27 de março de 2009

 

Amigos cultuam memória do publicitário Geraldão, em Salvador

Neste sábado, 28 de março, às 10h30, familiares e amigos, muitos amigos, se reúnem na Praça Geraldo Walter, à rua Almirante Barroso, bairro do Rio Vermelho, em Salvador. A conhecida rua do Vagão. Eles vão reinaugurar a praça em homenagem ao publicitário que faleceu muito cedo, aos 41 anos, em 1998. Geraldo Walter de Souza Filho, grande nome do marketing político no Brasil.

Como lembra o jornalista Bob Fernandes, em emocionado texto na revista Terra Magazine, o marqueteiro Geraldão foi peça fundamental na campanha nada santa de Waldir Pires contra ACM e sua tropa, nos idos de 1986, contra Duda Mendonça que fazia a campanha de ACM/Josaphat Marinho. Uma campanha inesquecível com mais de um milhão de votos de frente. Ali, a Bahia começou a mudar.

Na Praça Geraldo Walter será inaugurada uma escultura, feita por Darlan Rosa. Há 10 anos a praça foi inaugurada graças à iniciativa de amigos, como Cláudio Barreto, Sydney Rezende e Nizan Guanaes. A praça estava meio abandonada e passou pela reforma bancada por velhos companheiros e familiares.

Além da campanha vitoriosa de Waldir Pires ao governo da Bahia, Geraldão comandou a campanha de Ulisses Guimarães (o Sr. Diretas) à presidência da República. Em 1992 coordenou a campanha vitoriosa do engenheiro José Eduardo dos Santos à presidência de Angola.

Já doente, Geraldão fez o planejamento inicial da campanha pela privatização da telefonia no Brasil. No dia 14 de março de 1998, morreu em Salvador.

AQUI, LEIA O TEXTO DE BOB FERNANDES



AQUI, LEIA A TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DE GERALDÃO

 

Ameaçada, Vila Brandão apelou até para o presidente Lula

Sob ameaça de desapropriação pelo prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB), moradores da Vila Brandão, um bairro encravado nas encostas da Ladeira da Barra há 69 anos, não se intimidaram. Em sua recente passagem por Salvador, o presidente Lula recebeu das mãos de uma criança da comunidade uma flor e um dossiê. O decreto de desapropriação já foi publicado no Diário Oficial. O assunto promete agitar a Câmara Municipal. Os jornais baianos noticiaram fartamente a ameaça, mas já abandonaram o assunto.

A última reportagem saiu na Tribuna da Bahia (quinta, 26 de março) com o título “Vila Brandão quer garantia de permanência”. O jornal ouviu uma dona-de-casa, Ana Patrícia, presidente da Associação de Moradores: “Aqui moram pessoas humildes, mas também moram pessoas que sabem de seus direitos. Todos querem ficar onde construíram suas histórias”.

Com uma vista privilegiada para a entrada da Baía de Todos os Santos, a antiga vila tem atraído intelectuais, turistas, estrangeiros por conta do clima de tranqüilidade. “Vim ver o por-do-sol e acabei ficando” disse Petrusca Araújo, que era estudante de engenharia na época. Todo mundo paga IPTU, embora a coleta de lixo seja péssima. Os moradores estão organizando uma exposição de fotos para divulgar projetos sociais desenvolvidos na vila. “Aqui ninguém pede esmola, nem cesta básica, pedimos apenas que nossos direitos sejam respeitados”.

Tem coelho escondido na cartola do prefeito. Grandes empreiteiras têm projeto de urbanização do Largo da Graça, que dá acesso à Vila Brandão. Pra essa gente, “modernizar” é tirar a comunidade do espaço.

Ah! Tá ruim com o João do PMDB? PT saudações.

25 de março de 2009

 

Quem desmoralizou o Senado? ACM, Sarney, Renan Calheiros.

A resposta está na Folha de S. Paulo (quarta, 25, página A6). “Sarney, ACM e Renan criaram 4.000 vagas”. Estas 4.000 vagas foram criadas a partir de 1995 e são preenchidas por indicação política, os tais cargos comissionados. Ou seja, Sarney e Renan Calheiros, pelo PMDB, e ACM pelo ex-PFL, hoje DEM incharam o Senado quando exerceram a presidência..

Nesta esculhambação geral o falecido senador ACM se destacou quando presidiu a Casa de 1997 a 2001. O velho coronel ampliou o poder de indicação dos senadores. Criou dois cargos e permitiu que um deles fosse dividido em até oito e o outro em quatro, o que provocou uma explosão de comissionados – mais 1.200 cargos.

Também foi ACM quem permitiu aos senadores lotar servidores não concursados em qualquer local do país.

Assim como a ditadura militar causou grande prejuízo ao país, com desaparecimentos, torturas e assassinatos, que estão com justiça sendo indenizados num processo sem-fim, a passagem destes três pela presidência do Senado vai perdurar por décadas.

São 10 mil servidores para atender apenas 81 senadores. Os gastos com os servidores chegam a R$ 2,3 bilhões. Aquela história de 181 diretores é apenas a ponta do iceberg.

 

Taxa de aprovação do governo Wagner (PT) vai para cima

Em novembro de 2007, a taxa de aprovação do governo Wagner, medida pelo Datafolha, era de 30%. Na última pesquisa, agora em março de 2009, saltou para 44%. A rejeição que em novembro de 2007 era de 24% caiu agora em março para apenas 15%. Tem mais: Se 44% dos baianos consideram a gestão Wagner como ótima e boa, outros 41% consideram o governo como regular. Apenas 15% acham o governo ruim. A pesquisa está hoje (25) na Folha de S. Paulo.

Ninguém segura Jaques Wagner na arrancada pelo segundo mandato. E olha que a publicidade dos feitos governamentais está apenas começando. Quem vai lucrar com um sólido palanque será a ministra Dilma Roussef, em sua campanha para a presidência da República.

 

Oposição na Bahia não quer que Estado fiscalize aplicação de verbas públicas nas prefeituras. Muuuuito suspeito....

O andar modorrento da carruagem revela uma coisa feia. A Assembléia Legislativa da Bahia aprovou (terça, 24) apenas em primeiro turno o Projeto de Lei que cria a Controladoria-Geral do Estado (CGE). Foram 44 votos a favor e 16 contra. Há meses este Projeto de Lei se arrasta pelo legislativo baiano. A votação em segundo turno sequer tem data para acontecer. A oposição – leia-se DEM, PSDB e partidos satélites – e a União dos Prefeitos da Bahia (UPB) não querem fiscalização dos recursos estaduais carreados para as prefeituras. Não é muuuuuuito suspeito?

 

Político baiano tem medo de escuta telefônica. Por que será?

A Lei das Licitações é muito clara. Quando o produto apresenta peculiaridades específicas se justifica legalmente a aquisição pelo Estado, sem necessidade de licitação. Assim foi com o Sistema Guardião. Trata-se de novo equipamento de escuta telefônica, fundamental para investigações policiais. O governo da Bahia acaba de adquirir este sistema. A oposição deve estar se borrando de medo. Afinal, DEM, PSDB e partidos satélites têm a cultura do roubo do dinheiro público.

Todos os crimes contra as finanças públicas foram apurados por sistemas de escuta telefônica. Quando a oposição reclama que a Bahia virou uma “grampolândia”, conforme leio aqui no jornal A Tarde, essa gente se coloca como alvo de justificadas investigações. São todos suspeitos. A escuta telefônica de parte da Polícia Federal tem proporcionado uma verdadeira operação Mãos Limpas no Brasil.

De que será que essa gente tem medo? De minha parte podem me grampear à vontade. Não me vendo, não recebo jabá, não quero 10% de nada. O Sistema Guardião foi adquirido pelo governo da Bahia para substituir o Sistema Sombra, aquele sistema que foi usado pelo falecido senador ACM para espionar opositores políticos e até a ex-namorada. Essa história de “estado policial” é papo furado de quem não quer ser investigado. Certo tipo de político precisa de “privacidade” total para armar suas falcatruas. Não há banalização de escutas telefônicas. O tempo do carlismo passou. Agora, só há escuta com ordem judicial em operações bem focadas.

O Sistema Guardião é um avanço no combate à sonegação e ao crime organizado. Só bandido de colarinho branco tem medo. Agora, deputado estadual baiano também está com medo. E viva o grampo.

24 de março de 2009

 

FHC atacando o Congresso parece mais o roto falando do esfarrapado

Concordo com o líder da bancada do PT, Cândido Vacarezza, na Câmara dos Deputados. As declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o Congresso Nacional são inadequadas e destemperadas. Segundo FHC, “o Congresso Nacional está bambo e não representa mais nada”.

A declaração de FHC não está à altura de quem exerceu o cargo de presidente da República. FHC não pode culpar a instituição por erros de personalidades da instituição. A declaração de FHC parece demais com a veborreia militarista que antecedeu o Golpe Militar de 1964.

Ruim com ele, pior sem ele. O Parlamento é fundamental para a democracia brasileira. Com a ficha suja que FHC tem, parece mais o roto falando do esfarrapado.

 

Presidente Lula anunciou mais R$ 2,1 bilhões para a Bahia

Está nos jornais. O Governo Federal vai destinar R$ 23,5 bilhões para o segundo ano do programa “Territórios de Cidadania”. Para a Bahia, serão destinados R$ 2,1 bilhões. Nove áreas, num total de 154 municípios, serão beneficiadas com as ações articuladas por 22 ministérios, Governo da Bahia, prefeituras e organizações da sociedade civil.

O anúncio foi feito pelo presidente Lula, em cerimônia realizada (23 de março) no Teatro Castro Alves (TCA). No decorrer do ano de 2009, a ação vai abranger 120 territórios, o que representa ações em 1.852 municípios do Brasil.

Lula disse: “A inclusão e o controle exercidos pela própria organização popular são o grande diferencial do programa Territórios de Cidadania. Estamos reduzindo as desigualdades regionais e é dessa forma que vamos trabalhar para enfrentar a crise, garantindo investimentos em infraestrutura com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e em fomento à produção, principalmente a agrícola”.

A ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, foi aplaudidíssima ao ser citada pelo presidente Lula. Foi uma ovação. O fato foi interpretado pelo jornal A Tarde como campanha eleitoral. Entretanto, estavam presentes vários ministros, entre eles Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Guilherne Cassel, do Desenvolvimento Agrário.

Dilma Roussef disse: “O programa Territórios de Cidadania é um grande exemplo de programa de desenvolvimento econômico aliado à distribuição de renda. Muitos conceitos defendidos pelo geógrafo baiano Milton Santos serviram de base conceitual para este programa, que é irmão gêmeo do PAC, pois andam lado a lado desenvolvendo e ampliando oportunidades”.

O governador Jaques Wagner disse: “Desde o início do nosso governo, estamos trabalhando com o conceito de territorialidade, inclusive com nosso “Terra de Valor”, e fico feliz de ver o presidente Lula vindo à Bahia para anunciar a ampliação, a nova etapa, do programa Territórios de Cidadania para todo o Brasil”.

O QUE É – Lançado em fevereiro de 2008, o programa territórios de Cidadania articulado pelo Governo Federal identifica as necessidades dos locais, as áreas nos estados com menores índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Cada território é formado por um conjunto de municípios que apresentam as mesmas características econômicas, ambientais, sociais, culturais e geográficas. Isso facilita as ações para o desenvolvimento sustentável.

LEIA MATÉRIA DO JORNAL A TARDE:

Bahia vai receber R$ 2,1 bilhões

DONALDSON GOMES

O governo federal vai ampliar de 60 para 120 as áreas atendidas pelo programa Territórios de Cidadania em 2009. O orçamento do programa – que propõe promover o desenvolvimento regional e universalizar programas básicos de cidadania em regiões que mais precisam, especialmente no meio rural – passou dos R$ 9,3 bilhões para R$ 23,5 bilhões.

Para a Bahia, estão previstos investimentos de R$ 2,1 bilhões em ações que envolvem desde o apoio a atividades produtivas, trabalhos sobre cidadania e direitos, até a qualificação da infraestrutura.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), responsável pela coordenação das atividades dos Territórios, que envolvem 22 ministérios, o programa deve chegar às regiões do Baixo Sul, Irecê, Semiárido Nordeste II e Sertão do São Francisco, que vão se somar às áreas da Chapada Diamantina, do Sisal, do Litoral Sul e do Velho Chico, já beneficiadas pelo trabalho. No ano passado, o volume do investimento alcançou os R$ 971,2 milhões.

De acordo com o diretor do Departamento de Ações de Desenvolvimento Territorial do MDA, Ronaldo Camboim Gonçalves, os Territórios de Cidadania estabelecem um diálogo com atores sociais e políticoinstitucionais dos Territórios da Cidadania, no sentido de qualificar as ações propostas pelos diversos ministérios.

Segundo o MDA, os recursos disponíveis irão beneficiar famílias em 1.852 municípios, o que equivale a 33% dos municípios brasileiros. Além disso, houve uma ampliação no número de ministérios participantes, informa o MDA, de 19 para 22. Em 2009, são previstas 181 ações de apoio às atividades produtivas, de cidadania e acesso a direitos, e de qualificação da infraestrutura.

 

Prefeito de Salvador deve explicação à comunidade da Vila Brandão

A Tribuna da Bahia online está de cara nova. Bem melhor que a anterior. Na edição de hoje (24) a manchete de primeira página é forte: “Wagner comemora a pesquisa. Lula anuncia mais 2 bi para a Bahia”. Manchete verdadeira. O sistema de acesso rápido da Tribuna da Bahia online funciona. Cliquei coluna do jornalista Jolivaldo Freitas e apareceu: “Vila Brandão, Lula e Wagner”.

Na salada geral do artigo, Jolivaldo Freitas cobrou:

“O povo da Vila Brandão, ilhado entre o Iate Clube e a Igreja da Vitória está com as mãos na cabeça. Espera que alguém da prefeitura vá explicar direitinho o negócio da desapropriação. Até os polvos, lagostas e caramurus se esconderam com medo de desapropriarem suas locas”.

Também acho que o prefeito João Henrique (PMDB) está devendo uma explicação à comunidade da Vila Brandão.

LEIA TEXTO ABAIXO
Terrorismo midiático contra a Vila Brandão

 

Terrorismo midiático contra a Vila Brandão

O prefeito João Henrique (PMDB) é o culpado. De surpresa, sem debates na Câmara Municipal, anunciou a desapropriação do terreno da encosta da Ladeira da Barra. Em princípio, uma medida boa porque bota um freio na especulação imobiliária. Predadores da construção civil não se envergonham em anunciar torres na encosta.

O noticiário sobre o assunto ficou confuso. Samuel Celestino, em sua prestigiada coluna no jornal A Tarde, aderiu logo à proposta de desapropriação, afirmando que na Vila Brandão só tem francês.

Sexta-feira, 20, o jornal Correio sapecou a manchete: “Vila Brandão deve sumir”. Ora, a Vila Brandão tem 60 anos, e lá estão edificadas 200 casas, cerca de 350 famílias, mais de mil pessoas. No sábado, 21, o Correio voltou a noticiar: “Destino da Vila Brandão ainda está indefinido”.

Domingo, 22, o jornal A Tarde deu a manchete: “Vila Brandão aguarda decisão”. Na edição de sábado, 21, a Tribuna da Bahia manchetou: “Vila Brandão será reurbanizada pela prefeitura”. Já na edição de segunda-feira, 23, completou: “Largo da Vitória terá praça pública, mirante e vila urbanizada”. Aí entendi tudo. Por trás da lei de desapropriação do prefeito João Henrique (PMDB), que decepção, estão as empresas MRM e Frank Empreendimentos, que apresentam um projeto completo de reurbanização do Largo da Graça, inclusive no espaço onde se erguia a Mansão Wildberger, demolida em 2006.

Fui lá na Vila Brandão no domingo, 22. Obviamente lá não tem só “francês”. A Tribuna da Bahia entrevistou D. Raimunda está lá há 30 anos, e também D. Bernadete que lá mora há 25 anos. O jornal Correio entrevistou Alda Oliveira, 35 anos, que nasceu e mora lá até hoje.

Uma delas até já pregava: “Comunidade unida jamais será vencida”. No geral, achei a população tranqüila. Eles não acreditam em jornal e não escondem a decepção com o prefeito.

23 de março de 2009

 

Lula na Bahia quer mais renda no campo

Reportagem do Valor Econômico (23) crava a manchete: “Governo amplia plano para geração de renda no campo”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje (23), em Salvador (BA), a transformação em "megaprojeto" de seu principal plano de redução da pobreza e geração de renda na área rural. Com um orçamento ampliado para R$ 23,5 bilhões, o programa Territórios da Cidadania será o carro-chefe da ação federal em 1.852 municípios com menos de 50 mil habitantes em 2009. Os principais alvos são as áreas mais pobres de regiões com os piores índices de desenvolvimento humano (IDH).

Acusado de "eleitoreiro" pela oposição quando foi lançado em fevereiro do ano passado, às vésperas da disputa municipal, o programa combinará 180 ações para organização da produção, infraestrutura, regularização fundiária, saneamento, água, educação e saúde. Em 2008, foram realizadas seis mil obras no país. Os recursos sairão dos cofres de 22 ministérios e são "carimbados" exclusivamente para esse conjunto de ações. "As acusações de partidarismo, de benefícios para prefeitos aliados, não se confirmaram", disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, ao Valor.

"Fizemos, isso sim, uma blitz de políticas públicas e conseguimos fazer chegar recursos onde nunca chegavam. Havia orçamento, mas não se gastava por que essas regiões não tinham representação política, não tinham quem olhasse por elas", afirma. O Democratas questionou formalmente o programa no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro argumenta que o programa, ao contrário, "tira poder" de deputados e senadores. "Isso acaba com o clientelismo da política tradicional. Não é a emenda que vai decidir onde aplicar o dinheiro", afirma o ministro.

A maior parte do dinheiro do programa vem dos ministérios do Desenvolvimento Social (40%), do Desenvolvimento Agrário (18%), da Saúde (12%) e da Educação (8,4%). A dimensão do Territórios da Cidadania pode ser medida pelo alcance dos beneficiados nas 120 regiões escolhidas pelo governo. O público-alvo corresponde a um terço dos municípios brasileiros e abrange 23% da população total do país. As ações também beneficiam 46% da população rural e 67% dos assentados da reforma agrária. Também estão incluídos no programa 37% dos beneficiários do Bolsa-Família, além de comunidades indígenas, quilombolas e pescadores artesanais.

O governo federal comemora a aproximação com governadores e prefeitos. "Não resolvemos tudo, não é mágica", diz Cassel. "Mas dá racionalidade, faz as obras chegarem junto com os serviços, o que dá um sentido geral ao gasto público que não se tem olhando de Brasília". Os Estados de Rondônia, Bahia e Pará começaram a adequar seus planejamentos às ações do programa. "É prova de que não há cor política nessas ações".

Em 2008, o Territórios da Cidadania investiu R$ 9,3 bilhões do orçamento de R$ 12,9 bilhões. O programa prestou assistência técnica a 122,8 mil famílias de assentados da reforma agrária, recuperou ou implantou infraestrutura para 65,1 mil famílias (estradas, adutoras, casas) e adquiriu 137,5 mil hectares para a reforma agrária.

Também concedeu R$ 998 milhões em crédito rural a agricultores familiares e realizou 86,8 mil ligações de energia elétrica. "Criamos uma nova energia social, que levanta críticas, cria brigas", diz Cassel. "É mais tenso, expõe os gestores, mas cria um mecanismo de cobrança concreta porque os problemas locais aparecem".

O balanço anual do programa mostra que os investimentos também avançaram na compra de equipamentos de saúde bucal, implantação de farmácias populares, contratação de agentes comunitários de saúde, aquisição de ônibus ou embarcações e no Programa de Atenção Integral à Família. "O programa deu certo. É um caso de sucesso que já virou referência internacional para a ONU e para a FAO", comemora o ministro.

O Territórios da Cidadania nasceu das discussões entre o MDA e a equipe da Casa Civil, mas tem suas raízes na experiência de orçamento participativo criado no Rio Grande do Sul, no início dos anos 90.

O ministro Cassel fez parte da equipe que montou as bases para o projeto gaúcho. A próxima etapa do megaprograma do governo será a criação de um sistema de avaliação dos impactos sobre o IDH das regiões mais pobres. Também será preciso, segundo Cassel, melhorar a transparência do programa com a disseminação de relatórios de acompanhamentos "com nome e sobrenome" dos responsáveis locais pelas ações. "Temos que ampliar o controle social e ter mais complementaridade do orçamento com os governos estaduais e municipais", receita Cassel.

 

Datafolha na Bahia mostra Wagner em primeiro lugar, e Geddel não passa do quarto

Deu na Folha de S. Paulo (23). A pesquisa Datafolha mostrou o governador Wagner (PT) em primeiro lugar na preferência do eleitorado, com uma folgada liderança entre 36% e 38% na sondagem estimulada. Wagner também lidera com 24% na pesquisa espontânea. A manchete da Folha na página A6 é bem objetiva: “Wagner está em 1º lugar na Bahia; Geddel não passa do 4º lugar”. É engraçado, porque em todos os cenários o segundo lugar é um nome do DEM, Paulo Souto. Em terceiro lugar vem o senador César Borges (DEM) e só então vem Geddel em quarto lugar com 7% e 8%. Não é um bom começo para o tamanho da arrogância do PMDB.

A explicação para a baixa colocação de Geddel Vieira Lima dada pelo diretor do Datafolha, Mauro Paulino, é muito estranha. Para ele, o líder do PMDB, deputado federal votadíssimo, ministro da Integração, ainda seria “desconhecido” do eleitorado. O Datafolha pode procurar outra explicação. Geddel é conhecidíssimo do eleitorado baiano, em todos os municípios. A razão da rejeição pode ser outra: que tal falta de confiança? Antipatia? Arrogância?

O QUE A FOLHA DISSE – “Cotado a vice em uma eventual chapa presidencial encabeçada pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), aparece apenas em quarto lugar na intenção de voto dos eleitores da Bahia para o governo do Estado, a pouco mais de um ano e meio das eleições.

Quatro cenários projetados pelo Datafolha com oito possíveis candidatos ao governo indicam liderança folgada do atual governador baiano, Jaques Wagner (PT). Ele oscila entre 36% e 38% das intenções de voto na pesquisa estimulada. Na espontânea - sem a apresentação de nomes -, também mantém a dianteira, com 24%.

Geddel aparece em 2 dos 4 cenários. Em um deles, com a presença dos ex-governadores Paulo Souto (DEM) e César Borges (PR), tem 7%. No outro, em que Souto é substituído pelo deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), fica com 8%. Nos dois casos, ele aparece tecnicamente empatado com o radialista Raimundo Varela (PRB).
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, diz acreditar que, caso Geddel se candidate de fato ao governo da Bahia, a intenção de voto deve aumentar. Geddel nunca disputou cargos majoritários.

"Acredito que seja desconhecimento da população, que pode ser revertido a partir do momento em que começar a campanha. Muitas vezes as articulações de bastidores não atingem os eleitores", diz Paulino, em referência ao cenário das eleições municipais de Salvador, em outubro, quando o candidato de Geddel venceu o apadrinhado de Wagner.

DEM - O segundo lugar nas pesquisas é disputado entre os dois principais nomes do DEM baiano, ACM Neto e Paulo Souto. O partido vem sendo considerado cambaleante no Estado após três fatos: a morte do senador Antonio Carlos Magalhães, a perda da hegemonia no governo para o PT e a derrota de ACM Neto na disputa pela Prefeitura de Salvador no ano passado, quando não chegou ao segundo turno.

Quando confrontados, nos cenários, com o senador César Borges, ambos se saem melhor. ACM Neto fica com 17% nos dois cenários em que é citado. Em um deles, Borges tem 14%. Em outro, com Geddel Vieira Lima, o senador fica com 12%.

Quando o possível candidato é Paulo Souto, a diferença chega a ser de nove pontos percentuais (19% x 10%) quando Geddel é incluído na disputa. Sem o ministro, a diferença cai para quatro pontos (18% x 14%).

O Datafolha entrevistou 991 pessoas em 36 municípios baianos, entre os dias 16 e 19 deste mês. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

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