24 de maio de 2007
Luiz Caetano reafirma inocência e critica polícia
Deu na Tribuna da Bahia – quinta-feira, 24
Em entrevista à Tribuna da Bahia, o prefeito Luiz Carlos Caetano (PT), negou as acusações de que o município de Camaçari efetuou pagamento em favor das construtoras Gautama e LJA, se diz inocente e condenou os métodos da Polícia Federal na ação que resultou sua prisão na semana passada.
O prefeito, apesar de ter sido solto na terça-feira à noite, continua em Brasília e deverá retornar a Salvador apenas amanhã (sexcta-feira). Por volta das 11 horas, ele deverá desembarcar no Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, onde está programado para ser recepcionado por correligionários e militantes petistas revoltados com a “ação arbitrária da PF”.
Segundo Luiz Caetano, o único contrato celebrado entre o município e a empresa Gautama foi feito durante a gestão do ex-prefeito José Tude, datado de 17 de setembro de 1999. “Eu nunca assinei contrato com a Gautama, não tem licitação concluída com ela e a única que foi feita não foi em minha gestão e sim durante a gestão do prefeito Tude, que eu cancelei. A outra para construção de casas também foi cancelada”.
Apesar de negar que tenha de alguma forma favorecido o empresário Zuleido Veras em licitações direcionadas a empresa Gautama ou de qualquer grupo ligado à construtora, Luiz Caetano confessa que conhecia o empresário, inclusive, já o recebeu em seu gabinete na prefeitura. “Tive alguns contatos com ele sim, ele esteve na prefeitura, sempre solicitando para que o contrato com a Gautama continuasse, mas acabei cancelando. Não recebi nenhuma propina e ele nunca me ofereceu”.
Quanto ao fato das cortesias para o camarote da construtora no Carnaval e passeios de lancha, o petista foi enfático em dizer que já passeou em várias lanchas de amigos, mas nunca conheceu a de Zuleido Veras - usado pelo governador Jaques Wagner no ano passado para um passeio pela Baía de Todos os Santos com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. “O gabinete recebeu alguns convites para o camarote, como também da Petrobras, do governo do Estado. Isso é normal, agora posso garantir que não fui. Se alguém foi, eu não sei dizer quem”.
Questionado se poderia deixar o PT baiano até que fossem esclarecidas todas as suspeitas, Luiz Caetano saiu na defensiva e disse: “Já está tudo esclarecido. Mesmo com o habeas corpus, eu fiz questão de prestar depoimento ontem (anteontem) à noite em Brasília. Não consegui conversar com o PT ainda, mas sair do PT em hipótese alguma e também não foi me pedido isso”.
De acordo com o petista, o seu depoimento durou quase uma hora. “Foi muito tranqüilo, mas ficou tudo esclarecido. Ficarei aqui em Brasília para reuniões com os meus advogados, ainda vou pegar minha mala na Polícia Federal e depois vou para casa de um amigo pessoal de São Paulo. Chegarei na sexta em Salvador. Estou muito cansado, esta prisão me fez passar por constrangimentos, mas o tratamento na Polícia Federal foi muito respeitoso, não tenho o que reclamar.
Apesar de que quando fui preso não precisava da Polícia Federal derrubar a casa da minha chácara. Foi desnecessária a atitude e minha esposa poderia fornecer a chave”, ressaltou Luiz Caetano.
O advogado do prefeito, Augusto de Paula, afirmou ontem que Luiz Caetano deve, em sua opinião, entrar com uma ação contra a União devido a sua prisão, considerada por ele imprópria.
“O próprio ministro Gilmar Mendes (STF), que concedeu o habeas corpus, disse que não existia nada contra Caetano, nem em tese. A minha opinião é de que, depois desse processo todo, de provar que é inocente, o prefeito deve sim entrar com uma ação de indenização contra a União. Um prefeito que tem uma comissão para justamente apurar improbidades administrativas, encaminha quase 80 processos para ser apurados no mês, é preso sem qualquer provas e ainda algemado como chefe de quadrilha.
Cabe uma indenização pelo constrangimento”, desabafou o advogado, que também é coordenador da Comissão Especial de Resgate e Preservação da Probidade Administrativa da prefeitura de Camaçari.
ECONOMIAS PARA CONSTRUIR O SÍTIO
O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), explicou ontem que o dinheiro encontrado na sua casa pela Polícia Federal (R$ 142 mil e US$ 3 mil), eram suas economias pessoais. Ele disse que cultiva um hábito antigo de guardar dinheiro em casa, que a quantia era para construir um imóvel.
A informação sobre o dinheiro encontrado na casa de Luiz Caetano foi veiculada na edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo, em meio a matérias sobre as quantias encontradas com dois dos 46 presos na Operação Navalha.
A polícia também apreendeu R$ 730 mil, em dinheiro vivo, na casa de José Ribamar Hortegal, preso pela Operação Navalha. O valor foi encontrado no dia 17 de maio. A PF suspeita que o dinheiro vem de propina.
Hortegal é acusado de ter reajustado em 20% o valor de um contrato entre a empreiteira Gautama e o governo do Estado do Maranhão em troca de vantagem financeira. Além dos papéis encontrados na Gautama, a PF também apreendeu quase R$ 1 milhão com essas duas pessoas acusadas de serem ligadas ao esquema. (Por Raiane Verissimo)
Em entrevista à Tribuna da Bahia, o prefeito Luiz Carlos Caetano (PT), negou as acusações de que o município de Camaçari efetuou pagamento em favor das construtoras Gautama e LJA, se diz inocente e condenou os métodos da Polícia Federal na ação que resultou sua prisão na semana passada.
O prefeito, apesar de ter sido solto na terça-feira à noite, continua em Brasília e deverá retornar a Salvador apenas amanhã (sexcta-feira). Por volta das 11 horas, ele deverá desembarcar no Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, onde está programado para ser recepcionado por correligionários e militantes petistas revoltados com a “ação arbitrária da PF”.
Segundo Luiz Caetano, o único contrato celebrado entre o município e a empresa Gautama foi feito durante a gestão do ex-prefeito José Tude, datado de 17 de setembro de 1999. “Eu nunca assinei contrato com a Gautama, não tem licitação concluída com ela e a única que foi feita não foi em minha gestão e sim durante a gestão do prefeito Tude, que eu cancelei. A outra para construção de casas também foi cancelada”.
Apesar de negar que tenha de alguma forma favorecido o empresário Zuleido Veras em licitações direcionadas a empresa Gautama ou de qualquer grupo ligado à construtora, Luiz Caetano confessa que conhecia o empresário, inclusive, já o recebeu em seu gabinete na prefeitura. “Tive alguns contatos com ele sim, ele esteve na prefeitura, sempre solicitando para que o contrato com a Gautama continuasse, mas acabei cancelando. Não recebi nenhuma propina e ele nunca me ofereceu”.
Quanto ao fato das cortesias para o camarote da construtora no Carnaval e passeios de lancha, o petista foi enfático em dizer que já passeou em várias lanchas de amigos, mas nunca conheceu a de Zuleido Veras - usado pelo governador Jaques Wagner no ano passado para um passeio pela Baía de Todos os Santos com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. “O gabinete recebeu alguns convites para o camarote, como também da Petrobras, do governo do Estado. Isso é normal, agora posso garantir que não fui. Se alguém foi, eu não sei dizer quem”.
Questionado se poderia deixar o PT baiano até que fossem esclarecidas todas as suspeitas, Luiz Caetano saiu na defensiva e disse: “Já está tudo esclarecido. Mesmo com o habeas corpus, eu fiz questão de prestar depoimento ontem (anteontem) à noite em Brasília. Não consegui conversar com o PT ainda, mas sair do PT em hipótese alguma e também não foi me pedido isso”.
De acordo com o petista, o seu depoimento durou quase uma hora. “Foi muito tranqüilo, mas ficou tudo esclarecido. Ficarei aqui em Brasília para reuniões com os meus advogados, ainda vou pegar minha mala na Polícia Federal e depois vou para casa de um amigo pessoal de São Paulo. Chegarei na sexta em Salvador. Estou muito cansado, esta prisão me fez passar por constrangimentos, mas o tratamento na Polícia Federal foi muito respeitoso, não tenho o que reclamar.
Apesar de que quando fui preso não precisava da Polícia Federal derrubar a casa da minha chácara. Foi desnecessária a atitude e minha esposa poderia fornecer a chave”, ressaltou Luiz Caetano.
O advogado do prefeito, Augusto de Paula, afirmou ontem que Luiz Caetano deve, em sua opinião, entrar com uma ação contra a União devido a sua prisão, considerada por ele imprópria.
“O próprio ministro Gilmar Mendes (STF), que concedeu o habeas corpus, disse que não existia nada contra Caetano, nem em tese. A minha opinião é de que, depois desse processo todo, de provar que é inocente, o prefeito deve sim entrar com uma ação de indenização contra a União. Um prefeito que tem uma comissão para justamente apurar improbidades administrativas, encaminha quase 80 processos para ser apurados no mês, é preso sem qualquer provas e ainda algemado como chefe de quadrilha.
Cabe uma indenização pelo constrangimento”, desabafou o advogado, que também é coordenador da Comissão Especial de Resgate e Preservação da Probidade Administrativa da prefeitura de Camaçari.
ECONOMIAS PARA CONSTRUIR O SÍTIO
O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), explicou ontem que o dinheiro encontrado na sua casa pela Polícia Federal (R$ 142 mil e US$ 3 mil), eram suas economias pessoais. Ele disse que cultiva um hábito antigo de guardar dinheiro em casa, que a quantia era para construir um imóvel.
A informação sobre o dinheiro encontrado na casa de Luiz Caetano foi veiculada na edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo, em meio a matérias sobre as quantias encontradas com dois dos 46 presos na Operação Navalha.
A polícia também apreendeu R$ 730 mil, em dinheiro vivo, na casa de José Ribamar Hortegal, preso pela Operação Navalha. O valor foi encontrado no dia 17 de maio. A PF suspeita que o dinheiro vem de propina.
Hortegal é acusado de ter reajustado em 20% o valor de um contrato entre a empreiteira Gautama e o governo do Estado do Maranhão em troca de vantagem financeira. Além dos papéis encontrados na Gautama, a PF também apreendeu quase R$ 1 milhão com essas duas pessoas acusadas de serem ligadas ao esquema. (Por Raiane Verissimo)