5 de agosto de 2007

 

Mino Carta explica porque nomeação de Jobim é erro político

A lúcida explicação de Mino Carta está em duas notas publicados em seu blog:

Jobim, “um erro político”
03/08/2007 18:50

CartaCapital, na edição que está nas bancas de hoje (4) em São Paulo, diz considerar a nomeação de Nelson Jobim para o ministério da Defesa “um erro político”. Por que? Mais de uma razão.

Primeira. Tirar do ministério uma figura digna e coerente como Waldir Pires, cassado pelo golpe de 1964, e de difícil digestão para os militares até hoje, representa mais um recuo do governo.

Segunda. Não escapará a quem tem achego ao uso da razão que Pires passa a ser o bode expiatório, em beneficio dos reacionários do Brasil, perfeitamente representados e doutrinados pela mídia nativa. A qual perdeu as eleições de 2002 a 2006 juntamente com os candidatos tucanos, a demonstrar que não mais atinge a larga maioria dos brasileiros. Lula ainda não se deu conta disso, ao que tudo indica, e vai de recuo em recuo.

Terceira. Jobim não tem a coerência de Pires e serve apenas para deslustrar a primeira imagem do governo Lula. Mais tucano que peemedebista, e, certamente, equilibrista. Seu currículo, suas ações, provam. Chega agora para agradar aos militares, desde a deselegância cometida contra Pires no seu discurso de posse. Muito ambicioso, já cuida de alguma candidatura em 2010. Como sucessor de Lula ou como vice de José Serra?
enviada por mino



Alegríssimos
02/08/2007

Os militares estão alegríssimos com a nomeação de Nelson Jobim para o ministro da Defesa, com a certeza de que este, ao contrário de Waldir Pires, não vai peitá-los.

Na Argentina e no Chile, os fardados pagaram caro por sua participação da ditadura. Pinochet acabou como sabemos e há generais portenhos da época ainda vivos e presos. Aqui, nada, e ainda nos apresentamos como democracia.

O ex-ministro Pires era um osso duro de roer, bastava-lhe, para irritar-se, que a milicalha chamasse de revolução a tragédia que não passou de golpe.

Declaro, alto e bom som, como editorial do Estadão, que cansei, sim, cansei deste medo que o paisano experimenta ao se defrontar com uma farda. Talvez baste um sargento para causar pavor. Não fosse suficiente a presença de outras figuras discutíveis no ministério de Lula, Nelson Jobim contribui para deslustrar a idéia inicial, de que teríamos enfim um governo voltado, em primeiro lugar, para os interesses da maioria.
enviada por mino

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