11 de setembro de 2009
Um poema para Carlos Lamarca
Em 1987, o poeta Adelmo Oliveira publicou o livro “Cântico para o deus dos ventos e das águas”, pela Cátedra Editora. Dom Timóteo Amoroso Anastácio, então abade do Mosteiro de São Bento assinava a apresentação. Em sua profunda sabedoria, dom Timóteo incluía Adelmo Oliveira no grupo de homens cujas “utopias se enraízam no mundo e possuem dinamismo aptos a transformar a terra como um lar de sonho, de paz, de amor e liberdade”.
Pois foi neste livrinho abençoado por dom Timóteo que li pela primeira vez o poema “As bodas da morte”, dedicado ao capitão Carlos Lamarca que, como Che Guevara, sacrificou sua vida pela revolução. Os anos se passaram e, em 2000, a Fundação Cultural do Estado da Bahia editou uma cuidadosa Antologia Poética de Adelmo Oliveira intitulada “Canto Mínimo”, com apresentação de Ildásio Tavares. E eis que me reencontro com o poema.
AS BODAS DA MORTE
Entre os frisos vermelhos da tarde
Eu canto a aurora.
Nas colunas de mato e rebanho
Eu canto a aurora.
Um fuzil pendurado entre arbustos
Eu canto a aurora.
Eu canto a aurora.
Uma estrela desmaia de sangue
Eu canto a aurora.
Este tempo é um marco de prata
Eu canto a aurora.
Toda morte é amarga e sonora
Eu canto a aurora.
Pois foi neste livrinho abençoado por dom Timóteo que li pela primeira vez o poema “As bodas da morte”, dedicado ao capitão Carlos Lamarca que, como Che Guevara, sacrificou sua vida pela revolução. Os anos se passaram e, em 2000, a Fundação Cultural do Estado da Bahia editou uma cuidadosa Antologia Poética de Adelmo Oliveira intitulada “Canto Mínimo”, com apresentação de Ildásio Tavares. E eis que me reencontro com o poema.
AS BODAS DA MORTE
Entre os frisos vermelhos da tarde
Eu canto a aurora.
Nas colunas de mato e rebanho
Eu canto a aurora.
Um fuzil pendurado entre arbustos
Eu canto a aurora.
Eu canto a aurora.
Uma estrela desmaia de sangue
Eu canto a aurora.
Este tempo é um marco de prata
Eu canto a aurora.
Toda morte é amarga e sonora
Eu canto a aurora.