12 de julho de 2009

 

Lula, Petrobras e petroleiros do Brasil lamentam morte de Mário Lima

O presidente Lula em nota oficial lamentou a morte do ex-deputado federal da Bahia, Mário Lima. O presidente lembrou que Mário Lima foi pioneiro ao fundar o primeiro sindicato de petroleiros do Brasil. “Lima destacou-se pela combatividade durante toda a vida”, disse o presidente.

NOTA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

“Mário Lima destacou-se pela combatividade durante toda a vida, tanto na trincheira do sindicalismo quanto na do Parlamento, e deu uma contribuição extraordinária ao País com sua carreira de mais de 50 anos de Petrobras. Foi um pioneiro, fundando o primeiro sindicato de petroleiros do País - o da Bahia, na década de 50 - e tornando-se um dos mais influentes líderes sindicais do País.

Em 1964, era deputado federal e, em função de sua atuação corajosa em favor dos trabalhadores e do País, foi preso e teve os direitos políticos cassados. Anistiado, voltou à Câmara Federal e depois à vida sindical, mostrando a mesma disposição de luta do início. Neste momento de dor, envio meu abraço de solidariedade a seus amigos, parentes e a seus companheiros de atuação política e sindical”.

Mário Lima morreu aos 74 anos, sexta-feira, 10 de julho, no Hospital Aliança, em Salvador, vítima de um acidente vascular cerebral. Seu corpo foi enterrado sábado (11), às 15h, no Cemitério Jardim da Saudade.

NOTA OFICIAL DA PETROBRÁS

Mário Lima se foi – fica a sua causa em defesa da Petrobras
11 de julho de 2009 / 14:58

A Petrobras lamenta informar o falecimento do empregado Mário Soares Lima, ontem (10/07), aos 74 anos. Mário tinha mais de 50 anos de carreira na empresa. Admitido na Petrobras em março de 1958, Mario Lima era assessor da presidência da Petrobras desde 1992.

Nascido em Glória, no sertão da Bahia, Mário Lima ingressou na Petrobras após ser aprovado em concurso. Eleito deputado federal em 1962, foi preso um dia depois do golpe militar de 1964 e chegou a ser confinado em Fernando de Noronha.

Mario Lima foi demitido da Companhia ainda em 1964, mas voltou aos quadros da empresa em 1979, por decisão da Justiça. Retornou à Câmara Federal em 1985, ao assumir como suplente, pelo PMDB. Em 1986 foi reeleito deputado federal e participou da Constituinte.

Sindicalista, foi fundador e depois presidente do Sindicato dos Petroleiros da Bahia, o primeiro do Brasil. Mário Lima não chegou a se aposentar e trabalhava ativamente na Companhia.

UM LÍDER PETROLEIRO

Fundador do primeiro sindicato de petroleiros do País, no fim da década de 1950, na Bahia, Mário Lima foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1962, pelo PSB. Teve seu mandato cassado em 1964 pelo governo militar, chegou a ser preso pelo regime e transferido para Fernando de Noronha. Também teve seus direitos políticos suspensos até 1979.

Em 1985 voltou à Câmara, pelo PMDB, na vaga de Carlos Sant'Anna - que havia assumido o Ministério da Saúde. Em 1986, ele foi eleito para mais um mandato pelo mesmo partido. De volta à Bahia, presidiu o Sindicato dos Petroleiros da Bahia – Sindipetro, quando a categoria tinha dois sindicatos, além do SINDIPETRO, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Extração do Petróleo – STIEP.

Em 2004 foi candidato a vice-prefeito de Salvador na chapa de Lídice da Mata, pelo PSB. Em 2008, Mário Lima comemorou 50 anos de trabalho e luta sindical na Petrobras, onde ainda trabalhava na ativa como assessor técnico. Mário Lima nunca se aposentou.

CONVIVEU COM JANGO E JUSCELINO

O Jornalista Vitor Hugo Soares, no blog BAHIA EM PAUTA lembrou bem:

Mário Lima, nascido na cidade de Glória, no Vale do São Francisco (...) foi o principal e mais combativo líder petroleiro da Bahia e um dos mais importantes líderes sindicais do País, na fase que antecedeu o fortalecimento do movimento sindical dos metalúrgicos do ABC, em São Paulo, do qual surgiria Lula, atual presidente da República.

O ex-dirigente do Sindipetro conviveu proximamente com ex-presidentes, como Juscelino Kubitschek, mas principalmente com João Goulart. “Não precisava marcar audiência para ser recebido por Jango, em Brasilia, e discutir com o presidente trabalista (PTB), diretamente, os problemas e reivindicações dos trabalhadores do petróleo”, costumava dizer o ex-deputado.

Com a queda de Jango, no golpe militar, em 1964, o dirigente sindical foi perseguido, afastado do Sindipetro e preso, primeiro em quarteis do Exército, em Salvador, depois transferido para a Ilha de Fernando de Noronha, onde ficou ao lado dos ex-governadores de Pernambuco, Miguel Arraes, e Seixas Dória, de Sergipe, entre outros presos e perseguidos político da época.

No Congresso constituinte, já no MDB, teve atuação também destacada e conviveu proximamente com lideres do porte de Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, dos quais o ex-parlamentar baiano sempre recebeu tarefas importantes e palavras de elogio.

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