14 de março de 2008

 

Jornalista constrangido lê nota da "famiglia" ACM

Uma cena comovente pôde ser vista hoje no BATV, noticiário da noite da TV Bahia. O experiente jornalista Giacomo Mancini, âncora do jornal hoje, leu a "notícia" de que os herdeiros do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, falecido no ano passado, abriram mão dos direitos sobre peças religiosas e obras de artes existentes no apartamento da viúva de ACM, Arlete Magalhães.

Era visível o constrangimento de Giacomo Mancini, que deu a "notícia" quase sem respirar e rezando a Deus que terminasse logo para mudar de assunto.

A "doação" é mais uma artimanha dos Magalhães, uma espécie de desagravo à moda deles, devido ao processo movida pelo filha do ex-senador, Tereza Mata Pires, que teme ser lesada pelos irmãos na partilha dos bens. É ainda reflexo da invasão do apartamento na Graça, por ordem judicial, dada após recusa de permissão ao oficial de justiça de avaliar os bens existentes no imóvel.

O senador sem votos Antonio Carlos Magalhães Júnior e o dublê de deputado ACM Neto se contorcem, mas sabem que já não mandam na Bahia. Como são nulos em credibilidade, precisam usar um jornalista como porta-voz. É duro trabalhar para essa "famiglia".

 

Litoral Norte da Bahia: o que fazer?

Por Everaldo de Jesus

A rodovia Linha Verde, que liga a Estrada do Coco à divisa do estado de Sergipe pelo litoral norte baiano, foi inaugurada em 1993 sob grande expectativa. O projeto visava sobretudo desenvolver uma vasta região da Bahia com muitas carências sociais e com alto potencial econômico para a agricultura e para o turismo. Terras agricultáveis abundantes, uma costa belíssima, várias pequenas cidades com razoável estrutura, eram algumas das características da região antes da rodovia que atravessou pelo litoral os municípios de Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde e Jandaíra.

Acompanhei o processo de construção da rodovia, pois morava na região, e recordo-me das esperanças trazidas pelo empreendimento. Não havia dúvidas do impacto extraordinário que causaria. Quinze anos após, retorno ao litoral norte e pude observar alguns aspectos, que agora relato.

São inegáveis os benefícios trazidos. Facilitou a circulação de pessoas, produtos e serviços. As distâncias entre regiões produtoras e consumidoras foram encurtadas, o acesso a serviços públicos (escolas, hospitais, etc.) tornou-se possível para os moradores de distritos rurais e costeiros.

A rodovia continua em excelente estado. Provocou um boom imobiliário e multiplicou o número de hotéis e pousadas. Implantou-se o Costa do Sauípe e o Iberostar, hotelaria de grande porte. Atualmente há sobre-oferta de leitos. Os núcleos habitacionais das praias cresceram nessa busca pelos recantos paradisíacos. Hoje há muito mais estabelecimentos comerciais. A vida melhorou para os moradores de Imbassahy, Diogo, Porto do Sauípe, Subaúma, Baixios, Palame, Sítio do Conde e outros núcleos habitacionais da região.

Reconhecidos os acertos da construção da Linha Verde, é preciso lançar luzes para questões ainda não resolvidas no objetivo maior do empreendimento que era desenvolver a vasta região.

O projeto, grandioso por natureza, não foi acompanhado de outros complementares. O perfil agrícola continua marcado pelo cultivo de subsistência e já se verifica uma nova onda de êxodo rural. A única atividade econômica de aproveitamento de terras que cresce de maneira vertiginosa é a produção de eucaliptos. As áreas plantadas para fins de extração de madeira cobrem boa parte das terras no entorno da Linha Verde, em ritmo crescente.

No vácuo da inexistência de projetos agrícolas para consumo humano, as empresas de reflorestamento têm ampliado suas áreas de plantio com oferta de “arrendamento” para pequenos e médios proprietários de terra. Regiões com infra-estrutura já instalada, como água potável, energia elétrica e estradas, experimentam a redução da ocupação populacional. Terras boas para moradia e cultivo agrícola dão lugar à monocultura extrativista com alto impacto de desertificação e esgotamento de mananciais.

No lombo de animais

As estradas que ligam a BR 101 à Linha Verde, únicas vias de acesso das sedes dos municípios a seus distritos agrícolas e praias, estão quase todas interditadas. Durante a construção da rodovia litorânea essas estradas receberam ‘pó de asfalto’, um engodo que não demorou a ser percebido. Não resistiram ao uso nem às chuvas e ‘derreteram’. Ficaram piores do que antes, quando não eram asfaltadas.

Atualmente, para se fazer o percurso que liga o município de Entre Rios aos distritos de Subaúma, Porto de Sauípe e Massarandupió, é preciso se aventurar em trilhas por dentro dos eucaliptos. As empresas de ônibus e ‘topiqueiros’ que transportavam os moradores da região deixaram de fazer a linha. É como se o tempo andasse para trás. Há moradores das zonas rurais que precisam caminhar por horas a pé ou no lombo de animais para chegar até uma rodovia com transporte público.

Condições ruins de acesso às praias a partir das cidades próximas contribuem para a baixa ocupação de pousadas e hotéis, principalmente fora do verão. No município de Conde, onde se verifica a melhor oferta de leitos do litoral norte, é baixa a presença de visitantes nesta época do ano. É uma região que depende e muito das boas condições de circulação pela estrada que vem da BR 101 até a praia de Sítio do Conde, atravessando a Linha Verde. Está em má conservação e com muitos buracos na maioria dos trechos. Por ali transitam os ‘turistas internos’, as pessoas que moram nas cidades próximas como Alagoinhas e Feira de Santana, que se desencantam por terem que trafegar em estradas ruins. Com a redução do acesso de veículos pelas estradas de ligação à Linha Verde, o movimento na rodovia caiu acentuadamente.

Um plano conjunto de desenvolvimento do turismo e ocupação hoteleira pelas prefeituras é necessário. Pelo que vi, o sistema adotado pelos secretários de turismo dos municípios do litoral norte é o de ‘cada um por si’. Ao mesmo tempo, donos de restaurantes, bares e hotéis não parecem engajados em manter o interesse dos visitantes pelo ‘retorno’, com a oferta de serviços de qualidade e preços adequados. É caro se hospedar na Linha Verde, assim como é caro almoçar ou jantar lá.

Creio que nesse aspecto, o governo do estado da Bahia pode intervir, em benefício dos próprios municípios. A região praieira que vai de Porto do Sauípe até Mangue Seco é encantadora por sua beleza natural e pela tranqüilidade. São locais perfeitos para o turismo da terceira idade, que inclusive conta com apoio do Ministério do Turismo, através de projeto específico. Para isso, é preciso entretanto um pouco de modéstia aos empresários locais. Cobrar R$ 55 por uma moqueca de peixe é fora de propósito, da mesma forma que pedir R$ 70 por um quarto simples de pousada diminui o interesse do turista de fim de semana.

Uma parceria do estado com os municípios pode estimular o giro econômico no litoral norte, tanto no desenvolvimento da agricultura de consumo, quanto na divulgação da região como local de turismo. Com a participação dos interessados, população, prefeitos, donos de restaurantes, bares, pousadas e hotéis. Ganha a Bahia, com a geração de emprego e renda, ganham os municípios com aumento de divisas e impostos, ganhamos nós, caçadores de recantos perdidos em busca de paz e harmonia.

 

Não sei mais o que dizer

Elogiar este País que, sob a administração do operário-presidente, chegou a condições nunca imagináveis, virou uma coisa até chata e repetitiva. É melhor deixar que outros elogiem.

Após artigo publicado na revista inglesa The Economist, logo após a crise imobiliária americana no começo do ano, em que mostrava o Brasil fortalecido para enfrentar qualquer abalo econômico mundial, agora é o The Guardian quem se rende ao novo gigante mundial.

Em suplemento de 20 páginas, publicado nesta sexta-feira, o jornal britânico traça um perfil da economia, agricultura, energia, saúde e cultura do país, e revela: o Brasil não é mais o país do samba, futebol e sensualidade: transformou-se em ator econômico de peso.

A análise do jornal aponta os fatores que levam o país a essa condição: crescimento do emprego a 1,4 milhão de novos postos por ano, aumento do consumo interno e redução da pobreza, reservas cambiais que já superam a dívida externa brasileira, investimentos públicos e privados crescentes, exportações pulverizadas, de tudo se vende e para todos os continentes. É assim o país idealizado pelo presidente Lula na sua eleição em 2002 e é este o país que nós temos hoje.

O comentário final do The Guardian lembra que o Brasil era chamado de “o país do futuro”: “futuro ainda não chegou, mas está mais perto agora do que já esteve em várias gerações."

 

Publicação mensal chamada “Destaques” informa principais ações e projetos do governo Lula

No fundo, no fundo, é o fracasso da mídia nacional incapaz de noticiar com imparcialidade as atividades governamentais. Já está disponível na página da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República a versão eletrônica publicação mensal sobre as principais ações e programas do governo federal. O Governo Lula aprofunda, assim, a política de transparência das informações. O Brasil merece.

A edição de março está dividida em quatro partes:
1) Brasil hoje 2) Programas 2007 e 2008 (resumos); 3) Temas setoriais e atualidades
4) Estudos, pesquisas, artigos e anexos. Cada uma das partes possui seu próprio índice. O documento está atualizado até o dia 5 de março.

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13 de março de 2008

 

Imprensa e canalhice clandestina

O jornalista e escritor Emiliano José faz parte agora da equipe do site da revista CartaCapital, na seção Diálogos. No artigo “Imprensa e canalhice clandestina” ele comenta a reunião de jornalistas ocorrida em São Paulo (08/03/08) que debateu os problemas de nossa mídia. Salvo raras exceções, a mídia tem unidade programática, sem necessidade de conspiração. Ela combate o governo Lula e se alinha com a política genocida dos EUA, por exemplo. A cobertura do assassinato do dirigente das FARC, Raul Reyes, é outro exemplo. Uribe é o “democrata” e Chávez o culpado? A sorte é que as novas gerações já não acreditam mais na mídia impressa. A informação vem da Internet. Emiliano José ressalta uma frase do jornalista Mauro Santayana, presente à reunião de São Paulo: “Na imprensa brasileira, sempre existiram canalhas. E a gente os conhecia. O problema de hoje é que não é fácil identificá-los”.

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“Eles” já não são mais os donos da Bahia

Não ocorreu nenhuma “invasão” do apartamento da viúva do ex-senador ACM, como quer certa imprensa. O advogado André Barachísio Lisboa, em nota paga na primeira página de A Tarde (13/03/08), relata circunstanciadamente todos os momentos que antecederam à execução do mandado judicial por oficiais da Justiça e policiais.

A decisão judicial foi publicada antes. O Oficial de Justiça tentou várias vezes o acesso ao apartamento para proceder ao inventário de bens. Não obteve sucesso. Numa ocasião, o Oficial de Justiça foi informado de que não havia ninguém em casa, mas, momentos depois testemunhou a saída do empresário e senador sem voto ACM Júnior do Edifício Stella Maris. Estava evidente a tentativa de obstrução da Justiça.

A famiglia está se dilacerando na disputa do botim de 40 anos. O assunto teoricamente é privado, mas, o DEM trata o assunto como perseguição política. “Eles” já não são mais os donos da Bahia e não se deram conta disso.

 

Josias “calunista” de Souza tenta ridicularizar Patrus Ananias

Na falta do que fazer, o blogueiro oficial da Folha de S. Paulo, Josias “calunista” de Souza, tenta em seu blog ridicularizar Patrus Ananias, o ministro do Desenvolvimento Social, mas, admite o óbvio: Patrus é uma alternativa que o país tem para a Presidência da República.

O título do texto de Josias “calunista” de Souza é: “Patrus ‘Poste’ Ananias também fala como candidato”. Lá vai o texto do empregado servil da Folha de S. Paulo:

“O Ministério do Desenvolvimento Social festejou, nesta quarta-feira (12), aniversário de quatro anos. Responsável pelo programa Bolsa Família, a pasta é gerida por Patrus Ananias, um dos “postes” de que dispõe o PT como alternativa para 2010. A comemoração levou ao "poste" a luz do primeiro-casal.

Lula discursou para uma platéia estimada em 1,4 mil pessoas. Cobriu Patrus de agradecimentos. De resto, disse que o “grande adversário” que o ministério teve de enfrentar “foi o preconceito cultural que está arraigado na cabeça de uma parte da elite brasileira, que acha que tudo o que o governo federal lhe dá é investimento, mas tudo o que é dado ao pobre é gasto.”

O presidente não se animou em grudar no peito de Patrus o escudo de “pai” do Bolsa Família. Esse é um título do qual Lula parece não abrir mão. Sobre o futuro, falou apenas de raspão, excluindo-se: “O que precisamos fazer agora é consolidar a relação entre Estado e sociedade e quem vier depois tem que trabalhar com essa gente com respeito, atendendo às necessidades prioritárias do povo brasileiros.”

Patrus falou mais do que o chefe. Não se limitou aos temas da economia doméstica de sua pasta. Mirou em FHC, desancando a privatização da Cia. Vale do Rio Doce, vendida, segundo ele, a preço vil. Alvejou a aliança tucano-democrata no Congresso. Disse que, não fosse pela extinção da CPMF, seu ministério teria mais dinheiro para atender à clientela pobre.

Como se vê, Patrus Ananias parece determinado a ser bem mais do que um “poste.” Faltam-lhe, por ora, além de votos, prestígio no nível do que é atribuído a Dilma 'Mãe do PAC' Rousseff, o "poste" assentado na Casa Civil.”

COMENTÁRIO DO BAHIA DE FATO – Não me parece que a relação de Patrus com Lula seja de chefe e chefiado. A má-vontade de Josias “calunista” de Souza é visível. E não me parece que faltam votos a Patrus. Ninguém pode ter ou não votos antes das eleições. A menos que Josias “bobão” de Souza considere votos as INTENÇÕES de votos coletadas por institutos de pesquisa de opinião que, como sabemos, nem sempre coincidem com a apuração final. Josias sofre mas publica a notícia. De quem estará a serviço afinal?

 

O presidente da Colômbia não passa de um narcotraficante “democraticamente” eleito com dólares dos EUA

Wálter Fanganiello Maierovitch é um especialista no mundo do narcotráfico. É comentarista da CBN, colunista da revista Carta Capital e colaborador da revista italiana Narco-Mafie. Também é desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, presidente e fundador do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, professor de pós-graduação em direito penal e processual penal, além de professor-visitante da Universidade de Georgetown (Washington-EUA).

Maierovitch é conselheiro da Associação Brasileira dos Constitucionalistas-Instituto Pimenta Bueno da Universidade de São Paulo (USP), ex-Secretário Nacional Antidrogas da Presidência da República, titular da cadeira 28 da Academia Paulista de História.

Como ele mesmo afirma, não tem nenhuma simpatia pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a quem considera um governante boquirroto, populista e bizarro. É, portanto, uma voz politicamente insuspeita e altamente especializada no assunto narcotráfico.

Tanto em seu SITE quanto na revista CARTACAPITAL ele publicou o curriculum de Uribe, o narco-presidente da Colômbia. Segue o seu texto:

O curriculum vitae de Uribe não recomenda.

No governo que o antecedeu, do conservador Andrés Pastrana, Uribe foi sempre contrário a acordos de paz com a guerrilha. Ele sempre apoiou os paramilitares, como prefeito de Medellín (mandato curto), deputado e governador de Antioquia. Em Medellín, quis implantar, oficializar, o projeto social da lavra do narcotraficante Pablo Escobar, e que rendia ao chefão do cartel de Medellín grande popularidade.

Uribe sempre teve ligações estreitas com os riquíssimos irmãos Ochoa, narcotraficantes sócios de Escobar no Cartel de Medellín, extraditados para os EUA e que, depois de barganha, voltaram à Colômbia, com os bens e fazendas preservados. Hoje, os Ochoa são os empresários mais fortes na agroindústria e craiação de cavalos de raça.

Na passagem pela direção do departamento de aviação civil, Uribe forneceu habilitações para pilotos de narcotraficantes. O pai de Uribe, de nome Alberto, foi assassinado pelas Farc, por ligações com os paramilitares.

Alberto, papai de Uribe,, teve um seu helicóptero apreendido na chamada Tranquilândia, ou seja, no parque de refino de cocaína construído e explorado por Pablo Escobar.

CONFIRA SE QUISER

12 de março de 2008

 

Dom Cappio é eleito o “Judas” no Crato

Dom Frei Luiz Flávio Cappio, o bispo de Barra (BA) que já fez duas greves de fome contra a transposição do Rio São Francisco, foi eleito pelo Blog do Crato, no Ceará, como o "Judas" a ser malhado neste ano durante a Semana Santa. A malhação terá lugar no centro cultural do Araripe, dia 22.

O bispo baiano venceu com folga, sendo eleito por 22,77% dos votantes "por ter traído o povo com o maior requinte de crueldade, gozando do maior índice de antipatia". Dom Cappio obteve 2.681 do total de 11.773 votos. O segundo lugar, com 11,43%, ficou com a figura do estuprador e em terceiro veio o trem do Cariri, com 8,82%. O cartão corporativo do governo federal apareceu em nono lugar, com 5,5% da preferência dos votantes.

Cappio será alvo de "severa malhação" no Sábado de Aleluia.

Com informações da Agência Estado

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A imprensa sem espelho

Rosa-dos-Ventos é a nova coluna da revista Carta Capital (edição 486, de 12 de março), assinada pelo diretor-adjunto Mauricio Dias. O texto primoroso intitulado “A imprensa sem espelho” comenta a desgraça do atual jornalismo:

“A imprensa brasileira vive, simultaneamente, uma situação trágica e cômica em relação a um princípio básico do jornalismo: o ato de dar notícias. Nos momentos em que se vê obrigada a publicar fatos favoráveis à administração Lula, a informação torna-se um suplício.

(...)há um esforço cotidiano e desesperado contra o governo (...) a supressão e distorção de informações e a fabricação de escândalos têm a finalidade de fazer o presidente sangrar (...) a mídia finge que não vê o espelho (...) as pesquisas de opinião não refletem o que ela quer (...) o jornalismo submetido, assim, tão profundamente a objetivos político-eleitorais tangencia a esquizofrenia (...) a imprensa, ao contrário do que se supõe, não reflete a opinião pública.

A Carta Capital está cada melhor.

 

Lula vai à favela e a mídia entra em transe

Deu no site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim. O título é “Lula fala de cocô e PIG se estrebucha”.

“Eu sou filho de uma mulher que nasceu e morreu analfabeta, eu sou filho de uma mulher que morou em lugar que dava enchente de um metro e meio dentro de casa. Acordava à meia noite com rato, com barata, com fezes dentro do quarto. Era obrigado a me levantar e levantar os poucos móveis que tinha, não tinha nem geladeira e nem televisão.”

“Quando eu era moleque, eu conto sempre, Sérgio (Cabral), eu saía da escola, numa rua chamada Silva Bueno, eu tinha uma vontade de comer uma macã, que era uma coisa de louco – e naquele tempo só tinha maçã argentina, que eram umas maçãs grandes – muitas vezes, eu passava com vontade de pegar uma e sair correndo. Eu nunca peguei, porque eu tinha vergonha de envergonhar a minha mãe.”

Esses são trechos do discurso que o Presidente Lula fez sexta-feira, na favela de Manguinhos, segundo transcrição do Globo.

O título da reportagem é: “Pobre tem direito de ir à Praia de Copacabana”, disse Lula.

O PIG de São Paulo não reproduziu nada disso.

O Estadão, por exemplo, neste mesmo dia, deu mais espaço à 429ª. escaramuça entre o MST e a Monsanto do que ao começo das obras do PAC em três favelas do Rio - Manguinhos, Alemão e Rocinha: R$ 1 bilhão.

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“Há algo de insano na revista Veja”

O estudo das atividades político-comerciais da revista Veja, que seu autor, Luis Nassif, batizou dossiê, causa a repercussão merecida. Antes de mais nada, porque Nassif pertence à restrita categoria dos jornalistas habilitados a diferenciar a verdade factual das suas opiniões e venetas de cada dia.

Ou por outra: bem ao contrário de alguns freqüentadores das páginas da semanal da Editora Abril, Nassif não acusa sem prova e muito menos calunia. No canto oposto, está uma publicação que se esmera em comportamentos reacionários de extrema agressividade, mascarada de denúncia das mazelas do mundo, a transitar, de fato, entre o provincianismo do falso intelectual e o furor do recalcado.

Veja porta-se como se estivesse acima da verdade factual. Quem sabe, Roberto Civita seja tentado a dizer, com a candura de quem alimenta apenas certezas, “a verdade sou eu”. Mas o dossiê de Luis Nassif desfia tramas variadas, urdidas pela Editora Abril a serviço de insondáveis cruzadas contra o senso comum, a inteligência e a ética. E a própria história (com H grande).

Há algo de insano nas atitudes de Veja. Certo é, porém, que Luis Nassif não precisa de apoio para conduzir seu estudo. Trata-se de um profissional talentoso, competente, responsável e de estilo próprio. De minha parte, limito-me a lamentar a parábola da revista, esta frase descendente a mirar no fundo do poço. Haverá quem alegue sua elevadíssima tiragem para demonstrar-lhe o êxito. No entanto, cabe outro ponto de vista: demonstra a confusão reinante na chamada classe média brasileira.

Editorial da revista Carta Capital (Mino Carta).

 

Kucinski denuncia fraude da notícia na revista Veja

O caso do reitor da Universidade de Brasília, que redecorou seu apê com recursos da pesquisa acadêmica foi gravíssimo. Mas, a maioria dos abusos com cartões corporativos denunciados pela mídia resultou de esquecimentos, pequenos enganos ou deslizes patrimonialistas isolados, como a reforma de uma mesa de bilhar de uso recreativo de funcionários. Não foram gastos sistemáticos, como os do reitor. Foram exceção, não regra.

Ocorreu uma espécie de corrupção das denúncias contra corrupção. O exemplo mais gritante foi o da revista VEJA, que FALSEOU estatísticas para convencer o leitor de que no governo Lula instalou-se uma farra com cartões corporativos.

A revista Veja MONTOU um gigantesco gráfico com as curvas dos saques partindo quase do zero no mandato de Fernando Henrique e subindo, vertiginosamente, para chegar a R$ 58 milhões no governo Lula. No ponto baixo da curva colocou uma foto de FHC e, no seu pico, uma de Lula, destacando: "Aumento no total de saques no governo lula: 2.000%".

A VERDADE é que os gastos totais por servidores CAÍRAM de R$ 233 milhões no último ano do governo de Fernando Henrique para R$ 177 milhões no ano passado. Artigo publicado no site da Agência Carta Maior (www.cartamaior.com.br).

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Polícia vasculha apartamento da viúva de ACM com ordem judicial

Será uma data histórica de afirmação do Poder Judiciário. Uma ordem judicial expedida pela juíza Fabiana Andréa Almeida Oliveira Pellegrino autorizou terça-feira (11) oficiais da Justiça e agentes da polícia baiana a vasculharem o apartamento de Arlete Magalhães, viúva do ex-senador e chefe político ACM.

O carlismo virou agora caso de polícia. Há anos na Bahia sabe-se que a famiglia colecionava obras de artes retiradas de igrejas. Não houve truculência, apenas o cumprimento da lei. Agora, passada a era do terror, todos são iguais perante a lei na Bahia. Sei que a imprensa vai tentar fazer a viúva de “coitadinha”.

O que a polícia, a mando da Justiça, procurava no apartamento de ACM? Procurava apenas inventariar as obras de arte e objetos de valor que estavam lá escondidos. É que uma ação judicial movida pelo dono da Construtora OAS, César Mata Pires, casado com Teresa Magalhães, filha de ACM e D. Arlete Magalhães, buscava a parte que cabe a eles no espólio. Um simples caso de disputa pelos bens acumulados durante 40 anos de mandonismo.

A juíza Fabiana Pellegrino, mulher do deputado federal Nelson Pellegrino, ousou exercer com independência sua função de juíza. A mídia conservadora, a podridão do Senado, o DEM e o PSDB, essa gente toda não a perdoará. A História recompensará a juíza Fabiana pela sábia decisão. Afinal, a Justiça precisa ser feita.

11 de março de 2008

 

A manchete da Folha parecia mui bem intencionada

Esse negócio de “liberdade de imprensa” à brasileira vai longe. A Folha de S. Paulo publicou reportagem dia 8 de março sobre supostas irregularidades da multinacional Brenco que iniciou, em fevereiro, o plantio de 35 mil hectares de cana-de-açucar em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Parecia que a reportagem estava defendendo os interesses dos 3.500 trabalhadores empregados pela Brenco.

Entretanto, fiquei de cabelo-em-pé com um Informe Publicitário de meia página publicada nesta terça-feira (11) na página A-11 da editoria Mundo. A Brenco teve que PAGAR meia página (quanto custa?) para fazer esclarecimentos.

A Brenco esclarece que é uma empresa brasileira, voltada para produção de etanol e co-geração de energia elétrica, tendo como acionistas investidores brasileiros e estrangeiros.

A Brenco esclarece que Bill Clinton NÃO é sócio da empresa, que o capital social é detido por fundos de investimento e pessoas físicas, dentre as quais figuram membros da família Clinton, esclarece que o casal Clinton detém quotas do Fundo Yucaipa LLC que, por sua vez, detém 2% do capital social da Brenco e que a família Clinton não detém participação direta no capital da empresa nem tampouco na administração.

Ora. Se a Folha de S. Paulo fez afirmações equivocadas sobre a Brenco, caberia à Folha de S. Paulo abrir espaço para os esclarecimentos necessários provocados pela reportagem.

Quando a Folha aceita matéria paga de meia página a título de Informe Publicitário para esclarecimentos de afirmações feitas pela própria Folha, parece muito estranho.

Cheira a extorsão. Reportagens justiceiras agora dão dinheiro para jornalões.

Realmente, o país precisa de uma nova Lei de Imprensa para que o mundo empresarial e o cidadão comum não fiquem à mercê de chantagens.

A Brenco tem dinheiro para PAGAR à Folha. Mas, e eu?

10 de março de 2008

 

A política e o Judiciário

O escritor, jornalista e professor universitário (UFBA), Emiliano José, desceu a ripa no presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio Mello. O artigo foi publicado na página de Opinião do jornal baiano A Tarde (10/03/2008). É que o primo do Collor adora criar problema para o presidente Lula. A última façanha foi fazer declarações contra o programa Territórios da Cidadania. Uma espécie de pré-julgamento, tratando-se de um integrante da Justiça. O presidente reagiu publicamente e a polêmica se instalou.

Curiosa a reação de parte da imprensa e de alguns de seus colunistas, que passaram a deitar falação contra o presidente da República e a favor do presidente do TSE. Aparentemente, estão defendendo a autonomia do Judiciário, as liberdades democráticas, como se o Judiciário fosse uma espécie de Olimpo, infenso a críticas, como se a palavra de uma autoridade da Justiça tivesse sempre que ser acatada sem qualquer contestação. Besteira. O Judiciário, como o Executivo e Legislativo, tem sempre que ser acicatado pela crítica, venha ela de onde vier.

A direita, o DEM, o PSDB, o presidente do TSE e alguns jornalistas querem reduzir o mandato presidencial para dois anos.

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A Mulher da Lei e a Mulher Bandida: que bela homenagem para o Dia da Mulher!

Causa assombro, indignidade e vergonha a manchete da Tribuna da Bahia, no dia oito de março, sob o título "Duas faces da mulher: Mulher da lei, mulher bandida". Além de preconceituosa, grosseira, estigmatizante e de induvidoso mau gosto, a manchete expressa, nitidamente, a afirmação do Estado classista e policial do Movimento de Lei e Ordem que comanda o pensamento das elites no país, dentre as quais se destaca a mídia.

"Bonita, charmosa, atraente e poderosa" é a qualificação da Delegada Patrícia Nuno. De acordo com a matéria, era desejo da homenageada ser modelo, profissão substituída com sucesso pela função que desempenha na segurança pública.

O perfil da mulher branca, de classe privilegiada e nível superior é estampado por quase toda a folha do periódico em tamanho proporcional à sua categoria de pessoa "do bem", de heroína, com possibilidade social e econômica de conciliar os diversos papéis que exerce na sociedade capitalista que ajuda a proteger como reconhecida Delegada de Polícia.

Outra, no entanto, é a identidade atribuída pela matéria a Priscila Alves, a "Mulher bandida". Pessoa "do mal", pobre, negra, sem charme e sem poder, a ante heroína é colocada exatamente do tamanho e no lugar que ocupa na sociedade excludente onde tenta sobreviver: no "patamar de baixo" da matéria, em dimensão menor, flagrantemente prostrada na sua condição de mulher e ferida na sua dignidade e condição de sujeito social com direitos, dentre os quais o de ser respeitada como pessoa. Priscila é o retrato de olhar tristonho por trás da valise e do saco plástico preto estrategicamente colocados para sugerir a traficância ilícita. Sua postura desajeitada parece negar o discurso da sorridente "top model do crime" alardeado pelo jornal.

A matéria, infeliz na manchete e execrável na abordagem, retrata fielmente a seletividade do sistema punitivo, que coloca, de um lado, os que têm saber e poder, os dominantes, e do outro lado, os dominados, que têm subtraídas todas as possibilidades de inclusão social e, mais grave, os que são destituídos até mesmo de seu direito à auto-estima. No caso de Priscila, merece repúdio a ausência absoluta de prurido ético na manchete e no violento contraste social das duas protagonistas que a matéria faz questão de exibir. Critique-se, ademais, a linguagem do texto nas referências a Priscila, traduzindo a etiqueta de mulher de conduta desviada, que viola dispositivos penais e merece, por isso, a resposta que o estado reserva para os que ousam afrontar seus comandos e romper com as regras que dita para o convívio social.

A Delegada Patrícia Nuno, exaltada por sua história de mulher vitoriosa e esteticamente perfeita, certamente está feliz e festeja com razão o reconhecimento público de sua trajetória pessoal e profissional.

E Priscila? Que bela homenagem a mídia lhe prestou no Dia da Mulher! Sua história pessoal foi esquartejada e distribuída em pedaços reconstituídos na pequena foto ao final da página que discorre sobre a Mulher da Lei e a Mulher bandida. O que nunca mais será devolvido a Priscila é o respeito com que deveria ser tratada no momento em que sua imagem e sua história foram confrontadas com a de outra mulher.

O que deve ser trazido à discussão e repudiado de forma veemente é o ato de violência que foi praticado contra Priscila não só pela forma como foi abordada a matéria como também pelo rótulo de mulher fora da lei com que foi apresentada à opinião pública.

A você, Priscila e a todas as mulheres que você representa nessa patética manchete, mulheres que fazem parte da clientela preferencial do sistema; a você que provavelmente foi expropriada de suas possibilidades de ser parte do mundo dos que se apropriam do saber para oprimir; que deve ser uma das herdeiras históricas do colonialismo perverso que expulsou o homem dos campos onde flertava cotidianamente com o sonho de ter seu pedaço de chão para viver feliz; você, que não deve ter tido as oportunidades que permitem escolhas diferentes do caminho que a truculência da matéria fez questão de escancarar; a você, no Dia da Mulher, tão reduzida, maculada e profundamente ferida na sua essência humana, as minhas desculpas, o meu constrangimento e a minha tristeza.

Que nunca mais você permita essa exposição midiática infame para satisfazer a concupiscência ideológica dos que se pensam donos dos corpos e da alma dos que não têm senão a si próprios para defender sua condição humana.



Marilia Lomanto Veloso

Doutora em Direito Penal pela PUC/SP

Professora da UEFS

Membro do Conselho Penitenciário do Estado da Bahia

Presidente do JusPopuli/Direitos Humanos

9 de março de 2008

 

Revista Newsweek denunciou narco-governo da Colômbia

A revista Newsweek (EUA) em 2004 denunciou o envolvimento do presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, com o narcotráfico, com base num relatório dos serviços de inteligência. O assunto está no site Carta Maior. O que a imprensa brasileira chama de democracia é na verdade um narco-governo apoiado por forças paramilitares de direita e pelos milhões de dólares dos EUA. Álvaro Uribe era ligado ao Cartel de Medellín, do líder do narcotráfico Pablo Escobar, virou um traidor e Escobar foi assassinado em 1993. De senador do narcotráfico Uribe tornou-se presidente da Colômbia. Uribe combate a guerrilha de esquerda e acena com acordos de paz para os assassinos paramilitares de direita. É um perigo para a democracia na América Latina.

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Luis Nassif

 

As FARC da Colômbia são produto de uma história sangrenta

Nelson Franco Jobim, ex-editor Internacional do jornal O Globo e ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, professor de Jornalismo, no site Direto da Redação presta grande ajuda para o entendimento do que sejam as FARC, e lembra aspectos que a mídia brasileira sempre sonega. Os jornais brasileiros, por ignorância ou má-fé, citam sempre as FARC como narco-guerrilha. Nunca falam do narco-governo de Uribe. Na verdade, a guerrilha surgiu na Colômbia depois do assassinato, em 1948, do candidato liberal Jorge Eliecer Gaitán, crítico feroz da multinacional United Fruit, a mesma que fomentou o golpe contra o presidente Jacobo Arbenz, na Guatemala, em 1954.

O assassinato de Gaitán provocou o violento bogotazo com duas mil mortes. Foi uma guerra civil. Em 10 anos mais de 200 mil pessoas foram mortas. Grupos liberais e socialistas entraram na clandestinidade. Neste ambiente surgiram as FARC. Editorialistas da mídia brasileira perguntam sempre por que as FARC não disputam o poder através de eleições. Isso já foi tentado, nos anos 80, com a criação da União Patriótica (UP). Mais de mil militantes foram MASSACRADOS por grupos paramilitares de direita e traficantes de cocaína. Em 2002, a UP não apresentou candidatos. Restou às FARC, como sobrevivência, o caminho dos seqüestros e a cobrança de impostos aos traficantes de cocaína. A guerrilha ganha US$ 750 milhões/ano com a cocaína, mas os paramilitares aliados de Álvaro Uribe ganham US$ 2,25 bilhões. Portanto, não é muito verdadeira a história passada pela mídia brasileira, segundo a qual de um lado está a democracia e de outro a narco-guerrilha. Por trás de Uribe estão outros US$ 5 bilhões dos EUA com o Plano Colômbia. A chegada de Hugo Chávez na Venezuela complicou o plano belicoso dos EUA.

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