5 de março de 2008
Quem fala certo, quem fala errado?
A "entrevista explosiva" da revista Caros Amigos de fevereiro, que ainda está nas bancas, detona preconceitos de professores e colunistas de jornal dedicados a impor a "norma culta" aos infelizes brasileiros. Marcos Bagno, doutor em Linguística, autor de obras como "A norma oculta" e "Preconceito linguístico" detona inclusive o professor Pasquale Cipro Neto que vocifera na Folha de S. Paulo e na TV o que pode e o que não pode. O que supostamente está certo e o que não está. Qual o problema em escrever "Me disseram", "te vi passar". Para o pessoal obtuso da "norma culta" está errado começar a frase com pronome obliquo. Mas, todo mundo no Brasil começa. Ou seja, a mídia abre espaço para pessoas sem formação linguística como Cipro Neto e Dad Squarisi.
Aliás, nossa imprensa partidarizada já tentou ridicularizar o presidente Lula, de origem operária, por ter usado "menas verdade". Marcos Bagno comenta que o caso Lula é especialíssimo, porque ele foi se apropriando das normas linguísticas ditas cultas e de prestígio, sem abandonar as expressões populares. "Lula "é um ator linguístico de muita boa qualidade, até brincou com isso uma vez: "Lembram-se quando eu falava "menas"? Pois agora eu falo "concomitantemente". Segundo o pesquisador Marcos Bagno, Lula não trocou uma coisa pela outra, continua usando esses dois conjuntos de falares quando lhe interessa usar esse ou aquele.
A discriminação pela linguagem vai da esquerda à direita no espectro político. As elites acham que o brasileiro fala mal o português. O caso do uso de "menas" pelo presidente Lula é de interpretação muito simples para um lingüista. Temos aqui um advérbio. Os advérbios em princípio são invariáveis, não assumem flexão de gênero e número, mas são muito parecidos com os adjetivos, que se flexionam. Por exemplo: o advérbio "meio". Machado de Assis tem um conto que fala: "Filomena era muito bonita, porém meia triste". A isso chama-se concordância por atração. É o mesmo que acontece com a expressão "menas corrupção". Ou seja, Machado de Assis pode falar menas, mas Lula não pode. Só mesmo nos textos safados de jornalistas babacas.
Pelo sim, pelo não, o presidente Lula parou de usar "menas verdade", mas não se cansa de usar outras expressões populares para se comunicar com o povo, o que a Folha de S. Paulo com suas normas cultas não consegue. Sou mais Lula.
A revista Caros Amigos está nas bancas.
Aliás, nossa imprensa partidarizada já tentou ridicularizar o presidente Lula, de origem operária, por ter usado "menas verdade". Marcos Bagno comenta que o caso Lula é especialíssimo, porque ele foi se apropriando das normas linguísticas ditas cultas e de prestígio, sem abandonar as expressões populares. "Lula "é um ator linguístico de muita boa qualidade, até brincou com isso uma vez: "Lembram-se quando eu falava "menas"? Pois agora eu falo "concomitantemente". Segundo o pesquisador Marcos Bagno, Lula não trocou uma coisa pela outra, continua usando esses dois conjuntos de falares quando lhe interessa usar esse ou aquele.
A discriminação pela linguagem vai da esquerda à direita no espectro político. As elites acham que o brasileiro fala mal o português. O caso do uso de "menas" pelo presidente Lula é de interpretação muito simples para um lingüista. Temos aqui um advérbio. Os advérbios em princípio são invariáveis, não assumem flexão de gênero e número, mas são muito parecidos com os adjetivos, que se flexionam. Por exemplo: o advérbio "meio". Machado de Assis tem um conto que fala: "Filomena era muito bonita, porém meia triste". A isso chama-se concordância por atração. É o mesmo que acontece com a expressão "menas corrupção". Ou seja, Machado de Assis pode falar menas, mas Lula não pode. Só mesmo nos textos safados de jornalistas babacas.
Pelo sim, pelo não, o presidente Lula parou de usar "menas verdade", mas não se cansa de usar outras expressões populares para se comunicar com o povo, o que a Folha de S. Paulo com suas normas cultas não consegue. Sou mais Lula.
A revista Caros Amigos está nas bancas.
Comments:
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Oi Oldack, bom dia
Segundo informação, o Estadão é o único jornal brasileiro a eliminar o 'trema' sem se importar com a regra.
O Estadão é muiot é autoritário. Só ele decide e diz o que é certo e errado. Idiota quem segue suas regras.
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Segundo informação, o Estadão é o único jornal brasileiro a eliminar o 'trema' sem se importar com a regra.
O Estadão é muiot é autoritário. Só ele decide e diz o que é certo e errado. Idiota quem segue suas regras.
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