28 de outubro de 2006
Hoje não vou postar nada. Estou concentrado, para amanhã votar no Lula. E viva o Brasil.
27 de outubro de 2006
Garcia sobre ACM: A culpa é do sofá na sala
Deu no Terra Magazine:
Nesta manhã de quinta, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse a Terra Magazine que a culpa do mau desempenho do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) é do marqueteiro da campanha: "O problema era o marqueteiro, os colaboradores... Eu acho que podia ter sido feita alguma coisa a mais".
A respeito, o presidente do PT e coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, à mesma Terra Magazine, opinou:
- Essa queixa é como aquela velha história da mulher que chega na sala e encontra o marido com outra mulher no sofá e, ao final, a solução é retirar o sofá da sala. A culpa é do sofá.
Nesta manhã de quinta, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse a Terra Magazine que a culpa do mau desempenho do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) é do marqueteiro da campanha: "O problema era o marqueteiro, os colaboradores... Eu acho que podia ter sido feita alguma coisa a mais".
A respeito, o presidente do PT e coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, à mesma Terra Magazine, opinou:
- Essa queixa é como aquela velha história da mulher que chega na sala e encontra o marido com outra mulher no sofá e, ao final, a solução é retirar o sofá da sala. A culpa é do sofá.
Escritor Paulo Coelho, o mago, vota em Lula
O apoio do mago e escritor Paulo Coelho à reeleição do Presidente Lula foi a novidade da campanha do Lula no último dia de propaganda gratuita na televisão.Novidade para alguns mas não para quem acompanha a campanha do Presidente bem de perto. Paulo Coelho, um dos autores que mais vende livros no mundo, prestou solidariedade a Lula e parabenizou o Presidente pelos 61 anos de idade completados nesta sexta-feira."Presidente Lula, em primeiro lugar, feliz aniversário. Vamos comemorar juntos este aniversário, domingo, com uma vitória, uma vitória do povo, uma vitória do país, uma vitória da democracia", disse Paulo Coelho.
Na Paraíba, Federal apreende carro cheio de dinheiro para campanha tucana
Deu no Correio da Paraíba. A Polícia Rodoviária Federal apreendeu no começo da noite de quinta-feira (26) o Celta de placas MNY-4349, onde viajava o diretor financeiro da Secretaria Estadual de Controle Interno, Gláucio Arnaud, que conduzia uma mala com 10 envelopes que continham mais de R$ 100 mil para serem distribuídos com prefeitos e lideranças políticas do interior do Estado.
A prisão aconteceu por volta das 19h, quando Glauco passava pelo posto da Polícia Rodoviária Federal na BR-230, em Bayeux, saída para Campina Grande, depois que os policiais receberam um telefonema anônimo. O Celta é locado à Secretaria do Controle Interno. Todos os envelopes tinham um CD com a inscrição "Cássio 45", destinados a prefeitos, vereadores e lideranças políticas da região do Cariri aliados do governador e candidato à reeleição pelo PSDB, Cássio Cunha Lima.
A prisão aconteceu por volta das 19h, quando Glauco passava pelo posto da Polícia Rodoviária Federal na BR-230, em Bayeux, saída para Campina Grande, depois que os policiais receberam um telefonema anônimo. O Celta é locado à Secretaria do Controle Interno. Todos os envelopes tinham um CD com a inscrição "Cássio 45", destinados a prefeitos, vereadores e lideranças políticas da região do Cariri aliados do governador e candidato à reeleição pelo PSDB, Cássio Cunha Lima.
Justiça proíbe notícia sobre estouro de caixa 2 de Alckmin no Paraná
Às vésperas da eleição, a Polícia Federal estourou esquema do caixa 2 de Alckmin no Paraná. Todas as informações correm em segredo de Justiça e foram retiradas do horaHNews - http://www.horahnews.com.br . A Polícia Federal apreendeu bolos de dinheiro (reais e dólares) e uma arma pertencente a José Carlos Oliveira, que estaria a serviço da campanha do senador Osmar Dias e Geraldo Alckmin. O homem da mala chegou ao Hotel Siena domingo à tarde portando uma mala pequena e uma mochila e saiu uma única vez do quarto. O caso - configurado como crime eleitoral - foi encaminhado para a 177ª Zona Eleitoral, aos cuidados do juiz Rogério Ribas. Ele decidiu manter segredo de Justiça para evitar o uso eleitoral do caso e só irá se manifestar depois de concluída a investigação.
Os bolos de dinheiro apreendidos pela Polícia Federal eram em sua maioria de notas de cinco e dez reais. Inicialmente, acreditou-se que se tratava de dinheiro das empresas de ônibus. Como na diretoria da Associação Brasileira de Concessionários de Rodovias (ABCR) existe um integrante com o mesmo nome do hóspede do hotel, José Carlos Ferreira de Oliveira Filho, as atenções se voltam para os pedágios. De acordo com informações de um funcionário do hotel Siena, que pede anonimato, José Carlos Oliveira tem entre 30 e 40 anos e nas primeiras horas da manhã desta terça-feira deixou o hotel. Segundo o funcionário, Oliveira deixou ordens para que a camareira não arrumasse seu quarto, indicando que voltaria em seguida.
Ainda de acordo com as informações, de domingo até hoje pela manhã, José Carlos Oliveira teria feito várias telefonemas para São Paulo, "Ainda não foi possível verificar para onde ligou várias vezes, mas temos informações que seria para dirigentes do PSDB paulista, podendo até ser para um dos coordenadores de campanha de Alckmin" - Nome guardado em segredo por causa das investigações.
Copiado antes da proibição, do site HoraHNews
Quinta-feira, Outubro 26, 2006
posted by Grupo Beatrice # 6:49 PM
O Bolsa Família como direito fundamental
Lembra Hannah Arendt que assegurar a vida é criar pessoas com direito a terem direitos, portanto cidadãos em uma nação. É o que faz o Governo Lula com o programa Bolsa Família. É dever do Estado garantir a subsistência dos cidadãos. A crítica economicista ao Bolsa Família não contempla a dimensão do direito fundamental do cidadão à sobrevivência. Ao contrário do que dizem os críticos, de direita e de esquerda, os beneficiários do programa recuperam a dignidade, despertam a busca das capacidades. A história econômica não registra nenhum caso em que a inclusão massiva no mercado de trabalho fosse resultado natural do "livre funcionamento do mercado". A desigualdade social exige que a refundação moral e política do país inclua maciça intervenção estatal para retirar milhares de pessoas da morte certa por fome e doenças. Eis o imperativo democrático incontornável: tornar programas de renda e capacitação das pessoas um direito fundamental permanente de cidadania. É o que ensina Walquíria Leão Rego, sábia socióloga da Unicamp.
O artigo foi publicado inicialmente no Valor Econômico
mas está disponível no site www.emilianojose.com.br
O artigo foi publicado inicialmente no Valor Econômico
mas está disponível no site www.emilianojose.com.br
Do que o eleitor está livrando o Brasil
Com o IBOPE dando 24% de frente, e o CNT/Sensus 26,4%, Lula será reeleito presidente do Brasil. O eleitor está livrando o Brasil de uma grande fria ao rejeitar o candidato do PSDB/PFL/PPS. Alckmin é um mentiroso, um neoliberal radical, sujou seu nome ao vincular-se e à sua família aos sonegadores da DASLU. É um político sem caráter e sem rosto definido, ao sabor das manchetes da mídia venal. Ao criticar a política externa independente de Lula, sinalizou para retornar à dependência com os EUA. Ao falar em cortar gastos, não são os gastos dos ricos, dos empresários, são os gastos dos programas sociais que incomodam. Ao negar com insistência que não privatizaria a Saúde, a Educação, o Banco do Brasil, a CEF, a Petrobrás está mentindo. Ao dizer que não acabaria com o Bolsa Família está mentindo. Fala do INSS mas é um dos privilegiados que se aposentaram aos 42 anos de idade, sem sequer completar 25 anos de contribuição. Ouvir este discurso moralista da boca de Alckmin é um insulto. De boa bisca o eleitor está livrando o Brasil.
Destino do PDT e do PMDB passa pela Bahia
O PDT, que se saiu bem das urnas, com 24 deputados federais eleitos e um senador, já pensa em voltar para a base governista com a vitória de Lula. A “neutralidade” no segundo turno foi um sinal forte. A articulação passa pelo senador eleito da Bahia, João Durval Carneiro, que se alinha com Miro Teixeira nessa direção. Já o PMDB terá que mudar sua Direção Nacional. Michel Temer apoiou Alckmin. Perdeu. A solução passa pelo deputado federal Geddel Vieira Lima, do PMDB da Bahia, que também pode ser o presidente da Câmara dos Deputados. O PMDB busca agora sua unidade.
26 de outubro de 2006
Jaques Wagner vota em Arembepe às 9h
Depois de acompanhar a primeira-dama Fátima Mendonça, que vota em Salvador, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, votará no próximo dia 29 de Outubro, às 9h, no Colégio Estadual Lídia Coelho, em Arempebe, Camaçari. Às 12h50, Jaques Wagner embarca do Aeroporto Dois de Julho para Brasília, onde acompanhará a apuração dos votos ao lado do presidente Lula.
Alckmin protegeu capitão torturador da ditadura
Nunca votaria no Alckmin. Se não bastasse a encarnação do neoliberalismo com o retorno da privatização, Alckmin revelou-se um homem da direita muito perigoso. Quando governador de São Paulo nomeou para o comando do Departamento de Inteligência da Polícia Civil o sr Aparecido Laertes Calandra, vulgo capitão Ubirajara, assassino de presos políticos, torturador sanguinário do DOI/CODI da rua Tutóia, a Casa dos Horrores. Presos e presas políticas que sobreviveram às torturas ainda carregam seqüelas.
O capitão Ubirajara foi o assassino do militante Carlos Nicolau Danielle, do PCdoB, e de Hiroaki Torigoi, do Movimento Popular de Libertação. É um homem que tem uma história marcada por sangue, crueldade e terror. Foi premiado por Alckmin. É uma maneira de dizer que o militante do Opus Dei concorda com a tortura e a morte. José Carlos Dias, advogado criminalista, ex-secretário da Justiça de Franco Montoro denunciou o torturador. Eu nunca votaria em Alckmin.
Todos que foram presos, torturados, e que tiveram familiares e amigos desaparecidos precisam pedir voto para Lula até o último minuto de domingo. Para que os torturadores não voltem ao poder. É uma questão de ética.
O capitão Ubirajara foi o assassino do militante Carlos Nicolau Danielle, do PCdoB, e de Hiroaki Torigoi, do Movimento Popular de Libertação. É um homem que tem uma história marcada por sangue, crueldade e terror. Foi premiado por Alckmin. É uma maneira de dizer que o militante do Opus Dei concorda com a tortura e a morte. José Carlos Dias, advogado criminalista, ex-secretário da Justiça de Franco Montoro denunciou o torturador. Eu nunca votaria em Alckmin.
Todos que foram presos, torturados, e que tiveram familiares e amigos desaparecidos precisam pedir voto para Lula até o último minuto de domingo. Para que os torturadores não voltem ao poder. É uma questão de ética.
ACM já tem bode expiatório para derrota de Alckmin
Alckmin não vai perder a eleição porque é um candidato ruim ou porque o povo brasileiro não concorda com sua plataforma política, ou porque prefere Lula, que fez um governo voltado para os pobres.
Para o senador ACM, o culpado é o...marqueteiro.
A opinião acaba de ser dada ao Terra Magazine (26/10). ACM mente ao dizer que Alckmin ainda pode ganhar a eleição. Ele sabe que não pode, mas mente e culpa terceiros como é do seu fraco caráter.
Essa mania de ACM colocar a culpa dos desastres e tragédias nos outros é antiga. Quase o médico que atendeu o Luis Eduardo Magalhães leva a culpa pela morte do filho do déspota decadente. Ele chegou a ensaiar a acusação. O médico escapou porque guardou o coração do filho do senador no formol, em lastimável estado.
O senador ACM afirmou que a campanha tucana falhou porque não usou a fórmula adequada contra o presidente Lula. “Faltou indignação, emoção, criatividade”. ACM se esquece que a última queda nos índices de popularidade de Alckmin se deveu aos seus discursos baixos no Senado. O povo não aceitou os xingamentos de baixo calão contra Lula.
ACM tem culpa pelo desastre eleitoral de Alckmin. Soa falso um cara com o passado de ACM falar de “crimes” e erros praticados por Lula. Se ACM fosse mesmo bom de marketing político não teria perdido as eleições para Jaques Wagner (PT), na Bahia. E a desculpa não vale para a Propeg, o marqueteiro de Paulo Souto?
ACM criticar os marqueteiros de Akckmin é como o cocho falar do aleijado.
Não vale a pena ler a entrevista no Terra Magazine. Farofa pura.
Para o senador ACM, o culpado é o...marqueteiro.
A opinião acaba de ser dada ao Terra Magazine (26/10). ACM mente ao dizer que Alckmin ainda pode ganhar a eleição. Ele sabe que não pode, mas mente e culpa terceiros como é do seu fraco caráter.
Essa mania de ACM colocar a culpa dos desastres e tragédias nos outros é antiga. Quase o médico que atendeu o Luis Eduardo Magalhães leva a culpa pela morte do filho do déspota decadente. Ele chegou a ensaiar a acusação. O médico escapou porque guardou o coração do filho do senador no formol, em lastimável estado.
O senador ACM afirmou que a campanha tucana falhou porque não usou a fórmula adequada contra o presidente Lula. “Faltou indignação, emoção, criatividade”. ACM se esquece que a última queda nos índices de popularidade de Alckmin se deveu aos seus discursos baixos no Senado. O povo não aceitou os xingamentos de baixo calão contra Lula.
ACM tem culpa pelo desastre eleitoral de Alckmin. Soa falso um cara com o passado de ACM falar de “crimes” e erros praticados por Lula. Se ACM fosse mesmo bom de marketing político não teria perdido as eleições para Jaques Wagner (PT), na Bahia. E a desculpa não vale para a Propeg, o marqueteiro de Paulo Souto?
ACM criticar os marqueteiros de Akckmin é como o cocho falar do aleijado.
Não vale a pena ler a entrevista no Terra Magazine. Farofa pura.
25 de outubro de 2006
Dia 29, domingo, será o fim da ditadura militar de 64
Em seu blog, Zé Dirceu comenta que no dia 29, domingo, a ditadura militar chega ao fim. Ele se refere ao artigo do filósofo Marcos Nobre, da Unicamp, publicado na Folha de S. Paulo (25), que chama a atenção para este acontecimento importante que é a derrota definitiva da ditadura militar de 1964. “Ditaduras demoram a morrer, mesmo depois que acabam”, afirma Marcos Nobre. Trata-se da morte do PFL, partido político herdeiro dos partidos que sustentaram a ditadura militar e núcleo duro da coalisão que sustentou politicamente os oito anos de FHC. O encolhimento do PFL prenuncia a retomada da aliança de centro-esquerda com o PMDB, herdeiro do partido que resistiu à ditadura militar. Será um novo degrau na redemocratização brasileira.
LEIA O ARTIGO DE MARCOS NOBRE:
Dura de matar
Reproduzido da Folha de São Paulo
Jorge Bornhausen disse que ia se ver livre "dessa raça" nas eleições de 2006, referindo-se em especial ao PT, mas mirando em qualquer coisa que pudesse parecer remotamente de esquerda. E o feitiço não se voltou apenas contra ele e seu partido, mas contra quem que se dizia protegido por santos de toda sorte, como era o caso de ACM na Bahia.
As posições se inverteram de tal maneira que a questão agora é: será que o PFL conseguirá sobreviver como um dos quatro grandes partidos? E o problema não é trivial, já que o modelo instaurado por FHC previa um pólo político de dupla sustentação, com a aliança entre PSDB e PFL, e outro pólo com um PT solitário, se debatendo para encontrar aliados, emparedado contra um PMDB sempre dividido e instável.
No primeiro mandato de Lula, uma aliança com parte do PMDB só se realizou após a crise de 2005. Foi uma aliança ainda episódica, por pura necessidade de sobrevivência. Uma aliança efetiva só se deu durante as eleições.
O segundo mandato de Lula vai montar um pólo político de dupla sustentação, com PT e PMDB, ao mesmo tempo em que vai minar como puder o bloco PSDB-PFL. Será uma estratégia de isolar o quanto possível o PSDB, tarefa facilitada pelo próprio declínio do PFL, que não deverá governar nenhum Estado, apenas o Distrito Federal.
Deve perder até mesmo Roseana Sarney para o PMDB. Teve a maior perda proporcional de bancada na Câmara (quase 20%) e, sem o governo de Estados eleitoralmente importantes, deverá perder mais deputados e prefeitos para outros partidos. Só se mantém forte no Senado porque a Casa tem uma "inércia política" muito grande, com mandatos mais longos e um grande número de ex-governadores.
Em sua série de livros sobre a ditadura militar, Elio Gaspari lembra que o general Golbery era "o feiticeiro". Pode-se discutir a estatura política e a qualidade dos feitiços de cada um dos personagens, mas atribuir a Bornhausen o mesmo título parece apropriado.
Afinal, o PFL nasceu de uma dissidência um pouco menos curta de vistas do partido oficial da ditadura. Teve destino eleitoral e político superior ao seu ninho original. Tanto que passou quase duas décadas se orgulhando de ser o partido com maior capilaridade política do país, atingindo os rincões mais profundos. Tudo isso acabou nestas eleições.
Ditaduras demoram a morrer, mesmo depois que acabam.
O atual encolhimento do PFL é uma das mais importantes e significativas mortes da ditadura militar brasileira.
Jorge Bornhausen vai ter de agüentar bem mais que a "raça petista". Terá de agüentar o resultado de uma eleição democrática que pode fazer com que o PFL venha a se juntar em futuro não tão distante ao time dos pequenos partidos brasileiros.
MARCOS NOBRE é professor de filosofia política da Unicamp e pesquisador do Cebrap
LEIA O ARTIGO DE MARCOS NOBRE:
Dura de matar
Reproduzido da Folha de São Paulo
Jorge Bornhausen disse que ia se ver livre "dessa raça" nas eleições de 2006, referindo-se em especial ao PT, mas mirando em qualquer coisa que pudesse parecer remotamente de esquerda. E o feitiço não se voltou apenas contra ele e seu partido, mas contra quem que se dizia protegido por santos de toda sorte, como era o caso de ACM na Bahia.
As posições se inverteram de tal maneira que a questão agora é: será que o PFL conseguirá sobreviver como um dos quatro grandes partidos? E o problema não é trivial, já que o modelo instaurado por FHC previa um pólo político de dupla sustentação, com a aliança entre PSDB e PFL, e outro pólo com um PT solitário, se debatendo para encontrar aliados, emparedado contra um PMDB sempre dividido e instável.
No primeiro mandato de Lula, uma aliança com parte do PMDB só se realizou após a crise de 2005. Foi uma aliança ainda episódica, por pura necessidade de sobrevivência. Uma aliança efetiva só se deu durante as eleições.
O segundo mandato de Lula vai montar um pólo político de dupla sustentação, com PT e PMDB, ao mesmo tempo em que vai minar como puder o bloco PSDB-PFL. Será uma estratégia de isolar o quanto possível o PSDB, tarefa facilitada pelo próprio declínio do PFL, que não deverá governar nenhum Estado, apenas o Distrito Federal.
Deve perder até mesmo Roseana Sarney para o PMDB. Teve a maior perda proporcional de bancada na Câmara (quase 20%) e, sem o governo de Estados eleitoralmente importantes, deverá perder mais deputados e prefeitos para outros partidos. Só se mantém forte no Senado porque a Casa tem uma "inércia política" muito grande, com mandatos mais longos e um grande número de ex-governadores.
Em sua série de livros sobre a ditadura militar, Elio Gaspari lembra que o general Golbery era "o feiticeiro". Pode-se discutir a estatura política e a qualidade dos feitiços de cada um dos personagens, mas atribuir a Bornhausen o mesmo título parece apropriado.
Afinal, o PFL nasceu de uma dissidência um pouco menos curta de vistas do partido oficial da ditadura. Teve destino eleitoral e político superior ao seu ninho original. Tanto que passou quase duas décadas se orgulhando de ser o partido com maior capilaridade política do país, atingindo os rincões mais profundos. Tudo isso acabou nestas eleições.
Ditaduras demoram a morrer, mesmo depois que acabam.
O atual encolhimento do PFL é uma das mais importantes e significativas mortes da ditadura militar brasileira.
Jorge Bornhausen vai ter de agüentar bem mais que a "raça petista". Terá de agüentar o resultado de uma eleição democrática que pode fazer com que o PFL venha a se juntar em futuro não tão distante ao time dos pequenos partidos brasileiros.
MARCOS NOBRE é professor de filosofia política da Unicamp e pesquisador do Cebrap
O teólogo Leonardo Boff vota em Lula
O teólogo Leonardo Boff afirma que correu quase todo o planeta, encontrou-se com nomes notáveis da política, das ciências, do pensamento e das artes. Dentre os mais inteligentes que encontrou está Luiz Inácio Lula da Silva, nosso presidente. “Somente ignorantes podem chamá-lo de ignorante. Sua inteligência pertence ao seu carisma: desperta, arguta, indo logo ao coração dos problemas e sabendo formulá-los do seu jeito próprio, sem passar pelo jargão científico”. A vitória de Lula é a vitória da senzala contra a Casa Grande. Ele espera que as elites não se utilizem do expediente do assassinato para abortar a vitória da senzala, como já aconteceu no Brasil.
http://www.informante.net/
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No Datafolha Lula já tem 61% dos votos válidos. É mole?
Como diz o presidente Lula, o segundo turno das eleições é uma graça de Deus, pois permite tirar as dúvidas do povo. Se ganhasse no primeiro turno, ganharia com pouco mais que 50% dos votos válidos. Mas, como vai ganhar no segundo turno, ganha com ampla maioria de votos do povo brasileiro. Com mais de 60% nem os mais radicais direitistas do PSDB/PFL e PPS ousariam retomar a idéia do golpe branco, o tal terceiro turno através de batalha judicial contra a vontade do povo - uma idéia que depõe contra o Poder Judiciário.
COM PESQUISA DATAFOLHA ALCKMIN PODE TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA:
Pesquisa Datafolha divulgada hoje (24) pelo Jornal Nacional, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, revela:
Votos válidos (excluindo-se os votos brancos, nulos e indecisos)
Lula (PT): 61%
Alckmin (PSDB): 39%
Intenções de voto
Lula (PT): 58%
Alckmin (PSDB): 37%
Brancos e nulos: 2 %
Indecisos: 3%
Avaliação do governo
Ótimo ou bom: 53%
Regular: 31%
Ruim ou péssimo: 15%
O Datafolha ouviu 7.218 pessoas, em 347 municípios, entre ontem e hoje. A pesquisa foi registrada no Superior Tribunal Federal sob o número 23200/06.
A vantagem do presidente Lula está aumentando de acordo com os quatro últimos levantamentos do Datafolha.
Em 6 de outubro, Lula registrava 54% dos votos válidos; Alckmin, 46. Diferença de oito pontos.
Em 11 de outubro, o presidente apresentava 56% dos votos válidos; Alckmin, 44. Diferença de 12 pontos.
Em 17 de outubro, Lula aparecia com 60% dos votos válidos; Alckmin, 40. Diferença de 20 pontos.
Na pesquisa de 24 de outubro a diferença entre Lula e Alckmin é de 22 pontos.
O povo brasileiro é sábio e sabe votar, ao contrário da grande mídia.
COM PESQUISA DATAFOLHA ALCKMIN PODE TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA:
Pesquisa Datafolha divulgada hoje (24) pelo Jornal Nacional, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, revela:
Votos válidos (excluindo-se os votos brancos, nulos e indecisos)
Lula (PT): 61%
Alckmin (PSDB): 39%
Intenções de voto
Lula (PT): 58%
Alckmin (PSDB): 37%
Brancos e nulos: 2 %
Indecisos: 3%
Avaliação do governo
Ótimo ou bom: 53%
Regular: 31%
Ruim ou péssimo: 15%
O Datafolha ouviu 7.218 pessoas, em 347 municípios, entre ontem e hoje. A pesquisa foi registrada no Superior Tribunal Federal sob o número 23200/06.
A vantagem do presidente Lula está aumentando de acordo com os quatro últimos levantamentos do Datafolha.
Em 6 de outubro, Lula registrava 54% dos votos válidos; Alckmin, 46. Diferença de oito pontos.
Em 11 de outubro, o presidente apresentava 56% dos votos válidos; Alckmin, 44. Diferença de 12 pontos.
Em 17 de outubro, Lula aparecia com 60% dos votos válidos; Alckmin, 40. Diferença de 20 pontos.
Na pesquisa de 24 de outubro a diferença entre Lula e Alckmin é de 22 pontos.
O povo brasileiro é sábio e sabe votar, ao contrário da grande mídia.
O hamster está irado e não engole a derrota para o PT
Inimigos, adversários e até carlistas de expressão nacional são unânimes em afirmar que o grande derrotado nas eleições da Bahia, onde o petista Jaques Wagner sagrou-se governador, é o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Além de amargar o despejo do governador Paulo Souto, que era supostamente favorito na disputa pelo Palácio de Ondina, ACM perdeu a briga pelo Senado, com o amigo e senador Rodolfo Tourinho, e ainda viu a bancada federal encolher seis cadeiras, com a eleição de apenas 13 pefelistas, contra os 19 vitoriosos de 2002.
Foram tantas as derrotas, que nem o próprio ACM contesta que é o grande perdedor. "Derrotado não fala; espera. E eu estarei esperando, amando sempre a Bahia, cada vez mais," afirmou um ACM resignado, que até a véspera da eleição apostava que seu grupo cresceria tanto no Congresso quanto na Assembléia Legislativa, onde os adversários consideram que a maioria obtida agora nem tomará posse porque não resistirá ao assédio do novo governo até o fim do ano
Mas a mão de ACM virou contra a população. ACM foi para vingança. Aliados do pefelista ACM e prefeitos do interior avisaram que vão abandonar a prática, (pelo menos nessas eleições) proibida por lei mas largamente usada na Bahia por ACM, de transportar eleitores no dia da votação. A tática tem o objetivo de aumentar a abstenção e evitar que Lula amplie sua votação no Estado.
Fonte Blog Os Amigos do Presidente Lula
http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
OBSERVAÇÃO:
1) Mal tive tempo de postar o blog acima e vejo que o senador ACM e seu cúmplice servil César Borges abriram o berreiro no Senado ecoando matéria com título enganoso do jornal O Estado de S. Paulo. Aproveitaram-se do título mafioso do Estadão sobre uma suposta afirmação de Jaques Wagner sobre os envolvidos no caso do dossiê e já começaram a oposição ao governo democrático da Bahia que nem tomou posse. É típico. Isolados, ACM e César Borges esperneiam como podem.
2) Desnecessário dizer que Wagner declarou mesmo é que todo cidadão, inclusive os envolvidos no caso do dossiê têm direito a não se auto-incriminarem, não são obrigados a declararem qualquer coisa que se incriminem. É direito constitucional. Cabe a quem acusa o ônus da prova. O Estadão transformou essa afirmação no título “Wagner defende o direito a mentira”. É nessa barca que os decadentes e derrotados políticos baianos do PFL entraram.
3) Aliás, direito à mentira é o que mais César Borges e ACM exerceram nestes últimos 16 anos em que dilapidaram os cofres do tesouro estadual. E como mentem.
Foram tantas as derrotas, que nem o próprio ACM contesta que é o grande perdedor. "Derrotado não fala; espera. E eu estarei esperando, amando sempre a Bahia, cada vez mais," afirmou um ACM resignado, que até a véspera da eleição apostava que seu grupo cresceria tanto no Congresso quanto na Assembléia Legislativa, onde os adversários consideram que a maioria obtida agora nem tomará posse porque não resistirá ao assédio do novo governo até o fim do ano
Mas a mão de ACM virou contra a população. ACM foi para vingança. Aliados do pefelista ACM e prefeitos do interior avisaram que vão abandonar a prática, (pelo menos nessas eleições) proibida por lei mas largamente usada na Bahia por ACM, de transportar eleitores no dia da votação. A tática tem o objetivo de aumentar a abstenção e evitar que Lula amplie sua votação no Estado.
Fonte Blog Os Amigos do Presidente Lula
http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
OBSERVAÇÃO:
1) Mal tive tempo de postar o blog acima e vejo que o senador ACM e seu cúmplice servil César Borges abriram o berreiro no Senado ecoando matéria com título enganoso do jornal O Estado de S. Paulo. Aproveitaram-se do título mafioso do Estadão sobre uma suposta afirmação de Jaques Wagner sobre os envolvidos no caso do dossiê e já começaram a oposição ao governo democrático da Bahia que nem tomou posse. É típico. Isolados, ACM e César Borges esperneiam como podem.
2) Desnecessário dizer que Wagner declarou mesmo é que todo cidadão, inclusive os envolvidos no caso do dossiê têm direito a não se auto-incriminarem, não são obrigados a declararem qualquer coisa que se incriminem. É direito constitucional. Cabe a quem acusa o ônus da prova. O Estadão transformou essa afirmação no título “Wagner defende o direito a mentira”. É nessa barca que os decadentes e derrotados políticos baianos do PFL entraram.
3) Aliás, direito à mentira é o que mais César Borges e ACM exerceram nestes últimos 16 anos em que dilapidaram os cofres do tesouro estadual. E como mentem.
24 de outubro de 2006
Eleito deputado, Frank Aguiar vota em Lula
Eleito deputado federal com 145 mil votos pelo PTB de São Paulo, o cantor e compositor Frank Aguiar não quer ser tratado como "exótico" no palco que passará a ocupar a partir de fevereiro de 2007. Ele avisa que tem projeto político. Com cinco milhões de discos vendidos, o forrozeiro pé de serra, 36 anos, vota pela reeleição de Lula, apóia os programas sociais e tem propostas para educação e cultura. Sobre Lula diz: “Ele faz uma coisa muito boa e que eu gosto que é de não deixar as coisas embaixo do tapete, de dar liberdade para abrirem as CPIs, para abrirem as investigações, de mandar apurar", afirma. "E eu não posso julgar ninguém antes das condenações".
Gostei desse cara e vou comprar seu último sucesso: “Vou te excluir do meu orkut”
Gostei desse cara e vou comprar seu último sucesso: “Vou te excluir do meu orkut”
23 de outubro de 2006
Luiz Felipe de Alencastro explica porque vota em Lula
O historiador brasileiro Luiz Felipe de Alencastro é profesor na Universidade de Paris. No primeiro turno votou em Lula. E vai votar novamente no segundo turno. Ele acredita que o PT e Lula são portadores de um projeto democrático de transformação social. Ele não poupa o candidato do PSDB de críticas e acha que Geraldo chegou ao segundo turno por causa das manobras delituosas de membros do PT. Mas, afirma ver no comportamento de Geraldo Alckmin "a habitual arrogância tucana", ao não apresentar um programa claro de governo, por considerar que "basta repetir que a esquerda é burra e, ainda por cima, desonesta". Para o historiador, Alckmin apresentou nesta campanha "uma imagem de farmacêutico do interior num filme de Mazzaropi". Para o historiador, os objetivos do PT e de Lula devem ser os mesmos de toda esquerda democrática: transformar a maioria social do país em maioria política.
A seguir, trechos da entrevista para Rafael Cariello, na Folha de S. Paulo.
FOLHA - Em quem o sr. votou?
LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO - Votei em Lula, como nas eleições precedentes em que ele se candidatou. Penso que o PT e Lula são portadores de um projeto democrático de transformação social que foi parcialmente realizado no primeiro mandato e poderá ser completado num segundo mandato. Votarei novamente em Lula no dia 29 de outubro. Mas, agora, com um pé atrás. Os erros de Lula e os atos delituosos da direção do PT suscitam reflexões pessimistas. Mas o impulso para o progresso social e a confiança no processo democrático, explicitados no voto majoritário que Lula obteve entre as camadas populares e a população negra, geram o otimismo da vontade de mudança.
FOLHA - O que achou do resultado do primeiro turno?
ALENCASTRO - Consolidaram-se duas mudanças positivas: o sistema de dois turnos, garantia de resultados não sujeitos à contestação, e o instituto da reeleição. Quebrou-se um tabu: o presidente candidato à reeleição não é imbatível. Lula levou uma fubecada e foi empurrado para o segundo turno. As sondagens mostram que 66% do eleitorado acha isso bom. O eleitorado aprendeu a manejar os dois turnos e quer mais explicações. Lula deve estar preparado para explicar o mensalão e o "dossiegate". Mas Alckmin talvez seja levado a formular os esclarecimentos que FHC não deu sobre as privatizações e a compra de votos para a emenda da reeleição.
FOLHA - O que lhe parece a candidatura Alckmin?
ALENCASTRO - Alckmin só chegou no segundo turno por causa das manobras calamitosas e suicidas do PT. No seu comportamento há a habitual arrogância tucana: não é preciso detalhar um programa de governo -procedimento essencial para todo postulante sério à Presidência-, basta repetir que a esquerda é burra e, ainda por cima, desonesta.
FOLHA - É possível explicar como um candidato constantemente apresentado como antipopular chega a angariar 40% dos votos?
ALENCASTRO - Alckmin representa um arco de alianças partidárias cujo potencial pode abarcar mais da metade do eleitorado brasileiro. Sua representatividade partidária é real. Mas foi ele próprio que forjou sua imagem de ator secundário da política brasileira. Foi ele que se projetou como um político de reserva, eterno vice-governador. Alckmin também aparece como um político provinciano que jamais se preocupou -ao contrário de Lula, FHC ou Serra- em estabelecer contato com lideranças políticas estrangeiras. Com a forte inserção do Brasil na diplomacia e no comércio internacionais, isso é uma lacuna grave. Ele é despreparado neste terreno e já deu vexame numa entrevista a um canal de TV australiano, fugindo de suas responsabilidades no governo de São Paulo. Sua propaganda eleitoral, mostrando a casinha de Pindamonhangaba, pagou o mico. Instalou uma imagem de farmacêutico do interior num filme de Mazzaropi. No debate da Bandeirantes, ele tentou consertar, falando grosso e grosseiramente. Gerou um conflito de imagens que provocou sua queda nas sondagens.
FOLHA - Lula opôs constantemente, no primeiro turno, o "povo" e a "elite". Faz sentido o discurso?
ALENCASTRO - Faz todo o sentido. Afinal o que se está querendo neste país? Que os evangélicos e a polícia resolvam os problemas gerados pela miséria e as desigualdades? É fundamental que essas opções sejam assumidas por um partido inserido no jogo democrático, por um presidente respeitador das instituições. A idéia de conflito de interesses é fundamental no funcionamento da democracia. Por minha parte, sempre achei que os objetivos do PT e de Lula devem ser os mesmos de toda esquerda democrática: transformar a maioria social do país em maioria política.
A seguir, trechos da entrevista para Rafael Cariello, na Folha de S. Paulo.
FOLHA - Em quem o sr. votou?
LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO - Votei em Lula, como nas eleições precedentes em que ele se candidatou. Penso que o PT e Lula são portadores de um projeto democrático de transformação social que foi parcialmente realizado no primeiro mandato e poderá ser completado num segundo mandato. Votarei novamente em Lula no dia 29 de outubro. Mas, agora, com um pé atrás. Os erros de Lula e os atos delituosos da direção do PT suscitam reflexões pessimistas. Mas o impulso para o progresso social e a confiança no processo democrático, explicitados no voto majoritário que Lula obteve entre as camadas populares e a população negra, geram o otimismo da vontade de mudança.
FOLHA - O que achou do resultado do primeiro turno?
ALENCASTRO - Consolidaram-se duas mudanças positivas: o sistema de dois turnos, garantia de resultados não sujeitos à contestação, e o instituto da reeleição. Quebrou-se um tabu: o presidente candidato à reeleição não é imbatível. Lula levou uma fubecada e foi empurrado para o segundo turno. As sondagens mostram que 66% do eleitorado acha isso bom. O eleitorado aprendeu a manejar os dois turnos e quer mais explicações. Lula deve estar preparado para explicar o mensalão e o "dossiegate". Mas Alckmin talvez seja levado a formular os esclarecimentos que FHC não deu sobre as privatizações e a compra de votos para a emenda da reeleição.
FOLHA - O que lhe parece a candidatura Alckmin?
ALENCASTRO - Alckmin só chegou no segundo turno por causa das manobras calamitosas e suicidas do PT. No seu comportamento há a habitual arrogância tucana: não é preciso detalhar um programa de governo -procedimento essencial para todo postulante sério à Presidência-, basta repetir que a esquerda é burra e, ainda por cima, desonesta.
FOLHA - É possível explicar como um candidato constantemente apresentado como antipopular chega a angariar 40% dos votos?
ALENCASTRO - Alckmin representa um arco de alianças partidárias cujo potencial pode abarcar mais da metade do eleitorado brasileiro. Sua representatividade partidária é real. Mas foi ele próprio que forjou sua imagem de ator secundário da política brasileira. Foi ele que se projetou como um político de reserva, eterno vice-governador. Alckmin também aparece como um político provinciano que jamais se preocupou -ao contrário de Lula, FHC ou Serra- em estabelecer contato com lideranças políticas estrangeiras. Com a forte inserção do Brasil na diplomacia e no comércio internacionais, isso é uma lacuna grave. Ele é despreparado neste terreno e já deu vexame numa entrevista a um canal de TV australiano, fugindo de suas responsabilidades no governo de São Paulo. Sua propaganda eleitoral, mostrando a casinha de Pindamonhangaba, pagou o mico. Instalou uma imagem de farmacêutico do interior num filme de Mazzaropi. No debate da Bandeirantes, ele tentou consertar, falando grosso e grosseiramente. Gerou um conflito de imagens que provocou sua queda nas sondagens.
FOLHA - Lula opôs constantemente, no primeiro turno, o "povo" e a "elite". Faz sentido o discurso?
ALENCASTRO - Faz todo o sentido. Afinal o que se está querendo neste país? Que os evangélicos e a polícia resolvam os problemas gerados pela miséria e as desigualdades? É fundamental que essas opções sejam assumidas por um partido inserido no jogo democrático, por um presidente respeitador das instituições. A idéia de conflito de interesses é fundamental no funcionamento da democracia. Por minha parte, sempre achei que os objetivos do PT e de Lula devem ser os mesmos de toda esquerda democrática: transformar a maioria social do país em maioria política.