18 de abril de 2008
Morre Aimé Césaire, o pai do movimento negritude
Aos 94 anos, faleceu quinta-feira (17) o poeta martinicano Aimé Césaire, considerado o pai do “movimento negritude” que celebrava a consciência negra e encorajava as pessoas a assumirem sua identidade negra. Isso na década de 1930. Uma vida dedicada à literatura, à política, de combate ao racismo e ao colonialismo. Um homem de esquerda.
Césaire estava internado em um hospital de Port-de-France, com problemas cardíacos. O poeta nasceu na Martinica, ilha do Mar das Antilhas, América central, em 1913. Cresceu cercado pela miséria da população rural de uma ilha profundamente marcada por dois séculos de escravidão. Estudou em Paris. Em 1934 fundou a revista “Estudante Negro” junto com o senegalês Leopold Sedar Senghor e o güianês Leon-Gontran Damas, outro impulsionador da corrente “negritude”. Em 1941 fundou a revista “Trópicos”.
A partir de 1945 iniciou a carreira política ao ser eleito prefeito da capital da Martinica, Port-de-France. Foi deputado pelo Partido Progressista Martinicano (PPM), fundado por ele para promover a autonomia de sua ilha e a “igualdade social”. Como parlamentar atuou de 1945 a 1993, batendo todos os recorde de longevidade política.
Aimé Césaire morreu com dignidade. Ele se recusou a se encontrar com o então ministro do Interior da França, hoje presidente, Nicolas Sarkosy, que em 2005 subscreveu uma carta falando do “papel positivo” do colonialismo francês.
Ainda assim Sarkozy anuncia que irá à Martinica para assistir à cerimônia fúnebre. É a força moral do poeta, autor teatral, ensaísta e homem político de esquerda. Na maior cara de pau, o conservador Sarkozy saudou o poeta como “símbolo da esperança para os povos oprimidos”.
Defensor do mundo negro e de sua revolta contra o colonizador, se definia "fundamentalmente poeta, mas poeta comprometido" e "negro, negro, desde o fundo do céu imemorial".
É autor de uma obra veemente e reivindicativa, às vezes muito próxima do surrealismo e que se propagou com os movimentos de luta contra a colonização. Exerceu influência sobre várias gerações de intelectuais e escritores no mundo.
Em 1950, com a publicação de seu "Discours sur le colonialisme" (Discurso sobre o colonialismo), texto virulento contra o ocidente, empoleirado no "alto do morte de cadáveres da humanidade", amplia sua audiência e dá a sua obra um aspecto universal.
Seus escritos fornecem uma visão aprofundada sobre a maneira como a França impôs sua cultura aos cidadãos de origens diferentes no começo do século 20. O tema ainda ressoa na política francesa atual, já que o país continua tendo problemas para integrar muitos de seus habitantes de origem africana.
O escritor martinicano ficou famoso com o livro de poemas "Cahier d'un Retour au Pays Natal" (Caderno de Retorno à Terra Natal), escrito no fim dos anos 1930, no qual dizia: "minha negritude não é uma torre ou uma catedral, ela mergulha na carne vermelha do solo". Seus poemas expressam a degradação do povo negro no Caribe e descrevem a redescoberta de uma identidade africana.
Césaire estava internado em um hospital de Port-de-France, com problemas cardíacos. O poeta nasceu na Martinica, ilha do Mar das Antilhas, América central, em 1913. Cresceu cercado pela miséria da população rural de uma ilha profundamente marcada por dois séculos de escravidão. Estudou em Paris. Em 1934 fundou a revista “Estudante Negro” junto com o senegalês Leopold Sedar Senghor e o güianês Leon-Gontran Damas, outro impulsionador da corrente “negritude”. Em 1941 fundou a revista “Trópicos”.
A partir de 1945 iniciou a carreira política ao ser eleito prefeito da capital da Martinica, Port-de-France. Foi deputado pelo Partido Progressista Martinicano (PPM), fundado por ele para promover a autonomia de sua ilha e a “igualdade social”. Como parlamentar atuou de 1945 a 1993, batendo todos os recorde de longevidade política.
Aimé Césaire morreu com dignidade. Ele se recusou a se encontrar com o então ministro do Interior da França, hoje presidente, Nicolas Sarkosy, que em 2005 subscreveu uma carta falando do “papel positivo” do colonialismo francês.
Ainda assim Sarkozy anuncia que irá à Martinica para assistir à cerimônia fúnebre. É a força moral do poeta, autor teatral, ensaísta e homem político de esquerda. Na maior cara de pau, o conservador Sarkozy saudou o poeta como “símbolo da esperança para os povos oprimidos”.
Defensor do mundo negro e de sua revolta contra o colonizador, se definia "fundamentalmente poeta, mas poeta comprometido" e "negro, negro, desde o fundo do céu imemorial".
É autor de uma obra veemente e reivindicativa, às vezes muito próxima do surrealismo e que se propagou com os movimentos de luta contra a colonização. Exerceu influência sobre várias gerações de intelectuais e escritores no mundo.
Em 1950, com a publicação de seu "Discours sur le colonialisme" (Discurso sobre o colonialismo), texto virulento contra o ocidente, empoleirado no "alto do morte de cadáveres da humanidade", amplia sua audiência e dá a sua obra um aspecto universal.
Seus escritos fornecem uma visão aprofundada sobre a maneira como a França impôs sua cultura aos cidadãos de origens diferentes no começo do século 20. O tema ainda ressoa na política francesa atual, já que o país continua tendo problemas para integrar muitos de seus habitantes de origem africana.
O escritor martinicano ficou famoso com o livro de poemas "Cahier d'un Retour au Pays Natal" (Caderno de Retorno à Terra Natal), escrito no fim dos anos 1930, no qual dizia: "minha negritude não é uma torre ou uma catedral, ela mergulha na carne vermelha do solo". Seus poemas expressam a degradação do povo negro no Caribe e descrevem a redescoberta de uma identidade africana.