7 de julho de 2011

 

Será um genocídio, se for aprovada lei que endurece pena para médico que realizar aborto

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 1545/11, do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que prevê pena de 6 a 20 anos para médico que realiza aborto, além da cassação do registro profissional. A proposta altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40).

Se os 300 picaretas aprovarem essa lei, será um verdadeiro genocídio. Sem médicos para fazer aborto, as pessoas pobres vão usar venenos, introduzir corpos estranhos, provocar hemorragias para abortar.

A lei permite o aborto apenas em dois casos: quando não há outro meio de salvar a vida da gestante e quando a gravidez for resultado de estupro. Pelo projeto, em qualquer situação fora dessas hipóteses, a pena será a mesma: 6 a 20 anos.

Atualmente, o Código Penal pune o médico com um a quatro anos de prisão caso o aborto seja feito com o consentimento da gestante, e com 3 a 10 anos se não houver consentimento. Se a gestante sofrer lesão corporal grave durante o procedimento, a pena pode chegar a 13 anos e 4 meses. Só em caso de morte da mãe, a prisão máxima é de 20 anos. Tudo isso é um verdadeiro absurdo.

Segundo o autor da proposta, as penas para o aborto são “extremamente brandas”. Este cara é um fascista. A proposta demagógica e eleitoreira será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, depois, pelo Plenário.

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