17 de novembro de 2007

 

Todo mundo apóia licença-maternidade de 6 meses, menos ACM Neto

Matéria da Agência Senado revela que pesquisa mostra apoio da opinião pública à licença-maternidade de 6 meses. "Quando uma Nação é capaz de assegurar abrigo digno a uma criança, ela está à altura do seu tempo e dos seus desafios". Com essas palavras, o presidente interino do Senado, Tião Viana, divulgou que 80% dos entrevistados de uma sondagem de opinião pública feita pelo DataSenado apóiam o projeto de lei aprovado pela Casa para ampliar de quatro para seis meses a licença-maternidade.

Na comissão da Câmara dos Deputados o único político que votou contra a licença-maternidade de 6 meses foi o deputado federal ACM Neto (DEM-BA).

Tião Viana informou que 76% dos ouvidos pelo DataSenado entendem que o bebê será o principal beneficiado com esse projeto, que ainda precisa da aprovação da Câmara para ser sancionado. Apenas 14% consideraram que a mãe é que será a principal beneficiária.

Tião Viana fez o anúncio ao lado do presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dr. Dioclécio Campos Júnior, que inspirou o projeto, da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que o apresentou, e do senador Paulo Paim (PT-RS), que o relatou na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

"Todos sabemos que o indicador da integridade moral de uma Nação é aquilo que se faz pela criança. E essa matéria é um abraço afetuoso, de muita proteção, do Senado para a criança brasileira", acrescentou o presidente interino.

A senadora Patrícia Saboya (PDT) declarou que a pesquisa revela o amadurecimento da sociedade brasileira para compreender que o maior patrimônio do país são as crianças.

"Serve para compreender também que um país só pode ser justo, só pode ser livre quando formos capazes de cuidar de quem mais precisa, de quem é mais vulnerável, de quem é mais frágil, que são os nossos filhos, que não podem subir a rampa do Planalto, que não podem se manifestar, que precisam da nossa representatividade, precisam da nossa fala, da nossa voz, do nosso coração e de toda a paixão que a gente possa ter por essa causa, que é a melhor de todas, a causa de um Brasil muito melhor e de uma humanidade muito mais sensível", afirmou.

Relator do projeto, o senador Paulo Paim expressou sua alegria com os resultados da pesquisa. "É impossível que alguém seja contra esse projeto no país. O grande mérito desse projeto é que ele não engessa nada, ele apenas diz que o empresário que quiser poderá ampliar de quatro para seis meses a licença-maternidade. E que a mãe dirá se quer ou não entrar no programa. O mérito é indiscutível, eu não esperava outro resultado da pesquisa",afirmou Paim.

Idealizador do projeto, trazido há dois anos à Presidência do Senado, o médico Dioclécio Campos Júnior se disse fortemente emocionado. Ele testemunhou que, nesses dois anos, houve uma mobilização inédita no país em torno da matéria, sempre bem acolhida pelos meios de comunicação.

"Esse tema nunca saiu da pauta da imprensa brasileira. E mais: esse tema foi para mim de um efeito demonstrativo singular, porque senti no Senado praticamente o clima de um ninho perfeito, com o calor humano próprio e inerente àqueles que integram a Comissão de Direitos Humanos da Casa", disse o médico.

A Bahia espera que ACM Neto mude de posição.

 

Generais começam a defender reavivamento das Forças Armadas. Estamos fritos.

O programa Expressão Nacional, da TV Câmara, brinca com fogo e o povo brasileiro é quem pode se queimar. O programa está inventando que está na ordem do dia o debate sobre a defesa nacional. Os militares defendem que o Brasil volte a investir nas suas Forças Armadas. É uma temeridade. Os comandantes das Forças Armadas do Brasil têm as mãos manchadas de sangue.

A história das Forças Armadas do Brasil é de uma indignidade incomensurável. Está repleta de genocídios, assassinatos, torturas, golpes de estado, ditaduras militares e muita corrupção. Voltar a investir nas Forças Armadas é financiar um futuro golpe de estado. A volta da ditadura militar.

Eu tenho muito medo. Sou da geração de 1960. Fui às ruas contra a ditadura militar. Vivi clandestino por três anos nas matas do Maranhão, cumpri pena na cadeia da ditadura depois de ser dependurado num pau-de-arara e levado muitos choques elétricos no saco. Vi colegas serem assassinados na tortura, com as orelhas e línguas decepadas, como José Carlos da Mata Machado. Alguns corpos desapareceram, como o de Gildo Lacerda. Este é o Exército Brasileiro.

Agora vem a TV Câmara dando voz aos generais que formulam as estratégias militares. Pelo amor de Deus. Até a defesa da tecnologia nuclear saiu no programa. Quem não se lembra do buraco na Amazônia construído no governo Collor para testes nucleares? Defendo que as Forças Armadas continuem a passar a pão e água. Não há sentido na militarização num país com tanta pobreza. A única ação militar que faz sentido é a construção de pontes e obras de engenharia nas áreas rejeitadas pela iniciativa privada.

Generais costumam dizer que o Brasil tem que dominar a tecnologia nuclear para fins pacíficos. É uma fraude. Militares não pensam na paz, militares só pensam na guerra. Agora, tem general dizendo que até artefato atômico o Brasil tem que dominar. É um embuste, uma patriotada. Para que serve um submarino nuclear? Para consumir as riquezas nacionais e jogar dinheiro nas mãos de fascistas de farda. Persuasão porra nenhuma.

Agora estão usando até um argumento pueril, pouco criativo e cheirando desrespeito à inteligência das pessoas. Imaginem. As Forças Armadas brasileiras deveriam ser fortalecidas por causa da compra pela Venezuela de 100 mil fuzis Kalashinikov e 24 caças Sukhoi 30, armamentos russos. Voltamos à Guerra Fria. Os militares brasileiros não têm nenhuma imaginação. E ainda encontram espaço na imprensa para esta vergonhosa propaganda belicista.

Os generais brasileiros querem aumentar de R$ 6,9 bilhões para R$ 9,1 bilhões o Orçamento Militar em 2008. Será um suicídio da democracia. Gastar R$ 16 bilhões em 14 anos como querem os militares é mais que suicídio da democracia, é um genocídio porque esta verba poderia erradicar a pobreza no Brasil.

O Exército Brasileiro, por sua tradição golpista, anti-democrática, não merece sair da penúria. Seus blindados não servem para nada, essa é a verdade. Os aviões da FAB não servem para nada. E submarino não serve para nada, muito menos atômico. A única função é manter os empregos dos militares fascistas. Se o Congresso ceder à chantagem dos militares, juro que vou para o exílio. Não agüentaria nova aventura militar, mais torturas, assassinatos nos porões dos quartéis. Rearmar as Forças Armadas com base na Venezuela chega a ser ridículo. Mas, o que não é ridículo neste país?

16 de novembro de 2007

 

Os equívocos da Revista Metrópole e o chumbo de Santo Amaro

Mário Kertész e sua Rádio Metrópole patrocinam uma belíssima revista chamada Metrópole. É uma produção familiar. A Editora é KSZ, o publisher é Mário Kertész, o diretor-executivo é Chico Kertész, no Conselho Editorial está Marcelo Kertész, que também assina o projeto gráfico. Claro, os artigos e matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião do Grupo Metrópole.

Apenas cinco exemplares saíram até o momento. A de número 5 trouxe o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles, na capa, com o título “Volta pro Vila, velho” e uma frase de apoio nada isenta: “Como secretário, Márcio Meirelles é um grande diretor teatral”. Discordo. Não respeito sequer as opiniões do ex-bêbado João Ubaldo Ribeiro. São apenas frases de efeito debochadas que nada ajudam nem esclarecem. Aninha Franco tem grande espaço. Afinal, deixou de receber dinheiro para seu Teatro. Ah!, este vil metal. A entrevista com Roberto Albergaria é confusa. A confusão mental do entrevistador embola as respostas do entrevistado. Márcio Meirelles está contrariando interesses poderosos. Vai sofrer muito na pele.

Mas, o que eu queria mesmo falar era sobre a matéria da poluição por chumbo em Santo Amaro da Purificação. A matéria assinada por Juliana Cunha tem o mérito de discutir a questão. Mas tem os vícios do velho jornalismo e a insensatez do “novo” jornalismo brasileiro. A repórter desqualifica de maneira rude o secretário da Ciência, Inovação e Tecnologia (Secti), Ildes Ferreira.

Desqualificar pessoas é uma coisa muito fácil. Eu poderia desqualificar facilmente a matéria de Juliana Cunha. Basta ler as bobagens que escreveu. Por exemplo. À página 22 a jornalista explica o que é fase oral do bebê: “aquela fase da infância na qual o neném, tudo que vê, pica na boca”. Pica na boca? Até parece pornografia de quando em vez irradiada pela emissora do patrão.

A jornalista, sem revelar qualquer pesquisa, afirma que os “santamarenses” vêem com desconfiança a proposta do governo estadual de “comercializar” a escória retirada da cidade. E conclui que não seria a primeira vez que ações “desastradas” do governo prejudicariam a população. Equivocadamente, a repórter mistura ações de governos passados, governos comandados por ACM durante décadas, com o atual governo. Não há semelhança nas ações.

Ao longo dos anos, sucessivos governos CARLISTAS, inclusive no tempo da ditadura militar, facilitaram a presença da Peñarroya, Cobrac, Plumbum etc em Santo Amaro. Já a ação do governo Jaques Wagner é em direção oposta. A proposta da empresa Bolland é reprocessar a escória de chumbo acumulada em montanhas hoje encobertas por pastos.

Risco é não aproveitar a oportunidade para remover a fonte original da poluição. Os novos resíduos terão destino certo, não mais expostos à população. A questão da saúde dos trabalhadores e do chumbo nas paredes e ruas é de outra natureza. Não cabe à Bolland resolver. A luta continua.

É dever moral do CRA expedir a licença técnica de implantação da Bolland, tanto quanto dever técnico e de gestão pública. A jornalista erra quando julga que o CRA deu licença mal-intencionada à Bolland. Erra de novo quando afirma que a imprensa nacional denunciou a questão. Julgamento fácil parece ser uma característica do “novo” jornalismo brasileiro e baiano. Toda a divulgação partiu do próprio governo da Bahia e só então ganhou, com muito esforço, as páginas dos jornais nacionais. A repórter não pesquisou direito.

A jornalista dá espaço para a pergunta do professor José Ângelo, da UFBA: Por que o poluidor não é responsabilizado pelo órgão ambiental a executar a recuperação ambiental e promover a compensação pelo dano causado ao meio-ambiente? Ora, essa pergunta deveria ter sido direcionada ao amigo e patrono de Mário Kertész.

Ele, o falecido ACM, que manteve essa gente ganhando dinheiro com extração de chumbo durante décadas. Ademais, órgão ambiental não é Justiça. Essa história se arrasta há décadas pela Justiça. Basta pesquisar. A matéria da jornalista já começa mal: “A 72 quilômetros do nariz do governador...”. Isso é uma grande palhaçada. E o que tem uma matéria tão séria com o fato “de que 11 governadores e um imperador terem feito xixi em Santo Amaro”? Como uma pessoa pode afirmar com tanta facilidade que “o governo Wagner pretende retirar a escória da cidade em um processo polêmico e sorrateiro”? Ora, nunca vi tanta transparência. O próprio governo distribuiu a informação.

Eu posso falar. Desde a década de 1960 acompanho como jornalista o caso da poluição por chumbo em Santo Amaro. Já fiz matérias para o Jornal da Bahia, ajudei a editar o alternativo INVASÃO em plena ditadura com a manchete “Chumbo neles”, em 2005 acompanhei a comitiva dos jornalistas franceses à fábrica, ajudei a elaborar dezenas de discursos do ex-deputado Emiliano José (PT), na Assembléia Legislativa, passei o assunto como pauta para os jornais ao longo dos anos, Já fiz muita reunião com Adailson Moura da Associação das Vítimas Contaminadas por Chumbo, Cádmio, Mercúrio e Outros Elementos Químicos (AVICCA). Eu posso falar. Nunca vi reportagem tão viciada quanto essa da Revista Metrópole.

Quando escrevia estas linhas, soube que o CRA deu a licença para a Bolland. O governo Wagner vai livrar Santo Amaro da montanha de escória de chumbo, origem da poluição ao rio Subaé. Apesar de reportagens caolhas como essa da Revista Metrópole.

 

Sobre a parte boa da Folha de S. Paulo

Na cobertura política, a Folha de S. Paulo deixou há muito de ser referência, desde que radicalizou seu anti-petismo, seu anti-lulismo, ao lado de uma estranha simpatia pelo tucanato paulista e uma perigosa ojeriza pelos políticos. Mas, tudo tem dois lados. A Folha Ilustrada, por exemplo, ainda é um lugar de leitura.

Outro dia mesmo, li matéria sobre produtos gastronômicos ameaçados de extinção. Minha ignorância sobre o assunto era quase total. Existe uma Associação Slow Food que identifica produtos em risco de desaparecimento. A coisa é grave no Brasil. Das 750 espécies ameaçadas de extinção, no mundo, 23 são do Brasil. A Slow Food apóia projetos chamados de Fortalezas que visam à produção sustentável. Assim, há a Fortaleza do Umbu, fruta nativa da caatinga, mas de grande ocorrência no semi-árido baiano de Uauá, Curaçá e Canudos.

A Fortaleza do Umbu apóia projetos que preservem o umbu e o transformem em doces e geléias. Nos três municípios baianos foram implantas mini-fábricas de doces, geléias e polpa pasteurizada. Da produção 55% vai para a merenda escolar, aquecendo a economia local, 30% vai para o exterior, como França e Áustria, 10% é vendida em feiras e exposições e 5% fica no mercado regional.

Exportar dá mais resultado para os trabalhadores da ecogastronomia, pela intervenção da Associação Comércio Justo que deposita 50% antecipadamente, Aqui, no Brasil, os supermercados da “livre iniciativa” e da “mão invisível” paga apenas 60 dias depois, sem participar em nada da produção. Uma imoralidade própria da natureza do comércio capitalista.

O catálogo organizado chama-se Arca do Gosto, numa óbvia alusão à Arca de Noé. Já são sete os produtos brasileiros transformados em Fortalezas: Néctar de abelhas nativas, feijão canapu, guaraná Sateré-Maué, palmito Juçara, castanha-de-baru, arroz vermelho e, claro, o umbu. Mas a lista inclui o peixe pirarucu, o coco babaçu e o marmelo. Vocês já notaram como a marmelada desapareceu?

Mais informações em www.slowfoodbrasil.com

 

De um venezuelano aos editores da Veja sobre ''essa ditadura''

O venezuelano radicado no Brasil Yojin Ramones escreveu esta contestação à matéria de capa da revista Veja – Chávez, a sombra do ditador. Talvez por prudência, remeteu também uma cópia ao Portal Vermelho. Como duvidamos que a Veja a publique, reproduzimos na íntegra a mensagem, que tem a força das coisas ditas por uma pessoa que simplesmente tem apreço à verdade.

''Prezados editores da Veja, meu nome é Yojin Ramones, venezuelano vivendo no Brasil e fincando raízes neste país, já com uma filha brasileira. Escrevo estas linhas em espanhol, porque imagino que o conhecimento deste idioma é total da parte dos senhores, pela análise que fazem de meu país, a Venezuela.

A capa da última edição da revista, como outras anteriores, demonstra um desconhecimento real da situação na Venezuela. Porém, o mais grave é que isso é feito de maneira intencional, manipulando totalmente a verdade para apresentar uma matriz de opinião de ditadura. Pois bem, vou dar as características da ditadura de que os senhores falam.

Na Venezuela se recuperou a economia de uma forma acelerada, melhorando o poder aquisitivo de todos – escutem, de todos – os venezuelanos, ricos e pobres (antes eram apenas os ricos). O país tem anualmente o crescimento do PIB (Produto Interno bruto) mais elevado da América Latina.

Nessa ditadura se convocam referendos sobre os temas mais importantes do país, para que o povo opine e escolha o que quiser.

Nessa ditadura consertaram-se os abusos dos bancos na exploração de seus clientes. Por exemplo, a taxa de juro anual de um cartão de crédito é de 28%. Aqui no Brasil é de 120%.

Nessa ditadura há escassez de veículos porque todos compram carros.

Essa ditadura se dá ao luxo de sofrer um golpe de Estado, e ver todos os meios de comunicação entrarem em cadeia para falar mal, humilhar e até falar xenofobicamente das pessoas, sem que exista uma só pessoa presa por isso.

Em matéria de obras, como metrôs, pontes, teleférico, aeroportos, etc., não há país da América latina que tenha tantas em apenas oito anos.

Nessa ditadura, a gasolina custa 5 centavos de real o litro, o que os neoliberais chamam de populismo.

Nessa ditadura, os serviços de saúde devolveram a vista a milhares de pessoas carentes de recursos, não só venezuelanos mas latino-americanos, e pela primeira vez muitos bairros pobres têm um médico para dar atenção às pessoas.

Nessa ditadura, o poder é cada dia mais transferido para o povo, essas pessoas de poucos recursos, que antes só eram recordadas nas eleições, sendo tratadas como pseudo-escravos. Essa ditadura busca na integração do Sul a prioridade do crescimento de nossas raízes e forças latino-americanas.

Por estas e muitas outras razões, essa ditadura, como os senhores a chamam, para nós é cristianismo, igualdade, esperanças. Sei que no Brasil as pessoas são muito boas, têm os mesmos desejos de progresso. Mas com a publicação dos senhores, a televisão Globo, seus canais de TV a cabo ou por satélite as pessoas não vão poder formar uma opinião, porque estão cercadas midiaticamente, hipnotizadas por programas como o BBB Brasil, para que nunca descubram a realidade em volta delas. No entanto, hoje em dia as cercas vêm abaixo, as pessoas opinam, tomam atitude, quer dizer, evoluem para a busca da verdade. O tempo dará razão a quem a tiver. Sem mais para agregar e agradecendo o tempo dos senhores na leitura destas linhas,

Yojin Ramones.

http://www.vermelho.org.br/

15 de novembro de 2007

 

Com lucidez, Lula defende presidente Hugo Chávez

Em entrevista que concedeu nesta quarta-feira (15), o presidente Lula tratou o presidente Hugo Chávez, da Venezuela, com extremo respeito. Elogiou-lhe a dignidade. Enalteceu-lhe a compostura democrática. Ou seja, o presidente brasileiro demonstrou completa lucidez e rejeitou o papel de refém da mídia brasileira. Muito menos do Blog do Josias, órgão chapa-branca dos donos da Folha de S. Paulo.

O presidente Lula não se rende nem mesmo aos aliados conservadores como José Sarney, que vem ameaçando vetar o ingresso da Venezuela no Mercosul. Como todos sabem, por razões de estado, Lula mantém sólidas relações com Sarney, mas não se dobra às posições reacionária do coronelismo do Maranhão.

Não se trata de defesa do “amigo” como quer reduzir o editorialista blogueiro Josias de Souza, da Folha de S. Paulo. É muita imbecilidade essa redução.

Leiam o que o presidente Lula disse:

"Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa. Inventem uma coisa para criticar o Chávez. Agora, por falta de democracia na Venezuela não é. Estou há cinco anos no poder. Vou chegar a oito anos. Eu participei de duas eleições. O que eu sei é que a Venezuela já teve três referendos, já teve três eleições não sei para onde, já teve quatro plebiscitos. O que não falta é discussão.”

Ou seja, Lula defendeu o direito à soberania da Venezuela. Soberanamente, a Venezuela tem direito de alterar sua Constituição, mesmo que seja para introduzir um terceiro, quarto ou quinto mandato presidencial. É uma questão do povo venezuelano, e não da imprensa marrom, direitista, reacionária e golpista como a do Brasil, com destaque para a Folha de S. Paulo e seu blog oficial.

“Por que ninguém se queixou quando Margaret Thatcher [ex-primeira-ministra britânica, que deu as cartas entre 1979 e 1990] ficou tantos anos no poder?” questionou o presidente Lula.

Um dos repórteres idiotizados ressaltou que a Grã-Bretanha vive sob regime parlamentarista, podendo o primeiro-ministro ser destituído a qualquer momento pelo Parlamento. O repórter idiotizado não se lembrou da França, que permite a reeleição do presidente, e é presidencialista. Cada qual só se lembra do que o patrão do momento manda.

O fato é que parlamentarista ou presidencialista há uma continuidade. Conforme disse o presidente Lula: “É continuidade, não tem nada de distinto. Muda apenas o sistema, o regime, de presidencialista para regime parlamentarista. Não importa o regime, mas o exercício do poder.”

Lula também mencionou, além de Thatcher, dois outros ex-chefes de Estado de regimes parlamentaristas: o espanhol Felipe Gonzalez e o alemão Helmut Kohl. E jogou o francês François Miterrand na roda de samba. “Ninguém se queixa do Felipe González, que ficou tantos anos; ninguém se queixa do Mitterrand, que ficou tantos anos; ninguém se queixa do Helmut Kohl, que ficou quase 16 anos”, disse Lula.

O Blog do Josias tortura a lógica para rejeitar os argumentos do presidente Lula. Quando há idéia preconcebida não há como convencer o repórter idiotizado. A França, devolve o repórter idiotizado, é um sistema semi-presidencialista. E aí segue o debate.

Não há nenhuma desfeita ao se comparar François Mitterrand a Chávez. Se houvesse desfeita o atingido seria Chávez. François Mitterrand presidiu a França por 14 anos (1981-1995) porque obteve do povo dois mandatos. Mandatos que a Constituição da França fixa em sete anos. Sabe lá Deus como isso se deu.

De resto, Lula considerou que “não houve exagero da parte de Chávez ao chamar o ex-primeiro-ministro espanhol José María Asnar de “fascista”. E não houve mesmo.

Houve uma fala do Chávez, que o rei achou que era demais, que era uma crítica ao ex-primeiro-ministro da Espanha que tinha APOIADO o golpe venezuelano no primeiro momento. Essas coisas acontecem. Obviamente, a diferença qual é? Que o rei estava na reunião. Quem falou ‘cala-te’ foi o rei, não foi um de nós, porque, entre nós, nós divergimos muito”.

As considerações de Lula vieram no vácuo dos últimos rugidos (segundo o Blog do Josias de Chávez) na direção da Espanha. Não ouvi rugidos nem bramidos, ouvi a fala majestática de um governante que tem peito.

Segundo o Blog do Josias, Chávez tem todo o direito de cultivar sobre Aznar a opinião que bem entender. Eleito democraticamente, foi vitimado, em 2002, por um golpe de generais sem tropa, apoiado por bando de empresários oportunistas, amparados por um naco de mídia parcial. Coisa inaceitável. Mas não acho que seja tão reprovável quanto o movimento revolucionário que o coronel Chávez tentara aplicar dez anos antes, em 1992.

Não tem essa de se discutir a educação de Chávez. Quem falou bobagem foi o rei. Josias de Souza devia se calar. Por que não se cala, Josias?

 

Campanha da Folha contra o governo Lula

Não se enganem, o conjunto de matérias publicadas na Folha (12 de novembro), com manchete de primeira página - "Ministérios não seguem os limites para cargos” - faz parte da campanha do jornal contra o governo Lula.

A tecla é o aparelhamento do Estado pelo PT e o uso de cargos públicos de confiança para acomodar indicações de aliados do governo. Nenhum argumento do governo convence o jornal, já que seu objetivo é outro, dele e de outros meios de comunicação, como a revista VEJA - organizar a agenda de oposição ao governo e fazer tudo para que Lula e o PT não se consolidem como opção da maioria do eleitorado.

Quando não conseguem impedir o crescimento do apóio a Lula e a seu governo, batem no PT, para que ele não se beneficie desse apoio que pode lhe dar, no futuro, com um partido aliado como o PMDB, maioria nas duas casas do Congresso Nacional, o que mudaria totalmente o cenário político brasileiro e a governabilidade.

Sem analisar cada caso ou sem evidências não se pode aceitar a tese de que todo nomeado para cargo de confiança que não seja funcionário de carreira é indicação política. A verdade nua e crua é que o governo Lula vem realizando concursos e reorganizando as carreiras e está respeitando religiosamente o decreto que estabelece que 75% dos nomeados para cargos de confiança DAS (de 1 a 3) devem ser de carreira e 50% dos DAS 4.

O resto é política. Pura política da Folha, e de oposição.

Fonte: Blog do Zé

 

Biógrafo de Che Guevara critica Veja

O weblog de Pedro Doria registra que o repórter Jon Lee Anderson, biógrafo de Che Guevara, foi procurado há umas semanas pelo também repórter Diogo Schelp, da Veja. O objetivo era uma entrevista curta para a reportagem que saiu na revista a respeito dos 40 anos da morte de Guevara. É um entrevistado natural – afinal, Che Guevara, uma biografia, é a principal referência ao tema.

Anderson respondeu a Diogo mas acabou não sendo procurado. Na semana passada, o veterano repórter de guerra da New Yorker teve acesso e leu a reportagem da Veja, já comentada por mim aqui no blog, numa nota no dia 2 de outubro. Foi sua a decisão de tornar pública esta resposta a Schelp, que começou a circular por email entre os jornalistas brasileiros:

"Caro Diogo,

Fiquei intrigado quando você não me procurou após eu responder seu email. Aí me passaram sua reportagem em Veja, que foi a mais parcial análise de uma figura política contemporânea que li em muito tempo.

Foi justamente este tipo de reportagem hiper editorializada, ou uma hagiografia ou – como é o seu caso – uma demonização, que me fizeram escrever a biografia de Che. Tentei por pele e osso na figura super-mitificada de Che para compreender que tipo de pessoa ele foi. O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial, coisa que evidentemente não é. Jornalismo honesto, pelos meus critérios, envolve fontes variadas e perspectivas múltiplas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esforço de objetividade.

O que você fez com Che é o equivalente a escrever sobre George W. Bush utilizando apenas o que lhe disseram Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad para sustentar seu ponto de vista. No fim das contas, estou feliz que você não tenha me entrevistado. Eu teria falado em boa fé imaginando, equivocadamente, que você se tratava de um jornalista sério, um companheiro de profissão honesto. Ao presumir isto, eu estaria errado. Esteja à vontade para publicar esta carta em Veja, se for seu desejo.

Cordialmente,
Jon Lee Anderson".

Anderson tem razão ao dizer que a matéria de Veja sobre Che Guevara é "um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial". Na verdade, é muito mais do que isso. É um grosseiro panfleto da direita mais furibunda e reacionária, da qual, infelizmente, a revista Veja tem se transformado em porta-voz.

Fonte: Blog do Zé

14 de novembro de 2007

 

Oposição é contra CPMF para prejudicar o governo Lula

É claro como água. O PSDB e o DEM se dizem contra a CPMF porque querem prejudicar o governo Lula, cortando R$ 40 bilhões do Orçamento da União e inviabilizando projetos da área social e do PAC.

O Portal do PT fez uma enquete e a maioria optou por esta resposta. Nem precisava a enquete. É claro como água. Dos 736 internautas votantes, 369 (50,1%) disseram que a oposição se diz contra a CPMF para prejudicar o Governo Lula. Eu diria que prejudicar o Governo Lula e os pobres deste país.

Em segundo lugar, com 221 votos (30%) vêm aqueles que acham que os dois partidos, ao se colocarem contra a CPMF, estão na verdade defendendo os interesses de grupos financeiros-empresariais – que são os maiores atingidos pelo imposto. Também faz sentido e essa é a posição do médico Adib Jatene, ex-ministro da Saúde.

Para outros 89 internautas (12,1%) PSDB e DEM estão apenas querendo agradar a setores da mídia e da “opinião pública”, que exigem oposição sistemática a qualquer projeto que venha do governo. De fato, PSDB e DEM falam para a parte da população que vota com a direita.

Por fim, um grupo de 57 pessoas (7,7% dos votantes) acredita que a oposição se diz contrária ao tributo porque está pensando no melhor para o Brasil. Realmente, esta minoria que pensa assim está completamente equivocada. O DEM e o PSDB fazem é muita demagogia.

 

Adib Jatene defende a CPMF e diz que ricos têm que pagar mais impostos

O cardiologista e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, que criou a CPMF durante sua gestão no Ministério da Saúde, fez uma defesa veemente da manutenção do tributo na noite de segunda-feira (12) em discussão com o empresário Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que comanda um movimento contrário à CPMF.

De acordo com informações publicadas na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na edição do jornal Folha de São Paulo desta terça-feira (13), Adib Jatene afirmou que "no dia em que a riqueza e a herança forem taxadas no Brasil, nós concordamos com o fim da CPMF". Para ele, os ricos devem pagar impostos para que haja melhor distribuição de renda no país.

Leia a íntegra da nota publicada na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo:

Adib para Skaf: "Têm que pagar"

Dedo em riste, falando alto, o cardiologista Adib Jatene, "pai" da CPMF e um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e que defende o fim do imposto: "No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda".

Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: "Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!". E Jatene: "Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais".

Skaf continua: "A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?". E Jatene: "Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquiota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões". Skaf diz: "A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF". "É que a CPMF não dá para sonegar!", diz Jatene.

Skaf circula. O deputado Adriano Diogo, do PT, levanta o dedo positivo para ele: "E aí, contente em detonar a saúde?". Nova discussão. "Não adianta. São visões de mundo diferentes", conforma-se o empresário. Em outra mesa, Tião Viana (PT-AC), presidente do Senado, diz que a votação da CPMF segue indefinida. "Está difícil para os dois lados."

Cada um dos 400 convidados do jantar desembolsou R$ 250, com direito a saladas, tortellis e carnes preparadas pelo médico David Uip, por José Aristodemo Pinotti e por Paulo Renato Souza. Em meio aos comes e bebes, uma boa notícia: o BNDES negociou a dívida do Incor: de R$ 140 milhões, ela caiu para R$ 80 milhões. O governo de SP pagará R$ 40 milhões. O próprio Incor, os outros R$ 40 milhões, em dez anos. Uma das últimas "missões" de David Uip, que deixará a presidência do Incor em dezembro, será a assinatura do acordo com o banco.

Fonte: Site do PT

11 de novembro de 2007

 

Por que resgatar a memória de Teófilo Benedito Ottoni, um senador que honrou o mandato

Neste próximo 27 de novembro será comemorado o bicentenário de nascimento de Teófilo Benedito Otoni. A programação inclui sessões solenes no Senado, na Câmara dos Deputados, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Muitos eventos movimentam o Rio de Janeiro.

Teófilo Ottoni lutou pela República, pelo desenvolvimento econômico, social, cultural e político do país. O ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, está lançando o livro “Teófilo Ottoni, a República e a Utopia do Mucuri” pela editora Casa Amarela (SP).

Resgatar sua história, seu exemplo, contribui para estimular a cidadania ativa, ética e participativa das gerações presentes e futuras.

Com 19 anos, entrou para a Escola da Marinha no Rio de Janeiro, onde se relacionou com os círculos maçons clandestinos, ligados a Evaristo da Veiga e Rodrigues Torres, fazendo parte da sociedade secreta “Clube de Amigos Unidos”.

Em 1830, percebendo-se cerceado na Marinha pelas suas idéias, volta ao Serro onde funda o jornal “SENTINELLA DO SERRO”, porta-voz de suas propostas de vanguarda, fechado em 1932 por determinação de Feijó. No Serro funda a “Sociedade Promotora do Bem Público”.

Em 1933 lidera o batalhão de voluntários para lutar contra a sedição militar dos Conservadores em Vila Rica: VAI ÀS ARMAS pela primeira vez. Foi vereador, deputado provincial à Assembléia Legislativa em 1835/1838 e 1839/1842. Em 1838, foi eleito para a Assembléia Geral (Câmara dos Deputados) no Rio de Janeiro. Em 1845, é eleito novamente deputado geral, sendo reeleito em 1848. Em 1861, volta ao parlamento federal e é novamente reeleito em 1864.

Combativo, inquieto, culto, com o dom da palavra, Teófilo Ottoni entra em colisão com os conservadores e o poder quando da “Lei de Interpretação do Ato Adicional”, retrocesso ante as conquistas liberais em 1834. Em 1840, os liberais vencem as eleições defendendo a antecipação da maioridade de Pedro II e combatendo o retrocesso.

No ano seguinte as eleições são anuladas e os liberais resolvem ir ÀS ARMAS. Em agosto de 1842, Teófilo Ottoni é derrotado em Santa Luzia pelo Duque de Caxias, é preso e conduzido a pé para Vila Rica.

Ottoni faz sua própria defesa; na prisão edita “O ITACOLOMI” onde critica o governo imperial e defende os revolucionários “luzias”. Em 1843 é julgado e absolvido em Mariana.

Desencantado com a cooptação dos liberais, volta-se para o EMPREENDEDORISMO. Abre uma casa comercial na rua Direita no Rio, em 1844. Em 1847, funda a Cia. de Comércio e Navegação do Rio Mucuri. Em 1853, inicia a construção de Filadélfia (“Cidade do Amor Fraterno”).

A escolha do nome denota a influencia de Thomas Jefferson. Ao invés do extermínio, alcança acordo com os indígenas. Traz 100 chineses para a construção da estrada até Santa Clara.

Em 1856, chegam os alemães e também imigrantes holandeses, belgas, suíços, portugueses, espanhóis. Em 1857, Filadélfia vira distrito e é INAUGURADA A PRIMEIRA ESTRADA de rodagem do Brasil, com 170 quilômetros e mais de 50 pontes.

Em Filadélfia (posteriormente Teófilo Otoni) abre escola de esperanto, um jornal, igreja católica e luterana, estimula a agricultura e a pecuária. Contra sua vontade, a Cia. do Mucuri é encampada em 1860.

Fisicamente fragilizado pelas repetidas crises de impaludismo, contraídas nas matas do Mucuri, Teófilo Ottoni retoma suas atividades políticas na capital do país, retomando a liderança dos liberais, e luta pelo federalismo, pela República e pelo desenvolvimento.

ÍDOLO POPULAR, lidera as manifestações contra os ingleses na Questão Christie e ante a ameaça de bombardeio do Rio por canhoneiras inglesas.

De 1853 a 1857 foi diretor do BANCO DO BRASIL, refundado por Mauá após a proibição do tráfico de escravos, para canalizar os capitais daí para outros empreendimentos. Seus escritos e discursos, as dezenas de publicações sobre sua história, idéias e feitos mostram o republicano, um homem futurista, defensor da indústria, da agricultura diversificada, da construção de estradas, ferrovias, da navegação fluvial, de uma cultura nacional.

Na célebre publicação sobre a estátua eqüestre de Pedro I (onde hoje é a praça Tiradentes, no Rio) ele reivindica para os movimentos libertários, como os “inconfidentes” e os “pernambucanos”, os méritos da independência. No entanto, esta pessoa extraordinária, exemplo de altruísmo, coragem, obstinação, superação, permanece pouco conhecida até mesmo em Minas Gerais.

Fonte: Blog Bicentenário de Teófilo Benedito Ottoni

 

Ex-ministro identifica, enfim, um senador que honrou o Senado e o Brasil

Em tempos de grande descrédito do Poder Legislativo, violação de painel de votação, grampos ilegais, envolvimento de senadores em escândalos e crimes, é uma tarefa difícil essa de encontrar um senador que honrou o Senado e a República.

Pois o ex-ministro dos Direitos Humanos do Governo Lula, Nilmário Miranda, foi longe e encontrou um. Teófilo Benedito Ottoni é o seu nome. Lutou contra o Império e a escravidão dos negros e indígenas. A Historia Oficial praticamente desconheceu a vida de um dos mais importantes políticos brasileiros da nascente República.

Teófilo Ottoni foi vereador, deputado provincial, deputado geral e senador eleito cinco vezes, embora quatro vezes preterido pelo Imperador, que detinha o Poder Moderador e vetava a posse dos oposicionistas.

Teófilo Ottoni liderou revoluções pela democracia. Rejeitou a escravidão e a guerra de extermínio contra os índios e organizou a colonização do Vale do Mucuri, em Minas Gerais, com mão-de-obra livre.

O resgate histórico está no livro “Teófilo Ottoni, a República e a Utopia do Mucuri”, que Nilmário Miranda está lançado em novembro, por ocasião do bicentenário de nascimento de Teófilo Benedito Ottoni.

Teófilo Ottoni foi um dos mais importantes políticos do Brasil no final do Império e início da República. A História Oficial escondeu sua participação. Visionário, ele propunha projetos republicanos de desenvolvimento que são atualíssimos até hoje, como o transporte intermodal (rodovias, ferrovias, navegação fluvial e marítima) integrado.

É um personagem cuja história deve ser resgatada e apresentada às novas gerações de brasileiros. Sua ação política afetou Minas Gerais, o Rio de Janeiro como capital da monarquia e a Bahia, por estar nela a foz do rio Mucuri e sofrer influências diretas da colonização dos vales dos rios Mucuri e Jequitinhonha.

As comemorações do bicentenário de nascimento (27 de novembro) de Teófilo Ottoni já começaram. A Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos lançou o “Selo do Bicentenário”.

Seminários estão sendo realizados em universidades mineiras. Haverá sessões solenes na Câmara dos Deputados (22), no Senado Federal (29) e na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (27).

Obviamente as comemorações mais intensas serão feitas na cidade do Serro (MG), onde ele nasceu, e em Teófilo Otoni (MG), cidade que ele fundou com o nome original de Filadélfia, centro de sua utópica colonização republicana, ecumênica, antiescravista e de respeito pela vida dos indígenas.

Mas há comemorações em Ouro Preto, centro do poder em Minas Gerais à época do Império, e no Rio de Janeiro, onde viveu grande parte de sua vida e se tornou ídolo popular. Tão popular e revolucionário que a história oficial foi apagando sua memória dos livros escolares.

O ex-deputado federal (PT-MG) e ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, atual presidente do PT de Minas Gerais, está lançando o livro “Teófilo Ottoni, a República e a Utopia do Mucuri” agora em novembro, como parte das comemorações do bicentenário de nascimento do senador que honrou o Senado, a República e o Brasil.

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