26 de novembro de 2010

 

Serra continua mentindo e disseminando o ódio

Li no Blog do Onipresente um artigo interessante do jornalista Messias Pontes, membro do comitê estadual do PCdoB do Ceará. Segundo Messias, “o candidato das forças do atraso, José Serra – o “Zé” Traíra –, derrotado para a Presidência da República, se revelou de corpo inteiro antes, durante e depois das eleições. Para muitos, ele era uma pessoa apenas equivocada por ter abraçado o neoliberalismo que tanto mal causou ao Brasil e ao mundo; outro tanto acreditava que ele poderia retornar ao leito da estrada da democracia e do progresso. Porém ninguém acreditava que ele fosse tão canalha, tão cretino e tão cheio de maldades como realmente se apresentou de corpo e alma”.

Messias lembra que Zé Traíra foi o primeiro e único candidato derrotado numa eleição presidencial que não teve a dignidade de ligar para o adversário vencedor para parabenizá-lo, no caso vencedora, Dilma Rousseff. “Pelo contrário, ele continuou mentindo e disseminando o ódio. Ele deixa um rastro de sujeira jamais visto neste País, que demandará muito tempo e esforço para limpar. Deixa também uma herança maldita que envergonha qualquer pessoa de bem. Ele se apresentou na campanha como do bem, mas na realidade ele é do mal, ele é muito mau”.

Messias Pontes escreveu:

“Ele se arvora de ter conquistado mais de 43 milhões de votos. Na realidade, a votação que ele conseguiu no primeiro turno mesmo com o apoio da velha mídia conservadora, venal e golpista, e das promessas inexeqüíveis não atingiu sequer um terço do eleitorado. Foram 33.132.283, o que representa 32,61% dos votos válidos.

Os 10,57 milhões de votos que conseguiu a mais no segundo turno não são seus, mas fruto do esforço das forças obscurantistas que ressurgiram das profundezas quando todos já as davam como desaparecidas. O “Zé” Traíra ressuscitou e está alimentando o que há de pior no mundo em proveito próprio.

Essas forças obscurantistas se identificaram com o candidato demotucano a tal ponto que lhes deram uma sobrevida. Mas o seu fim é nebuloso. Nazifascistas-serristas, tendo à frente a estudante de Direito, Mayara Petruso, que postou no twitter um pedido para que cada paulista matasse um nordestino afogado, continuam disseminando o ódio e o preconceito contra os nordestinos nas redes sociais. Já foram contabilizadas mais de 10 mil denúncias, sendo que mais de mil foram encaminhadas ao Ministério Público” (...).

Messias tem razão. Até agora Zé Serra não se pronunciou sobre a militante serrista Mayara Petruso.

 

Ações de criminosos no Rio de Janeiro precisam ser combatidas dentro da lei, sem execuções e sem torturas

As ações dos criminosos no Rio de Janeiro atentam contra o estado democrático de direito. Mas, para que o estado democrático de direito não enfraqueça, tais ações criminosas precisam ser combatidas dentro dos marcos legais, sem execuções sumárias, sem torturas e sem vinganças. Se não for assim, os bandidos vão ganhar porque alcançam seus objetivos.

O ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vanucchi, afirmou que as ações dos criminosos, incendiando ônibus e metralhando cabines de política, são um atentado ao estado de direito. Ele acha fundamental que haja solidariedade da sociedade no enfrentamento do crime organizado.

“É fundamental que a força policial seja mobilizada para enfrentar, combater e neutralizaras as ações desses criminosos, mas sempre dentro dos marcos legais, que não permitem execuções sumárias, tortura e nem vingança. É prender e levar”, disse.

“Agora, no contexto de uma batalha deste tipo, é muito difícil encontrar ouvidos sensíveis, porque se trata de uma situação de que quem está defendendo a lei está sendo alvo de tiros de bandidos. E na hora em que há um ataque dessa proporção, a polícia tem que reagir sem, no entanto, deixar de se ver como defensora dos direitos humanos. Porque ela defende a vida, o direito das pessoas não serem sequestradas, assaltadas e mortas", completou o ministro.

No caso do Rio, o enfrentamento é a única solução. “Mas sempre dentro da lei, porque a melhor policia não é a que mata mais, mas a que tira do inimigo a capacidade de combate que ele vem demonstrando”. As declarações do ministro foram feitas durante o 1º Seminário Internacional sobre Acesso à Informação e Direitos Humanos, que ocorre até hoje (26), na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.

O ministro alertou para, nesse tipo de operação, evitar ações que agridam os direitos humanos. “É preciso lembrar que tortura e execução sumária são crimes. Se estão matando gente rendida e agachada, é execução sumária e como tal é crime. Toda vez que bandido morrer chamuscado de pólvora, vitima de bala em trajetória descendente é evidente que nós teremos que fazer a denúncia, como já fizemos no caso do Morro do Alemão, onde 19 pessoas morreram nas mãos da polícia [em uma megaoperação policial em junho de 2007]”.

Se a polícia não respeitar o estado democrático de direito, os bandidos ganharam.

24 de novembro de 2010

 

Blog do Rovai conta os bastidores da entrevista de Lula com blogueiros

Ao final da entrevista o presidente, com as câmeras e microfones já desligados, disse que queria se comprometer a já agendar uma próxima entrevista com aquele grupo para logo depois que deixasse a presidência. “Porque eu quero tratar com vocês do mensalão, quero falar longamente dessa história e mostrar a quantidade de equívocos que ela tem. Porque o Zé Dirceu pode ter todos os defeitos do mundo, mas…”

Quando o presidente ia completar a frase um dos fotógrafos pediu para que ele se ajeitasse para a foto e o pensamento ficou sem conclusão. Ficou claro que o presidente considera esse caso mal resolvido e que vai entrar em campo assim que sua residência oficial passar a ser em São Bernardo do Campo.

IMPRENSA IRRESPONSÁVEL

Em muitos momentos da entrevista Lula demonstrou que considera que o comportamento da imprensa brasileira foi mais do que parcial, foi irresponsável. Isso ficou evidente quando disse que a cobertura do acidente da TAM foi o momento mais triste do seu período presidencial. Lembrou que à época alguns jornais e revistas escreveram editoriais falando que o governo carregava nas costas 200 cadáveres.

Ele também introduziu na entrevista, sem que a blogosfera perguntasse, a questão da política internacional. E falou dos bastidores de sua ação na negociação com o Irã. Ao trazer uma negociação desse porte para a pauta da entrevista, o presidente pode ter sinalizado que o palco internacional faz parte do seu projeto futuro.

Lula não fala nada sem pensar e gratuitamente. Quando se está frente a frente com ele isso se torna ainda mais evidente. Lula é hoje um político preparadíssimo. E falou, por exemplo, que o PT do Acre errou e que por isso Dilma perdeu feio lá para mandar um recado aos irmãos Viana, que controlam o partido no estado.

Aliás, depois da entrevista ele fez questão de chamar o blogueiro Altino Machado de lado e voltou a tocar no assunto. Disse que vai ao Acre ainda no primeiro semestre de 2011. E que quer conversar com Altino quando for lá.

Ele também falou que vai tratar do caso Paulo Lacerda quando sair da presidência. Tudo indica que a sua melhor entrevista ainda está por vir. Será aquela em que ele vai poder falar de tudo sem o ritual do cargo.

Esse encontro com Lula ainda merecerá outros posts deste blogueiro, mas aproveito para contar um pouco dos bastidores que o antecederam. Em agosto, solicitei em nome da comissão do 1º Encontro da Blogosfera Progressista essa coletiva com o presidente. A resposta veio rápida. O presidente aceitava, bastava construir uma agenda.

Entre a organização do encontro se estabeleceu um debate sobre se seria conveniente ou não que ele ocorresse antes das eleições. De comum acordo com a assessoria da presidência definiu-se que seria jornalisticamente mais interessante que acontecesse agora. Para que se evitasse o inevitável, que se tentasse descaracterizar o encontro com acusações do tipo “ação de campanha”.

Uma das preocupações que também surgiu desde o início foi a de que os blogueiros que participassem representassem a diversidade do país. Isso foi conseguido. Entre os 10 que estiveram com Lula hoje, havia gente de sete estados brasileiros e de todas as regiões. Também havia diversidade de gênero na lista inicial. Eram quatro as mulheres que participariam: Helena, do Blog Amigos do Presidente Lula; Ivana Bentes, da UFRJ; Conceição Lemes, do Viomundo; e Maria Frô, do blog da Maria Frô.

Por motivos diferentes elas não puderem vir a Brasília. Maria Frô conseguiu participar pela twitcam. Ivana Bentes, que também ia entrar por esse sistema, não conseguiu por problemas técnicos.

Ao fim, quem imaginava que seria um encontro chapa-branca se surpreendeu. Quantas vezes na história deste país o presidente da República foi perguntado, por exemplo, sobre por que não se avançou na democratização das comunicações? Quantas vezes lhe perguntaram por que recuou no PNH3? Quantas vezes ele teve de se explicar sobre a saída de Paulo Lacerda da PF? Quantas vezes ele foi cobrado sobre o governo não ter se empenhando para a aprovação das 40h semanais? Quantas vezes Lula falou sobre o Acre e suas idiossincrasias políticas? Quantas vezes discutiu o capital estrangeiro na mídia? Quantas vezes falou sobre AI 5 digital? Quantas vezes tratou da educação para o povo negro? Quantas vezes abordou a cobertura da Globo no episódio da bolinha de papel?

Pode-se gostar ou não desta entrevista, mas uma coisa não se pode negar. Ela entra para a história da cobertura política brasileira.

Leia mais no blog do Rovai

 

Lula reitera a blogueiros sua intenção de regular a imprensa

Na entrevista que concedeu aos blogueiros, nesta quarta-feira (24), o presidente Lula insistiu na "necessidade" de que o país discuta uma nova lei de imprensa que regule a atividade dos meios de comunicação.

"Regulação não é crime. O crime é a censura. Há regulação nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Portugal e França e lá ninguém diz que isso é um crime", declarou Lula na conversa com os "blogueiros independentes".

O presidente reafirmou seu "compromisso" com a liberdade de imprensa, assegurando que é resultado dela, mas não deixou de criticar os grandes veículos de comunicação, dizendo que "distorcem informações" e "acham que o povo pode ser manipulado".

Segundo Lula, o fenômeno de internet obriga a imprensa tradicional a mudar, porque é desmentida em tempo real e depois tem que se retratar, "o que é extraordinário", mas também impõe a necessidade de novas regulações para os meios de comunicação, mas "sem censura", ressaltou, porque "isso é uma estupidez".

"É preciso trabalhar para democratizar os meios eletrônicos e para que o leitor saiba mais e seja o verdadeiro controlador de sua própria vontade", indicou.

O presidente também reiterou suas críticas a setores da imprensa brasileira, que na sua opinião não refletem a realidade do país e se comportam como opositores de seu governo.

"Tenho medo que dentro de cem anos alguém veja um jornal ou uma revista desta época e tenha a pior impressão possível", disse o presidente, afirmando que quem se apegar à imprensa brasileira, não saberá o que aconteceu no país.

Lula também admitiu que tem um problema público com a chamada "mídia antiga" e revelou que se orgulha de que no dia 1º de janeiro terminará seu mandato "sem ter almoçado nem jantado em uma revista, nem em um jornal".

Lula antecipou que antes do fim do ano espera ter concluído um projeto de lei dirigido a estabelecer regulações à imprensa, sobre o qual não deu detalhes, embora disse que sua discussão no Congresso ficará a cargo da presidente eleita, Dilma Rousseff.

 

Lula fala para blogueiros sobre racismo, comunicação, direitos humanos e promete desvendar mentiras sobre suposto mensalão...

Hoje, quarta-feira, 24, pela manhã, durante mais de duas horas, o presidente Lula concedeu uma entrevista a dez blogueiros e também respondeu a questões formuladas pelo Twitter pela blogueira Conceição Oliveira, que participou via Twitcam.

O ineditismo do encontro, com pessoas que trabalham na internet, já é algo a se comemorar, pois representa o reconhecimento de quem produz informações e análises relevantes e que não seguem necessariamente a agenda da mídia antiga.

(...) Lula se sentiu muito à vontade quando o assunto era comunicação. Fez questão de ressaltar que ele próprio é “produto da liberdade de imprensa”, mas não deixou de fazer suas críticas à cobertura jornalística.

Não existe maior censura do que a ideia de que a mídia não pode ser criticada”, disse, ressaltando o papel da internet: “Agora, quando o cidadão conta uma mentira, ele é desmentido em tempo real”. “O cidadão”, no caso, também pode ser lido como “o veículo informativo”.

Muitos pontos, que jamais teriam sido abordados em uma entrevista feita pela mídia antiga, estiveram presentes como o racismo nas escolas, o processo das conferências, a redução da jornada de trabalho, o veto presidencial ao fim do fator previdenciário e o PNDH 3, este último abordado não como o apocalipse previsto por parte da imprensa comercial, mas como algo que continha uma série de avanços que foram renegados pelo governo.

(...) Lula também contou histórias interessantes como a negociação travada com o presidente iraniano Ahmadinejad para tratar a questão nuclear. Além disso, revelou, perguntado via Twitter, que o dia mais difícil para ele na presidência foi quando houve o acidente com o avião da Tam. Na ocasião, segundo ele, foi vítima de diversas leviandades como editoriais que responsabilizavam o governo pela morte dos passageiros. Uma vez desmentida a versão, nenhum veículo fez mea culpa.

Na entrevista em si e na própria iniciativa de fazê-la, Lula deu uma contribuição importante para a democracia e a transparência.

Com informações do Blog do Rovai.

 

JUSPOPULI lança orientação online sobre direitos humanos

Sexta-feira, 26, o JUSPOPULI - Escritório de Direitos Humanos lança em Salvador seu serviço de orientação online, gratuito, personalizado e sigiloso. O ato será no auditório da Superintendência Regional do trabalho e Emprego (avenida Sete de Setembro, Piedade), às 9h. Da programação consta uma mesa redonda sobre “Construção dos Direitos Humanos e Comunicação”, com palestras a cargo da professora doutora Marília Muricy e do professor doutor Antonio Dias.

Pelo site www.juspopuli.org.br o público pode tirar dúvidas sobre questões jurídicas, fazer o cadastro, criar um login e uma senha e enviar sua pergunta. A pessoa será avisada por e-mail quando a resposta estiver disponível e apenas quem tiver a senha terá acesso à resposta.

Nesta sexta-feira serão lançados dois spots de rádio, um sobre mediação de conflitos e outro sobre direitos das crianças e adolescentes. Também será lançado o Guia de Serviços para a Cidadania em Salvador - que estará disponível no site do Juspopuli – com endereços e telefones de todos os serviços que podem ser acessados pelo cidadão para efetivar os seus direitos, a exemplo de Defensoria Pública, Ministério Público, Ouvidoria, cartórios, locais onde tirar carteira de identidade, certificado de alistamento militar, carteira de trabalho, entre outros.

O QUE É O JUSPOPULI

O Juspopuli – Escritório de Direitos Humanos, fundado em junho de 2001, é uma organização sem fins lucrativos, que trabalha para contribuir com a construção de uma cultura de direitos humanos e para o fortalecimento da cidadania. Realiza atividades de educação em direitos humanos e coordena uma rede de “Escritórios Populares de Mediação de Conflitos e Orientação sobre Direitos”.

Os Escritórios são organizados em parceria com associações de moradores e outras entidades de atuação local e contam com o patrocínio da Petrobras. Atualmente, existem nove escritórios em funcionamento em Salvador nos bairros de Calabar, Engenho Velho da Federação, Palestina, Saramandaia, Pernambués, Chapada do Rio Vermelho, Roma, Periperi e Pau da Lima. Existe ainda um escritório em Santo Amaro da Purificação, no distrito de Acupe.

Desde 2001, já foram atendidas cerca de 16 mil pessoas, especialmente crianças e adolescentes. As questões mais freqüentes levadas aos mediadores, nos escritórios, estão relacionadas a conflitos de família e entre vizinhos. Os mediadores são lideranças comunitárias, capacitadas pelo Juspopuli na prática da mediação, em direito e relações interpessoais, com o objetivo de desenvolver o trabalho de mediação, que consiste em ouvir e orientar as partes envolvidas em questões de família, relações trabalhistas, de consumidor, entre outras, e ajudá-las a encontrar solução amigável através do diálogo.

 

Emiliano escreve sobre o calvário de Jonas, o primeiro desaparecido político da ditadura

O jornal A Tarde publicou hoje (24/11/2010) o artigo de Emiliano José intitulado “O calvário de Jonas”. Com base no livro “Dos filhos deste solo – mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura militar: a responsabilidade do Estado”, da autoria do ex-secretário Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e do jornalista baiano Carlos Tibúrcio, assessor especial da Presidência da República, Emiliano José resgata a tortura e assassinato, em 1969, de Virgílio Gomes da Silva, codinome Jonas, pelos psicopatas da Operação Bandeirantes (OBAN) a serviço da ditadura militar.

Emiliano José celebra a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal contra os quatro assassinos que se revezavam nas bárbaras torturas: militares Inocêncio Beltrão, Valdir Coelho, Dalmo Cirilo e Maurício Lopes Lima. Os militares também torturaram Ilda, a mulher de Jonas e seu filho de quatro meses, com choques elétricos. Depois desapareceram com o corpo. Com a ação, o MPF reforça a tese de que são imprescritíveis os crimes contra a humanidade.

LEIA NA ÍNTEGRA

23 de novembro de 2010

 

Dilma é do bem, para desgosto da grande mídia

Deu no site da revista Carta Capital. Dilma não estava do lado dos bandidos, como o PIG tenta nos fazer crer. Ao contrário, os bandidos estavam do outro lado, do lado da ditadura.

Os jornais e jornalistas que até agora tiveram acesso aos IPMs da Dilma comprovam o que revelamos aqui em primeira mão. Dilma não participou de nenhuma ação direta na guerra travada contra a Ditadura Militar no Brasil. Dilma, até pelo critério perverso do PIG, é do bem.

Minhas fontes são seguras. Tenho certeza de estar dando testemunho da verdade. Mas é preciso que se registre. Eu preferia até que Dilma houvesse dado uns tiros. Assim, não sobraria nenhum território de conforto nem mesmo para os que, rapidamente demais, eu diria, se exilaram.

O VALOR DA LUTA

Mas também é preciso que se registre. Se a nova presidente do Brasil houvesse travado combates diretos, talvez não houvesse sobrevivido. As novas gerações, especialmente, tem de ter isso em conta. Dilma não estava do lado dos bandidos, como o PIG tenta nos fazer crer. Ao contrário, os bandidos estavam do outro lado, do lado da ditadura.

NOSSA LIBERDADE É SELVAGEM

Uma coisa é preciso deixar claro: se a Folha de São Paulo, ou qualquer outro jornal pode fazer o que vem fazendo, inclusive contra seus “Manuais de Redação”, ou contra as normas mais básicas do jornalismo e da ética, isso só é possível porque hoje temos democracia e liberdade. Porque Dilma e uma geração de brasileiros lutaram para que isso fosse possível.

Verdade que ainda não temos liberdade de imprensa. Temos só liberdade. Uma liberdade meio selvagem e desgovernada. E é com base nisso que os órgãos que compõem o PIG se sentem a cavaleiro para fazer as barbaridades que fazem, especialmente quando se trata de atacar posições e políticas que defendem os direitos dos mais pobres. Quando tivermos liberdade de imprensa neste país, com regulação ética, impedimento de monopólios cruzados, com certeza os jagunços do atraso serão obrigados a ter outro comportamento.

Ok. A Folha conseguiu acesso ao IPM da Dilma. Penso que agora temos direito a abertura de todos os registros. Os inquéritos não trazem a verdade, mas são informação e podem lançar muitas luzes sobre episódios obscuros de nossa história.

Paulo Cezar da Rosa é jornalista e publicitário. Publicou o livro O Marketing e a Comunicação da Esquerda. É diretor da Veraz Comunicação e da Red Marketing, ambas sediadas em Porto Alegre. paulocezar@veraz.com.

 

Entrevista do presidente Lula aos blogueiros independentes será transmitida ao vivo pelo Blog do Planalto


 

Presidente Lula dará primeira entrevista coletiva aos blogueiros independentes

Nesta quarta-feira (24), às 9h da manhã, no Palácio do Planalto, o presidente Lula concederá a primeira entrevista “da história deste país” à blogosfera. Solicitada por um grupo de blogueiros progressistas, ela já tem as presenças confirmadas de: Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Cloaca (Cloaca News), Conceição Lemes (Viomundo), Eduardo Guimarães (Cidadania), Leandro Fortes (Brasilia Eu Vi), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna).

A entrevista coletiva será transmitida ao vivo pelo Blog do Planalto, pelos blogs que participarão do encontro e por todos que tiverem interesse de fazê-lo. Será um momento de celebração da diversidade informativa. Assim, o presidente Lula demonstra estar atento às transformações provocadas pela Internet e reconhece a importância da esfera pública de comunicação.

A coletiva será aberta ao público. Perguntas poderão ser enviadas pelo chat.

A blogosfera dá um passo “nunca antes dado na história deste país”.

Fonte: Blog Por um Novo Brasil

 

Encontro dos Blogueiros Progressistas da Bahia vem aí

O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizado em agosto de 2010, em São Paulo, continua a dar frutos. Está em fase de convocação o Encontro dos Blogueiros Baianos Progressistas, que pode acontecer ainda em dezembro. O blog BAHIA DE FATO se incorpora ao movimento, em defesa da mais ampla liberdade de expressão, hoje reservada aos privilegiados proprietários de canais de TV, jornais e emissoras de rádio. Júlio Pegna, do blog Sandálias do Pirata está em campo.

CARTA DOS BLOGUEIROS PROGRESSISTAS

O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas deliberou:

1. Apoiamos o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), de iniciativa do governo federal, como forma de inclusão digital de expressiva parcela do povo brasileiro alijada da internet no limiar da segunda década do século XXI. Esta exclusão é inaceitável e incompatível com os direitos fundamentais do homem à comunicação em um momento histórico em que os avanços tecnológicos na área já são acessíveis em diversos países.

Apesar do apoio ao PNBL, os blogueiros progressistas julgam que esta iniciativa positiva ainda precisa de aprimoramento. Da forma como está, o plano ainda oferece pouco para que a internet possa ser explorada em todas as suas potencialidades. Reivindicamos a universalização deste direito, que deve ser encarado com um bem público. A velocidade de conexão a ser oferecida à sociedade sem cobrança dos custos exorbitantes da iniciativa privada, por exemplo, precisa ser ampliada.

2. Defendemos a regulamentação dos Artigos 220, 221 e 223 da Constituição Federal, que legislam sobre a comunicação no Brasil. Entre outras coisas, eles proíbem a concentração abusiva dos meios de comunicação, estimulam a produção independente e regional e dispõem sobre os sistemas público, estatal e privado. Por omissão do Poder Legislativo e sob sugestão do eminente professor Fabio Konder Comparato, os blogueiros progressistas decidem apoiar o ingresso na Justiça brasileira de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) com vistas à regulamentação dos preceitos constitucionais citados.

3. Combatemos iniciativas que visam limitar o uso da internet, como o projeto de lei proposto pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o “AI-5 digital”, que impõe restrições policialescas à liberdade de expressão. Defendemos o princípio da neutralidade na rede, contra a proposta do chamado “pedágio na rede”, que daria aos grandes grupos de mídia o poder de veicular seus conteúdos na internet com vantagens tecnológicas, como capacidade e velocidade de conexão, em detrimento do que é produzido por cidadãos comuns e pequenas empresas de comunicação.

4. Reivindicamos a elaboração de políticas públicas que incentivem a blogosfera e estimulem a diversidade informativa e a democratização da comunicação. Os recursos governamentais não devem servir para reforçar a concentração midiática no país.

5.Cobramos do Executivo e do Legislativo que garantam a implantação das deliberações da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em especial a da criação do imprescindível Conselho Nacional de Comunicação.

6. Deliberamos pela instituição do encontro anual dos blogueiros progressistas, como um fórum plural, suprapartidário e amplo. Ele deve ocorrer, sempre que possível, em diferentes capitais para que um número maior de unidades da Federação tenha contato com esse evento e com o universo da blogosfera.

7. Lutaremos para instituir núcleos de apoio jurídico aos blogueiros progressistas, no âmbito das tentativas de censura que vêm sofrendo, sobretudo por parte de setores políticos conservadores e de grandes meios de comunicação de massas.

São Paulo, 22 de agosto de 2010.

22 de novembro de 2010

 

Folha e Globo mentem sobre a heróica luta de Dilma contra a ditadura

Folha de S. Paulo, jornal O Globo (e também a revista Veja e o velho Estadão) mentem para seus leitores quando não contextualizam o envolvimento de Dilma Rousseff na luta armada contra a ditadura militar. Não são reportagens sérias, são “reporcagens” para usar o jargão que grassa na blogosfera.

Como os editores destes veículos não são ignorantes, como muitos de seus repórteres, fica evidente a má-fé.

Como bem situa o blog “Amigos do Presidente Lula”, ignorar a realidade da época “é o mesmo que publicar uma reportagem sobre o processo de D. Maria, a Louca, contra Tiradentes, e endossar as acusações tiranas de que Tiradentes seria um “traidor infame”.

LEIA MAIS SOBRE A MÁ-FÉ DO PIG

A má-fé dos dois jornais não está em publicar o conteúdo dos autos do STM, que pertencem à história, e podem ser estudados, para evitar novas tiranias, com a devida crítica (por exemplo, considerando sem valor, a princípio, informações obtidas sob tortura, sem que haja confirmação).

A má-fé está em confundir o leitor, principalmente aquele que não conhece o contexto da época, querendo atribuir caráter criminoso em ações de combate, de insurgência contra a tirania, de guerra de guerrilha (como tomada de armas do inimigo, expropriação a bancos), da mesma forma que a Coroa Portuguesa atribuiu como criminosa a insurgência política de Tiradentes.

Como a mentira tem pernas curtas, é fácil desmascarar essa imprensa corrupta: se as ações rebeldes fossem crimes comuns, porque Dilma e seus companheiros eram julgados por um Tribunal Militar, e não pela justiça civil comum?

À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares, crimes de guerra. É a prova irrefutável de que a própria ditadura reconhecia haver uma guerra de guerrilha em curso, e que as ações da guerrilha eram de combate.

O Brasil viveu uma guerra civil durante a ditadura camuflada pela censura e pelo PIG

Não foi uma guerra civil ostensiva, foi guerra de guerrilha.

Guerrilha é quando um combate se trava entre forças desproporcionais. Sem poder bélico para enfrentar um exército regular, a guerrilha precisa ficar escondida, e só apontar a cabeça em ações típicas de emboscada e sabotagens (como tomada de armas em quartéis e de policiais, expropriação a bancos, ataques a alvos da ditadura), para depois se esconder de novo. A guerrilha não pode ter quartéis visíveis, nem campos de batalha previsíveis, senão é facilmente dizimada pela inferioridade numérica e bélica.

A guerrilha não visa necessariamente vencer na força bélica. Visa criar focos de resistência, inserindo o espírito de luta (mesmo não armado) e resistência na população, na nação.

O AI-5, em dezembro de 1968, fechou as portas para qualquer atividade de oposição. A falta de resistência em 1964, que havia levado à ditadura cada vez mais atroz, explodiu em 1968, com milhares de jovens (de todas as idades) resolvendo resistir, aderindo à unica forma de resistência que ainda parecia viável: a luta armada.

Dilma não participou diretamente de ações armadas, mas não há nenhum demérito em quem participou, pelo contrário.

Foi um ato voluntário, de sacrifício e bravura, como o de qualquer soldado que combate em uma guerra. Muitos sem qualquer preparo, nem aptidão militar, acabaram sacrificando a própria vida ou em confronto com um exército e polícia bem preparada, ou torturados e executados nas masmorras da ditadura.

Fonte: Blogs “Amigos do Presidente Lula” e “Conversa Afiada”.

21 de novembro de 2010

 

“A mídia brasileira é uma das mais autoritárias do mundo”

Em entrevista à Agência Carta Maior, a filósofa Marilena Chauí avalia a guerra eleitoral travada na disputa presidencial e chama a atenção para a dificuldade que a oposição teve em manter um alvo único na criação da imagem de Dilma Rousseff: “o preconceito começou com a guerrilheira, não deu certo; passou, então, para a administradora sem experiência política, não deu certo; passou para a afilhada de Lula, não deu certo; desembestou na fúria anti-aborto, e não deu certo. E não deu certo porque a população dispõe dos fatos concretos resultantes das políticas do governo Lula”. Para a professora de Filosofia da USP, essa foi a novidade mais instigante da eleição: a guerra se deu entre o preconceito e a verdadeira informação. E esta última venceu.

Carta Maior: Qual sua avaliação sobre a cobertura da chamada grande mídia brasileira nas eleições deste ano? Na sua opinião, houve alguma surpresa ou novidade em relação à eleição anterior?

Marilena Chauí: Eu diria que, desta vez, o cerco foi mais intenso, assumindo tons de guerra, mais do que mera polarização de opiniões políticas. Mas não foi surpresa: se considerarmos que 92% da população aprovam o governo Lula como ótimo e bom, 4% o consideram regular, restam 4% de desaprovação a qual está concentrada nos meios de comunicação. São as empresas e seus empregados que representam esses 4% e são eles quem têm o poder de fogo para a guerra.

O interessante foi a dificuldade para manter um alvo único na criação da imagem de Dilma Rousseff: o preconceito começou com a guerrilheira, não deu certo; passou, então, para a administradora sem experiência política, não deu certo; passou, então, para a afilhada de Lula, não deu certo; desembestou na fúria anti-aborto, e não deu certo. E não deu certo porque a população dispõe dos fatos concretos resultantes das políticas do governo Lula.

Isso me parece a novidade mais instigante, isto é, uma sociedade diretamente informada pelas ações governamentais que mudaram seu modo de vida e suas perspectivas, de maneira que a guerra se deu entre o preconceito e a verdadeira informação.

CM: Passada a eleição, um dos debates que deve marcar o próximo período diz respeito à regulamentação do setor de comunicação. Como se sabe, a resistência das grandes empresas de mídia é muito forte. Como superar essa resistência?

Marilena Chaui: Numa democracia, o direito à informação é essencial. Tanto o direito de produzir e difundir informação como o direito de receber e ter acesso à informação. Isso se chama isegoria, palavra criada pelos inventores da democracia, os gregos, significando o direito emitir em público uma opinião para ser discutida e votada, assim como o direito de receber uma opinião para avaliá-la, aceitá-la ou rejeitá-la.

Justamente por isso, em todos os países democráticos, existe regulamentação do setor de comunicação. Essa regulamentação visa assegurar a isegoria, a liberdade de expressão e o direito ao contraditório, além de diminuir, tanto quanto possível, o monopólio da informação.

Evidentemente, hoje essa regulamentação encontra dificuldades postas pela estrutura oligopólica dos meios, controlados globalmente por um pequeno número de empresas transnacionais. Mas não é por ser difícil, que a regulamentação não deve ser estabelecida e defendida. Trata-se da batalha moderna entre o público e o privado.

CM: Você concorda com a seguinte afirmação: “A mídia brasileira é uma das mais autoritárias do mundo”?

Marilena Chaui: Se deixarmos de lado o caso óbvio das ditaduras e considerarmos apenas as repúblicas democráticas, concordo.

CM: Na sua opinião, é possível fazer alguma distinção entre os grandes veículos midiáticos, do ponto de vista de sua orientação editorial? Ou o que predomina é um pensamento único mesmo.

Marilena Chaui: As variações se dão no interior do pensamento único, isto é, da hegemonia pós-moderna e neoliberal. Ou seja, há setores reacionários de extrema direita, setores claramente conservadores e setores que usam “a folha de parreira”. A folha de parreira, segundo a lenda, serviu para Adão e Eva se cobrirem quando descobriram que estavam nus.

Na mídia, a “folha de parreira” consiste em dar um pequeno e controlado espaço à opinião divergente ou contrária à linha da empresa. Às vezes, não dá certo. O caso do Estadão contra Maria Rita Kehl mostra que uma vigorosa voz destoante no coral do “sim senhor” não pode ser suportada.

Fonte: Agência Carta Maior

 

O DEM da Bahia contra o povo do semi-árido

Está no jornal A Tarde (21/11). O DEM acusa o governo Wagner (PT) de liberar irregularmente recursos durante campanha eleitoral. Uma acusação muito constrangedora. O DEM acusa o governo de ter liberado mais de R$ 36,7 milhões para 248 associações comunitárias construírem cisternas e sanitários residenciais nas zonas rurais de 132 municípios durante a época de campanha eleitoral (julho a setembro).

Cisternas e sanitários residenciais são instalados pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) com recursos do Banco Mundial (80%) e governo (30%). Segundo a representação jurídica do DEM, que pediu liminar para suspensão dos repasses no final de setembro, o ato desequilibrou a votação nos grotões no Estado, caso até para cassação do diploma do governador, segundo palpite do advogado Ademir Ismerin.

A CAR afirma que não há ilegalidade no ato. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) questionou a competência sobre quem deveria julgar o processo – se o juiz corregedor ou auxiliar – e enviou o caso ao Tribunal Superior Eleitoral.

Passado o pleito que reelegeu o governador Jaques Wagner (PT) com 4,1 milhões de votos, a Justiça Eleitoral ainda tem pelo menos essa pendência a resolver. Mas que é constrangedor para o DEM, isso é. Cisternas e sanitários, com distribuição pré-programada com recursos do banco Mundial, não deveriam ter impedimento de distribuição diante da realidade social do semi-árido baiano.

Mas essa gente nunca se importou mesmo com a pobreza do semi-árido baiano.

 

A Folha quer escrever a biografia de Mandela e Dilma Rousseff

O jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu portal Conversa Afiada, ironiza o noticiário da Folha de S. Paulo que, neste sábado (20) começou a publicar “informações” usando como fonte o processo da ditadura militar contra Dilma Rousseff, com depoimentos arrancados sob tortura.

Segundo Paulo Henrique Amorim, a Folha de S. Paulo vai escrever a biografia de Nelson Mandela.

“Em 1962, quando tinha 44 anos, Mandela assumiu a direção do movimento para fundar a Lança Nação (conhecida como MKN), o braço armado da Congresso Nacional Africa do Sul (CNA), passando a ser seu primeiro comandante. Quando a MKN iniciou alguns atentados a bomba contra alvos militares, Mandela foi para a clandestinidade e tornou-se um foragido, o homem mais procurado da África do Sul, uma figura sombria que os jornais brancos chamavam de Pimpinela Negro.”

Extraído do livro “Os caminhos de Mandela, lições de vida, amor e coragem”, de Richard Stengel, Editora Globo, pág. 136.

Sábado (20), a Folha deu na primeira página: “Petista (sic) eleita tinha código de acesso a armas de guerrilha”.

“Com mais dois militantes, Dilma Rousseff zelava pelas armas da VAR-Palmares, organização que combateu a ditadura…”

“Zelar” significa ter a senha para ter acesso às armas.

É a Folha golpista retomando a luta contra a democracia.

 

Dia 3 de dezembro chega em Salvador a Mostra Cinema e Direitos Humanos

Está acontecendo em São Paulo a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Em Salvador a Mostra de Cinema será de 3 a 9 de dezembro. O festival vai percorrer 20 capitais brasileiras.

A Mostra traz 41 filmes de dez países da América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela). As produções abordam temas como direito à terra, ao trabalho, à diversidade religiosa, direitos dos povos indígenas, das pessoas com deficiência, da criança e do adolescente, da população carcerária, da população afro-descendente e dos refugiados.

Entre os destaques da programação está “Os abutres” do diretor argentino Pablo Tapero (“Família Rodante” e “Leonera”), lançado este ano no festival de Cannes. A sessão paulistana do filme contará com a presença do ator Ricardo Darín, que atua no longa. No filme, Darín é um advogado em busca de vítimas de acidentes de trânsito para tirar a maior indenização possível das seguradoras e ficar com uma gorda comissão.

A Mostra traz diversas produções inéditas no Brasil como o argentino “Imagem Final”, que investiga a morte do fotojornalista Leonardo Henrichsen que, nas movimentações pré-golpe de Estado no Chile, filma sua própria morte.

Da Colômbia vem a produção “Rosita Não Se Desloca”, com a história de uma agricultora indígena expulsa de sua terra e de pessoas que são retiradas de suas terras tanto pelas Farcs, quanto pelos paramilitares e até mesmo pelo exército.

Também é possível ver um documentário paraguaio, país que raramente tem suas produções exibidas no Brasil. No filme “108”, a diretora Renate Costa busca a história de seu tio e descobre que durante a ditadura do general Alfredo Stroessner ele teria sido incluído em uma das “108 listas de homossexuais” e então preso e torturado.

Outro destaque é “Leite e Ferro”, eleito melhor longa-metragem documental no Festival de Paulínia, o filme retratada a maternidade em uma situação limite, abordando amamentação, sexualidade, drogas e religião no cárcere.

Já a Retrospectiva Histórica traz o clássico documentário “A Batalha do Chile”, de Patricio Guzmán, que mostra os momentos que antecederam o golpe neste país. Será exibido também o longa “Pra Frente, Brasil” de 1982, inicialmente censurado. O filme se passa na década de 70 e contrasta a euforia por o Brasil ganhar a Copa do Mundo realizada no México, com a tortura de presos políticos que ocorria ao mesmo tempo.

Outro clássico é o argentino “A História Oficial”, de 1985, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme conta a história de uma professora que é suspeita de ter adotado uma filha de uma desaparecida política da ditadura.

Integram também a Retrospectiva, os documentários brasileiros “Vlado – 30 Anos Depois” – sobre a tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado numa cela do DOI-Codi em São Paulo – e “Hércules 56”, sobre a viagem dos quinze presos políticos que foram trocados pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke.

ONDE IRÁ A MOSTRA ATÉ 19 DE DEZEMBRO

Aracaju (10-16/12), Belém (25-28/11 e 2-5/12), Belo Horizonte (13-19/12), Brasília (16-23/11), Cuiabá (10-18/11), Curitiba (17-23/11), Fortaleza (8-14/11), Goiânia (3-9/12), João Pessoa (11-18/11), Maceió (29/11-9/12), Manaus (29/11-5/12), Natal (18-25/11), Porto Alegre (23-28/11), Recife (6-12/12), Rio Branco (6-12/12), Rio de Janeiro (30/11-5/12), Salvador (3-9/12), São Luís (29/11-5/12), São Paulo (19-25/11) e Teresina (11-17/11).

 

A Folha de S. Paulo e o arquivo de Dilma Rousseff

Não é curioso que, ao terminar a primeira década do século XXI, a velha imprensa brasileira (aqui no sentido de antiga mesmo e carcomida) insista em não querer aceitar a vitória da presidente Dilma Roussef? Ou melhor: insista em “investigar” o passado da candidata eleita, substituindo a polícia da ditadura civil/militar que infelicitou o país nos anos 60?

Porque não é outra a atitude do jornal Folha de São Paulo ao se regozijar com a abertura dos arquivos de posse do Superior Tribunal Militar, pomposamente recebida como uma “vitória da sociedade brasileira”, para bisbilhotar sobre o passado de uma ex-presa política.

A FOLHA QUER ENGANAR A QUEM?

Vitória da sociedade brasileira? A quem quer enganar mais uma vez a FSP? O que quer o jornal do Sr. Otávio Frias Filho? Dependurar a presidente Dilma Roussef no pau de arara novamente em nome da sua democracia? Já não basta o sofrimento do passado? Quer o jornal, na sua arrogância e ignomínia, mostrar aos milhões de brasileiros que votaram no futuro e repudiaram o passado, que a candidata que escolheram não era a melhor opção para o Brasil pós-Lula?

Querem limpar a barra com a ficha falsa que publicaram e nunca desmentiram? Bobagem, não deveriam perder tempo com isso. À exceção daqueles que ainda não perceberam que tipo de democracia a Folha defende, o jornal perde a cada dia que passa a credibilidade daqueles que ainda a lêem. Seria bom que os seus anunciantes começassem a pensar seriamente nisto.

O Brasil da Folha de São Paulo (e de outros órgãos de imprensa muito bem identificados) insistem na tática da desinformação, da meia verdade ou da meia mentira, o que vem dar no mesmo, usando aquilo a que chamam de liberdade de imprensa, da sua liberdade de imprensa, bem entendido, como uma espécie de chantagem moral (aqui sim) sobre toda a sociedade brasileira.

Uma chantagem que ainda conta com o beneplácito de muitos de seus incautos leitores ou do apoio daqueles que insistem em querer dividir o país através do preconceito, do ódio, da intolerância.

Não foi por acaso que o jornal defendeu até onde pôde a candidatura de José Serra, político supostamente de passado esquerdista e a quem coube destampar o caldeirão do fascismo adormecido em mentes e corações que não suportam ainda a possibilidade de milhões de brasileiros ascenderem socialmente, ainda que essa ascensão seja modesta, não só àquilo que merece qualquer ser humano, mas em relação ao padrão de vida que levam tais intolerantes e antidemocratas.

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA

A Folha insiste em caminhar na contramão da História. Na mesma semana em que as Forças Armadas bolivianas se declaram socialistas, nacionalistas e antiimperialistas, num país que carregou durante anos e anos o anátema de ter o maior índice de golpes de estado na América Latina, o jornal paulista alegra-se em conseguir abrir parcialmente alguns arquivos da ditadura e com isso, julga, poder mostrar o “passado negro” da nova presidente da República.

Triste jornalismo esse, feito de frustração, raiva, incompetência, tentativa de manipulação, desrespeito aos próprios leitores e – sobretudo – desprezo aos valores democráticos que, cinicamente, transfere aos seus adversários.

Não sei, e penso que poucos saberão, o que fará o jornal com aquilo que encontrar nos tais arquivos. Se ainda restar um pouco de dignidade ao seu conselho editorial, honrando a memória de alguns grandes e sérios jornalistas que por lá passaram, como Cláudio Abramo, por exemplo, deixarão de lado prováveis ressentimentos pessoais com o presidente Lula e com a presidente eleita e talvez reconheçam que um processo montado com “verdades’ e confissões sob tortura não é necessariamente uma peça íntegra e confiável de testemunho histórico.

Afirmo-o com a convicção de quem passou pela mesma situação e, após dois anos de prisão, foi absolvido pela Justiça Militar.

Caso contrário, o jornal mostrará em definitivo qual é a democracia que defende e de qual liberdade de imprensa se utiliza, humilhando mais uma vez toda uma geração que lutou por liberdade, respeito e igualdade entre seus semelhantes.

Com isso, mostrará também às novas gerações que o uso de seus veículos para conduzir presos naqueles anos de chumbo foi mais do que uma ajuda interesseira e circunstancial, concedendo-lhes nós o benefício da dúvida.

Será essa “a grande vitória da sociedade brasileira”? Ou será aquela configurada nas urnas no último 31 de outubro?

Izaías Almada é escritor, dramaturgo, autor – entre outros – do livro “Teatro de Arena: uma estética de resistência” (Boitempo) e “Venezuela povo e Forças Armadas” (Caros Amigos).

Fonte: Blog ESCREVINHADOR

 

Mídia, golpes e tortura, a Casa Grande não descansa

No Brasil a Casa Grande não descansa. E a principal voz da Casa Grande no Brasil é a mídia hegemônica, aquele grupo de poucas famílias que se pretende o intérprete da realidade brasileira, apesar de há muito ter deixado de sê-lo. O artigo "Mídia, golpes e tortura" do jornalista e escritor Emiliano José está no site Carta Maior.

A um jornalismo sério, que tivesse compromisso com a história, que tivesse alguma ligação, tênue que fosse, com a idéia de democracia, que se preocupasse com a educação das novas gerações, caberia discutir a monstruosidade da tortura, mostrar o que ela tem de lesa-humanidade. Mostrar que qualquer processo que envolva tortura não merece qualquer crédito. Mas esse não é o jornalismo brasileiro.

Na mídia prevalece uma espécie de espírito de vingança contra Dilma, a presidente eleita. É preciso inverter a ordem das coisas: qual foi o papel da mídia na implantação da ditadura militar? A Rede Globo, por exemplo, é filha da ditadura, serviu aos quartéis, encobriu assassinatos, alimentou o terrorismo castrense. Não há surpresa quando a Rede Globo desarquiva processos baseados em tortura contra Dilma Rousseff. Trata-se de uma espécie de terceiro turno. A Casa Grande não descansa.

VALE A PENA LER NA ÍNTEGRA EM CARTA MAIOR

This page is powered by Blogger. Isn't yours?