13 de agosto de 2011

 

Dicionário de Personagens Afrobrasileiros está esgotado

O importante Dicionário de Personagens Afrobrasileiros, produzido pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) está esgotado. Ninguém encontra um exemplar em lugar algum. É que a edição da Quarteto Editora não passou de mil exemplares. Cerca de 500 foram para escolas municipais, por iniciativa da Secretaria da Educação Municipal na gestão de Olívia Santana, a outra metade foi para escolas públicas estaduais. A obra ausente das estantes das livrarias aguarda uma nova edição.

O Dicionário de Personagens Afrobrasileiros foi organizado pela professora Lícia Soares de Souza e lançado, em maio de 2010, pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL) e pelo Núcleo de Estudos Canadenses (NEC) da Universidade Estadual da Bahia (UNEB). O trabalho envolveu pesquisadores do Brasil, África e França tanto na formulação dos 61 verbetes, quanto em sua organização. É quase impensável que a Secretaria da Cultura da Bahia ou o MEC não garantam uma nova edição. A obra preenche uma lacuna no ensino da cultura de raízes africanas, obrigado por lei federal e, sobretudo, para o ensino da Literatura Brasileira. Leitura indispensável para entender a formação histórica do Brasil.

Aliás, segundo a professora Lícia Soares de Souza, a obra nasceu de uma preocupação com o surgimento da Lei 10.639/03, do Parecer nº.3 e 4, do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Resolução CNE/CP 01/2004, que instituíram a obrigatoriedade do ensino de História da África e das Culturas Afrobrasileiras nos currículos das escolas públicas e particulares da Educação Básica.

O Dicionário de Personagens Afrobrasileiros põe em cena as principais figuras literárias, nos séculos XX e XXI, na prosa narrativa, sobretudo, mas igualmente em algumas obras poéticas e musicais, e em contos populares e infantis. Por exemplo, lá são encontradas figuras como Jubiabá e Guma, criações do escritor Jorge Amado. E também Zé Pequeno, de Paulo Lins, e Nega Fulô, de Jorge de Lima.

Não estou nem demonizando a cultura branca que se tornou hegemônica neste país mestiço de raízes negras e indígenas. É inegável o papel cultural de brancos, indígenas e negros, como se sabe. Mas, o recado do Dicionário de Personagens Afrobrasileiros é que a negritude, chamemos assim, já representa um importante paradigma para o exame de expressões artísticas que abordam temáticas relacionadas às marcas profundas da cultura africana no Brasil e nas Américas, ensina a professora Lícia.

Não dá para não resgatar todo este universo cultural que sobreviveu, durante séculos, relegado a um segundo plano. É preciso reeditar o Dicionário de Personagens Afrobrasileiros!

Helena, Albino, Emiliano, resolvam isso!

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