18 de outubro de 2010

 

Toda solidariedade a Mônica, mulher do Serra, que decidiu abortar aos quatro meses de gravidez

A reportagem de Mônica Bergamo, colunista da Folha de São Paulo, é esclarecedora. O discurso do candidato Serra (PSDB) de que é contra o aborto por “valores cristãos” – os quais impedem a interrupção da gravidez em quaisquer circunstâncias – foi por água abaixo.

O discurso hipócrita de Serra (PSDB) está sendo questionado por ex-alunas de sua mulher, Mônica Allende Serra. A mulher de Serra fazia campanha dizendo que a candidata Dilma (PT) era a favor de “matar criancinha”, ou seja, seria a favor da descriminalização do aborto.

Foi a gota d`água para Sheila Canevacci Ribeiro, ex-aluna de Mônica Serra no curso de dança da Unicamp (SP). É que a psicóloga Mônica Serra, em 1992, contou à classe inteira que tinha feito um aborto nos tempos da ditadura, quando Serra estava no exílio. Impossível desmentir.

Depois do golpe militar de 1964, Serra se mudou para o Chile, onde conheceu Mônica Allende Serra. Em 1973, com o golpe militar que levou o psicopata Augusto Pinochet ao poder, o casal se mudou para os estados Unidos. Ela fez o aborto porque não se sentiam em condições de criar o filho.

INDIGNAÇÃO DE EX-ALUNA

Um dia depois do debate da Band, a ex-aluna e bailarina, Sheila Canevacci Ribeiro, 37 anos, postou mensagem em seu Facebook registrando “indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra” em relação ao tema. Sheila escreveu que Serra não respeitava “tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Mônica Serra já fez um aborto. A mensagem foi replicada milhares de vezes em sites e blogs.

“Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático”, escreveu Sheila no Facebook. “Devemos prender Monica Serra caso seu marido fosse [sic] eleito presidente?”

SHEILA CONFIRMOU TUDO

À Folha de São Paulo a bailarina diz que “confirma cem por cento” tudo o que escreveu. Sheila afirma que não é filiada a partido político. Diz ter votado em Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no primeiro turno. No segundo, estará no Líbano, onde participará de performance de arte.

Se estivesse no Brasil, optaria por Dilma Rousseff (PT). Sheila é filha da socióloga Majô Ribeiro, que foi aluna de mestrado na USP de Eva Blay, suplente de Fernando Henrique Cardoso no Senado em 1993.

Majô foi pesquisadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP, fundado pela primeira-dama Ruth Cardoso (1930-2008).

Militante feminista, Majô foi candidata derrotada a vereadora e a vice-prefeita em Osasco pelo PSDB.

A socióloga disse à Folha estar “preocupada” com a filha, mas afirma que a criou para “ser uma mulher livre” e que ela “agiu como cidadã”.

Sheila é casada com o antropólogo italiano Massimo Canevacci, que foi professor de antropologia cultural na Universidade La Sapienza, em Roma, e hoje dirige pesquisas no Brasil.

COLEGAS CONFIRMAM O CASO

A Folha localizou uma colega de classe de Sheila pelo Facebook. Professora de dança em Brasília, ela concordou em falar sob a condição de anonimato.

Contou que, nas aulas, as alunas se sentavam em círculos, criando uma situação de intimidade. Enquanto fazia gestos de dança, Monica explicava como marcas e traumas da vida alteram movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana.

Segundo a ex-estudante, as pessoas compartilhavam suas histórias, algo comum em uma aula de psicologia.

Nesse contexto, afirmou, Monica compartilhou sua história com o grupo de alunas. Disse ter feito o aborto por causa da ditadura.

Ainda de acordo com a ex-aluna, Monica disse que o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto.

Quando engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação muito vulnerável.

“Ela não confessou. Ela contou”, diz Sheila Canevacci. “Não sou uma pessoa denunciando coisas. Mas [ela é] uma pessoa pública, que fala em público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade ética.”

NB – Toda solidariedade a Mônica Serra que fez aborto por se sentir em situação vulnerável. Mas, com esse passado, ela não poderia andar dizendo que Dilma “mata criancinha”. Obviamente, Serra sabia do aborto. Serra não serve para a presidência do Brasil. Mônica Serra não serve para primeira-dama.

Comments:
Oldack,

O aborto da mulher do Serra, a Mônica, só n~]ao é notícia aqui no Brasil.

Duas agências internacionais, Efe e Ansa, publicaram.

No website Conversa Afiada há os links das publicações.
 
Criancinhas morrem aos milhares, todos os dias, por falta de tudo o que é minimamente exigivel a saude de um ser humano. Criancinhas morrem todos os dias vítimas de maus tratos por pais, padastros, madastras e agora, até por avôs! Quanto tempo perdido falando mal de uma pessoa que realmente trabalha ppor melhor saude, melhor qualidade de vida, pessoa que não é um parasita, vestida por estilistas e outra, que recebe mais de R$ 100.000,00/mês na Petrobrás, por um cargo que nem exerce - É isso o que essas pessoas desejam ver o resto de suas vidas? Que dureza!!!!!
 
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