabei de ler no site “Os Amigos do Presidente Lula”.

O Novo Jornal, um jornal virtual na internet de Minas Gerais que fazia forte oposição ao governo de Aécio Neves, foi tirado do ar pela "justiça".

Era um dos poucos veículos de mídia de oposição em Minas Gerais, onde os donos da imprensa são todos chapa-branca, e jornalista que fala mal do governador é demitido.

Agora só resta a blogosfera.

No endereço do site NOVO JORNAL agora está um aviso do Ministério Público do Estado de Minas Gerais: “Esta página foi suspensa por medida cautelar judicial e o conteúdo do site é objeto da apuração por indícios de crimes”. Assina a “Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos”.

SERÁ SÓ COINCIDÊNCIA?

Em Salvador, a Justiça Eleitoral proibe por medida liminar que a Rádio Metrópole cite o nome do candidato Imbassahy, do PSDB.

Em Belo Horizonte, a promotoria estadual tira do ar, por medida cautelar, um site que fazia oposição a Aécio Neves, do PSDB.

 

Joseph Bandeira, de Juazeiro, candidato ficha limpa

Essa palhaçada demagógica de lista de candidatos “ficha suja” alimentada pela mídia em busca de ouvintes e leitores não vai dar certo. Mais ficha limpa que Joseph Bandeira, candidato do PT à prefeitura de Juazeiro, na Bahia, não existe. Ele já foi prefeito duas vezes da cidade. Quem conhece sabe o que digo. Mas um de suas contas foi rejeitada pelo TCU, embora não em última instância. Contas podem ser desaprovadas pelos tribunais até por questões técnicas, os prefeitos podem ingressar com recursos e podem ganhar. Joséph Bandeira vai recorrer da decisão do juiz da 47ª Zona Eleitoral de Juazeiro. Vai ao Tribunal Regional Eleitoral. Mais ficha limpa que Joseph Bandeira eu não conheço. Estão querendo ganhar a eleição no tapetão judicial.

 

Solidariedade à Rádio Metrópole que está proibida de citar o nome de Imbassahy

Eu me solidarizo com Mário Kertész, empresário radialista da Rádio Metrópole. Ele está proibido pela Justiça Eleitoral baiana de pronunciar o nome do candidato tucano à prefeitura de Salvador, Antônio Imbassahy. Não pode falar nem contra nem a favor, em toda a programação. A medida de caráter liminar foi tomada pelo juiz da 2ª Zona Eleitoral, Everaldo Cardoso de Amorim, atendendo a representação feita pelo candidato do PSDB. Toda vez que a Rádio Metrópole citar o nome “Imbassahy” ela será multada em R$ 10 mil. É um verdadeiro atentado à liberdade de expressão. Como então informar ao público a agenda do candidato tucano?

Mais que uma decisão aloprada da Justiça o fato representa uma recaída autoritária de Antônio Imbassahy, cuja origem remonta ao PFL de ACM.

Eu me solidarizo também como o diretor da Rádio Metrópole Francisco Kertész. É uma indignidade essa representação de Imbassahy contra a Metrópole.

 

Carlistas homenageiam ACM Neto com medalha

Dois vereadores carlistas de Salvador homenagearam ACM Neto com a medalha Thomé de Souza. É a total banalização da comenda. Afinal, o que fez ACM Neto para merecer a homenagem? Começou a vida empresarial com uma empresa que utilizava indevidamente o canteiro central da Avenida Paralela para ganhar dinheiro durante exposições. Depois de eleito para a Câmara Federal notabilizou-se por afirmar diante das câmaras de TV que “ia dar uns tapas no presidente Lula”. Essa homenagem da Câmara Municipal de Salvador é uma vergonha.

14 de agosto de 2008

 

ACM Neto promove jantar de adesão só para ricos

Hoje (14) tem banquete na churrascaria Boi Preto, em Salvador. O candidato do DEM à prefeitura, ACM Neto, tarifou em R$ 5.000,00 (5 mil reais) o convite para casal. É só para ricos. Convenhamos que R$ 2.500 por um almoço é muita grana.

Já Walter Pinheiro, candidato do PT, pediu apenas R$ 500 por cabeça para o jantar de adesão no restaurante La Lupa, na Ladeira da Barra. Também será hoje (14), às 20h. O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o governador Jaques Wagner estarão presentes.

 

Imbassahy, por que não fez?

Segundo o blog Bahia Notícias, de Samuel Celestino, são várias as perguntas contidas no panfleto clandestino que está circulando em Salvador com a manchete: “Imbassahy, por que não fez?”.

Por que depois de oito anos de gestão na Prefeitura não transformou a saúde pública municipal?

Por que não transformou a educação em educação de Primeiro Mundo?

Por que não asfaltou a cidade?

Por que não iluminou Salvador?

Por que não cuidou dos bairros populares da periferia?

Por que não concluiu o metrô calça-curta?

Por que não pagou as dívidas municipais?"

É, Imbassahy, por que não fez?

 

Centrais sindicais apóiam Walter Pinheiro (PT) em Salvador

Está nos jornais. Quatro centrais sindicais manifestaram apoio ao candidato do PT à prefeitura, Walter Pinheiro. Os dirigentes da CUT, Força Sindical, CTB e UGT, durante o ato na Faculdade Cairu, criticaram o ex-prefeito Antônio Imbassahy, candidato do PSDB. Se esse pessoal realmente se mobilizar vai fazer a diferença. Os sindicalista lembraram o muro da vergonha, construído pelo então prefeito Imbassahy para esconder a Feira de São Joaquim, considerada hoje patrimônio cultural imaterial, aos olhos dos turistas e da população baiana. Também lembraram que os trabalhadores não conseguiam ter acesso ao Palácio Thomé de Souza. Sempre tinha uma barreira policial à frente. Os sindicalistas não esquecem que Imbassahy veio do PFL carlista.

Ninguém fez referência ao panfleto “Imbassahy, por que não fez?” que está circulando clandestinamente pela cidade. Alguém pode me enviar um exemplar?

 

Começou a baixaria de ACM Neto contra o PT

Os advogados de ACM Neto (DEM) entraram na Justiça Eleitoral com representação contra a coligação “Salvador – Bahia – Brasil”, encabeçada pelo candidato a prefeito de Salvador, Walter Pinheiro, do PT. Eles querem a retirada de propaganda exposta em muros particulares no Largo dos Mares e na Orla marítima. A petição alega que os muros estavam antes pintados com a propaganda do anão. Começou a baixaria. Falar em baixaria, a Justiça Eleitoral negou o pedido de impugnação da candidatura de Lídice da Mata a vice-prefeita, na chapa de Walter Pinheiro. O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual.

 

Imbassahy, por que não fez?

Com o título “Imbassahy, por que não fez?” está circulando um panfleto de críticas ao ex-prefeito Antônio Imbassahy, que reinou na prefeitura de Salvador durante oito anos. Os advogados do PSDB representaram contra o PMDB, a quem atribuíram a autoria do panfleto. Criticar o adversário não pode, afirmam os advogados. O panfleto foi distribuído no Estádio Manoel Barradas, mais conhecido como Barradão. Óbvio que não foi o PMDB. Até porque o CNPJ do PMDB consta no tal panfleto. Como é que o PMDB iria assinar um panfleto ilegal?

A juíza Márcia Denise Mascarenhas, da 20ª Zona Eleitoral de Salvador, emitiu um mandado de busca e apreensão de material contra o PMDB. A oficial de Justiça Zenildes Soares e dois agentes da Polícia Federal cumpriram a ordem. Naturalmente, nada encontraram na sede do PMDB. Estou à procura de um exemplar do panfleto. Afinal, quero saber o que foi que Imbassahy não fez. Essa campanha eleitoral é sui generis. Se não se pode criticar o adversário, afinal pode mesmo o que?

13 de agosto de 2008

 

Patrus Ananias e Jaques Wagner abrem sábado (16), em Salvador, a 19ª Conferência Internacional de Serviço Social

Está confirmado. Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai abrir sábado (16), em Salvador, a 19ª Conferência Internacional de Serviço Social. A cerimônia oficial acontece às 14h30, no Centro de Convenções da Bahia, com a presença do governador Jaques Wagner. Mais de 2.500 trabalhadores sociais e estudantes estão inscritos. O tema central do encontro é “O desafio de concretizar direitos numa sociedade globalizada e desigual”. Há palestrantes da Inglaterra, Estados Unidos, Filipinas, Canadá, Argentina e África do Sul.

Estarão presentes representantes do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), da Federação Internacional dos Trabalhadores Sociais (FITS) e do Conselho Regional de Serviço Social da Bahia (CRESS-5ª Região), entidades organizadoras. Na programação destacam-se temas como o Programa Bolsa Família, pesquisas e propostas para a reforma da Previdência Social, reformulação do Estatuto da Criança e do Adolescente, união civil entre homossexuais, saúde pública e redução da desigualdade social.

Também serão abordados temas como violência e segurança pública, movimentos rurais, urbanos e do meio-ambiente, direitos da infância, adolescência, juventude e dos idosos. Com caráter técnico-científico e político, o objetivo do encontro, além da discussão sobre os problemas atuais da sociedade - que desafiam a prática do serviço social -, é promover o intercâmbio de experiências entre os servidores públicos originados de diversos países.

Haverá sala de imprensa. E-mail para credenciamento: jeduardo@itcomunicacao.com.br
Mais informações IT Comunicação Integrada - (71) 8875 5431
www.itcomunicacao.com.br

 

A tortura é a verdadeira herança maldita da ditadura

Élio Gaspari, em sua coluna publicada no jornal O Globo, comenta que a tortura foi uma política de Estado durante a ditadura militar, particularmente entre 1969 e 1977. “Como disse o general Vicente de Paulo Dale Coutinho às vésperas de assumir o Ministério do Exército, em 1974: Ah, o negócio melhorou muito. Agora, melhorou, aqui entre nós, quando começamos a MATAR”.

Élio Gaspari acrescenta: “Como reconheceu um estudo do Centro de Informações do Exército, praticaram-se “ações que qualquer Justiça do mundo qualificaria de crime”. Os torturadores cumpriam determinações de seus superiores. A tortura não foi produto de excessos, indisciplina ou deformação moral de subalternos. Isso é papo para tirar a responsabilidade dos comandantes militares e dos ditadores da época.

Para Élio Gaspari, se a família da vítima da máquina repressiva dos generais, almirantes e brigadeiros, vai à Justiça em busca de responsabilização dos oficiais que comandavam o porão, esse é seu direito.

Para mim, nenhum debate é inoportuno. O presidente Lula pode até orientar seus ministros para dar fim à polêmica. Mas não tem como mandar a sociedade acabar com a polêmica. Os familiares de mortos e desaparecidos que o digam.

A mídia continua a dizer que o ministro Tarso Genro propôs a revisão da Lei da Anistia. Não é verdade. Assim como na Alemanha de Hitler, a matança dos judeus era uma política de Estado, no Brasil a tortura era também uma política de Estado. Mas, crimes contra a humanidade não são anistiáveis. São crimes de lesa-humanidade, crimes comuns, não crimes políticos. Essa gente tem que pagar. Os nazistas pagaram. Os fascistas de cá devem pagar.

Não há como encerrar o tema. Os criminosos de guerra têm que pagar por seus crimes, sejam eles política de Estado ou meras ações de psicopatas. O protesto dos militares mostrou que os psicopatas não se trataram, não foram punidos e ainda influenciam a mídia, as forças armadas e o governo. Isso é que é herança maldita.

12 de agosto de 2008

 

Achar que ACM Neto vai ser prefeito de Salvador é ilusão

A pesquisa Vox Populi dá 31% de intenção de voto para ACM Neto (DEM) em Salvador. Depois vem 25% para Imbassahy (PSDB), 16% para João Henrique (PMDB) e 10% para Walter Pinheiro (PT). O Coelho (PSOL) não passa de 1%.

Isso quer dizer que ACM Neto vai ganhar? Doce ilusão.

ACM Neto perde no segundo turno. Se o governador Jaques Wagner não pode se empenhar no primeiro turno, já que partidos de sua base política disputam entre si, o mesmo não ocorre no segundo turno. Mesma coisa para o presidente Lula. Se na Bahia ele não pode se empenhar no primeiro turno, com certeza vai entrar na campanha no segundo turno. Não precisa ser grande expert para prever que ACM Neto nunca chegará lá.

Wagner afirma que vai avaliar o melhor momento para ingressar na campanha do candidato do PT. Wagner acredita que Pinheiro com seus 10% tem uma boa margem para crescer, sobretudo durante o horário eleitoral que começa dia 19.

De qualquer forma, Wagner e o PT têm que se esforçar para alavancar a campanha de Walter Pinheiro. Isso vale para todas as tendências. Do contrário, a direita, representada pelo DEM, vai voltar à prefeitura de Salvador. O que seria um desastre para a cidade. Essa gente só pensa em dinheiro.

11 de agosto de 2008

 

Jornais oferecem espaços generosos aos saudosos da ditadura

Deu no Observatório da Imprensa: Título: "Tortura nunca mais, o que a imprensa não esclarece". Texto de Luciano Martins da Costa. O que a imprensa não esclarece? Eles ficam repetindo, repetindo, repetindo que se está propondo a revisão da Lei da Anistia. Não é nada disso, mas no outro dia aparece a mesma "informação". Para punir os torturadores não é necessário rever a Lei da Anistia. A tortura não é considerada crime político em nenhum país civilizado. É um ato de barbárie praticado por indivíduos covardes, desprovidos de qualificações para serem aceitos como agentes do Estado.

LEIA NA ÍNTEGRA:

O noticiário de sexta-feira (8/8) sobre a reunião do Clube Militar, no Rio, mostra senhores vestindo ternos e não em uniformes de campanha. Da mesma forma cautelosa, os participantes evitaram apresentar fotografias e textos sobre autoridades do atual governo que participaram da luta armada.

Com isso, o embrião da crise volta para a geladeira e deve sumir dos jornais por uns tempos. Mas o fato de o assunto ser colocado de lado não quer dizer que esteja resolvido. Em parte, porque quase todas as manifestações reproduzidas pela imprensa repetem o erro de afirmar que o ministro pretende revisar a Lei da Anistia. Não é isso que está em questão.

O que gerou a celeuma é a hipótese de que os crimes comuns, como torturar alguém que não pode se defender, precisam ser levados a julgamento.
Atos de barbárie

Os jornais ofereceram um espaço generoso aos militares que se rebelam contra a possibilidade de punição para os agentes das Forças Armadas e da polícia que torturaram presos durante o período mais tenebroso da repressão à luta armada contra a ditadura. Mas não esclarecem que muitos brasileiros foram torturados e até mortos pelo simples fato de serem opositores ao regime de exceção, sem nunca terem tocado numa arma.

O jornalista Vladimir Herzog e o operário Manoel Fiel Filho, mortos sob tortura em dependências do DOI-Codi, em São Paulo, são símbolos da ação criminosa de agentes a serviço do Estado, praticado contra cidadãos de paz.

Muitos outros brasileiros, inclusive estudantes e trabalhadores que eram jovens demais para serem considerados como uma ameaça ao Estado, foram submetidos a suplícios que a consciência humana não pode admitir.

Não por acaso, a tortura não é considerada crime político por nenhum povo civilizado. Porque é ato de barbárie praticado por indivíduos covardes, desprovidos de qualificações para serem aceitos como agentes do Estado.

A imprensa poderia estar questionando se as Forças Armadas deveriam ter em seus quadros elementos dessa natureza. Levá-los a julgamento seria uma forma de enobrecer a instituição.

 

Pesquisa é pesquisa, eleição é eleição

A mídia faz campanha para seus candidatos secretos. Divulga os resultados das pesquisas como se fossem eleições. Pesquisa é apenas uma pesquisa, pode fotografar o momento e ainda assim errar no foco.

A última pesquisa Vox Populi afirma que Walter Pinheiro, candidato do PT, tem 10% das intenções de voto em Salvador. Ora, em 1996 as pesquisas diziam que Lídice da Mata tinha 2% e ela acabou prefeita de Salvador. Nas três eleições em que Nelson Pelegrino foi candidato do PT a prefeito ele aparecia sempre com índices baixos, vinha a eleição e ele obtinha 35% da votação.

Em 2006, Jaques Wagner aparecia com 13% das intenções de voto contra 66% do candidato do PFL, Paulo Souto. Wagner ganhou. O Ibope nunca se explicou direito.

 

Um blog contra a maior revista do país: Mainardi processa Nassif

Diogo Mainardi, da revista Veja, está processando o portal iG e o jornalista Luis Nassif por danos morais. Em fevereiro deste ano, Nassif iniciou a divulgação de uma série de textos em seu blog, intitulado o "Caso Veja", relacionando o colunista Diogo Mainairdi e os jornalistas Lauro Jardim, Mário Sabino e Eurípedes Alcântara.

Juntos, eles formariam o "quarteto de Veja". Dois jornalistas e a Editora Abril já tinham anunciado processos contra Nassif, imediatamente após o início da série de textos "O Caso Veja", no final de fevereiro. As matérias já renderam outras duas ações judiciais contra Nassif, a primeira ajuizada pelo diretor de redação da Veja, Eurípedes Alcântara, e outra movida pelo editor da coluna Radar, Lauro Jardim.

Processado por Paulo Henrique Amorim e Mino Carta, Diogo Mainardi afirmou diversas vezes que "acha um absurdo jornalista processar jornalista". A seu ver, os jornalistas possuem espaço na mídia para responderem a ataques de colegas, e por isso não necessitariam ìr à Justiça. No caso de Paulo Henrique Amorim, Mainardi chegou a ironizar o poder de alcance dos "blogs".

Pelo visto, Mainardi mudou de idéia. Segundo Nassif, alguns articulistas da Veja "têm autorização para matar". Ou seja, a Editora Abril banca o advogado e as condenações judiciais. São várias as formas de calar os críticos: ataques à honra pessoal, ações judiciais, injúrias.

Diogo Mainardi mudou de idéia desde que Luis Nassif expôs suas ligações com Daniel Dantas. A revista Veja acha que pode atacar sem ser atacada. A revista já atacou Paulo Henrique Amorim (TV Record e dono do Blog "Conversa Afiada"), Mino Carta (revista Carta Capital) e Luis Nassif desde que era da Folha de S. Paulo. Mainardi chegou a afirmar que o BNDES, maior acionista da Telemar, concorrente de Daniel Dantas, patrocinava Luis Nassif. A Veja também contratou alguns blogueiros para fazer o serviço sujo.

Essa é a história de um blog contra a maior revista do país.

LEIA MAIS

 

Trabalhadores perdem padre Cláudio Perani

A luta dos trabalhadores do Brasil perdeu um grande militante. O padre Cláudio Perani, jesuíta italiano, faleceu em Manaus dia 8 de agosto, de câncer, aos 78 anos. O padre Cláudio Perani viveu muitos anos em Salvador. Fundou o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) e desafiava a ditadura militar.

Esteve presente em todo o processo de luta pela anistia política e participou ativamente da fuga de Theodomiro Romeiro dos Santos, o primeiro militante condenado à morte pelo militares fascistas. De Salvador Perani foi para Manaus, como o primeiro Superior do Distrito dos Jesuítas na Amazônia.

Morreu na luta pela justiça social. Leia a obra “Sonhos e Desejos dos Lavradores: Desafios para a CPT”, escrito por ele em parceria com José de Souza Martins, com base nas avaliações sobre a ação da Comissão Pastoral da Terra, as experiências de luta, os desejos e desencantos dos trabalhadores, a verbalização da esperança e da desesperança dos lavradores.

Leia a cartilha da Arquidiocese de Manaus sobre “Eleições 2008”. Cláudio Perani era um dos organizadores da cartilha, de combate à corrupção eleitoral e de esclarecimento sobre a política partidária e o papel do eleitor.

LEIA NOTA DA ARQUIDIOCESE DE MANAUS

MANAUS - Faleceu nesta madrugada de sexta-feira, 08 de agosto, em Manaus[AM], o Pe. Cláudio Perani, uma semana antes de completar 77 anos de idade. Pe. Cláudio tinha 55 anos de vida religiosa na Companhia de Jesus, tendo sido o primeiro superior do Distrito dos Jesuitas na Amazônia, hoje REGIÃO BRASIL AMAZÔNIA [BAM]. Antes disso, havia trabalho e coordenado por vários anos o CEAS [Centro de Estudos e Ação Social], em Salvador[BA]. A sua mais recente missão como jesuíta foi coordenar o SARES [Serviço de Ação e Reflexão Social] em Manaus.

A ESTE GRANDE COMPANHEIRO DE JESUS O NOSSO ADEUS CHEIO DE GRATIDÃO E RECONHECIMENTO PELO TESTEMUNHO DEIXADO PELA SUA VIDA E VOCAÇÃO DE AMOR E SERVIÇO, ESPECIALMENTE AOS MAIS POBRES E EXCLUÍDOS.

LEIA NOTA DA CESE DE SALVADOR

O Brasil se despede de um grande sábio

A Bahia, o Brasil, todas as pessoas que lutam por justiça e direitos perdem Cláudio Perani, padre jesuíta de incontestável importância no processo de democratização do país. Acolhedor das vítimas da injustiça e do desrespeito às diferenças, valorizador extremado da sabedoria popular.

A CESE está de luto e une-se a todas as pessoas e entidades que o conheceram para reavivar suas grandes utopias e contribuições, espalhando-as por toda a parte por onde deu seu testemunho.

Obrigada, Cláudio, irmão e profeta de todos nós.

Eliana Rolemberg
Diretora Executiva da CESE
Coordenadoria Ecumênica de Serviço

10 de agosto de 2008

 

Eu também quero justiça para Merlino

Assinei a petição para a Justiça do Brasil. Eu quero justiça para o jornalista Luiz Eduardo Merlino, torturado e assassinado em 1971, aos 23 anos, pelo hoje coronel reformado do Exército Brasileiro Carlos Alberto Brilhante Ustra, vergonha da Nação.

No dia 12 de agosto, terça-feira, às 13h, uma importante decisão deverá ser tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Será julgado um agravo de instrumento, movido pelo assassino torturador, para impedir o andamento de um processo movido pela família do jornalista Luiz Eduardo Melino.

Brilhante Ustra era o comandante do DOI-CODI em 1971 e diversas testemunhas – entre elas o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo de Tarso Vannuchi - afirmam ter visto Merlino em estado gravíssimo após sessões de tortura. Merlino trabalhou no Jornal da Tarde e Folha da Tarde e era militante do Partido Operário Comunista (POC).

Caso o instrumento de agravo seja aceito, a audiência não ocorrerá. Assim, se você é a favor que o instrumento de agravo seja negado pelo Tribunal de Justiça, e que a audiência e julgamento de Ustra, com todas as formalidades da lei, seja realizado, assine também o abaixo-assinado.

Vale lembrar que, no Brasil, a Lei de Anistia impede que ações criminais sejam movidas contra agentes do Estado envolvidos na repressão. Por isso, a família move uma ação civil declaratória, que apenas busca o reconhecimento público da responsabilidade do coronel pela morte de Merlino. Se perder a ação e for declarado culpado, Ustra não será preso, nem pagará qualquer indenização.

ASSINE AQUI A PETIÇÃO

 

Santa Brígida deveria ser a padroeira do Brasil

Não chega a ser uma Operação Mãos Limpas o que se passa no Brasil. Mas, as coisas estão mudando. O jornalista e escritor Emiliano José cita José Luiz Del Royo, autor de “Itália - Operação Mãos Limpas”, da Ícone Editora. Del Royo lembra Santa Brígida que, horrorizada com a corrupção generalizada na Itália do século XIV, refugiou-se no convento e de lá fustigava os governantes e políticos desonestos: “As esmolas não valem nada, o que é preciso é restituir o dinheiro injustamente acumulado”. Santa Brígida deveria ser protetora e padroeira do Brasil.

No mesmo artigo intitulado “O fundo do lago”, publicado no site da revista Carta Capital, Emiliano José cita Ferreira de Castro em “A curva da estrada”, da editora Difusão Européia do Livro:

“Um lago abre-se quando um corpo cai sobre ele; a água ondula num instante e volta a fechar-se – volta à sua paz. Parece que tudo findou. Parece que o lago esteve sempre assim e que nele não ocorreu coisa alguma. As aves que passarem nesse momento verão a superfície sem uma ruga, adormecida sob a proteção da redoma celeste. Mas o cadáver que se encontra lá em baixo começa a corromper-se pouco depois da paz ter voltado à flor da água. E, de quando em quando, enviará para cima as bolhas dos seus gases, que perturbarão a tranqüilidade da superfície. (...) Um morto só está definitivamente morto quando se corrompeu todo. E enquanto dura a corrupção, a calma do lago é apenas aparente”.

Os cadáveres no fundo do lago Brasil estão se corrompendo. A calma é apenas aparente. A mídia pode até esfriar os fatos, como no caso de Daniel Dantas, mas, há um processo positivo em curso, iniciado com a Controladoria-Geral da União (CGU). A cúpula do Judiciário pode estar dominada, mas há exceções como o juiz De Sanctis e muitos espalhados pelo país. É um milagre que está chegando a conta-gotas.

Santa Brígida, valei por nós!

LEIA NA ÍNTEGRA

This page is powered by Blogger. Isn't yours?