23 de setembro de 2007

 

As denúncias do mensalão do PSDB mineiro favorecem estratégia política de José Serra

“Os documentos do mensalão mineiro”. Essa foi a manchete de capa da revista IstoÉ (19/09/07). Muito suspeita, porque descaracteriza o verdadeiro foco. A manchete correta deveria ser “Os documentos do mensalão do PSDB mineiro”. Nas primeiras cinco linhas da reportagem novamente surge a suspeita de manipulação. “Obtidos com exclusividade, os documentos atingem diretamente o atual ministro das Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia”. O foco correto seria: “Os documentos atingem diretamente o atual senador Eduardo Azeredo e envolvem profundamente o governador Aécio Neves, que surge na lista do caixa 2 tendo recebido R$ 110 mil. Em terceiro plano, os documentos atingem também o ministro Mares Guia. A montagem do texto está invertida na revista Istoé.

Duas perguntas que não querem calar: Por que a Polícia Federal não convocou uma coletiva para divulgar os documentos? A quem serve politicamente a “exclusividade” do vazamento dos documentos da PF?

A primeira pergunta é de fácil resposta. A PF não convocou coletiva para divulgar os documentos do “Mensalão do PSDB mineiro” porque assim fazendo não teria controle sobre os textos. A resposta à segunda pergunta é óbvia. A reportagem manipulada serve à estratégia política de José Serra porque joga água na fogueira de Aécio Neves, seu concorrente dentro do PSDB como pré-candidato à presidência da República. E o esquema foi muito bem montado. Toda a imprensa – quase toda – insiste em batizar o novo/velho escândalo de “mensalão mineiro” e não “mensalão do PSDB mineiro”.

Não há sutileza no jogo da revista IstoÉ.

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