15 de setembro de 2007

 

Protesto contra parcialidade da grande mídia

Infelizmente não deu para ir a São Paulo,em nome do blog BAHIA DE FATO participar da manifestação convocada pelo blogueiro Eduardo Guimarães (http://edu.guim.blog.uol.com.br/ ) contra a exacerbada parcialidade no jornalismo da Folha de S. Paulo. É o Movimento dos Sem Mídia na rua.

A blogueira Jussara Seixas (http://por1novobrasil.blogspot.com/) esteve presente. Foi uma manifestação pacífica e racional, ao contrário do fracassado “Cansei” da burguesia branca e burra.Um manifesto foi lido e entregue na Folha de S. Paulo. Espero que o jornalão publique seu conteúdo. É um fato e merece registro.

Houve até discursos contra a parcialidade da mídia, contra a falta de informação e contra a manipulação da informação. A blogueira calculou cerca de 200 pessoas presentes.

A idéia do Eduardo Guimarães, nascida em seu blog, ganhou apoio de internautas de todo o Brasil e até do exterior. “Um movimento de um blogueiro, que ganhou a força na rua. Fico muito contente em ter dado a minha humilde colaboração, de ter divulgado, e ter comparecido.Conheci o Eduardo pessoalmente e sua linda e amorosa filha.Conheci o amigo Anórbio, que só conhecia na internet, sua esposa e filhos”, comentou Jussara Seixas

Estavam presente também os jornalistas do Conversa Afiada do Paulo Henrique Amorim, que fizeram a cobertura e o vídeo.Não teve a presença de jornalistas da Folha, nem da Globo. Não esperem assistir o movimento nas telinhas da Globo, e nem ler nos jornalões. Os discursos, a leitura do manifesto foram bastante aplaudidos.Tudo ocorreu na mais perfeita ordem, sem ofensas, em paz. Nada de FORA ISSO, FORA AQUILO.

O protesto começou às 10h e terminou ao meio-dia deste sábado, 15 de setembro. Obviamente, foi uma manifestação contra a grande mídia em geral. Segundo o blogueiro Eduardo Guimarães trata-se de um movimento que não está cansado de nada. Pelo contrário, mal começou a lutar pelo direito humano à informação correta, fiel, honesta e plural. Trata-se de um protesto contra a informação deturpada e viciada contra o Governo Lula, apoiado pela maioria do ovo brasileiro.

O Movimento dos Sem Mídia é político e não se esconde atrás de tragédia nenhuma.A mídia precisa falar, ser livre, sobretudo, ser verdadeira.

Tão frustrada quanto eu, do blog BAHIA DE FATO, ficou a Glória Leite do blog http://brasilmostraatuacara.blogspot.com/ que reside na Alemanha e de lá acompanha as coisas do Brasil. “Daqui da Alemanha estarei com vocês em pensamento e coração... apoio totalmente o repúdio coletivo ao tratamento que a mídia dá ao Governo Lula”, afirmou ela.


VEJA VÍDEO DA MANIFESTAÇÃO NO BLOG CONVERSA AFIADA

http://conversa-afiada.ig.com.br/

14 de setembro de 2007

 

Militares da ditadura vão à Justiça contra anistia ao capitão Lamarca, agora coronel

Os Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica, que reúnem os militares de pijama saudosistas da ditadura militar, entraram com ação contra a União na Justiça Federal do Rio para pedir a anulação da portaria do ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu anistia política post-mortem ao capitão Carlos Lamarca - com promoção ao posto de coronel e proventos de general-de-brigada - e indenizações a seus familiares.

Os militares fascistas, muitos deles antigos integrantes dos aparelhos de repressão subterrâneos, argumentam que, conforme o Decreto 3.998, de 5/11/2001, só será promovido post-mortem o oficial que, ao falecer, “integrava a faixa dos oficiais que concorriam à promoção pelos critérios de antiguidade ou merecimento”. Lamarca afastou-se do Exército em 1969, passando a combater a ditadura militar. Foi assassinado na localidade de Pintada, município de Ipupiara, no sertão da Bahia em 1971.

Devia ter alguma lei que impeça a manifestação pública de torturadores, autores de crimes hediondos, como assassinatos e ocultação de cadáveres. Na Alemanha, propaganda do nazismo é crime, não há espaço para criminosos em nome da “liberdade de imprensa”.

13 de setembro de 2007

 

Mídia se supera na criação de fatos sobre o nada

Mídia se supera na criação de fatos sobre o nada, afirma cientista político

Em entrevista ao blog CONVERSA AFIADA, do jornalista Paulo Henrique Amorim, o professor Wanderley Guilherme dos Santos faz uma análise do poder da mídia no Brasil e de seu comportamento como partido político, gerando instabilidades institucionais “independentemente do que está acontecendo na realidade”.

Guilherme dos Santos lembra que os veículos privados de comunicação têm desempenhado este papel desde os episódios que levaram ao suicídio Getúlio Vargas, mas destaca que tal interferência chegou ao extremo no governo Lula.

“Os dois últimos anos foram inacreditáveis em matéria de criação de fatos sobre nada: foi inacreditável”, conclui.

Para ele, isso acontece porque, ao contrário do que os jornais vêm dizendo desde a posse de 2003, o governo Lula “até agora tem se mantido fiel à sua orientação original”, que é a promoção de políticas prioritárias para a parte mais pobre da população.

“Isso é algo que irrita e, conseqüentemente, faz com que aumente a disposição da imprensa para acentuar tudo aquilo que venha a dificultar e comprometer o desempenho do governo”, avalia.

LEIA A ÍNTEGRA da entrevista com Guilherme dos Santos, que é integrante da Academia Brasileira de Ciências e titular aposentado de teoria política da UFRJ.

http://conversa-afiada.ig.com.br/

 

Absolvição de Renan Calheiros é a maior derrota da grande imprensa

LEIA O TEXTO DE PAULO HENRIQUE AMORIM:

A conclusão é do jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim, pilotando seu site CONVERSA AFIADA. A maior derrota da imprensa, claro, depois da reeleição do presidente Lula.

A Veja, a Globo, o Estadão, a Folha e O Globo e seus inúmeros e inúteis colunistas jogaram todas as fichas na cassação.

Como ensina o professor Wanderley Guilherme dos Santos, a imprensa brasileira se transformou num partido político. E jogou tudo contra um político da base de apoio ao Presidente Lula.

Renan Calheiros cometeu todos os crimes que 99,9% dos políticos brasileiros cometem.

Renan Calheiros provavelmente pagou a mulher com quem teve uma filha fora do casamento numa operação idêntica à de outro ex-senador de partido da oposição.

Sobre a operação do ex-senador, a mídia conservadora (e golpista !) se cala até hoje.

A mídia conservadora (e golpista ) foi atrás de Calheiros também porque ele é nordestino.

E a elite branca (e no caso da elite de São Paulo, também separatista) não gosta de ninguém da base aliada do Presidente Lula e muito menos se for nordestino.

Imagine se Renan Calheiros fosse do Piauí...

Renan Calheiros não é um santo. Mas, o Senado mostrou que a mídia conservadora (e golpista !) pode enfiar a faca no pescoço do Supremo, mas não enfia a faca no pescoço do Senado.

(E de que adiantou o Supremo deixar os deputados assistirem à sessão ? Nada.)

Se a mídia conservadora (e golpista !) tivesse o poder de enfiar a faca no pescoço do Senado, quantas cabeças ficariam em cima do pescoço ?

A mídia conservadora (e golpista !) agora vai dizer que Renan Calheiros não tem condições de presidir o Senado.

É porque para a mídia conservadora (e golpista !) só valem os 35 votos a favor da condenação.

O Procon tem a obrigação de interpelar a Veja, a Globo, O Globo, a Folha e o Estadão, que transformaram durante um mês e meio Renan Calheiros num cadáver e enganaram seus consumidores.

 

Ninguém acreditou nas manchetes, nem senadores nem o povo

Os senadores não se apequenaram e resistiram à pressão da mídia que investigou, julgou e condenou o presidente do Senado Renan Calheiros. Os senadores preferiram se guiar pela própria consciência. As manchetes da mídia não valem nada. A prova final é a ausência de populares no Congresso, nesta quarta-feira, 12.

Apenas três solitários manifestantes portavam cartazes com os previsíveis slogans de “Chega de corrupção”. Mesmo assim os cartazes foram levados pelo PSOL, o partido da extrema-esquerda que se junta aos partidos da extrema-direita desde o nascedouro. O tal buzinaço anunciado sequer aconteceu. Ou seja, nem os cansados com seus carrões foram às ruas. A baixaria do dia veio da parte de deputados federais.

Se ninguém apareceu no Congresso no dia em que o presidente do Congresso poderia perder o mandato é porque ninguém acredita mais no noticiário da mídia.

A carga cerrada em cima de Renan Calheiros estava exacerbada. O povo desconfiou de tanta fúria. A revista Veja chegou a dar capa com a “notícia” de que Renan era chamado de “chefe”. Ora, todo parlamentar em Brasília é chamado de chefe por seus assessores e cabos eleitorais, da esquerda à direita. Muitas manchetes eram palhaçada pura. É como o noticiário do “caos” aéreo. Como o do acidente da TAM.

Os parlamentares se vacinaram contra a mídia. Faltava o povo. Pronto. Aconteceu.

12 de setembro de 2007

 

Senado rejeita pressão da mídia e soberanamente absolve Renan Calheiros

Aliviado, tomei conhecimento de que o plenário do Senado, por 40 votos a 35, absolveu na tarde desta quarta-feira (12) o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) da acusação de quebra de decoro parlamentar. A sessão foi secreta e houve seis abstenções.

O processo pedia a cassação do mandato de Renan por ele supostamente ter usado dinheiro de uma empreiteira para pagar despesas pessoais.

Digo aliviado porque o Senado poderia fechar as portas se aceitasse cassar o mandato de Renan Calheiros sob abusiva, ilegal e imoral pressão da máfia da mídia brasileira.

 

SOLIDARIEDADE NA ECONOMIA: UMA ALTERNATIVA À COMPETIÇÃO CAPITALISTA PROPOSTA POR PAUL SINGER

O Secretario Nacional do Ministério do Trabalho, professor Paul Singer é um dos principais propositores da economia solidária como um outro modo de produzir, cujos princípios básicos são a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade individual.

Em seu entender, a aplicação desses princípios une todos os que produzem numa única classe de trabalhadores na qual todos igualitariamente são possuidores do capital através do trabalho cooperativo, associativo ou sociedade econômica. Visando ampliar o debate relativo ao implemento desta concepção de trabalho no Brasil, sobretudo no Nordeste

Segue entrevista concedida à Série Estudos e Pesquisas –SEP.

SEP – Hoje, no Brasil, o trabalho associativo é a base para a construção de uma
economia solidária. Entretanto, no Nordeste, este tipo de iniciativa ainda é incipiente. De que forma o Secretário acredita que a experiência associativa vá contribuir para superar as atuais fragilidades destes empreendimentos?

Paul Singer – A grande arma para a superação das fragilidades é a ajuda mútua entre associações, cooperativas e agências de fomento, que hoje estão unidas no Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Há um visível fortalecimento da economia solidária no país e a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), do Ministério do Trabalho e Emprego, cuja missão é formular e implementar políticas públicas para difusão e fortalecimento da economia solidária, foi mais um passo nesta caminhada. Quanto às fragilidades, acredito que estão sendo gradativamente superadas, tanto pelos esforços dos próprios cooperadores como pelo apoio que recebem do que chamamos Agências de Fomento da Economia Solidária – entidades criadas pela Igreja, como a Cáritas, pelos sindicatos, como a Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), ou ainda, pela Associação Nacional de Trabalhadores em Empresas Autogestionárias (ANTEAG), ou pelas universidades, como as Incubadoras de Cooperativas Populares,
além de diversas outras.

SEP – Segundo o resultado da pesquisa SEI-UCSAL para a RMS e Litoral Norte da Bahia, as duas principais razões que motivaram a formação de empreendimentos associativos foram uma alternativa ao desemprego e ter uma atividade em que todos são donos. Vale também considerar que na RMS, segundo dados da PED-RMS, os trabalhadores autônomos são 23,1% dos ocupados, o emprego doméstico é de 10,1% e a taxa de desemprego é de aproximadamente 27%. Nessas condições, como as políticas públicas podem incentivar a formação de uma economia com base na solidariedade?

PS – Segundo a pesquisa SEI-UCSAL, a metade das cooperativas entrevistadas surgiu por iniciativa dos próprios associados e 36,6% por incentivo de outra instituição (ver tabela 8). As políticas públicas necessárias são as que difundem a cultura cooperativa entre as populações carentes e permitem ampliar as atividades que dão incentivo e apoio aos empreendimentos solidários. Mais concretamente, aproveitar programas sociais, como o Primeiro Emprego do Ministério do Trabalho para incentivar os jovens a se organizarem em associações ou cooperativas; ou ainda, utilizar os recursos do Plano Nacional de Qualificação para capacitar cooperativados melhorando seu desempenho econômico à base da autogestão, além do desenvolvimento de outras políticas.

SEP – A pesquisa também aponta que o trabalho associativo tem sido decorrente do esforço exclusivo dos próprios trabalhadores: a maior parte dos empreendimentos foi organizada por iniciativa dos próprios associados; o conhecimento técnico é limitado e menos da metade dos empreendimentos obtêm sobras em seu negócio. Portanto, pelo menos dois desafios estão postos: ampliar o conhecimento técnico e buscar a viabilidade econômica através de processos democráticos. Incentivar a preparação de instituições públicas e de ensino apropriada aos empreendimentos associativos pode ser um
caminho? A SENAES pretende atuar neste sentido?

PS – Hoje já existe uma profusão de instituições que se dedicam a esta tarefa. Introduzir a economia solidária no currículo das escolas profissionalizantes e de ensino fundamental e médio deve ser um objetivo de longo prazo, pois antes precisamos preparar os professores para cumprir esta tarefa. As universidades, sobretudo as que possuem incubadoras de cooperativas populares, já se dedicam a isso, inclusive com a criação de programas de pós-graduação em economia solidária. Penso que vai levar alguns anos, ainda, antes que possamos iniciar “a preparação de instituições públicas e de ensino” para tais funções.

SEP – Ainda segundo a pesquisa, mais da metade dos grupos usaram recursos próprios para iniciar a atividade, alguns receberam doações e nenhum teve acesso ou recorreu ao crédito. Ou seja, embora recentemente venha se expandindo o microcrédito, tudo indica que este se destina ao trabalhador por conta própria e não aos empreendimentos associativos. Se isto é verdade, como SENAES pretende estimular uma política de crédito que seja apropriada aos empreendimentos associativos?

PS – O microcrédito, como o nome diz, destina-se a oferecer pequenos empréstimos a pessoas pobres que já têm ou pretendem abrir um negócio próprio. Ele não se destina a cooperativas ou associações produtivas, cujas necessidades produtivas são maiores. A SENAES está propondo que recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Ministério do Trabalho, sejam utilizados numa linha de financiamento para cooperativas e produtores associados. Sugerimos o mesmo a bancos federais, que também estão propensos a aceitar a idéia.

SEP – Conforme os resultados da pesquisa, os principais setores que têm trabalho associativo são: artesanato, agropecuária, pesca, coleta e processamento de material reciclável, que não se organizam entre si. Como essas associações poderão se integrar a um mercado mais amplo e como as políticas públicas poderão contribuir para esse fim?

PS – Artesanato, agropecuária, pesca e reciclagem de resíduos são atividades que se organizam em cadeias produtivas. Artesãos utilizam madeira, osso, couro, palha, pedra, papel e outros materiais que são produzidos a montante; os produtos artesanais, por sua vez, são vendidos a jusante, alimentando um importante comércio especializado. O mesmo se aplica à agropecuária, pesca e reciclagem. Os materiais reciclados, como papel, alumínio, plásticos etc. abastecem ampla cadeia de processadores, cujos produtos finais são também comercializados. Isso abre amplas oportunidades para a economia solidária, pois tanto fornecedores como revendedores das cooperativas podem decidir se organizar de forma autogestionária. A Secretaria Nacional de Economia Solidária está apoiando agências de fomento, como a ADS, que se dedicam à construção de complexos de cooperativas, formados (tal como ocorre em Mondragón, na Espanha) por cooperativas que transacionam grande parte de sua produção entre si.

*Paul Singer é economista, foi professor titular da Universidade de São Paulo (USP), onde exerceu a coordenação acadêmica da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. Atualmente é Secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. Algumas obras publicadas: Introdução à economia solidária(2002); Uma utopia militante: repensando o socialismo (1998);Para entender o mundo financeiro (2000);Globalização e desemprego: diagnóstico e alternativas (1998).

 

Paul Singer apresenta livro com leituras sobre a crise do PT

O Secretário Nacional da Economia Solidária, Paul Singer, membro do Conselho de Redação da revista Teoria e Debate, da Fundação Perseu Abramo, profere nesta quinta-feira,13, em Salvador uma conferência sobre “Desenvolvimento Econômico e Inclusão Social”, dentro da programação do III Encontro de Economia Baiana que se realiza no Bahia Othon Palace. É uma pena que seja uma passagem relâmpago. Ele viaja no mesmo dia e inviabiliza a idéia de um diálogo com o PT, seu partido.

A propósito, Paul Singer faz a apresentação de “Leituras da Crise – Diálogos sobre o PT, a Democracia Brasileira e o Socialismo”, livro editado pela Fundação Perseu Abramo que reúne as leituras de Marilena Chaui, Wanderley Guilherme dos Santos, João Pedro Stedile e Leonardo Boff, todos entrevistados pelo sociólogo Juarez Guimarães.

LEIA A ÍNTEGRA DO TEXTO DE PAUL SINGER:

Uma interpretação da crise para além dos jornais
Leituras da Crise - Diálogos sobre o PT, a Democracia Brasileira e o Socialismo -
02/07/2006
por Paul Singer*

Nada mais oportuno do que este livro, que reúne quatro diálogos entre cinco intelectuais, alguns dos melhores representantes do pensamento de esquerda. O assunto, como não poderia deixar de ser, é a crise do PT, em seus aspectos políticos e éticos.

O pivô dessas trocas de idéias é Juarez Guimarães, que propõe as questões à filósofa Marilena Chaui, ao cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, ao líder do MST Pedro Stedile e ao teólogo Leonardo Boff.

Os diálogos são completados por alguns textos de Marilena Chaui, Wanderley Guilherme e Leonardo Boff, o que possibilita formular melhor idéias fundamentais que o estilo coloquial não permite destacar como devido.

O volume é aberto com a entrevista de Marilena Chaui. Pode-se dizer que o estilo de Marilena é o aprofundamento, a ânsia de furar a aparência e chegar ao que é fundamental para o entendimento do que se passa.

Logo de início ela propõe a distinção entre ética na política e da política. A primeira é o exercício de virtudes e vícios privados na atividade política - honestidade, honorabilidade, fidelidade conjugal etc. -, a segunda é a honestidade e fidelidade às idéias e programas adotados pelo partido.

Essa distinção lhe permite constatar que o PT “formulou uma cultura política orientada pelas idéias de igualdade, justiça e participação, portanto por virtudes políticas ou uma ética da política. Infelizmente, esquecendo sua própria história e seus próprios valores, sucumbiu à ideologia da ética na política”.

Boa parte do diálogo com Marilena gira ao redor das razões por que o PT sucumbiu.

Ela dá grande peso aos defeitos do sistema político: a super-representação dos pequenos estados na Câmara, a distorção da democracia pelo poder do dinheiro nas campanhas eleitorais.

Isso obrigaria os governos a promover “alianças partidárias artificiais”, a negociar projeto por projeto com o Legislativo, quando não se cai na “corrupção de votos parlamentares”.

Talvez por isso Marilena considere indispensável a reforma política.

Mas não podemos esquecer que, quando o PT foi fundado, o sistema político já era desse jeito; criamos o PT no pressuposto de que ele seria imune às tentações do sistema. E, no início de sua jornada, ele parece ter sido.

As alianças com outros partidos eram muito discutidas e acabavam sendo limitadas por critérios de afinidade programática. Ainda em 2002, a aliança com o PL provocou bastante resistência, em parte porque ela representava uma ruptura com uma linha política seguida por duas décadas.

Mais adiante, Marilena Chaui volta à questão: “Como essa submissão (do PT às injunções do sistema) aconteceu?”

A resposta dela aponta agora para causas internas ao partido. Os movimentos sociais e populares perderam importância na vida partidária, o PT cresce filiando gente sem história política de esquerda e sem vínculos com os movimentos sociais, “interessados em (...) cargos no aparelho de Estado”.

Isso teria permitido que finalmente prevalecesse a tendência à burocratização, introduzindo na vida do partido a hierarquia, o segredo de cargo e a rotina, o que provocou a perda do controle pela base, a profissionalização dos dirigentes. Seguiu-se a despolitização e desmoralização da militância, diante do abandono pelo partido e pelo seu governo das idéias e práticas republicanas.

Essa análise é um dos pontos altos deste volume. O raciocínio de Marilena demonstra como a ideologia da competência e o segredo de ofício ocasionam a despolitização da sociedade, o que implica a despolitização dos partidos (embora isso pareça paradoxal) e a crise da própria democracia. Esta sempre se frustra no capitalismo, “porque somente numa sociedade socialista os direitos, que definem essencialmente uma sociedade democrática, podem concretizar-se”.

Ao contrário de Marilena, Wanderley Guilherme preocupa-se mais com as causas da crise do governo Lula e seu desfecho.

A crise não seria, de modo algum, um golpe das elites, pois não envolveria os setores econômicos, que “se mantiveram totalmente neutros em relação ao que estava acontecendo”.

A crise tem por motivação unicamente a luta pelo poder, empreendida por “todos estes jornalistas que têm coluna”, juntamente com “partidos fora do poder”. A oposição do PT aos governos de FHC foi “mínima - 144 deputados”. A oposição a Lula agora é mais forte, “tem cobertura da imprensa bastante generosa”. O que, para Wanderley, “é bom para a democracia”. Mas isso não justifica a oposição ter tentado acabar com o atual governo. E nunca parou de tentar, pode-se acrescentar.

Juarez Guimarães e Wanderley Guilherme concordam que a revelação de corrupção, no decorrer da crise, é real, mas o uso que dela faz a oposição “tem impedido uma avaliação e um aprofundamento muito mais sério do problema”.

A denúncia de que o PT no poder teria inaugurado a prática da corrupção sistêmica no país seria “obviamente uma mitologia sem tamanho” e serve apenas à luta da oposição pelo poder. Juarez lembra que essa estratégia funcionou contra Getúlio nos anos 1950. Mas Wanderley observa que “não é como hoje, quando a sociedade brasileira tem organizações voluntárias de todo tipo, defendendo todos os tipos de interesses, com um sindicalismo muito mais ativo, autônomo, presente”.

Mas é na discussão da democracia que Wanderley Guilherme nos brinda com algumas observações que vale a pena transcrever: “Porque este (a democracia) é um sistema confuso, de muita participação, de muitos interesses, de muita transparência, de muita acessibilidade - por mais que se critique que falta acesso etc., pois sempre é possível ter mais. Mas o que já existe, comparado a qualquer sistema no passado ou no presente que não seja democrático, é inacreditável. A democracia é uma bagunça, por definição. Não há como organizar a democracia - só não tendo”.

Coerentemente com essa visão da democracia, Wanderley enxerga como o motivo do desencanto dos conservadores com ela o temor que sua imprevisibilidade inspira. Ele diz, a certa altura: “A democracia é um fenômeno muito recente na história da humanidade. E o fato é que está assustando... A democracia assusta aqueles que sempre foram democratas enquanto a democracia não existia”.

Na realidade, quanto mais autêntica a democracia, menos previsível ela é. E, portanto, mais potencialidades de mudança ela contém.

Compare-se essa opinião com a de Marilena Chaui: “Ora, a democracia não é um mero regime político, e sim uma formação social (...) Assim, a naturalização das desigualdades, a transformação das diferenças em desigualdades, a polarização do privilégio e a carência, a ideologia em suas várias manifestações e a forma oligárquica da República erguem-se como obstáculos à instituição da democracia”.

Para Marilena, a democracia, nas condições do capitalismo neoliberal, tem dificuldades de avançar. Wanderley, porém, vê o outro lado da moeda. A democracia abre possibilidades mil de participação a muitos interesses. Por isso o que já se alcançou por meio dela é espantoso. Onde Marilena vê obstáculos, corretamente, os aspectos ressaltados por Wanderley apontam para potencialidades. O que me parece ser correto também.

Essa combinação de otimismo temperado com realismo leva a uma interessante troca de idéias. Wanderley observa que o governo de Lula superou o de Fernando Henrique na maioria dos setores.

Apesar de que o Estado brasileiro “começou a ser desmanchado por Fernando Collor de Mello, processo que foi intensificado e agilizado pelos dois governos de Fernando Henrique Cardoso. (...) Quando se tem um governo que se inaugura como o do Partido dos Trabalhadores, que é um outro tipo de poder, de governo, é mais do que natural que haja um desencontro, um desacerto, uma certa desorientação na execução das políticas do novo governo pela simples razão de que o Estado não estava aparelhado para isso”.

Ao que Juarez acrescenta: “Um governo que procura cobrir, através de políticas públicas, esses 50 milhões ou 60 milhões de brasileiros que estão abaixo das estatísticas (...) terá de criar seus próprios instrumentos, sua própria funcionalidade, seu andamento, seu próprio pessoal, o seu corpo burocrático....” E Wanderley completa: “E isso leva tempo”.
Pedro Stedile fala da perspectiva dos movimentos sociais e em particular do MST. Desse único ponto de vista, sua fala retira seus méritos e suas distorções ideológicas.

Para ele, “a verdadeira natureza da crise (do governo) não era apenas ética, era na verdade uma disputa que se estava travando entre as classes dominantes que tentavam transformar o governo Lula em refém das políticas neoliberais. (...) As forças conservadoras, que estavam completamente subordinadas ao interesse do capital internacional, tentavam jogar o governo num imbróglio de denuncismo que o impedisse de fazer qualquer mudança rumo a um outro projeto”.

Essa análise se apóia na constatação de que havia uma disputa muito intensa dentro do governo a respeito da decisão de manter a política neoliberal. “(...) havia um núcleo histórico do PT dentro do governo, que defendia teses de que era possível redimensionar o governo para a construção duma aliança com o PMDB que resultasse num projeto de desenvolvimento nacional.”

Como é claro, essa interpretação da crise é oposta à sustentada por Wanderley Guilherme.

O objetivo da oposição não seria derrubar Lula do governo, mas apenas impedir que pudesse mudar a política econômica. Quando se trata de especular sobre a motivação de outros, sobretudo sendo estes adversários, os mais diferentes pontos de vista podem ser sustentados sem que algum deles possa ser provado certo ou errado.

O que importa é que parte significativa dos movimentos sociais adotou a interpretação de Stedile e, em “conseqüência desta leitura da crise, dissemos ao governo e ao presidente Lula de viva voz: 'Nós achamos que há uma alternativa para o governo; não basta o governo ficar respondendo se há ou não corrupção - isso é secundário nesta altura da luta de classes. O que é importante é o governo recuperar o debate na sociedade sobre a necessidade de um novo modelo econômico para o país''”.

Como é óbvio, o governo não seguiu a recomendação de Stedile. Para que pudesse defender um novo modelo econômico, teria de mudar antes sua política econômica. Para muita gente, no governo e no partido, isso seria fragilizar sua situação, pois o apoio dos setores econômicos (ou sua neutralidade, como disse Wanderley) seria vital para resistir ao ataque da oposição parlamentar e da mídia. Afinal, para a opinião pública, condicionada pela mesma mídia, o suposto êxito da política econômica era o principal argumento contra os que exigiam o impeachment do presidente.

A esse respeito, o ponto de vista dos movimentos, expresso por Stedile, também é oposto. Ele sustenta que “a economia brasileira não está crescendo (...) não está produzindo a solução para as necessidades do povo brasileiro e, portanto, no contexto da crise econômica afloram os problemas sociais do desemprego, da informalidade, da falta de mobilidade social, da falta de progresso social da classe trabalhadora....” Stedile está perfeitamente a par de que esse não é o ponto de vista geral. Por isso ele esclarece: “Se você parte de uma análise, como certos setores da esquerda que estão no governo e das classes dominantes, de que a economia brasileira vai muito bem, a sua leitura é diferente dos movimentos”.

Os movimentos sociais têm uma leitura da economia que se opõe não só à classe dominante, mas também à opinião pública informada, o que pode parecer à primeira vista absurdo. Mas convém considerar que eles têm um conhecimento muito mais factual e profundo do que nós da situação das classes trabalhadoras, em particular de seus segmentos mais carentes. É muito possível que do ponto de vista desses segmentos, ou ao menos de seus setores mais mobilizados, a leitura dos movimentos corresponda melhor à sua experiência cotidiana do que a leitura alimentada pelas estatísticas referentes ao conjunto da população.

Mesmo assim, as estimativas de Stedile quanto a uma possível reascensão das massas no Brasil parecem exageradas.

“Mas no Brasil há no mínimo 120 milhões, 150 milhões de brasileiros que não têm claro para onde ir e não têm as suas necessidades básicas atendidas. (...) O Brasil é uma sociedade gigantesca, são mais de 100 milhões de pobres.

Quando estes 100 milhões se moverem para algum lado, será um tsunami na política. E é essa nossa esperança, aí vai ser reascenso..” As melhores estatísticas disponíveis indicam que o número de pobres atinge ao redor de 60 milhões, muito abaixo das cifras de Stedile. E daí? Mesmo que sejam apenas estes que se movam, o resultado não deixará de ser um tsunami.

Stedile e seus muitos milhares trabalham nessa perspectiva. Ele mesmo reconhece que ela não é provável. Um pouco antes de proclamar a esperança na reascensão, ele relata: “Você vai ser solidário, vai ser companheiro, vai se indignar com as injustiças só depois que estiver lá (no poder)? Não. Esses valores que fazem parte de nosso projeto histórico têm que ser parte de nosso cotidiano, da nossa luta política. Isso está abandonado. Você vê como as pessoas não reagem mais às injustiças que todos os dias afloram na nossa cara, na rua? (...) Isto faz parte da crise ideológica de valores das pessoas, não se identificarem mais com causas da justiça social”.

Apesar disso, Stedile e seus companheiros não desanimam, o que sugere que há vida além da crise.

Juarez Guimarães inicia o diálogo com Leonardo Boff perguntando “como neutralizar as necessidades impostas do realismo político com a força das utopias da transformação?”

Em resposta, Boff faz um paralelo entre a Igreja e o PT: em ambos, as bases perderam o poder para a hierarquia profissional. Para evitar que a revolução caia num impasse, não basta que ela mude as relações sociais.

Cada sujeito deve ser envolvido nesse processo e ele mesmo mudar. “A revolução, para ser radical, tem de ser permanente, como processo aberto de melhora contínua das relações, uma espécie de revolução sem fim. (...) O sujeito emerge assim como um projeto infinito, impossível de ser enquadrado numa ideologia, num quadro político, religioso ou cultural. Ele desborda sempre. Se não começar o processo de mudança por ele próprio (aquele pedacinho de mundo e de sociedade que é ele mesmo), dificilmente irá mudar as relações sociais.”

Nesse raciocínio, Boff inverte a tese popularizada pelo marxismo, de que é a sociedade que molda o homem. Para que haja revolução, é o homem que tem de mudar antes que ele possa, enquanto sujeito do processo, mudar as relações sociais.

Mas como operar essa mudança prévia do sujeito? Parece-me que a resposta só se revela no fim da entrevista, quando Juarez lembra a Boff que ele propõe para a cultura petista “libertar-se do materialismo prático e fazer-se sensível à gratuidade, à troca de intersubjetividades e ao encantamento face aos mistérios do mundo”. Juarez indaga em seguida: “Mas ela implica ancorar o sentido da transcendência das nossas vidas necessariamente a uma fé em Deus?”

Boff replica que a espiritualidade é uma dimensão do homem, como a inteligência, a sexualidade, o poder, a amorosidade. E, mais adiante, ele define que “ser espiritual é dar-se conta de que as coisas não estão jogadas por aí de qualquer jeito, mas que tudo forma uma incomensurável harmonia, apesar das catástrofes naturais.

Numa palavra, prevalece o cosmos, e não o caos. Um fio condutor liga e religa todas as coisas fazendo o universo, quer dizer a unidade do universo”. Isso exprime uma visão religiosa do homem e do universo. O fio condutor que liga e religa é a própria religião. O que Boff parece dizer é que, se quisermos mudar efetivamente o mundo para melhor, teremos de retomar a prática religiosa de algum modo. Só ela poderia mudar o sujeito, para que este possa mudar o mundo.

Boff se esquiva dessa conclusão dizendo que “isso não implica impor nenhuma confissão nem um tipo de Deus”. Mas logo a seguir a recomenda como uma prática política: “Apenas reconhecer esta dimensão espiritual como radicalmente humana. Nossa cultura não a negou, mas a relegou para o mundo do privado. É importante que ela chegue ao mundo público para o fortalecimento da saúde coletiva e em benefício de toda a comunidade biótica. Esta espiritualidade está presente em todos os encontros do MST e da Via Campesina. Antes de qualquer ato ou palestra organizam o que, com razão, chamam de mística. Fazem-se celebrações, elaboram-se ritos, inventam-se símbolos poderosos. O PT poderia inovar ao propor em suas discussões, ao lado da ética, a espiritualidade a ser vivida em todas as suas relações”.

O problema com essa recomendação de Boff ao PT é que ela é supérflua para os religiosos e inalcançável para os descrentes. Não me parece possível nem desejável que os ateus se convertam apenas para garantir a radicalidade duma eventual revolução futura. Isso me soa como um uso oportunista da religião, como o sujeito que se injeta anabolizantes para ganhar uma prova de atletismo.

O PT não deve propor que a espiritualidade seja vivida em todas as relações porque a espiritualidade não pode ser evocada por um ato de vontade. Nada permite acreditar, como o faz Boff, que “uma ética não se firma sem uma espiritualidade, que oferece as razões fundamentais da existência e do sentido do universo e de nosso lugar dentro dele”. Respeito sua fé, mas não há como esquecer as muitas figuras admiravelmente éticas que não foram nem são religiosas.

A longa entrevista de Leonardo Boff aborda outros pontos de grande interesse, como a opção ecológica pela natureza, a ser integrada à opção da Teologia da Libertação pelos pobres; a tese de que a renovação do PT poderá resultar do contato com as bases (ponto de vista também externado por Stedile); e a defesa veemente, e a meu ver acertada, das políticas sociais de Lula, o que não impede o teólogo, logo em seguida, de censurar sua falta de coragem pessoal de ousar um “gesto libertador”. E, finalmente, a proposição de que “a radicalização da democracia, a plena democracia, significa para mim o socialismo”, uma tomada de posição com a qual me identifico inteiramente.


Leituras da Crise - Diálogos sobre o PT, a Democracia Brasileira e o Socialismo - Marilena Chaui, Wanderley Guilherme dos Santos, João Pedro Stedile e Elonardo Boff, entrevistados por Juarez Guimarães. Editora Fundação Perseu Abramo, 2006, 256 páginas

*Paul Singer é secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego e membro do Conselho de Redação de Teoria e Debate

 

O Nordeste atacado de novo nas páginas do Estadão

O Jornal Estadão publicou dia 9 de setembro, domingo, um artigo tendencioso, distorcido e preconceituoso contra as políticas do governo Lula para o Nordeste.

O blog http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com, da Helena Sthephanowits, chamou a atenção para o vexame.

O texto é da autoria de um certo Marco Antonio Villa (apresentado como historiador, professor da UFSCar e autor de um livro publicado pela Ática, editora falida do Grupo Abril)

O “historiador” mostra um Nordeste do século passado. Ele se presta ao ridículo de escrever que o governo Lula não está fazendo uma boa política para a Região. É um olhar de gabinete do interior paulista.

O professor, que parou no século passado, critica o governo pela seca que assola o Nordeste, onde muitas cidades declararam estado de emergência. Desatualizado, afirma erroneamente que "a burocracia para que o governo reconheça o estado de emergência é complexa e a vigência é de apenas 90 dias. Muitos prefeitos têm enorme dificuldade para renovar o pedido".

Se o professor paulista deixasse a preguiça de lado e estendesse seus estudos ao século XXI, veria que o governo federal atendeu o Nordeste com ações emergenciais, cinco dias antes da publicação do artigo.

Dia 04/09 foram liberadas a distribuição de 230 toneladas de alimentos para as vítimas da seca no Piauí.

Dia 05/09 foram liberadas 230 toneladas de alimentos para as vítimas da seca no Ceará.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), disponibilizou 20 mil cestas de alimentos para socorrer as famílias atingidas pela estiagem no Ceará e no Piauí, atendendo solicitação da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

A operação de distribuição dos donativos começou no último hoje dia 6 e prosseguiu durante o feriado de 7 de setembro.

Até o professor paulista reconhece a importância do Bolsa-família e da aposentadoria rural que se tornaram a tábua de salvação para a sobrevivência destas vítimas da seca, já que as únicas atividades produtivas, a agricultura e a pecuária resistem com dificuldade, quando não sofrem perda total em alguns casos.

Os impactos da seca são muito menores depois do governo Lula e do Bolsa-família. A seca, quando vem, já não é tão desastrosa e letal como era antes para os mais pobres, graças ao bolsa-família e outras ações.

Mas a maior "pérola" do historiador é sua crítica ao programa de cisternas. Ele diz que o governo não se interessou em apoiar o projeto de 1 milhão de cisternas, organizado pelas ONGs que atuam na região.

Como não? Deve estar caducando.

Ele procurou no lugar errado. Esse é um dos principais projetos do Ministério do Desenvolvimento Social.

O Programa Cisternas é parte fundamental da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, desde o início do governo Lula, desde o lançamento do Fome Zero.

A história está passando debaixo do nariz do historiador e ele não vê.

O professor diz bobagens quando afirma que "Lula divulgou em 2005, como se fosse uma grande vitória, que o governo tinha feito uma parceria com a Febraban para construir 25 mil cisternas".

De novo, se ele fosse menos preguiçoso e consultasse o "site" do Ministério do Desenvolvimento Social, veria que Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe são os estados atendidos pelo programa, no qual o MDS investiu, entre 2003 e 2006, cerca de R$ 270 milhões, beneficiando 750 mil pessoas com a construção de mais de 157 mil cisternas.

A previsão para o ano de 2007 é alcançar a marca de 1 milhão de pessoas beneficiadas e 200 mil cisternas construídas.

Ou seja, de 1 milhão de cisternas desejadas, já está sendo atingida a marca de 200 mil.

Esse “pesquisador” deve ter colhido os dados da época do governo FHC. Preguiçoso, resolveu dar uma repaginada para “encaixar” o governo Lula nele, no melhor estilo de "testar hipóteses" do método Ali Kamel de jornalismo.

Será que os livros deste historiador, estão na relação de livros didáticos do MEC? É bom o MEC rever se seu conteúdo é tão ruim como o artigo para o Estadão. Para o bem dos conhecimentos de história de nossos estudantes.

Fonte: Blog Os Amigos do Presidente Lula.

11 de setembro de 2007

 

Lula vai mudando o Bolsa Família, para melhor

Em geral, nossa imprensa tem um modo particular de informar. De preferência com um ranço anti-governista, pretensamente “crítico”. Sobre o vitorioso programa social Bolsa Família, então, nem se fala. É como se o jornalista ficasse com a consciência pesada por falar bem do governo Lula. Foi treinado para atacar.

Li, recentemente (14/08/07), uma reportagem do jornal Valor sobre o Bolsa Família. Boa reportagem. O jornal informava que 1 milhão e 400 mil pessoas deixaram o programa em três anos. Muitos saíram porque conseguiram renda própria, mas, a grande parte saiu – ou foi cortada – por duplicidade cadastral, não localização das famílias no endereço cadastrado e renda familiar superior ao exigido.

Não existe ainda mecanismo de aferição capaz de identificar a razão exata dos que saem do Bolsa Família, se de fato porque ascenderam socialmente ou se saíram porque estavam fraudando o programa. Com o Cadastro Único houve avanço no controle. Com o cruzamento de dados será possível identificar quem ingressou no mercado formal de trabalho.

Mas, cabe às prefeituras a responsabilidade pela honestidade das informações. Com os prefeitos e vereadores que temos é uma grande dificuldade. A sociedade tem que estar vigilante, a imprensa tem um importante papel na denúncia pública das deformações.

Nossos jornalistas – aqueles que não seguem a cartilha da Folha de S. Paulo e da revista Veja – podem ter certeza: NÃO é culpa do Lula. Ao contrário, o Governo Lula, que acaba de ter 64% de aprovação na pesquisa Barômetro, acertou com o Bolsa Família. Ele representa 0,3% a 0,4% do PIB brasileiro e apenas com isso obteve 21% de redução na desigualdade social.

10 de setembro de 2007

 

Deputada afirma que há improbidade no TCM da Bahia

No dia 22 de agosto, às 11:34 horas, a deputada Alice Portugal (PCdoB) fez o seguinte pronunciamento na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Segue o pronunciamento na íntegra:

A SRA. ALICE PORTUGAL (Bloco/PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de registrar minha saudação à Marcha das Margaridas, composta de mulheres que rememoram a grande Margarida, cuja vida foi ceifada pela atitude irresponsável dos que mandam na terra em detrimento dos que produzem.

Também quero registrar que assumiu a Prefeitura da cidade de Ubatã, no sul da Bahia, o Sr. Adilson Muniz, sucedendo um prefeito que foi afastado por improbidade explícita. Adilson Muniz é um militante do meu partido, o PCdoB. A cidade de Ubatã, com certeza, terá um novo futuro.

Sr. Presidente, a Bahia é um dos poucos Estados que ainda têm TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS. Sou autora de uma PEC que busca modificar os critérios de indicação para os Tribunais de Contas. Defendo que eles sejam realmente tribunais de contas e não estaleiros de políticos aposentados, que é o que ocorre na Bahia.

O Tribunal de Constas dos Municípios - TCM comete hoje, na Bahia, diversas irregularidades e improbidades, mas a pior delas é permitir que servidores de outros órgãos exerçam atividade de controle.

Essa é uma função típica do controle externo. O TCM, além de ações perseguidoras e ímprobas de utilização de patrimônio, exerce atitude deletéria ao permitir que não-especialistas se utilizem das prerrogativas de especialistas, ganhando, inclusive, como tais.

Denuncio o Tribunal de Contas dos Municípios e exijo que isso seja corrigido, esperando que os dirigentes sindicais não sejam perseguidos e molestados, como estão sendo naquele Tribunal da Bahia que ainda tem alma do passado.
Obrigada.

 

Mais detalhes: deputada esculhamba TCM da Bahia

A deputada Alice Portugal (PCdoB) denunciou na Câmara dos Deputados, no dia 22 de agosto de 2007, algumas das irregularidades do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)da Bahia.

"O TCM comete hoje, na Bahia, diversas irregularidades e improbidades, mas a pior delas é a que permite que servidores em atividade, de outros órgãos, exerçam atividade de controle! Essa é uma função típica do controle externo, e o TCM, além de ações perseguidoras e ímprobas sobre utilização de patrimônio, exerce atitude deletéria ao permitir que não-especialistas se utilizem das prerrogativas de especialistas, ganhando, inclusive, como tal" destacou a deputada.

"A Bahia é um dos poucos Estados que ainda têm Tribunal de Contas dos Municípios. Sou autora de uma PEC que busca modificar a natureza de indicação para Tribunais de Contas. Defendo que sejam tribunais de contas e não estaleiros de políticos aposentados, o que ocorre na Bahia" explicou a deputada.

A deputada terminou seu pronunciamento exigindo que as irregularidades sejam corrigidas e "esperando que os dirigentes sindicais não sejam perseguidos e molestados, como estão sendo naquele tribunal da Bahia que ainda tem alma do passado."

FONTE http://www.aliceportugal.org.br/

 

Deputada denuncia irregularidades no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia

Na tribuna da Câmara Federal, a deputada baiana Alice Portugal (PCdoB)acusou o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia de irregularidades, improbidades, utilização de patrimônio e chamou a instituição de ESTALEIRO DE POLÍTICOS APOSENTADOS.

Ainda não tive acesso ao pronunciamento. Mas prometo publicar aqui o pronunciamento da parlamentar guerreira. Um grande serviço à Bahia. Li esta notícia no jornal Bahia Negócios, do jornalista Geraldo Vilalva.

 

A CPMF é filha do PSDB. Os tucanos precisam cessar a demagogia

Os políticos do PSDB deviam calar a boca em relação à CPMF. A Contribuição “Provisória” sobre Movimentações Financeiras é a sucessora do IPMF. Como pode um deputado do PSDB retirar seu apoio à prorrogação da CPMF? O IPMF nasceu em 1993, com o Governo Itamar Franco, do PMDB. Em 1996, Fernando Henrique Cardoso decidiu direcionar a receita do imposto para a saúde, CRIANDO a CPMF. Desde então vem sendo prorrogada.

Em 2006 a CPMF rendeu R$ 32 bilhões aos cofres públicos. E em 2007 a previsão é de R$ 36 bilhões. Esta receita é fundamental para manter sob controle a inflação e garantir o crescimento econômico. Abrir mão do imposto significa gerar um descontrole fiscal.

Os picaretas do PSDB fazem demagogia no Congresso. Deputados tucanos questionaram o governo por ter 38 ministérios. Ouviram do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a resposta: pela mesma razão que o Congresso tem 513 deputados, enquanto os EUA têm 400.

Por que antes o PSDB apoiava a CPMF e agora não? Está faltando seriedade!

 

O Sete de Setembro na Bahia é o retrato da pobreza das escolas públicas

Muito a contragosto fui à parada do Sete de Setembro em Salvador. Cheguei tarde para o desfile militar. Juro que não foi por querer. Mas ainda peguei uma parte da ostentação do poder de fogo da Polícia Militar. São equipamentos novos. Muitas armas. Só falta agora reequipar a cabeça dos PMs com novos conceitos de segurança pública (e direitos humanos.

Fiquei impressionado com o militarismo de certas organizações. Impressionado e com muita pena daqueles meninos e meninas marchando como soldados. Fiquei mais impressionado ainda com a indigência das roupas e equipamentos das escolas públicas que desfilaram. Muita pobreza na apresentação. O desfile do Sete de Setembro é o retrato da pobreza das escolas públicas.

Fiquei ouvindo o povo ao meu redor. Aplausos, muitos aplausos para os trabalhadores do SAMU e do SALVAMAR. Os bombeiros também receberam muitos aplausos.

O que valeu mesmo foram os protestos do “Grito dos Excluídos”.

Nada mais democrático. Sem armas, sem tanques.

A voz do povo organizado. Neste ano, mais de 50 movimentos sociais estavam representados, incluindo ongs, associações de moradores, partidos políticos, parlamentares e muitos religiosos e leigos da Igreja Católica, que há 13 anos organiza a marcha popular.

Uma grande ausência foi o MST. Uma grande presença foi a de Waldir Pires do alto de seus 80 anos. O governador Jaques Wagner recebeu bem os protestos. É preciso encarar as manifestações com naturalidade, disse ele para a imprensa. É um democrata. Os tempos são outros.

9 de setembro de 2007

 

Por que é importante comemorar o bicentenário de Teófilo Benedito Otoni?

Porque o país tem memória curta. Esquece seus políticos honrados.

O ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, atual presidente do PT de Minas Gerais, está finalizando um livro sobre a vida de Teófilo Benedito Otoni, a ser lançado em novembro, durante as comemorações do bicentenário deste líder político liberal, que foi vereador, deputado provincial, deputado geral e senador. Desbravador dos vales do Mucuri e Jequitinhonha, fundou Filadélfia, hoje Teófilo Otoni. Participou das revoltas pela democracia, pela liberdade e de todos os movimentos pela Independência do Brasil, defendeu a fundação da República e lutou contra a escravidão. Foi um dos mais importantes políticos do Império. Lutava contra o absolutismo. O Brasil conhece pouco a história de Teófilo Benedito Otoni.

LEIA ENTREVISTA:

Fonte: http://www.teofilootoni.blogspot.com/

BLOG - Por que é importante comemorar o bicentenário de Teófilo Otoni?

NILMÁRIO MIRANDA - A comemoração do bicentenário de Teófilo Benedito Otoni é uma excelente ocasião para resgatar para a história quem foi ele e qual a sua real importância. Ele foi uma figura de destaque não só para as cidades do Serro (onde nasceu) e de Teófilo Otoni (que fundou), mas também para todo o Vale do Mucuri e do Jequitinhonha, para Minas Gerais e para o Brasil. Mas, de modo especial, é muito importante que os cidadãos destas regiões e de Minas conheçam a sua história.

São dezenas de municípios que de alguma forma participaram junto com Otoni desta epopéia que aconteceu no século XIX: a independência do Brasil, a criação do estado brasileiro, as revoluções em defesa da liberdade e a construção do projeto do Mucuri.


BLOG - Teófilo Otoni teve uma vida política intensa. Qual foi a importância dele para a história de Minas?

NILMÁRIO MIRANDA - Em Minas Gerais, ele foi Vereador, Deputado Provincial, Deputado Geral e Senador. Em toda movimentação política ele representava ativamente o Estado e participou de revoluções pela democracia e pela liberdade, sendo figura central em todas elas. Enquanto todos os grandes projetos de desenvolvimento ocorressem no litoral, ele pensava e implementava projetos para o interior do país. Ele participou do movimento pela nossa independência, pois queria que o Brasil tivesse um futuro diferente. Ele queria que fosse aplicado um modelo avançado e moderno para a época, com a implantação do sistema republicano e a abolição da escravidão.


BLOG - O que foi o projeto da construção das Colônias do Mucuri?

NILMÁRIO MIRANDA – Toda a região do Mucuri fazia parte originalmente da comarca do Serro, passando depois à comarca de Minas Novas. A criação das Colônias do Mucuri tinha entre seus objetivos promover a integração desta parte de Minas, que hoje chamamos de Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, e para que ela pudesse escoar seus produtos locais através do mar.

Na época em que a colonização foi concretizada, toda a comunicação era feita através de estreitos caminhos, no lombo dos burros. Uma carta demorava 29 dias para ir da região até o Rio de Janeiro, que era a capital. Com a colonização do Mucuri, este tempo passou a ser de 12 dias. As cargas levavam 80 dias para chegar ao Rio e passaram a gastar apenas 20 dias. Portanto, o projeto foi muito importante para todas as cidades e vilas da região, como Serro, Minas Novas, Diamantina, Peçanha, Guanhães, etc.

Este foi um projeto muito moderno para a época, pois dinamizou a economia dos principais municípios do nordeste do estado. Foi construída a estrada Santa Clara-Filadélfia, com 180 quilômetros e muito bem feita, com menos de 5% de declividade. Na sede das colônias havia o porto do rio, que permitia a navegação fluvial até o mar. O navio a vapor da Companhia transportava até o Rio de Janeiro pessoas e mercadorias da região.


BLOG - Por que falar sobre ele é importante hoje para o país?

NILMÁRIO MIRANDA - Resgatar a história é imprescindível, pois até hoje o Brasil tem conquistas republicanas a alcançar que já eram vislumbradas pelos projetos de Teófilo Benedito Otoni, como a separação entre o público e o privado. Seus projetos ainda são exemplos para os dias de hoje, como a integração do Mucuri/Jequitinhonha com o resto do país através do transporte inter-modal (rodovias, ferrovias, navegação fluvial e marítima), que garantiu promoção social, econômica e política para 200 mil pessoas da região, uma super população para a época.

Até hoje a pouca integração entre certas regiões do país que estão defasadas em relação às outras continua sendo um problema; ainda carece de projetos regionais que podem se inspirar no exemplo de Otoni.

Ele foi um vanguardista, um homem à frente do seu tempo. Propôs projetos e desenvolveu outros que ainda permanecem atuais. Ele foi o mais importante político do país de 1860 até a sua morte. Embora a história oficial o tenha esquecido, hoje sabemos que é um personagem que deve ser reconhecido e esta será uma grande oportunidade para reapresentá-lo às novas gerações de mineiros e brasileiros.


BLOG - Que comemorações estão preparadas para o bicentenário?

NILMÁRIO MIRANDA – O dia central das comemorações é 27 de novembro, data do nascimento de Otoni, mas as atividades já estão começando. No dia 23 de agosto o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, vai a Teófilo Otoni para lançar o “Selo do Bicentenário”, já que o projeto de colonização do Mucuri tinha, dentre seus principais objetivos, a melhoria da comunicação entre o norte de Minas e o resto do país. No Serro, serão realizados seminários em parceria com a PUC-Serro e já começam a acontecer atividades culturais com a participação das escolas.

Em Teófilo Otoni, onde já existe uma “Comissão do Bicentenário”, serão realizados, de 21 a 27 de novembro, cursos, concursos, festivais, palestras e um seminário no Campus da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Talvez o campus de Diamantina também participe.

Serão realizadas sessões especiais na Assembléia Legislativa de Minas, onde ele foi deputado. Existem duas entidades representativas importantes - a Associação dos Amigos do Serro (AASER) e a Associação dos Filhos e Amigos de Teófilo Otoni (AFATO) que também estão se preparando para participar. Em Brasília já está confirmada a sessão solene no Senado, no dia 29 de novembro e uma na Câmara dos Deputados, no dia 22 de novembro. A maioria dos eventos será concentrada no dia 27 de novembro e há até a expectativa da presença de ministros e deputados de várias regiões do estado e do país.


BLOG - Como será o livro que você está escrevendo sobre a vida e a obra de Teófilo Otoni?

NILMÁRIO MIRANDA - Escrever esse livro era um desejo antigo e pessoal. Fui criado na cidade de Teófilo Otoni e conheço a história dele desde que era adolescente. Eu sempre achei injusto ele não ocupar o lugar que merecia na história oficial. Existem várias teses, pesquisas e estudos sobre ele, mas estão apenas no meio acadêmico e ele é ainda desconhecido por muitas pessoas até mesmo em sua cidade natal (Serro) e na que ajudou a criar (Teófilo Otoni).

Ele também está sendo esquecido em Ouro Preto e no Rio de Janeiro, onde viveu grande parte da vida e foi um ídolo popular. Vamos abordar todas as fases de sua vida, passando pelos vários momentos históricos dos quais participou e destacando o legado que deixou para a nação brasileira. Com a publicação, espero que possa contribuir para que mais pessoas da região e do Brasil o conheçam. Quero que ele se some àquelas figuras importantes da nossa história dos quais já temos notícia.


BLOG - Quando o livro será lançado e como as pessoas terão acesso a ele?

NILMÁRIO MIRANDA – O lançamento será no início de novembro, para ajudar a divulgar a programação das comemorações. Estamos recebendo o apoio dos Correios, do Banco do Brasil, da prefeitura de Ouro Preto e de empresários amigos. Essa ajuda permitirá que o preço da produção seja barateado e que o livro possa chegar ao maior número possível de jovens, professores, comerciantes e principalmente à população da região.

 

Apesar da mídia 64% dos brasileiros consideram governo Lula BOM e MUITO BOM

Apesar da mídia partidarizada 64% dos brasileiros aprovam o Governo Lula.

Está na revista CartaCapital (edição 461), uma publicação confiável. Pesquisa do Barômetro Iberoamericano de Governabilidade mostra que o governo Lula é considerado BOM e MUITO BOM por 64% dos brasileiros.

Em desempenho pessoal, Lula é considerado BOM e MUITO BOM por 42% dos brasileiros e, ainda, que 54,6% dos brasileiros consideram Lula o mais SIMPÁTICO entre os 18 líderes da América Latina e Central pesquisados.

Os brasileiros estão confiantes. Do total de entrevistados, 46,3% acreditam que sua situação econômica estará melhor daqui a algum tempo. Outros 6,5% acham que ela estará muito melhor. Apenas 17% apostam em situação pior ou muito pior. O pessoal pessimista é minoria.

A pesquisa Barômetro é realizada desde 1992 em 18 países da região, além de Portugal e Espanha. São entrevistados ainda integrantes da comunidade latina nos EUA. O levantamento é conduzido por um consórcio de empresas de pesquisa. No Brasil, a coleta de dados foi feita pela Net work e a análise pela EP. Foram ouvidos 1.241 brasileiros em sete capitais.

A revista CartaCapital destaca que a pesquisa foi feita em SETE CAPITAIS DO BRASIL, onde vive a maioria dos CANSADOS, que se auto-intitulam "instruídos". Seguramente, se fosse feita no Brasil inteiro a avaliação da gestão e pessoal de Lula seria muito mais positiva.

Como sempre, a revista CartaCapital brilha no deserto de revistas semanais.

 

Eu protesto contra a mídia partidarizada (e golpista)

Eduardo Guimarães (http://edu.guim.blog.uol.com.br/) cometeu o manifesto contra a partidarização da mídia. É para ser lido no próximo dia 15 de setembro bem diante do prédio da Folha de S. Paulo. Mas pode também ser lido diante de O Estadão, O Globo, Jornal do Brasil e seus “repetidores” estaduais, além de emissoras de TV e rádio. Diante da revista Veja não adianta que é caso perdido. A mídia partidarizada apoiou o golpe militar. Foram 21 anos de tortura e morte. A submissão da mídia ao dinheiro corrompe consciências (de jornalistas). Isso é um fato. A mídia partidarizada esconde as malfeitorias do governo paulista e expõe com destaque as fraquezas do Governo Lula. A mídia partidarizada é seletiva em seu moralismo político. Faz propaganda política e diz que é jornalismo. Somos o Movimento dos Sem-Mídia e não estamos cansados de nada.

Eis o texto:

PROTESTO CONTRA A MÍDIA PARTIDARIZADA.

Vivemos numa época em que a informação se tornou tão vital para o homem que passou a integrar o cabedal de seus direitos fundamentais. No transcurso do século XX, as novas tecnologias geraram o que se convencionou chamar de mídia. Trata-se do conjunto de meios de comunicação em suas variadas manifestações, tais como a secular imprensa escrita, o rádio, o cinema, a televisão e, mais recentemente, a internet.

A mídia se tornou fundamental na estruturação das sociedades devido a ser composta por meios de comunicação de massa. E, em países continentais como o nosso, quem controla o poder de falar para as massas controla um poder que, vigendo a democracia, suplanta até mesmo o poder do Estado. Isso ficou claro no decorrer da história de regiões como a América Latina, onde o poder dos meios de comunicação passou a eleger e a derrubar governos, aprovar leis ou impedir sua aprovação e a moldar costumes e valores das sociedades.

Não se nega, de maneira alguma, que as mídias, sobretudo a imprensa escrita, foram bem usadas em momentos-chave da história, como no estertor da ditadura militar brasileira, quando a pressão da imprensa ajudou a pôr fim à opressão de nossa sociedade pelo regime dos generais. Todavia, é impossível ignorar que a ditadura foi imposta ao país graças, também, a essa mesma imprensa.

O lado perverso da mídia deve-se ao que também é uma de suas virtudes. Como, na sua configuração normal, a mídia pertence à iniciativa privada, comumente não é – ou não deveria ser - controlada por governos ou por facções políticas, e não se pauta – ou não deveria se pautar – por ideologias. O que deveria ser, no entanto, sabe-se que está muito longe de efetivamente ser – e não é de hoje.

A submissão da mídia ao poder do dinheiro é um fato, não uma suposição. Os meios de comunicação privados nada mais são do que empresas que visam lucro e, como tais, estão sujeitas a interesses que, em grande parte das vezes, não são os da coletividade, mas os de grandes e poderosos empresários. Estes, pelo poder que têm de remunerar o “idealismo” que lhes convêm, conseguem profissionais dispostos a produzir o “jornalismo” que o patrão requer.

É nesse ponto que jornalistas e seus patrões se encontram com facções políticas e com ideologias simpáticas aos menores anseios da iniciativa privada. Essas facções e ideologias, então, terminam por constituir uma união estável com certo “jornalismo” que passa a fazer o jogo de políticos que podem transformar em leis e em formas de governar que, muito freqüentemente, privilegiam o interesse privado em detrimento do interesse público.

É óbvio que a mídia sempre dirá que seus pendores capitalistas coincidem com o melhor interesse do conjunto das sociedades. Dirá isso através da confortável premissa (para os grandes do capitalismo) de que as dores que a prevalência do interesse dos capitalistas causa aos estratos inferiores da pirâmide social constituem uma espécie de “sala de espera” para o ingresso no jardim das delícias dos estratos superiores. É a boa e velha teoria do “bolo” que precisa primeiro crescer para depois ser dividido.

A mídia se defende dizendo que a facção política que ora ocupa o poder - e que ela (a mídia) ataca hoje - não pratica nada diferente do que praticava a facção política que governava antes. Alguns veículos mais ousados dizem que os que hoje governam favorecem mais o capital do que seus antecessores. Outros veículos, mais dissimulados, adotam um discurso quase socialista e passam a criticar lucros de bancos e cumprimento de contratos pelo atual governo, fazendo crer que apoiariam uma forma de governar como a de um Fidel Castro, por exemplo.

A mídia brasileira garante que é “isenta”, que não é pautada por ideologia ou interesses privados e que trata os atuais governantes do país como tratou os anteriores. Não é verdade. Bastaria nos debruçarmos sobre os jornais da época do governo que antecedeu o atual e compará-los com os de hoje que veríamos como é grande a diferença.

Não é preciso recorrer a registros históricos para comprovar como os pesos e medidas da mídia diferem de acordo com a facção política que ocupa o poder. Basta, por exemplo, comparar a forma como os jornais paulistas cobrem o governo do Estado de São Paulo e como cobrem o governo do país.

A mesma facção política governa São Paulo há mais de uma década. Nesse período, São Paulo foi tomado pelo crime organizado. A Saúde pública mergulhou ainda mais num verdadeiro caos. A Educação pública permanece como uma das piores do país, a despeito da pujança econômica paulista. Assim, começaram a eclodir desastres nunca vistos na locomotiva do Brasil que é São Paulo.

Ano passado, uma organização criminosa aterrorizou São Paulo. Essa organização nasceu e se fortaleceu dentro dos presídios controlados pelo governo do Estado. A Febem consolidou-se como escola de crimes, e as prisões, como faculdades.

No início deste ano, uma rua inteira ruiu por causa de uma obra da linha quatro do metrô paulistano, administrado pelo governo paulista. Várias pessoas morreram. Foi apenas mais um de muitos outros acidentes que ocorreram nas obras do metrô de São Paulo.

Seria possível passar dias escrevendo sobre tudo que a imprensa paulista deveria cobrar do governo do Estado de São Paulo, mas não cobra. Ler um jornal impresso em São Paulo ou assistir a um telejornal produzido em São Paulo é saber apenas do que faz de ruim o governo federal. Quase não há informações sobre o governo paulista, e críticas, muito menos. O desastre causado pela obra da linha quatro do metrô paulistano foi coberto por alguns dias. Depois, o assunto desapareceu da mídia e nunca mais se soube nada do assunto. A mídia esconde e impede qualquer aprofundamento no caso.

Assim é com tudo que diga respeito a governos de que a imprensa paulista gosta. E o mesmo se reproduz pelo país inteiro. A mídia carioca, a mídia baiana, a mídia gaúcha, todas fazem o mesmo que a paulista.

O lado mais perverso desse processo é o de a mídia calar divergências. Cidadãos como estes que assinam este manifesto são tratados pelos grandes meios de comunicação como se não existissem. São os sem-mídia. Muito dificilmente lhes é permitido criticar o moralismo seletivo dos meios de comunicação ou mesmo as facções políticas que esses meios protegem. A quase totalidade dos espaços midiáticos é reservada àqueles que concordam com a mídia.

Claro precisa ficar que os cidadãos que assinam este manifesto não pretendem, de forma nenhuma, calar a mídia. Pelo contrário, queremos que ela fale ou escreva muito mais, pois queremos que fale ou escreva tudo e não só aquilo que quer.

Mais do que um direito, fiscalizar governos, difundir idéias e ideologias, é obrigação da mídia. Assim sendo, os signatários deste manifesto em nada se opõem a que essa mesma mídia critique governo nenhum, facção política nenhuma. O que nos indigna, o que nos causa engulhos, o que nos afronta a consciência, o que nos usurpa o direito de cidadãos é a seletividade do moralismo político midiático, é o soterramento ideológico de corações e mentes.

Por tudo isso, os signatários deste manifesto, fartos de uma conduta dos meios de comunicação que viola o próprio Estado de Direito, vieram até a frente desse jornal dizerem o que ele e seus congêneres parecem negar. Viemos dizer que existimos, que também temos direito de ter espaço para nossos pontos de vista, pois a mídia privada também se alimenta de recursos públicos, da publicidade oficial, e interfere no interesse público.

Hoje está sendo fundado o Movimento dos Sem-Mídia. Trata-se de um movimento que não está cansado de nada, pois mal começou a lutar pelo direito humano à informação correta, fiel, honesta. Aqui começamos a lutar pelo direito de todos os segmentos da sociedade de terem como expor suas razões, opiniões e anseios e de receberem informações em lugar da atual propaganda política que nos tem sido imposta como se fosse jornalismo.


São Paulo, 15 de setembro de 2007

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