11 de setembro de 2009

 

Um poema para Carlos Lamarca

Em 1987, o poeta Adelmo Oliveira publicou o livro “Cântico para o deus dos ventos e das águas”, pela Cátedra Editora. Dom Timóteo Amoroso Anastácio, então abade do Mosteiro de São Bento assinava a apresentação. Em sua profunda sabedoria, dom Timóteo incluía Adelmo Oliveira no grupo de homens cujas “utopias se enraízam no mundo e possuem dinamismo aptos a transformar a terra como um lar de sonho, de paz, de amor e liberdade”.

Pois foi neste livrinho abençoado por dom Timóteo que li pela primeira vez o poema “As bodas da morte”, dedicado ao capitão Carlos Lamarca que, como Che Guevara, sacrificou sua vida pela revolução. Os anos se passaram e, em 2000, a Fundação Cultural do Estado da Bahia editou uma cuidadosa Antologia Poética de Adelmo Oliveira intitulada “Canto Mínimo”, com apresentação de Ildásio Tavares. E eis que me reencontro com o poema.

AS BODAS DA MORTE

Entre os frisos vermelhos da tarde
Eu canto a aurora.

Nas colunas de mato e rebanho
Eu canto a aurora.

Um fuzil pendurado entre arbustos
Eu canto a aurora.

Eu canto a aurora.

Uma estrela desmaia de sangue
Eu canto a aurora.

Este tempo é um marco de prata
Eu canto a aurora.

Toda morte é amarga e sonora
Eu canto a aurora.

 

Conferências municipais democratizam ações culturais na Bahia

Este é um press-release do bem. A Secretaria da Cultura da Bahia, na profícua gestão do produtor Márcio Meirelles, prossegue em seu movimento de democratização das ações culturais, através da realização de conferências municipais.

Agora em setembro, depois de Souto Soares, mais quadros cidades baianas reunem artistas, produtores, estudantes e servidores públicos para debater cultura, desenvolvimento, diversidade e cidadania: Oliveira dos Brejinhos (dia 10), Xique-Xique e Pintadas (dia 11), Cocos (dia 14). Tais conferências são prévias das conferências territoriais que por sua vez antecedem a Conferência Estadual de Cultura, marcada para 26 a 29 de novembro, em Ilhéus.

Sempre digo que Márcio Meirelles está fazendo uma revolução cultural na Bahia.

Certas viúvas do mecenato estatal carlista nunca irão concordar com a “dispersão” dos recursos para essa “gentinha” do interior. Não é a cultura que está na UTI, como eles dizem, é o bolso deles que está na UTI.

A conferência de Souto Soares, cidade de 18 mil habitantes, na Chapada Diamantina, superou as expectativas e reuniu 172 participantes no salão paroquial da catedral. Eles ousam propor ações de cultura na zona rural do município.

A partir de 4 de outubro começam as conferências territoriais com a participação dos delegados eleitos nas conferências municipais. Serão 26 encontros, de dois dias cada um, até o último, na Região Metropolitana, em Salvador, nos dias 07 e 08 de novembro.

Além das conferências municipais e territoriais, serão realizadas ainda conferências setoriais preparatórias para a Conferência Estadual, em Ilhéus, que culminarão com a Conferência Nacional de Cultura, prevista para 11 a 14 de março de 2010, em Brasília. A conferência terá como tema Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento.

Isso tudo é muito fascinante. O movimento democratizante da cultura no Governo Wagner prevê ainda conferências setoriais, em nível regional, no caso do Nordeste, reunindo representantes das áreas de teatro, dança, música, artes visuais, livro e leitura, circo, culturas populares e até cultura dos povos indígenas. Na Bahia ainda serão realizadas conferências setoriais das áreas do audiovisual, museus, bibliotecas, arquivos, culturas afro-brasileiras, pesquisadores.

Acabou o mecenato. Acabou a cultura dos “amigos” do governador de plantão. ACM nunca mais. Xô César Borges, tchau Paulo Souto.

10 de setembro de 2009

 

Paulo Betti conta como foi a emoção de interpretar Lamarca no cinema

O ator Paulo Betti foi entrevistado por integrantes do Movimento Humanos Direitos (MHuD) para a edição número 2 da revista Direitos Humanos, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. É uma bela entrevista. Paulo Betti é ator e diretor, formado na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP).

Entre uma infinidade de trabalhos marcantes sempre é citada a peça “Cerimônia para um Negro Assassinado”, de Fernando Arrabal. A partir de 1990 se dedicou à televisão. No cinema, se destacou em “Jogo Duro” de Ugo Giorgetti; Ed Mort, de Alain Fresnot, “Doida Demais”, “Guerra de Canudos” e “Lamarca”, de Sérgio Rezende.

Como setembro de 2009 está sendo marcado por homenagens ao ex-capitão Carlos Lamarca, destaquei a fala de Paulo Betti sobre o personagem. O filme Lamarca teve seu roteiro baseado no livro de reportagem “Lamarca, o capitão da Guerrilha” da autoria de Emiliano José e Oldack Miranda, que cederam os direitos autorais.

Pergunta do MHuD – Você fez parte de grupo político?

Paulo Betti – Nunca fiz parte, nenhuma militância. Porque nunca ninguém chegou e me convidou. Lembro que a primeira vez que participei de uma passeata foi em 1974, quando houve a Revolução dos Cravos em Portugal (...) também me lembro de uma coisa que me marcou muito, que foi Heleny Guariba, diretora de teatro, desaparecida política (...).

MHuD – Você acaba de fazer referência a Heleny Telles Guariba, morta sob tortura. Como foi interpretar Carlos Lamarca no cinema?

Paulo Betti – Eu sabia quem tinha sido Carlos Lamarca, mas não sabia da dimensão do que ele havia feito, do seu gesto, da sua liderança. Só fui entender quando fiz o filme e estudei, incorporei o personagem. Fui tomado por ele, por sua memória. Emagreci 15 quilos em dois meses. O filme foi feito com pouco dinheiro, não dava para esperar o ator engordar e emagrecer. Era o único filme sendo rodado naquele momento (1993). O cinema havia sofrido um atentado violento do governo Collor, que queria acabar com o cinema brasileiro! Imagine que esse cara voltou e está no Senado! Mas, voltando, vivi o Lamarca intensamente e fiquei impregnado pelo personagem durante muito tempo.

MNuD – E seu personagem Lamarca voltou no filme Zuzu Angel. Heleny e Zuzu foram mortas pela repressão política do regime militar. Qual sua opinião sobre o debate atual em 2009, sobre as torturas, arquivos, punição, anistia?

Paulo Betti – Acho muito importante punir os responsáveis pela tortura, pela repressão. Uma coisa que não pode ser esquecida. Às vezes percebo tentativas de minimizar a ditadura e isso me deixa revoltado. Dizer que a nossa foi branda é de uma cara de pau que não tem tamanho. Quem viu o documentário Cidadão Boilensen tem uma dimensão da crueldade que foi a ditadura no Brasil.

 

Ex-militante da VPR conta porque está organizando homenagens a Lamarca em Brotas de Macaúbas

“Companheiros e Companheiras,

Quando estive em Brotas de Macaúbas, em outubro passado (2008), logo após a vitória do PT, ouvi de muita gente que finalmente estava acabando a Ditadura lá. Realmente o terror e o medo provocado pela repressão em 1971 sobre a população permanecia latente. Os coronéis políticos locais se utilizavam do medo da população para continuar sua dominação.

O Cabo Antônio Soldado, que era o policial da cidade em 1971, elegeu a mulher dele vereadora por dois mandatos repetindo pela cidade uma única frase: “Se não elegerem a minha mulher vou trazer o comando de volta”. Deu resultado – ela foi vereadora duas vezes. Até hoje muita gente tem medo de falar sobre os acontecimentos de 1971 porque ainda estão traumatizados. Há pessoas que ainda hoje, quando vêem um helicóptero se desesperam, passam mal.

No mês passado a Agente Comunitária visitou uma jovem senhora que está grávida pela primeira vez, para garantir o atendimento pré-natal e a Bolsa Família. E a mulher, que trabalha na roça, se escondeu da Agente Comunitária e mandou recado pelo marido que foi ameaçada pelos Coronéis, que derrotados no ano passado procuram as pessoas menos esclarecidas e dizem que os dirigentes do PT vão ficar só mais 3 anos e que nas próximas eleições eles voltam e quem tiver colaborado com “esses caras, vão comer o pão que o diabo amassou”. Ela não aceitou a assistência, com medo.

Como companheiro de VPR e irmão de coração de Zequinha Barreto me senti na obrigação de ajudar a destruir esse trauma coletivo tão profundo vivido por aquelas comunidades. Conversei então com minha companheira Maria Sena e começamos a levantar a impressionante história.

Temos já mais de 30 horas de depoimentos gravados e esperamos lançar o filme em setembro de 2010. Acreditamos que aquela gente, vendo na tela algumas das pessoas mais dignas e respeitadas da cidade falando como participaram e se relacionaram com o movimento dirigido por Lamarca, Zequinha Barreto e Santa Bárbara, exorcizarão o pavor que sentiram e que isso possa ajudar, junto com outras medidas humanas solidárias e de justiça, desfazer a imagem que ficou daqueles meses da invasão do Fleury e do Exército.

Uma outra coisa é que este é o primeiro ano de governo democrático em Brotas de Macaúbas. Desde 2001 a Igreja realiza uma Celebração aos Mártires, no final de semana mais próximo ao dia 17 de setembro, realizando uma missa campal no local onde Lamarca e Zequinha foram mortos.

Este ano, a celebração terá um caráter mais abrangente, e político. Temos certeza que quanto maior for a celebração, maior será o impacto para a superação do trauma vivido. Por isso assumimos a responsabilidade de produzir o Evento, e contamos com a presença dos companheiros que continuam batalhando pelo direito à memória e à verdade a respeito dos nossos mortos, desaparecidos e injustiçados.

Estamos convidando vários companheiros que estão em cargos e mandatos federais e estaduais , Comitês Estaduais do Grupo Tortura Nunca Mais e demais militantes ligados ao assunto, bem como a todos os companheiros de militância para se fazerem presentes”.

Roque Aparecido e Maria Sena

LEIAM MATÉRIA PUBLICADA ABAIXO

 

Homenagens a Lamarca levam ministros e secretários a Brotas de Macaúbas

Politicamente tudo mudou em Brotas de Macaúbas, pequena cidade baiana distante 590 km de Salvador, plantada nos contrafortes da Chapada Diamantina.

Durante décadas prevaleceu o terror originado da violenta passagem do Exército Brasileiro na operação de extermínio do grupo do ex-capitão Carlos Lamarca. Desde 1971, o medo nunca se afastou das mentes e corações do povo da região. Agora, sob a gestão municipal do Partido dos Trabalhadores, a data da morte de Lamarca será lembrada com presença de parlamentares, secretários de Wagner e ministros de Lula.

O prefeito Litercílio Júnior (PT) e o vice-prefeito Ailton Alcântara (PT) estão esperando as presenças do ministro da Comunicação, Franklin Martins, do Secretário Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, do secretário da Justiça e Direitos Humanos, Nelson Pelegrino, do secretário de Planejamento Walter Pinheiro, do secretário de Urbanismo Afonso Florence e do deputado federal Emiliano José (PT).

A mudança política é qualitativa na terra do festejado geógrafo Milton Santos. No distrito Buriti Cristalino, palco dos horrores praticados pelos militares contra a população, o Instituto Zequinha Barreto e o Cineclube Carlos Lamarca receberão como doação as casas da Família Barreto. A família presta assim homenagem a seus mortos Zequinha Barreto, Otoniel Barreto e Luiz Santa Bárbara.

Os atos políticos, que surgem agora, e as celebrações religiosas promovidas pela Diocese de Barra há muitos anos, consolidam a mudança dos tempos. Está sendo mobilizada a população dos municípios de toda a região. A força moral de dom Luiz Flávio Cappio é grande, e o poder de mobilização da Pastoral da Juventude enorme.

A mudança se deu com a vitória do PT nas últimas eleições municipais. O prefeito Literlício Júnior (PT) é um jovem agrônomo da EBDA, 42 anos, profundo conhecedor da região. O vice-prefeito Ailton Alcântara (PT) é um sociólogo, 33 anos, que dedicou a vida à Pastoral da Juventude e às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Eles derrotaram o médico-empresário Dr Kleber, dono da clínica local, duas vezes prefeito, que elegeu a mulher como prefeita e depois o próprio motorista, até que o esquema se esgotou.

Na verdade, a Celebração dos Mártires em Brotas de Macaúbas, agenda da Igreja Católica liderada pelo bispo de Barra, ocupa toda a semana. Dia 17 de setembro haverá uma missa em Buriti Cristalino. Dia 18 de setembro a juventude se movimenta. Dia 19, chegam os ministros de Lula e os secretários de Wagner. Isso numa programação relâmpago porque o aeroporto mais próximo fica em Lençóis, a duas horas e meia de distância.

VEJA A PROGRAMAÇÃO DO SÁBADO E DOMINGO

Dia 19 de setembro (sábado)

9h – Missa campal em celebração aos mártires em Pintadas, local onde
Lamarca e Zequinha morreram. (Desde 2001 a Igreja realiza essa
celebração levando gente da Pastoral da Juventude, do MST, etc.)

12h. – Almoço na sede do Município de Brotas de Macaúbas.

14h – Ato Político na Praça Central da cidade. Durante o Ato o
Prefeito vai sancionar uma Lei instituindo feriado municipal o dia 17
de setembro, dia da morte de Lamarca e Zequinha, para que esse dia
fique fortemente marcado na memória da cidade.

15h – Inauguração da Sede do Cine-Clube Carlos Lamarca. Será o Cinema
da cidade. Assim Brotas de Macaúbas estará incluída entre os 8% de
cidades brasileiras que tem sala de Cinema.

15h30min – Ato de fundação do Instituto Cultural Zequinha Barreto que
se dedicará à Formação Política e pesquisas sobre a História da Cidade.

17h – Sessão de Cinema: Apresentação de uma Mostra de Cinema
comemorativa dos 30 anos da Anistia, exibindo entre outros os
seguintes filmes: “1968- Memória de uma História de Lutas” (Sobre a
greve de Osasco, onde Zequinha teve um papel importante) ; “Iara -
Lembrança de uma Mulher” e “Porta de Fogo” do cineasta baiano Edgar
Navarro – Sobre a perseguição a Lamarca e Zequinha no sertão baiano.

20h – Jantar e noite cultural, com artistas da cidade e região.

Dia 20 de setembro (domingo)

9h – Saída para a Comunidade de Buriti Cristalino, local onde ocorreu
o massacre e o terror maior à população local.

10h – Visita aos locais históricos de Buriti Cristalino e inauguração
do Centro de Memória de Buriti Cristalino, que será uma extensão do
Instituto Cultural Zequinha Barreto de Brotas de Macaúbas.

12h30min – Retorno para a sede do Município, almoço e encerramento da
programação.

SERVIÇO

Quem quiser participar deve se comunicar com Maria Sena e Roque Aparecido pelo e-mail senasdecinema@gmail.com ou pelo telefone (71) 33670555 e celular (71) 9106 3774.

 

Deputado ACM Neto (DEM) não olha para o próprio rabo ao falar de segurança

Traduzindo para o “popular”, ao criticar de maneira oportunista a segurança pública na Bahia, o deputado federal ACM Neto (DEM), além de beirar o limite da irresponsabilidade, sequer se deu ao trabalho de olhar para o próprio rabo. Ele é herdeiro de um esquema político que privilegiou a repressão, a violência, e contribuiu para a escalada do tráfico na Bahia.

O deputado Emiliano José (PT-BA) criticou na Câmara Federal (dia 9/9) o ataque do deputado ACM Neto (DEM) à segurança pública no Governo Jaques Wagner, feito no dia 8 de setembro, que, segundo ele, foi uma atitude pouco cuidadosa, “beirando o limite da irresponsabilidade”. Emiliano disse que esse problema não preocupa apenas a Bahia, mas também o Brasil, e diz respeito a um conjunto de causas muito amplas, muitas delas vinculadas ao crime organizado em escala nacional e internacional.

“O deputado ACM Neto tinha a obrigação de ser ainda mais cuidadoso se levasse em conta o fato de que seu avô comandou a política baiana com mão de ferro durante algumas décadas, governando e fazendo governadores, e a oligarquia à qual o parlamentar pertence nunca foi nenhum modelo quanto à segurança pública. O único destaque da oligarquia quanto à segurança pública foi a repressão, a violência contra manifestantes indefesos, de preferência contra jovens estudantes”, afirmou.

Emiliano disse ainda que César Borges, hoje senador, pretendeu, também, em pronunciamento no Senado nas últimas horas, ser crítico da política de segurança pública do Governo Wagner. “Lembramos apenas esse episódio para ilustrar. Para mostrar ao deputado e ao senador que com um telhado de vidro desse tamanho não é possível atirar pedra no telhado do vizinho com tanta irresponsabilidade”.

Emiliano recordou do Big Brother, projeto de segurança pública que ACM Neto pretendia implantar em Salvador caso fosse eleito prefeito da cidade, na última eleição. “Acho irônico que ele tenha utilizado esse nome. Eu também, como deputado estadual, usei o termo Big Brother. Mas foi para designar a política de grampeamento indiscriminado que campeou na Bahia por ordem do avô do parlamentar, que se transformou num escândalo nacional. A Bahia passou a ser chamada de Bahia de todos os grampos”, lembrou.

O deputado apresentou dados do IBGE que relatam que a violência explodiu na Bahia entre os anos de 2000 e 2005. A pesquisa aponta que o aumento das mortes masculinas por homicídio foi de cerca de 19 pontos percentuais. Dos estados em que foram registrados aumentos nas taxas de mortalidade por homicídio entre jovens do sexo masculino, a Bahia se destaca, mais que duplicando a taxa de mortalidade. No caso dos homicídios por armas de fogo em jovens do sexo masculino de 15 a 29 anos de idade, a taxa de mortalidade quase triplicou.

“Tudo isso evidencia o tamanho do telhado de vidro do deputado e do senador. Mostra o quanto eram irresponsáveis na condução da política de segurança pública. Quando o Governo Wagner assumiu, no início de 2007, encontrou as polícias civil e militar inteiramente desestruturadas, com equipamentos sucateados, viaturas em condições deploráveis e, durante anos e anos, não se realizavam concursos para a entrada de novos policiais militares”, criticou.

LEIA NA ÍNTEGRA

 

O STF se agacha às pressões do governo Italiano no caso da extradição do escritor Cesare Battisti

O julgamento do pedido de extradição (Ext 1085) do italiano Cesare Battisti foi suspenso em razão de um pedido de vista do ministro Marco Aurélio. Até o momento (quinta-feira,10), o placar do julgamento está 4x3 a favor da extradição. A extradição é um atentado à soberania nacional.

Deferiram o pedido os ministros Cezar Peluso (relator), Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto e Ellen Gracie. Julgaram extinto o pedido a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e os ministros Eros Grau e Joaquim Barbosa. Faltam votar os ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes.

Por maioria (5 votos a 4), os ministros entenderam que o ato do ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu refúgio a Battisti, é ilegal.

No pedido de extradição, o governo da Itália pretende obter, no Supremo Tribunal Federal (STF), decisão que garanta a entrega de Battisti, condenado naquele país pelo suposto assassinato de quatro pessoas entre os anos de 1977 e 1979. Também de autoria do governo italiano, o Mandado de Segurança (MS) 27875 contestava ato do ministro da Justiça, que concedeu refúgio a Battisti.

 

Povo se rebela contra negociata imobiliária da prefeitura de Salvador e vai à Justiça

Está na revista digital Terra Magazine: “Prefeitura de Salvador é alvo de ação popular”, mas a manchete também poderia ser “Povo baiano se rebela contra prefeito do PMDB”. João Henrique Carneiro é a maior decepção eleitoral dos últimos 20 anos.

Segundo a Terra Magazine, em reportagem de Cláudio Leal, “a Prefeitura de Salvador enfrentará barreiras judiciais para construir shoppings, espigões empresariais e marinas na orla da Baía de Todos os Santos. Moradores da península de Itapagipe, área histórica da cidade, entraram com uma ação popular para suspender os efeitos do decreto de utilidade pública de 324 mil metros quadrados, para fins de desapropriação. O pedido de liminar foi negado pela Justiça Federal, que avaliará o mérito”.

Informa a reportagem que “antes de apresentar oficialmente o megaprojeto, vinculado à iniciativa privada, o prefeito João Henrique (PMDB) terá de descascar, na próxima semana, mais uma ação civil pública. Desta feita da recém-criada Associação de Moradores e Empresários da Boa Viagem e Adjacências (AMEBVA).

Em assembleia, cerca de 300 moradores fundaram a organização que pretende conter a agressividade do setor imobiliário numa das regiões históricas da primeira capital do Brasil. A vereadora Vânia Galvão (PT) colaborou com a peça judicial. "Vamos pedir a nulidade do decreto e exigir que a prefeitura instale o Conselho Municipal, previsto pelo Estatuto da Cidade", diz Orlando Valle, presidente da AMEBVA”.

A agressividade da prefeitura de Salvador é tamanha que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedham) postou no YouTube um vídeo do projeto urbanísitico que prevê a destruição de casarões seculares, residências, ex-fábricas e lojas comerciais, para levantar prédios luxuosos, shoppings, marinas e avenidas. E tudo em terreno de Marinha, ou seja, pertencentes à União.

A imprensa baiana segue em comedido silêncio. O prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) faz parte do grupo do dono do PMDB baiano, Geddel Vieira Lima. Há um clima de terror na área visada pela especulação imobiliária.

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9 de setembro de 2009

 

DEM persiste contra sistema de cotas raciais

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta semana uma representação proposta pelo DEM contra a política de cotas raciais. O assunto foi tema de discurso de Emiliano José (PT-BA) na Câmara Federal (dia 8/9). “Nossa expectativa é que o STF tenha sensibilidade para não acolher a estúpida pretensão do DEM, que vai contra a perspectiva da construção de um país justo, democrático, capaz de reparar as profundas injustiças decorrentes dos mais de 300 anos de escravidão”.

Segundo ele, as cotas e as políticas afirmativas, de modo geral, são medidas destinadas a corrigir não só a concentração de renda e de saber de um ponto de vista genérico, mas também diminuir progressivamente o fosso que separa os negros do restante da sociedade.

“A Casa Grande quer os negros sempre com os piores salários, vítimas da violência, preconceito, distante do conhecimento letrado. O DEM é a faceta mais obscurantista da sociedade brasileira, aquela que expressa de forma mais clara e obscena o pensamento escravocrata, racista, que ainda permanece vivo entre nós”.

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Negociata da Ilha do Urubu envolve Paulo Souto (DEM) e um testa de ferro de José Serra (PSDB)

O blog “POR UM NOVO BRASIL” editou uma entrevista do blog TOPA TUDO, de Porto Seguro. Trata-se de uma história suja que envolve o ex-governador Paulo Souto, do DEM, sobre a Ilha do Urubu, reconhecidamente pertencente ao Estado da Bahia, patrimônio público, mas, objeto de uma negociata feita no apagar das luzes do governo de Paulo Souto (DEM), favorecendo um testa de ferro do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).


TOPA TUDO - QUAL O OBJETIVO DA AÇÃO POPULAR?

CÉSAR OLIVEIRA - A Constituição Federal assegura que qualquer cidadão é parte legítima para ingressar com Ação Popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público. Ora, a Ilha do Urubu é, reconhecidamente, de propriedade do povo baiano, porque do Governo do Estado, e foi doada através de um processo maquiado e fraudulento, altamente lesivo ao patrimônio público, a pessoas que não preenchiam os pré-requisitos legais que, logo depois, a venderam por um preço suntuoso que ultrapassa a quantia de R$ 12 milhões de reais a um empresário belga, depois de um estranhíssimo “acordo” que beneficiou um sócio e parente do atual governador de São Paulo, que se viu enriquecido na quantia de R$ 5 milhões de reais, ao que consta, para “desistir” de uma ação judicial na qual disputava acirradamente a posse da Ilha do Urubu com os beneficiários da dádiva do ex-governador Paulo Souto. Então, a Ação Popular visa anular essa transação imoral e, segundo farta documentação, até mesmo criminosa.

TOPA TUDO – ONDE O EX-GOVERNADOR PAULO SOUTO ENTRE NESTA TRANSAÇÃO?

CÉSAR OLIVEIRA - No dia 20 de novembro de 2006, no apagar das luzes do seu governo, o ex-governador Paulo Souto, considerando contidos no sumaríssimo e estranhíssimo Processo de Alienação de Terras Públicas de n° 359983-3, outorgou o Título Definitivo de Terras n° 499027, da área denominada Ilha do Urubu, a pessoas da família Martins. Importante salientar que para que essa alienação possa ser possível, os beneficiários devem provar a posse mansa e pacífica da área, por mais de cinco anos. Pois bem. A área em questão estava sendo disputada na Justiça Cível de Porto Seguro entre essa família e um tal Gregório Preciatto, que vem de ser um especulador umbilicalmente ligado ao Governador de São Paulo José Serra, de quem é parente, sócio e caixa de campanha, segundo copiosa literatura disponível na internet. Então, e até uma criança sabe, se havia disputa judicial não se pode falar em posse mansa e pacífica, é óbvio e ululante, como diria o saudoso e inesquecível Nelson Rodrigues. O então governador Paulo Souto tinha o dever de zelar pelo patrimônio público, imenso patrimônio público, valiosíssimo patrimônio público. Ao contrário, parece que para atender os interesses do correligionário político, agiu com evidente negligência, desleixo e, até mesmo, prevaricação, na medida em que deixou de adotar providências que lhe cabiam, induvidosamente.

TOPA TUDO – A QUEM PERTENCE A ILHA DO URUBU?

CÉSAR OLIVEIRA - Depois de muitas alterações, falsificações, adulterações e outros crimes, foi parar em mãos de um certo Philippe Meeus, um especulador belga voltado para a exploração do álcool e para a exploração de terras costeiras brasileiras. Segundo o próprio anuncia na internet, diz ser a Ilha avaliada, atualmente, em cerca de U$ 150 milhões de dólares!

TOPA TUDO – PHIPLIPE MEEUS É AMIGO DE JOSÉ SERRA?

CESAR OLIVEIRA - Isso eu não sei. Mas sei que Gregório Preciatto, que recebeu, segundo consta, no “acordo” para desistir da sua questão possessória com a família Martins, algo em torno de R$ 5 milhões de reais, é não somente amigo como parente e caixa de campanha do atual Governador de São Paulo. Note que esse Gregório Preciatto, consoante o farto noticiário nacional, é um especulador internacional, indo de empréstimos bilionários em bancos públicos a financiamento de campanhas eleitorais, mais precisamente do próprio presidenciável Serra.

TOPA TUDO – OUTROS FATOS INVALIDAM A ALIENAÇÃO DO BEM PÚBLICO?

CESAR OLIVEIRA - Muitos outros. Percebe-se pela própria documentação do estranhíssimo e sumaríssimo processo que nem mesmo as pessoas que teriam sido cientificadas da medição e demarcação da área são vizinhos ou confrontantes dessa gleba, além de não apresentarem qualquer projeto para a terra pretendida, nem tampouco comprovaram capacidade para desenvolvê-la, sendo que também não foi demonstrado ou comprovado pelos adquirentes tenham tornado a terra produtiva com o próprio trabalho, entre muitas outras falhas fortuitas ou propositais. Além de tudo isso, no próprio título aquisitivo consta a proibição expressa da alienação da área por, no mínimo, cinco anos, imperativo legal flagrantemente desobedecido pelos beneficiários originários, membros da família Martins, que venderam-na, conforme escritura pública, apenas quatro meses depois, pelo preço alegado de R$ 1 milhão de reais para, logo após, ser novamente alienada, já pelo preço de R$ 12 milhões de reais! Então, a fraude é monumental, evidente, translúcida, desnecessária de maiores cogitações.

TOPA TUDO - O EX-GOVERNADOR PAULO SOUTO PODE SER RESPONSABILIZADO POR ISSO?

CESAR OLIVEIRA - Ele já está sendo, mas pode vir a ser muito mais ainda, inclusive através de processo por manifesta improbidade administrativa, visto que as próprias leis que, em tese, amparariam a alienação das terras públicas foram visivelmente violadas pelo ato do ex-governador, que a elas se sobrepôs de forma arbitrária, na medida em que desatendeu a muitos dos seus objetivos, conforme o próprio processo que descambou no ato impugnado deixa estreme de dúvidas, mormente no que respeita à atitude ilícita do governante de então.

TOPA TUDO – QUAL O OBJETIVO FINAL DA AÇÃO?

CESAR OLIVEIRA - A suspensão e, afinal, a anulação dos registros imobiliários efetivados, tomando-se como início aquele que transcreveu o Título de Terras emitido pelo Estado da Bahia; a condenação dos requeridos e demais beneficiários na indenização dos prejuízos causados ao erário público e, eventualmente, a responsabilização criminal de todos aqueles que agiram em torno dessa monumental fraude que objetivou a apropriação indevida de terras públicas por parte de especuladores internacionais.

TOPA TUDO – ALÉM DESSAS PARTES MAIS ALGUÉM TEM LEGITIMIDADE PARA INGRESSAR NO PROCESSO?

CESAR OLIVEIRA - Sim. O Ministério Público Estadual. É ele, a partir da distribuição da Ação Popular, que passa a ser o titular da ação, até mesmo por definição legal. Por outro lado, a sociedade está à espera da resposta que haverá de ser dada pelo Ministério Público Federal, que já foi provocado para tal, consoante aqui mesmo publicado. Seja como for, o certo é que a Ilha do Urubu é patrimônio público e, como tal, deverá voltar para o uso, gozo e fruição do povo baiano.

TOPA TUDO - O ATUAL GOVERNADOR JAQUES WAGNER PODE SE MANIFESTAR NO PROCESSO?

CESAR OLIVEIRA - Pode e deve. Lógico que qualquer governante que possua um mínimo de responsabilidade, logo que tenha conhecimento da ocorrência de qualquer tipo de fraude em prejuízo flagrante do erário público, como é induvidosamente o caso, está obrigado a agir, sob pena de responsabilidade. Entretanto, pelo que conheço do governador Wagner, não tenho dúvidas de que ele adotará as medidas legais cabíveis, no sentido de fazer cessar essa imoral dádiva que, em detrimento do povo baiano, rediga-se, beneficiou única e exclusivamente, gratuitamente, um especulador internacional.

 

Projeto Ouvidoria Itinerante vai ao interior baiano atrás de reclamações

O irrequieto Ouvidor Geral da Bahia, Jones Carvalho, neste mês de setembro, vai realizar audiências públicas, dentro do projeto Ouvidoria Itinerante, em dois territórios de identidade: do Semiárido Nordeste II e do Sisal, para usar a terminologia de planejamento do governo estadual. O governo Wagner é único no mundo: vai atrás de reclamações.

A audiência Pública do Território Semiárido Nordeste II será no dia 16 de setembro, das 8h às 12h, na Câmara de Vereadores de Ribeira do Pombal. Estão neste território os municípios de Adustina, Antas, Banzaê, Cícero Dantas, Cipó, Coronel João Sá, Euclides da Cunha, Fátima, Heliópolis, Jeremoabo, Nova Soure, Novo Triunfo, Paripiranga, Pedro Alexandre, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal, Santa Brígida e Sítio do Quinto.

A Audiência Pública do Território do Sisal será no dia 17 de setembro, das 8h às 12h, no Campus XI, UNEB (Serrinha). Estão neste territórios os municípios de Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité, Ichu, Itiúba, Lamarão, Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue, Retirolândia, Santaluz, São Domingos, Serrinha, Teofilândia, Tucano e Valente.

O objetivo é debater, junto à população, propostas para a melhoria da eficiência e qualidade na prestação dos serviços públicos do Estado da Bahia. Jones Carvalho, Ouvidor Geral do Estado, destaca que a audiência é um momento ímpar para a sociedade apresentar suas demandas ao Governo do Estado. "É fundamental a presença dos representantes da sociedade civil, autoridades e movimentos sociais para realizarmos um debate amplo sobre a atuação do Estado na região".

De acordo com o Ouvidor Geral, todas as manifestações realizadas durante o evento terão respostas individuais. As demandas serão convertidas em relatórios gerenciais e encaminhadas ao governador Jaques Wagner e para as respectivas Secretarias citadas.

Mais informações

 

Seminário sobre governo eletrônico terá palestra de Waldir Pires

Com o apoio da Agência de Fomento do Estado da Bahia - Desenbahia, Salvador vai sediar o 37º Seminário Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para Gestão Pública - SECOP 2009. Esse é o maior evento de informática voltado para a gestão pública do país, que nesta edição vai debater o tema “Governo Eletrônico: perspectivas de novos serviços”.

O ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Waldir Pires, vai proferir a palestra magna de abertura do Secop. Entre os dias 7 e 9 de outubro, profissionais da área irão discutir políticas públicas, possibilitando um meeting de discussões sobre modelos de informatização.

Os interessados devem acessar: http://www.secop2009.ba.gov.br. O encontro é realizado pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação (Abep), em parceria com o Governo do Estado da Bahia e a Secretaria de Administração (SAEB), através da Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb).

 

Tribunal de Justiça mantém liminar que garante integridade do Parque da Cidade

Ainda há esperança. A 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia confirmou a liminar requerida pelo Ministério Público Estadual, cassando o escandaloso alvará de construção concedido pela Prefeitura Municipal de Salvador (SUCOM) e determinando que a Silveira Empreendimentos e Participações Ltda se abstenha de realizar quaisquer atos danosos ao meio-ambiente na área conflitada.

Ou seja, o Tribunal de Justiça da Bahia acaba de preservar a integridade do Parque da Cidade, ameaçada pela desastrosa gestão do prefeito João Henrique (PMDB) que pratica uma política de terra arrasada em relação ao meio-ambiente.

Ninguém sabe por quais meios, a Silveira Construções conseguiu um alvará da SUCOM (leia-se, prefeitura municipal de Salvador), invadiu uma extensa área do Parque da Cidade, dentro do Loteamento Alto do Parque, atrás da sede da Petrobras, jogou a mata restaurada ao chão, cavou um enorme buraco e já estava vendendo salas comerciais num estande construído no local.

Há um silêncio ensurdecedor da Câmara Municipal sobre o assunto.

O Tribunal de Justiça da Bahia manteve a liminar de cassação do alvará de construção.

Trata-se de um desastre ambiental de muita gravidade. No último dia 20 de agosto o jornal A Tarde publicou matéria denunciando o crime ambiental e até fotografou a criminosa obra para construção de um prédio comercial de nove andares.

A 7ª Vara da Fazenda Pública, em despacho do juiz Edmilson Jatay Fonseca Júnior, deferiu a liminar paralisando a obra (20 de agosto), atendendo solicitação do Ministério Público e da Associação de Moradores do Condomínio Alto do Parque, em ação civil pública contra a empresa e a prefeitura de Salvador.

Agora, o Tribunal de Justiça ( 26 de agosto)confirma a liminar de cassação do alvará.

Essa foi mais que uma vitória dos moradores do Condomínio Alto do Parque, foi uma vitória de toda a Cidade de Salvador porque garante a integridade do Parque da Cidade. Foi também uma vitória do jornalismo do jornal A Tarde.

Ainda cabe uma investigação policial para esclarecer como é que os funcionários da SUCOM concederam um alvará de construção numa área de preservação ambiental que necessita de parecer dos órgãos ambientais.

O prefeito João Henrique (PMDB) é uma grande decepção. A gestão de João Henrique (PMDB) é um desastre ambiental e político.

A esperança reside no Tribunal de Justiça da Bahia, na consciência da população e na imprensa livre.

 

Documentário de Michael Moore critica o capitalismo

Esse eu vou assistir. Michael Moore acaba de lançar o documentário “Capitalism, a Love Story” (Capitalismo, uma história de amor). O filme mostra a relação de amor e ódio que os EUA construíram com seu sistema econômico desde o Pós-Guerra. E também como a natureza do sistema levou o mundo à crise financeira mundial em 2008.

O fio condutor do filme é a investigação de Moore no impacto dessa crise nas famílias de média e baixa renda nos EUA. Ele acompanha execuções de ordens de despejo e entrevista pessoas que perderam casas e empregos.

Nada muito diferente do que a imprensa mundial já fez, mas com a dose de pimenta habitual do diretor de longas premiados como "Farenheit 11 de Setembro" (2004), sobre a Guerra do Iraque, e "Tiros em Columbine" (2002), sobre a indústria de armas.

Moore traça um breve histórico da economia dos EUA, destacando que a partir do governo Reagan grandes bancos ganharam mais influência na Casa Branca e que funcionários de grupos como Merryl Lynch e Goldman Sachs assumiram postos de alto escalão.

Moore usa imagens de um filme histórico sobre a queda do Império Romano intercaladas com cenas da América atual. Depois, mescla um discurso de Bush sobre as virtudes do capitalismo com registros de pessoas comuns procurando emprego.

Um ex-funcionário de uma fábrica de portas relembra o dia da demissão. Ele chora, a câmera se aproxima dos olhos, e o volume da melodramática música de fundo aumenta gradualmente.

"Capitalism" deve ser um documentário fascinante.

 

TV Câmara e TV Brasil levam ao ar programa contra baixaria na TV

PROGRAME-SE - O programa VER-TV da TV Câmara vai anunciar quinta-feira, 10 de setembro, às 10h30, o 16º Ranking da Baixaria na TV. No sábado, 12 de setembro, às 17h30 a TV Brasil reprisa o mesmo programa. A informação vem do Núcleo de Programas Especiais da TV Brasil. O deputado federal Emiliano José (PT-BA) foi entrevistado. Assunto não vai faltar com os programas especializados em baixaria que vicejam na Bahia.

8 de setembro de 2009

 

Aprovação do presidente Lula continua em alta com 76,8%

Tem jornalista idiotizado e formador de opinião de má-fé que preferem reproduzir a manchete pré-fabricada pelo PIG: “aprovação de Lula cai 4 vírgula qualquer coisa.”

A verdade é que pela pesquisa Sensus aprovação de Lula chega a 76,8%. É altíssima a aprovação de Lula. Ah!, certo, a última pesquisa tinha dado 81,5% de aprovação. Mas é muita safadeza focar isso na manchete.

Mesmo com as seguidas crises enfrentadas nos últimos meses, reais ou artificiais, o governo Lula continua com altos índices de aprovação, revela pesquisa da CNT/Sensus divulgada terça-feira (8).

Segundo o levantamento, a avaliação positiva do governo é de 65,4%; a regular é de 23,9%; e a negativa de apenas 7,2%. Em maio, data da pesquisa anterior, os números eram 69,4%, 23,9% e 5,8% respectivamente. Muito parecidos.

A aprovação do desempenho do presidente também continua alta: 76,8%, contra 18,7% que desaprovam. Em maio, os números eram 81,5% e 15,7%.

Nos dois casos, as diferenças são muito próximas da margem de erro, que é de três pontos percentuais.

Para a maior parte dos entrevistados (48,8%), o Brasil está combatendo adequadamente os efeitos da crise econômica mundial. Os que consideram inadequadas as medidas adotadas pelo governo somam 27,4%.

Também para a maioria (59,4%), o Brasil sairá fortalecido da crise, enquanto 18% acham que sairá enfraquecido. Para 15,6%, sairá igual.

 

Jornal A Tarde conta como o poeta Adelmo Oliveira desafiou a ditadura militar

O jornal A Tarde, de Salvador, cometeu cinco reportagens sobre a resistência à ditadura militar (1964-1984) de parte de poetas e escritores. “Narrativa poética desafiou porões do regime militar” é o título da quarta matéria, publicada sábado (05/09/2009). A jornalista Cássia Candra assina a série de reportagens.

Ela lembra que em 1971, portanto no auge do período Médici, o mais cruel e assassino de todo o regime militar, o Instituto dos Arquitetos da Bahia, na Ladeira da Praça, reunia 300 convidados para o lançamento de “O som dos cavalos selvagens”, poesia política de Adelmo Oliveira. Em plena vigência do AI-5 o poeta não se intimidara. Em menos de 24 horas ele estava preso e na tortura.

A reportagem é muito importante. Pouco se tem falado sobre as perseguições dos censores e retaliações dos militares terroristas. Antônio Brasileiro, José de Oliveira Falcon, Fernando Batinga, José Carlos Capinan, Muniz Sodré, Carlos Sarno, muitos poetas e escritores sofreram a censura na carne. Manoel Andrade e Ferreira Gullar eram poetas malditos.

LEIA MAIS SOBRE ADELMO OLIVEIRA

 

Como Lamarca no Brasil, soldados alemães se recusaram a servir ao exército nazista

Os soldados alemães que desertaram do exército nazista nos anos 40, em pleno totalitarismo hitlerista, estão sendo homenageados como verdadeiros heróis. Terça-feira, (1º de setembro), 70 anos após o início da Segunda Guerra Mundial a Alemanha ergueu um memorial “aos soldados que se recusaram a atirar nos soldados que se recusaram a atirar nas pessoas que se recusaram a matar”. Colônia é a primeira cidade alemã a criar um memorial aos desertores do exército nazista. O tema é abordado em excelente reportagem na revista CartaCapital (09/09/2009).

Os soldados brasileiros, como o capitão Carlos Lamarca, que se recusaram a ficar no exército terrorista da ditadura militar brasileira (1964-1984) e desertaram, partindo para a luta armada contra o regime, também deveriam ser homenageados como heróis da pátria. Em 17 de setembro de 2009 completam 38 anos da execução do capitão Carlos Lamarca no sertão de Brotas de Macaúbas, Bahia. A sociedade organizada, a Igreja Católica e líderes evangélicos vão render homenagens a Lamarca, o soldado que se recusou a servir à ditadura militar.

7 de setembro de 2009

 

Deputado federal critica STF na revista Teoria e Debate

A nova edição (julho/agosto) da revista Teoria e Debate está circulando, com análises sobre o cenário político nacional, bastante focado nas eleições do próximo ano, a primeira que não terá Lula como candidato desde a volta da democracia. O cientista político André Singer escreve sobre o estrondoso sucesso popular em que se converteu o segundo mandato de Lula, fator-chave que indicaria, hoje, a possibilidade de a faixa presidencial passar à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Já o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP) mostra a face do tucano José Serra que os grandes jornais querem esconder.

A reforma política tornou-se regular na agenda pública. O cientista político Marcus Ianoni procura elucidar em seu artigo as dificuldades de realizá-la; o colunista Antônio Augusto de Queiroz trata dos pequenos avanços na legislação eleitoral partidária.

Nilmário Miranda e Rose Spina entrevistaram o jornalista Luis Nassif - matéria de capa. Um dos introdutores do jornalismo eletrônico no país, premiado várias vezes e com uma lista razoável de boas brigas com os grandes meios de comunicação, Nassif fala sobre vários temas, além dos econômicos, e de sua convicção de que o mundo da política e da informação tem muito a ganhar com as novas tecnologias.

Emiliano José, jornalista e agora deputado federal pelo PT da Bahia, aborda as duas vitórias concedidas pelo STF às grandes corporações de comunicação do Brasil: o fim da Lei de Imprensa e a extinção da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Paul Singer pautou e escreveu sobre as dificuldades de implantação de projetos por organizações não governamentais em parceria com o governo federal.

6 de setembro de 2009

 

Empresário-educador admite que Brasil dá lições ao mundo em crise

Antoninho Marmo Trevisan é um empresário-educador bem-sucedido. A Trevisan Escola de Negócios fundada por ele completa agora 10 anos de existência. E está no topo do ranking do MEC. Em entrevista ao insuspeito Jornal do Brasil (23/08/09) ele afirma que o Brasil tem dado lições ao mundo de como enfrentar a crise financeira. E ele coloca o dedo na ferida: o nosso modelo de educação afasta o alunado da realidade por causa de uma maneira ultrapassada de “preparar” as novas gerações para o desenvolvimento.

É um alívio ouvir de um empresário tais opiniões sobre o Brasil. Ele faz um balanço positivo dos primeiros dez anos da sua Escola de Negócios. Eu digo que é um alívio porque a visão otimista e repleta de esperança não parte de um alucinado lulo-petista como eu, mas de um capitalista vitorioso.

Trevisan defende que as empresas devem ser cada vez mais escolas e as escolas devem ser cada vez mais empresas. É preciso quebrar a distância entre a academia e o mundo empresarial. Até hoje eles não se falam. Sobretudo, o profissional para sobreviver precisa se abrir para o conhecimento. Vencerá quem souber administrar o conhecimento, que é muito mais que a informação. E isso poderá se dar nos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Marketing e Relações Internacionais. Eu acrescentaria Relações Públicas.

É “confortante” saber que o atraso nas escolas ocorre não somente no Brasil mas também em Harvard, que chegou à conclusão que o conhecimento que se transmitia ali era pouco útil para as empresas. “É comum o mundo acadêmico negar a existência do mundo corporativo”.

Houve avanço entre o governo Fernando Henrique Cardoso e o governo Lula? Pergunta o repórter do Jornal do Brasil. E Trevisan responde: “só o fato de termos criado o Prouni já se garantiu à educação brasileira um momento glorioso. O Prouni, criado no governo Lula, permitiu aos jovens que jamais teriam acesso a escolas de primeiro nível que pudessem freqüentar uma universidade privada de altíssimo gabarito”.

Gostei particularmente da visão de Trevisan sobre as empresas menores. “Elas descobriram as redes de atuação que vão desde a empresa que fabrica alfinete, a drogarias, pequenas butiques. Acesse a Internet e veja como é possível se inserir na rede mundial com facilidade(...)”.

Trevisan sabe do que fala. A BDO, que se juntou à Trevisan, formou uma rede internacional de auditores e se expandiu para a China e Rússia. Segundo ele “o governo Lula quebrou o paradigma de que seria necessário primeiro crescer, concentrar para depois distribuir”. O resultado é que os empresários brasileiros estão hoje mais otimistas e isso ele percebe pelas consultorias.

Antoninho Marmo Trevisan é um empresário lúcido. Ah! Sempre votou em Lula.

 

Olhos do Sertão, um blog consciente


 

Pesquisa da Firjan revela desastre que foi o governo Paulo Souto (DEM)na Bahia

Repercutiu (mal) na Câmara Federal a pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) sobre o governo Paulo Souto (2005-2006). A Bahia foi do 18º para o 22º lugar no ranking nacional nas áreas de emprego, renda, educação e saúde. O deputado federal Emiliano José (PT-BA) disparou um discurso, sob o silêncio dos parlamentares do DEM. Não havia ninguém com coragem e disposição para rebater o impossível.

De acordo com a pesquisa, no ano de 2006, dos 500 municípios brasileiros com menores percentuais de desenvolvimento, 188 eram baianos. E mais: quando se consideravam os 100 piores municípios em percentuais de desenvolvimento, a Bahia avançava sua participação de 27 para 34. Ou seja, 34% do total. A pesquisa revela ainda que o município com pior índice de desenvolvimento no ano de 2006 foi Santa Luzia, cidade encravada na Região Cacaueira, no Sul do Estado.

Paulo Souto era representante de uma oligarquia que nos levara a índices sociais vergonhosos, levantados por uma instituição insuspeita. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional”, destacou Emiliano José (PT-BA).

Segundo o deputado, o novamente candidato do DEM ao governo da Bahia, só fizera agravar a situação de dificuldades da maioria do povo baiano. “Talvez, lendo o que a Firjan publicou, o ex-governador, derrotado fragorosamente nas últimas eleições, desista de aparecer como arauto do desenvolvimento. Ele foi o último responsável por deixar a Bahia figurar como Estado campeão do analfabetismo no Brasil”.

COMO ERA A BAHIA

“O governador Jaques Wagner (PT) encontrou, quando assumiu o mandato, mais de 2,3 milhões de analfabetos. Levou o governo a desenvolver o maior programa de combate ao analfabetismo de todo o Brasil”, disse Emiliano, referindo-se ao Todos pela Alfabetização (Topa), que já alfabetizou mais de 170 mil pessoas e que pretende, até o final do governo, chegar a 1 milhão de alfabetizados na Bahia. O parlamentar destacou também que a Bahia era campeã dos beneficiados pelo Bolsa-Família devido à amplitude da miséria no Estado.

“Wagner voltou os olhos para as maiorias. O Semi-Árido, que engloba mais da metade do território baiano, a região mais assolada pela seca, nunca tinha recebido a atenção devida. Por isso, a fome, a miséria, o abandono. Agora, com o programa Água para Todos, estamos mudando o cenário de toda essa região. Mais de 1,5 milhão de pessoas já foram beneficiadas pelo programa. A água, que antes era controlada por uns poucos, hoje é profundamente democratizada. Wagner continuará a lutar para cada vez mais dar condições de cidadania ao povo da Bahia”, ressaltou.

LEIA O DISCURSO NA ÍNTEGRA

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