4 de agosto de 2011
Assassinato de professora na Bahia mobiliza sociedade em Minas Gerais
O seqüestro, seguido de morte da professora da Faculdade de Educação da UFMG, Marilde Marinho, no extremo sul da Bahia, está mobilizando familiares e comunidade acadêmica de Belo Horizonte. Os professores escreveram um documento relatando os fatos e apelando para o governador Jaques Wagner. Eles querem a apuração do crime. Está nascendo um novo movimento pela PAZ E JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL.
Marildes Marinho estava a trabalho no Sul da Bahia, junto aos índios Pataxós da Aldeia Barra Velha e faleceu no dia 18 de julho durante uma capotagem de carro provocada por bandidos que a tinham seqüestrado na estrada de Itamaraju para Caraívas, juntamente com seu marido André Mourthé de Oliveira (47), pesquisador da PUC-Minas.
A comunidade acadêmica da UFMG elaborou um documento considerando precários os recursos materiais e técnicos da Polícia Civil local, solicitando à diretora da Faculdade de Educação, Samira Zaidam, que encaminhe carta ao Reitor da UFMG para que essa autoridade peça à Polícia Federal uma investigação.
Os professores contataram o Partido dos Trabalhadores, através do ex-deputado federal Nilmário Miranda, para dialogar com o governador Wagner. Eles pedem que o governo da Bahia mobilize recursos, materiais humanos e técnicos, e colabore nas investigações, caso a Polícia Federal assuma a investigação. Eles pediram a Nilmário Miranda que faça contato com a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso.
ASSALTO, SEQUESTRO E MORTE
Marildes Marinho morreu no dia 18 de julho. Era professora do Curso de Formação de professores indígenas da Faculdade de Educação da UFMG e trabalhava junto aos índios Pataxó, na aldeia Barra Velha, onde ficou até o dia 17 de julho.
No início da noite de 18 de julho, ela e o marido André, se dirigiam de Itamaraju para Caraívas. Terminado o curso, tirariam férias em Caraívas, passando antes em Itamarajú onde, segundo André, registraram a compra de 3 lotes, sonho do casal. Emitiram um cheque no valor dos lotes adquiridos, que foi entregue ao corretor, e de lá partiram por volta das 16:30.
Em torno de 17:20, perceberam que estavam sendo seguidos e foram abordados por quatro homens que dirigiam uma picape (cor escura, provavelmente uma saveiro), que lhes apontaram escopeta, ordenando que parassem o carro. Um dos dois assaltantes que estava encapuzado foi logo gritando: "tô sabendo que vocês compraram 3 lotes no loteamento Santa Maria.. vocês têm dinheiro".
Dois dos homens, não encapuzados, entraram no carro em que viajavam, sendo que um deles tomou a direção do veículo. Marildes e André foram para o banco de trás. Os dois outros, encapuzados, retornaram à picape e seguiram em frente, sendo seguidos pelo carro do casal dirigido por seus comparsas.
André relata que os dois assaltantes que viajavam com eles tentaram, inicialmente, ser simpáticos para tranquilizá-los, silenciando-se depois. Viajaram por volta de uma hora, até que anoiteceu completamente, quando saíram da estrada principal, pegando uma estrada vicinal. Foi quando os quatro assaltantes se apossaram de vários objetos de valor e de todo o dinheiro do casal (cerca de R$800,00 ). Terminado o roubo, os encapuzados disseram que iriam até Itabaporanga onde "o serviço " seria feito e o casal seria liberado.
Depois dessa parada, a picape saiu na frente, se distanciando do jipe que a seguia e não ficando mais à vista dos tripulantes. Quando a picape foi avistada muito ao longe, o assaltante motorista acelerou o jipe em alta velocidade, mas, em seguida freiou bruscamente ao derrapar na pista de lama.
O carro capotou três vezes. Marildes foi jogada para fora do carro, falecendo na hora em decorrência disso. André fraturou a clavícula e conseguiu sair do veículo em busca de Marildes. Após minutos de desespero, teve que se esconder num matagal para não ser morto pelos assaltantes que retornaram para ver o que havia acontecido. Nessa situação dramática e dolorosa André ainda os ouviu dizer “vamos embora logo porque a mulher está morta”.
MUITA DOR E INDIGNAÇÃO
O documento dos professores continua: “Perdeu André a sua mulher, perderam os filhos Guilherme e Vinícius a sua mãe, perderam a irmã, a tia, a sobrinha, os seus familiares. Perderam os colegas e os amigos o companheirismo da amiga no trabalho e no lazer, perderam os índios a entusiasmada educadora, perdeu a orientadora os seus orientandos, perdeu a Universidade um dos seus quadros muito bem formados, perdeu a educação brasileira uma acadêmica de valor e uma mulher comprometida com as lutas do seu tempo.
Marildes Marinho era doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, com estágio de doutorado no Institut National de Recherches Pedagogiques (Paris). Pós-doutora pela École des Hautes en Sciences Sociales (Paris), foi pesquisadora visitante no Centre for Language, Discours and Communication, do King's College (Londres). Graduada em Letras e mestre em Educação pela UFMG, era professora da FaE há 19 anos.
A circunstância da morte da Marildes além de nos causar muita dor, causou-nos indignação e mobilizou-nos para agir em prol não só da investigação e punição dos culpados de sua morte, como também em prol da justiça e da paz social no Brasil.”
Os professores conclamam seus pares e autoridades para recuperar o direito de ir e vir. “É com esse fundamento e com propósitos de exercer nosso dever de participação como cidadãos de um Estado democrático e de direito que estamos conclamando os colegas e autoridades institucionais da UFMG e todas as outras Universidades Brasileiras”.
Eles estão mobilizados. Programaram missas pelo não-esquecimento, estão convocando atos pela Associação Nacional dos Pesquisadores em Educação. PROCURAM A MÍDIA PARA DAR VISIBILIDADE À INDIGNAÇÃO. Está nascendo um novo movimento pela JUSTIÇAE PAZ SOCIAL NO BRASIL.
Marildes Marinho estava a trabalho no Sul da Bahia, junto aos índios Pataxós da Aldeia Barra Velha e faleceu no dia 18 de julho durante uma capotagem de carro provocada por bandidos que a tinham seqüestrado na estrada de Itamaraju para Caraívas, juntamente com seu marido André Mourthé de Oliveira (47), pesquisador da PUC-Minas.
A comunidade acadêmica da UFMG elaborou um documento considerando precários os recursos materiais e técnicos da Polícia Civil local, solicitando à diretora da Faculdade de Educação, Samira Zaidam, que encaminhe carta ao Reitor da UFMG para que essa autoridade peça à Polícia Federal uma investigação.
Os professores contataram o Partido dos Trabalhadores, através do ex-deputado federal Nilmário Miranda, para dialogar com o governador Wagner. Eles pedem que o governo da Bahia mobilize recursos, materiais humanos e técnicos, e colabore nas investigações, caso a Polícia Federal assuma a investigação. Eles pediram a Nilmário Miranda que faça contato com a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso.
ASSALTO, SEQUESTRO E MORTE
Marildes Marinho morreu no dia 18 de julho. Era professora do Curso de Formação de professores indígenas da Faculdade de Educação da UFMG e trabalhava junto aos índios Pataxó, na aldeia Barra Velha, onde ficou até o dia 17 de julho.
No início da noite de 18 de julho, ela e o marido André, se dirigiam de Itamaraju para Caraívas. Terminado o curso, tirariam férias em Caraívas, passando antes em Itamarajú onde, segundo André, registraram a compra de 3 lotes, sonho do casal. Emitiram um cheque no valor dos lotes adquiridos, que foi entregue ao corretor, e de lá partiram por volta das 16:30.
Em torno de 17:20, perceberam que estavam sendo seguidos e foram abordados por quatro homens que dirigiam uma picape (cor escura, provavelmente uma saveiro), que lhes apontaram escopeta, ordenando que parassem o carro. Um dos dois assaltantes que estava encapuzado foi logo gritando: "tô sabendo que vocês compraram 3 lotes no loteamento Santa Maria.. vocês têm dinheiro".
Dois dos homens, não encapuzados, entraram no carro em que viajavam, sendo que um deles tomou a direção do veículo. Marildes e André foram para o banco de trás. Os dois outros, encapuzados, retornaram à picape e seguiram em frente, sendo seguidos pelo carro do casal dirigido por seus comparsas.
André relata que os dois assaltantes que viajavam com eles tentaram, inicialmente, ser simpáticos para tranquilizá-los, silenciando-se depois. Viajaram por volta de uma hora, até que anoiteceu completamente, quando saíram da estrada principal, pegando uma estrada vicinal. Foi quando os quatro assaltantes se apossaram de vários objetos de valor e de todo o dinheiro do casal (cerca de R$800,00 ). Terminado o roubo, os encapuzados disseram que iriam até Itabaporanga onde "o serviço " seria feito e o casal seria liberado.
Depois dessa parada, a picape saiu na frente, se distanciando do jipe que a seguia e não ficando mais à vista dos tripulantes. Quando a picape foi avistada muito ao longe, o assaltante motorista acelerou o jipe em alta velocidade, mas, em seguida freiou bruscamente ao derrapar na pista de lama.
O carro capotou três vezes. Marildes foi jogada para fora do carro, falecendo na hora em decorrência disso. André fraturou a clavícula e conseguiu sair do veículo em busca de Marildes. Após minutos de desespero, teve que se esconder num matagal para não ser morto pelos assaltantes que retornaram para ver o que havia acontecido. Nessa situação dramática e dolorosa André ainda os ouviu dizer “vamos embora logo porque a mulher está morta”.
MUITA DOR E INDIGNAÇÃO
O documento dos professores continua: “Perdeu André a sua mulher, perderam os filhos Guilherme e Vinícius a sua mãe, perderam a irmã, a tia, a sobrinha, os seus familiares. Perderam os colegas e os amigos o companheirismo da amiga no trabalho e no lazer, perderam os índios a entusiasmada educadora, perdeu a orientadora os seus orientandos, perdeu a Universidade um dos seus quadros muito bem formados, perdeu a educação brasileira uma acadêmica de valor e uma mulher comprometida com as lutas do seu tempo.
Marildes Marinho era doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, com estágio de doutorado no Institut National de Recherches Pedagogiques (Paris). Pós-doutora pela École des Hautes en Sciences Sociales (Paris), foi pesquisadora visitante no Centre for Language, Discours and Communication, do King's College (Londres). Graduada em Letras e mestre em Educação pela UFMG, era professora da FaE há 19 anos.
A circunstância da morte da Marildes além de nos causar muita dor, causou-nos indignação e mobilizou-nos para agir em prol não só da investigação e punição dos culpados de sua morte, como também em prol da justiça e da paz social no Brasil.”
Os professores conclamam seus pares e autoridades para recuperar o direito de ir e vir. “É com esse fundamento e com propósitos de exercer nosso dever de participação como cidadãos de um Estado democrático e de direito que estamos conclamando os colegas e autoridades institucionais da UFMG e todas as outras Universidades Brasileiras”.
Eles estão mobilizados. Programaram missas pelo não-esquecimento, estão convocando atos pela Associação Nacional dos Pesquisadores em Educação. PROCURAM A MÍDIA PARA DAR VISIBILIDADE À INDIGNAÇÃO. Está nascendo um novo movimento pela JUSTIÇAE PAZ SOCIAL NO BRASIL.