21 de maio de 2007

 

Acirra-se a luta pelo poder na Polícia Federal

Acirra-se a luta pela sucessão na Polícia Federal. Este é o título da reportagem da Terra Magazine.

O sucesso da Operação Navalha está acirrando a luta pelo poder na Polícia Federal. O posto de diretor-geral é o mais cobiçado. Na época da ditadura militar, a luta pelo poder nos meios policiais matava militantes de esquerda, agora está provocando a desestabilização política do país. é um efeito colateral. São estranhíssimos os vazamentos dos inquéritos e diálogos gravados pela Polícia Federal. O processo não está sob segredo de Justiça? A revista Terra Magazine, em matéria de Bob Fernandes, fala da acirrada luta pelo poder na PF. O Brasil não é mesmo um país sério.

Acirra-se luta pela sucessão na PF

Terra Magazine - Bob Fernandes - Segunda, 21 de maio de 2007, 16h23

A Polícia Federal vive um paradoxo. Está na ribalta, comemora, com a Navalha, mais uma operação de enorme impacto, mas, ao mesmo tempo, experimenta as conseqüências do sucesso. O posto de diretor-geral, valorizado pela centena de operações dos últimos anos, é ainda mais cobiçado do que sempre foi e, nesse momento, a luta pela sucessão de Paulo Lacerda se acirra - ainda não há uma decisão do governo quanto à permanência ou não do diretor no posto. Os vazamentos de informações sobre a Navalha desde o final de semana são mais um sintoma da disputa pelo cargo.

Na noite do domingo, no Fantástico, e nos jornais desta segunda-feira surgiram fitas, fotos e detalhes da operação que - a decisão havia sido tomada - deveriam seguir em sigilo até uma apuração mais adequada.

Vazamento muito além do desejado, por exemplo, foi o do suposto envolvimento do ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, com uma propina de R$ 100 mil pagos pela empresa Gautama, de Zuleido Veras. Ou uma também suposta presença mais acentuada do governador de Alagoas, Teotônio Viela (PSDB), no escândalo. A decisão pelo sigilo não resistiu 48 horas.

De quando em quando, em colunas de jornais, noticia-se que o governo já optou pela manutenção de Lacerda, mas tal decisão ainda não foi tomada. Enquanto o governo não anuncia oficialmente se Lacerda sai ou fica, as candidaturas postas já são três, e acelera-se a corrida.

Zulmar Pimentel, hoje o número dois na PF, é um dos candidatos. Não por acaso viu-se envolvido no noticiário nesta segunda-feira.

Vazou-se que Zulmar está ou esteve sob investigação, acusado de ter advertido colegas que estariam sendo objeto de investigações da própria PF. O vazamento, fatos à parte, tem um objetivo claro: minar a candidatura do número dois da PF.

O diretor de Inteligência da Polícia Federal, Renato Porciúncula, é outro candidato.
O terceiro a desejar com ardor a direção da Polícia Federal é Luiz Fernando Corrêa, secretário nacional de Segurança Pública.

O jogo de vazamentos serve ora a um, ora a outro candidato. Mesmo que o custo seja o da perda de fichas que a instituição acumulou junto à opinião pública nos últimos anos.

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?